segunda-feira, 29 de setembro de 2008

É ECONOMIA?



Esta decisão faz mais pela saúde do sistema financeiro do que qualquer regulação que se possa introduzir, por mais perfeita que seja.



J.M.

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18 Comments:

At 29 de setembro de 2008 às 21:12, Anonymous Anónimo said...

As notícias voltam a ser desanimadoras para as famílias. As taxas Euribor voltaram a subir para máximos históricos. A Euribor a seis meses subiu hoje para os 5,315%, o que representa o valor mais elevado de sempre. A taxa a três meses cresceu para os 5,237%, o que também corresponde ao valor mais elevado da história. A Euribor a 12 meses aumentou para 5,477% e a taxa a um mês estabilizou nos 5,006%.

AMANHÃ, QUANTO VAI SUBIR?

MAIS QUANTOS BANCOS VÃO FALIR AMANHÃ NA EUROPA?

 
At 29 de setembro de 2008 às 21:18, Anonymous Anónimo said...

A Câmara dos Representantes chumbou o plano para o salvamento do sector bancário norte-americano, por 228 votos contra e apenas 205 a favor. A maior oposição surgiu da bancada republicana, onde metade dos representantes votaram contra a iniciativa da Administração Bush. O resultado fez mergulhar o Dow Jones, principal índice de Wall Street, mais de 400 pontos.

 
At 29 de setembro de 2008 às 22:47, Anonymous Anónimo said...

Os fiéis do Deus-mercado parecem ter descoberto de repente as virtudes do Estado Social, devidamente adaptado aos valores da religião do lucro a qualquer preço, e que, em vez de apoiar os pobres, subsidia os ricos. Já tem um Papa. Chama-se Henry Paulson e cabe-lhe a duvidosa glória de ser um dos inventores do capitalismo de casino que agora bateu no fundo provocando a crise financeira que abala a Terra Prometida e arredores.

Depois de 30 anos de especulador na Wall Street, Paulson chegou a secretário do Tesouro e é dele a feliz ideia de pagar com 700 mil milhões dos contribuintes as dívidas e "activos tóxicos" acumulados por empresas falidas, acrescidos de "compensações" milionárias aos gestores que as levaram à falência, assim salvando fortunas como a sua, calculada em 500 milhões de dólares, a maior parte em acções da também falida Goldman Sachs. No Estado Providência neoliberal, quem paga quer as crises quer as soluções das crises do mercado são sempre os contribuintes. Lá como cá, chamam eles a isso (meter os lucros ao bolso e cobrar ao Estado as perdas) "auto-regulação" do mercado.

 
At 30 de setembro de 2008 às 13:24, Anonymous Anónimo said...

Agora só resta saber quanto vão pagar os contribuintes quando as grandes companhias forem à falência e deixarem milhões de pessoas sem reformas, sem assistência social e na miséria.
Aquilo que acontecer nos Estados Unidos não poupará a Europa.

 
At 30 de setembro de 2008 às 14:07, Anonymous Anónimo said...

Com o apoio geral, a presente crise financeira deu origem a uma nova vaga de extenso intervencionismo público na economia. O apoio a esta intervenção tem sido, na verdade, muito amplo. Uns vêem-no com satisfação, saudando um pseudo "regresso" da regulação; outros acolhem-no com pesar, mas tomam-no como inevitável para evitar piores males.


Este coro segue-se a igual crença nas anteriores soluções de política económica para debelar a crise. Quem não acreditou na abordagem inicial, nas sucessivas reduções da taxa de juro? Falhada aquela, quem não confiou na vaga seguinte: a concessão de créditos extraordinários à banca? A nova e última abordagem é só mais uma tentativa: agora, as nacionalizações. Em todos os casos, trata-se de abordagens principalmente políticas, pouco suportadas na racionalidade económica em que os principais actores se contradizem várias vezes no espaço de poucos meses.

Haverá que afastar possíveis estados de alma e analisar brevemente a situação, considerando, primeiro, a origem da crise e, em seguida, as consequências prováveis da massiva intervenção a que assistimos.

A causa última da situação que vivemos está na política monetária do banco central americano, que, reduzindo drasticamente a taxa de juros de referência, desencadeou um conjunto de mecanismos de que o conhecido problema do crédito hipotecário é, por enquanto, ainda a principal manifestação, mas que se estenderá naturalmente, de forma brutal, a outros sectores. A taxa de juros real em níveis negativos gerou o aparecimento de monstruosos excessos de crédito, os quais – devido a outras políticas públicas movidas por interesses eleitorais – foram principalmente canalizados para o consumo, a habitação e arrastaram desequilíbrios na alocação do investimento.

Entre Janeiro de 2001 e Junho de 2004, a taxa de juro do banco central americano passou de 6% para 1%. Isto teve efeito não só no imobiliário; neste foi pior porque foi acompanhada por incentivos à compra de casa. É natural que outros sectores venham a conhecer problemas idênticos.

Se esta análise estiver correcta, como creio, ao actual plano americano para comprar 7.000 biliões de más hipotecas poderão seguir-se os equivalentes planos noutros sectores.

A corrente crise não é de natureza cíclica. O juros baixos, o excesso de crédito e as promessas de garantia e de salvação dos poderes públicos distorceram o processo de alocação do capital. Foi eliminada a prudência e a irracionalidade tornou-se sistémica, pelo que não se compreenderá que os problemas se confinem ao sector imobiliário.

Tem sentido referir a especial importância do sector imobiliário nesta crise, mas não se compreende que o fenómeno se confine a esta área.

O encadeamento dos acontecimentos no sector imobiliário é conhecido, devendo realçar-se o papel central desempenhado pelas garantias públicas, empréstimos subsidiados com o pano de fundo das taxas de juro artificiais.

Há um ano, metade das hipotecas residenciais eram ajudadas ou garantidas pelas Fannie Mae e Freddie Mac, duas empresas pertencentes ao estranho grupo das apoiadas patrocinadas pelo governo. No último ano, elas financiaram 80% das hipotecas. A primeira foi criada no contexto da grande depressão e a segunda em 1970. Os privados negociavam com ela, com a certeza, agora comprovada, de que – qual caixa Geral de Depósitos do sítio – o governo nunca as deixaria cair. Este negócio foi intervencionado em 1997, proibindo a discriminação dos desfavorecidos. O sistema é fortemente regulado, e foi esse facto que suscitou a situação no imobiliário. Que ironia e desconhecimento quando vemos as saudações ao regresso da regulação. Mais do que legítimas perspectivas ideológicas, o que está aqui em causa são questões de facto e de conhecimento dos mecanismos económicos.

Sem a intervenção do governo, apoiando os créditos imobiliários, sem uma taxa de juros negativa que levou à explosão dos créditos e ao disparar dos preços, sem a isenção estatal das regras das boas práticas bancárias de um sistema financeiro paralelo não teria sido possível mascarar durante algum tempo a irracionalidade da situação. A intervenção que agora se ensaia, depois das intervenções falhadas, vai prolongar mais algum tempo, não vai actuar sobre os fundamentais e só pode agravar a situação a prazo.

Não foi a imprudência dos privados. Estes actuaram face aos incentivos errados. Quis-se generalizar massivamente a propriedade àqueles que não tinham condições para a ela aceder, usaram-se empresas promovidas e apoiadas pelo governo, quando os agentes do mercado, por si só, não entrariam nas imprudências que acabaram por cometer, empurrados pelos poderes públicos.

O sistema está – com a socialização operada – agora totalmente infectado com o risco moral. Com a desastrada intervenção do governo, a restauração da confiança vai ser muito demorada e custosa.

 
At 30 de setembro de 2008 às 14:09, Anonymous Anónimo said...

Há vinte anos, ao investigar a falência da Banque Franco-Portugaise (só se salvou porque o Estado lá meteu mais de 150 milhões de euros!), aprendi uma grande lição sobre banca. O "mestre", banqueiro da velha guarda, a dado momento da conversa atirou: "A banca é como as senhoras. Quando se começa a falar delas, está tudo estragado".


Peço aos leitores, e especialmente às leitoras, que perdoem o sexismo do comentário (que não subscrevo) e que se concentrem na sabedoria popular que ele encerra. Porque há poucas expressões que sintetizem o que se está a passar com o sistema financeiro. Os bancos cometeram disparates, encorajados pelo comportamento omisso de governantes, supervisores, reguladores e... jornalistas. Daí à perda de confiança na sua capacidade para honrar compromissos foi um passo.

O problema é que essa desconfiança, que poderia ter sido contida, agravou-se (na 6ª feira, os bancos não emprestavam dinheiro entre si, além de 24h). Daí as falências dos últimos dias, que não devem ficar por aqui (numa confirmação de que quando o falatório se agrava, até as senhoras "sérias" levam por tabela).

Não há fórmulas sagradas para sair deste ciclo vicioso. A menos que estados, governantes, partidos, reguladores e accionistas deixem cair os anéis para salvar os dedos. A não ser que queiram transferir a propriedade dos bancos para o estado. É que o ponto de ruptura nunca esteve tão próximo.

 
At 30 de setembro de 2008 às 14:11, Anonymous Anónimo said...

O "não" da Câmara dos Representantes ao Plano Paulson é motivo de optimismo, e não de pessimismo. A América ainda acredita no mercado. Ainda há "Democracia na América". Seja pela razão mais cínica as eleições estão à porta , ou pela mais idealista a convicção nos mecanismos do capitalismo , a América está viva. O anúncio da sua morte mostrou-se ontem e foi manifestamente exagerado.


O Estado não deve manter-se alheado da crise financeira. Mas há soluções que se podem revelar mais destruidoras de um país do que geradoras de estabilidade. Porque um país é muito mais que tentar eliminar uns tempos de redução de poder de compra.

O Plano Paulson, em toda a sua generosidade, e mesmo com as correcções do fim-de-semana, é uma versão das políticas do ex-presidente da Reserva Federal. Ontem pelas taxas de juro, hoje com dinheiro. Alan Greenspan, com Clinton e Bush, foi reduzindo taxas de juro cada vez que os mercados se enervavam e, assim, foi alimentado bolhas atrás de bolhas até a esta a que chegámos.

Henry Paulson prepara-se para injectar uma quantidade astronómica de dinheiro num sistema financeiro com retórica de mercado e expectativas comunistas. Desde a segunda metade dos anos 90 que os protagonistas do sistema financeiro se habituaram a ser salvos pelo Estado, ou directamente, como aconteceu com o "hedge fund" Long Term Capital Management em 1998, ou indirectamente, através de reduções das taxas de juro, como se verificou na chamada "exuberância irracional" das bolsas em 2000.

Os poderes públicos têm, obviamente, de intervir. Mas a intervenção tem de romper de uma vez por todas com os prémios aos infractores, responsáveis pela crescente exposição a investimentos arriscados que acabaram naquilo a que agora estamos a assistir. E os infractores são os accionistas, em primeiro lugar, e os gestores, em segundo. Não são as agências de "rating", nem as operações de vendas de acções a descoberto, os réus agora eleitos pelas autoridades.

Ninguém discorda de que um colapso da banca terá um efeito de dimensões catastróficas na vida dos cidadãos, da América à Europa, passando pela Ásia. É preciso apoiar o sistema financeiro. Mas, e aí está um ponto fundamental, não se deve, não se pode ajudar os accionistas nem os gestores. Todos podem de facto errar. Mas a irresponsabilidade dos accionistas e dos gestores – estes com actuações no limiar da legalidade – ultrapassou, como estamos a ver, o limite do erro.

Um plano de intervenção tem forçosamente de ser desenhado a pensar na punição de accionistas e gestores. Para além dos aspectos legais que se possam seguir, a punição é confiscar-lhes as sociedades. Se as empresas estão a fazer mal à sociedade e não podem falir, o Estado deve nacionalizá-las, e não comprar o que não presta, os tais activos tóxicos.

Na perspectiva dos incentivos certos, a Europa está, aparentemente, a actuar melhor. Os contribuintes europeus entram no capital dos bancos, como aconteceu ontem com o Fortis. Não lhes estão a comprar o que não presta.

É óbvio que um republicano – e até um democrata – tem de ter grande dificuldade em explicar aos seus eleitores americanos por que vão comprar "activos tóxicos" criados por quem foi ganhando milhões. Nacionalizar, nesta crise, é ser amigo do mercado.

 
At 30 de setembro de 2008 às 14:29, Anonymous Anónimo said...

Quando a promessa é grande, o pensionista desconfia:

"As poupanças dos portugueses estão garantidas"
José Sócrates

 
At 30 de setembro de 2008 às 21:26, Anonymous Anónimo said...

não é anti-semitismo

é a indesmentível realidade. são judeus que controlam o sistema político norte-americano. são judeus que controlam o sistema financeiro americano. e, por arrastamento, são judeus que controlam o sistema político e financeiro mundial...

ah! parece que a crise e o pânico não são assim tão graves. o plano "salvador" só volta a ser discutido depois de gozarem um feriado judaico...

 
At 30 de setembro de 2008 às 21:27, Anonymous Anónimo said...

Mas plano porquê?
Não dizem sempre "deixem o mercado funcionar"?
Então, deixem-no funcionar também agora.

 
At 30 de setembro de 2008 às 21:28, Anonymous Anónimo said...

Um "Bailout" americano, um "Beilin" europeu e um "Tranquilin" português

Pela voz de Durão Barroso, a Comissão Europeia fez saber que a sua estratégia para fazer face à crise nos mercados financeiros é semelhante à que foi rejeitada pelo Congresso nos Estados Unidos, realçando uma diferença e omitindo outra. Quanto à declarada, soubemos que o Bailout europeu será feito às pinguinhas, à medida das necessidades. E quanto à omitida, porque já o sabíamos, nem foi preciso dizer que, ao contrário da congénere americana, que depende do poder político, a autoridade monetária europeia não depende de qualquer sufrágio popular nem sequer indirectamente, pelo que está perfeitamente à vontade para fazer o "esforço financeiro" que bem entender. Para o bem de todos, evidentemente.

No prolongamento destas declarações, o porta-voz da Comissão, Johannes Laitenberger, expressou o seu desagrado pela rejeição do Congresso ao plano Bush-Paulsson e exortou os americanos a imitarem os europeus no financiamento de um balão de oxigénio com o dinheiro dos seus contribuintes. A prioridade europeia é a de prolongar a especulação bolsista enquanto for possível. Bush respondeu, firme nas suas convicções.

Finalmente, por cá, José Sócrates não quis ficar fora desta festa e apareceu diante dos microfones e câmaras a garantir que os portugueses podem estar tranquilos quanto às suas poupanças. Graças à acção dos deuses do BCE (e ao dinheiro dos mortais, não disse), o sistema financeiro europeu está em muito melhores mãos do que o americano. Graças a uma regulação apertada tripartida (Sócrates, Teixeira dos Santos e Banco de Portugal), o sistema financeiro português está robusto e de boa saúde (uma referência ao caso BCP). E graças a Sócrates, os portugueses estão preparados para enfrentar ventos e tempestades. Por isso, confiança e pensamento positivo. Resulta sempre.

 
At 30 de setembro de 2008 às 23:30, Anonymous Anónimo said...

Já falta pouco para acontecer o mesmo aos bancos portugueses já não suportamos mais vamos entregar as chaves das casas e depois os bancos que as comem com batatinhas fritas , numa renda de casa de 400euros 350 euros vão para juros corja de bandidos merecem o mesmo que está a acontecer na america a famosa crise imobiliaria .

 
At 1 de outubro de 2008 às 07:58, Anonymous Anónimo said...

Um dos problemas que pouco se fala tem a ver com as empresas que além de estarem dependentes do mercado do petróleo, também os seus investimentos e parcerias estão dependentes do sector bancário.
Desta forma dependente que está a nossa economia destes sectores é urgente que os governos europeus tomem medidas, o que duvido um pouco atendendo ao elenco que se conhece. Assim como cá duvido que Sócrates tenha coragem para se impor à banca, com os combustíveis já ficamos bem esclarecidos.
É necessário controlar o preço dos combustíveis, das taxas de juros e já agora dar ouvidos ao Relatório da ERC critica falta de pluralismo no comentário político na RTP.
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8472&Itemid=1

 
At 1 de outubro de 2008 às 14:12, Anonymous Anónimo said...

Náo me parece seja assim tão dramático para nós, em Portugal está sempre tudo meio a dormir. Estamos em crise há mais de 15 anos... e, lá vamos vivendo, sempre a dizer mal, sem a capacidade de mudar coisa nenhuma seja para que sentido for. Este país vive à margem do resto do mundo, devemos ser únicos na táctica de sobrevivência. Já há teses de douturamento dos gringos sobre nós. Iguais a nós? Não há!

 
At 1 de outubro de 2008 às 19:13, Anonymous Anónimo said...

Ainda antes de saber como vai terminar a crise financeira que atinge os mercados é evidente que os banco ficaram muito baratos, as suas acções desceram a pique corroendo o valor das suas acções. Isto significa que muitos bancos, não apenas os que faliram, ficaram muito expostos a eventuais operações de aquisição ou de fusão. A concentração bancária será uma possível consequência e sinal do fim da crise financeira.

Só que ninguém sabe quantos bancos vão falir, as contas dos bancos são tudo menos transparentes, não é possível determinar qual o peso dos seus investimentos nos produtos financeiros agora designados por tóxicos ou contaminados. E como estes títulos valem tanto como as antigas acções da Torralta os investidores dificilmente saberão quanto vale um banco.

A solução encontrada por George Bush foi assustadoramente brilhante, injectar no sistema financeiro o dinheiro perdido, transferindo os prejuízos para os contribuintes norte-americanos. Só que os contribuintes não gostaram da ideia e a medida não passou na Câmara dos Representantes. Porque razão Bush não propõe idêntica medida para os jogadores que perdem o seu dinheiro nos casinos de Las Vegas? Afinal alguns destes jogadores são mais cuidadosos do que os gestores dos bancos que estão à beira da falência e, ao contrário destes não ganham milhões dezenas ou mesmo centenas de milhões de dólares por ano, os tais ordenados que vi muita gente cá da praça justificar com o seu alto desempenho.

Do nosso ponto de vista a solução até era milagrosa, tal como se afigurou para os corretores de Nova Iorque e para os políticos do Washington, muito deles eleitos graças a chorudos financiamentos feitos por alguns destes banco. Só que o americano que vive da produção de soja está mais preocupado em assegurar os subsídios agrícolas do que com o futuro dos accionistas dos bancos e alguns políticos tiveram medo de aprovar o plano de Bush.

Resta agora que Bush encontre soluções alternativas, senão ficaremos mesmo a saber qual a real dimensão da crise financeira, ou seja, saberemos quantos bancos vão falir. Numa posição mais cómoda estarão os grandes investidores, com a China e os países produtores de petróleo à frente. Se Bush resolver o problema ganharão porque poderão recuperar os seus investimentos, se a crise atingir a sua real dimensão ficarão a ganhar pois estarão em condições de comprar bancos a preço de saldo.

Num momento em que tanto se fala dos princípios do liberalismo a situação é irónica, se Bush conseguir intervir salva os capitais do comunismo, se não o conseguir é bem possível que o comunismo salve os bancos do capitalismo. No meio ficarão os que vão pagar a factura, os países menos desenvolvidos e os pobres de todo o mundo, começando pelos desses mesmos países, pouco tempo depois de terem de pagar a alimentação e a energia mais cara vão ver disparar o serviço da dívida externa. As consequências da crise poderão ser imprevisíveis.

PS: são vários os analistas que defendem que esta crise financeira era previsível, alguns analistas americanos chegaram mesmo a prever a crise, ainda que poucos lhes tenham prestado atenção. Este mesmo argumento foi usado por algumas personalidades do PSD contra o Governo, ainda ontem Manuela Ferreira Leite criticou os objectivos da política económica num cenário de crise financeira, como se estes tivessem sido estabelecidos com conhecimento do mesmo.

Talvez fosse interessante ouvir António Borges um dos homens fortes do PSD de Manuela Ferreira Leite, ele que foi uma das primeiras vítimas da crise ainda muito antes de se saber da sua dimensão. António Borges era vice-presidente da Goldman Sachs e ninguém acredita que não estivesse na posse de dados precisos sobre o mercado imobiliário americano, já que, como agora se sabe, o banco estava enterrado nos títulos sub-prime.

António Borges é a pessoa ideal para dizer se a crise era previsível e se o governo devia ter adoptado medidas restritivas ainda antes desta ganhar proporções, como Manuela Ferreira Leite parece defender.

 
At 1 de outubro de 2008 às 19:16, Anonymous Anónimo said...

A dra. Ferreira Leite apareceu. E apareceu para dizer que Sócrates apareceu tarde para "sossegar" os portugueses e as suas miseráveis poupanças. Também disse que o sistema financeiro é essencial. Finalmente acabou por esclarecer que, malgré lui, foi bom Sócrates ter aparecido. Nem que fosse porque a levou a aparecer. Pelo meio, no entanto, a líder do PSD, para criticar Pinho que tinha aparecido a afirmar que o mundo tal como o conhecíamos, acabou - uma frase feita que até a minha padeira repete todos os dias - deixou cair que “há certos aspectos que não podem nunca ser ditos”. Nesta aparição, contudo, a dra. Manuela não nos elucidou sobre quais os aspectos que "não podem nunca ser ditos" nem se os "aspectos" não podem ser ditos porque são fundamentalmente "maus aspectos". Mesmo que sejam verdadeiros. Quanto mais vejo "aparições" destas, mais gosto da verdadeira. A de Vergílio Ferreira.

 
At 3 de outubro de 2008 às 21:32, Anonymous Anónimo said...

E giro esta forma de capitalismo, se as empresas dao lucros roubam-se e vai tudo para offshores, se sao mal geridas e o Estado a tomar conta delas.
Ssim tb era gestor

 
At 7 de outubro de 2008 às 13:13, Anonymous Anónimo said...

A Dra Manuela Ferreira Leite chega tarde, comenta tarde, falha as oportunidades de dizer alguma coisa de jeito. Não tem perfil para ser oposição nem fazer o que à força querem que faça. Deixam-na tranquila estava muito bem onde estava antes de lhe meterem na cabeça que tinha que vir para a frente do partido.

 

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