sábado, 13 de setembro de 2008

ESCOLA DOS 500

A iniciativa Dia do Diploma foi criada pelo Ministério da Educação, decorre esta sexta-feira nas escolas portuguesas e pretende distinguir os melhores alunos.
O primeiro-ministro entregou um prémio de mérito de 500 euros ao aluno com melhor média de conclusão do ensino secundário da Escola Secundária José Gomes Ferreira.


Já tínhamos as lojas dos 300 e agora temos as Escolas dos 500.
Ficaríamos muito melhor se em vez de andar demagogicamente a distribuir notas de 500 Euros pelo melhor aluno de cada escola, desse aos nossos jovens a possibilidade de terem um futuro com alguma esperança.
Que não os condenasse ao desemprego, ao trabalho precário e aos baixos salários.
Que não lhes desse como perspectiva de vida o trabalho num Call Center ou numa caixa de supermercado.
Que não condenasse este país a ser o esgoto da Europa, o bordel, o campo de golfe, o Inatel, o Allgarve de alguns.
Integrados nesta Europa que nos obriga a cumprir as suas regras e a sua ideologia pouco parece podemos mudar no destino que nos designaram. Cabe muito à escola, aos professores dar a estas crianças uma nova visão do mundo, ensinar-lhes que o destino não existe, que tudo pode ser diferente, que o nosso futuro temos de ser nós a faze-lo.

Que mesmo acabando a trabalhar numa caixa de supermercado, mesmo sentindo-se impotente para combater o monstro, a sua força junta à de outras pode vencê-lo.
São os professores que, todos os dias, têm nas suas mãos o futuro dos nossos jovens. Têm uma responsabilidade enorme, uma tarefa monstruosa que esta Sinistra Ministra ainda lhes dificulta mais e, é por isso que nós pais, nós gente deste país lhes devemos agradecer e pedir que nunca desistam.

K.

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12 Comments:

At 13 de setembro de 2008 às 21:48, Anonymous Anónimo said...

Depois da restauração da figura anacrónica do Senhor Director, é a vez do Dia do Diploma voltar às escolas portuguesas. Na era Prada, o amor à Pátria da Era Botas foi substituído pelo amor à escola e, tal como antes, até já existe o bufo da escola, professor designado para detectar e denunciar os erros dos colegas. Missas, também já as houve. Mas observe-se que antes não havia fartura de consolas portáteis com teclas, tão pouco canudos obtidos por fax, portanto, nada de confusões.
Estamos em 2008, o Primeiro-ministro é engenheiro por maioria absoluta e a Educação é da outra senhora.

 
At 13 de setembro de 2008 às 21:49, Anonymous Anónimo said...

Com disparates deste género, Sócrates está a transformar a escola e a qualificação dos "futuros" portugueses numa enorme mistificação. «Hoje é preciso saber-se muito para se entrar no mercado de trabalho», disse Sócrates aos alunos depois de "restaurar" o "dia do diploma" e o "amor à escola". Não consta que tivesse rido. De facto, "é preciso saber-se muito" mas não exactamente o que a escola é suposto ensinar. O país é dirigido, do Estado à sociedade civil, por gente que "sabe muito" e que conhece gente que "sabe muito". Não há nenhum tipo de "mérito" nisto nem "esforço" algum. Salvo meia dúzia de excepções, uma carreira em Portugal é, tipicamente, o resultado da velha escola do "sabe muito", essa sim, uma "tradição". Sócrates e os seus sequazes não desejam um país adulto. Querem uma "disneylândia" de irresponsáveis felizes e submissos. É de fugir.

 
At 13 de setembro de 2008 às 21:58, Anonymous Anónimo said...

Gostaria de dizer ao senhor deste blog que tirei Engenharia Industrial na Universidade Independente com muito trabalho e muito suor, assim como os restantes 50.000 alunos que tiraram lá o curso e não admito que trate todos os ex alunos como pessoas idênticas ao senhor José Sócrates.
Os meus professores eram pessoas do Instituto Superior Técnico.
Actualmente estou a tirar o doutoramento na Universidade Nova de Lisboa.
Alem disso devo dizer que no concelho de Ponte de Sor existia muitos alunos nesta faculdade. Pessoas que eram da CDU, PS e PSD e hoje são excelentes profissionais.
Tenha tino nas coisas que escreve.

 
At 13 de setembro de 2008 às 22:52, Anonymous Anónimo said...

Oh menino P.(edro) Monteiro deves ter tu tino no que escreves.
Pois como mestre e candidato a doutor, naquilo que escreves, és parecido com o "eng" sócas, até na universidade em que tiraste o curso, só resta saber se concluíste a licenciatura na disciplina de inglês técnico por fax como ele?
Antes de vires para aqui defender a "prestigiada universidade" encerrada por vigarices,cresce...

 
At 13 de setembro de 2008 às 23:42, Anonymous Anónimo said...

De facto o socrates quer tudo nivelado pelos valores as Independente, para nao s esentir isolado, e o chamado nivelamento abaixo d ecao.
Ja agora sr pedro pq nao entrou no Tecnico sera pq gosta d egastar muito dinheiro em propinas ou pq nao tinha notas que fossem suficients?
Nao queira fazer dos outros estupidos pq so quem vai para essas uni d evao d eescada e quem nao consegue boas medias pq na Independente e outras basta pagar para etrem diploma,

 
At 14 de setembro de 2008 às 00:11, Anonymous Anónimo said...

A lata deste tipo! Com um diploma "farinha amparo", vem a publico incentivar os alunos a aplicarem-se mais nos seus estudos e a louvar o mérito aos melhores, quando, ele próprio obteve um diploma, de forma tortuosa, mesmo duvidosa e obviamente sem mérito!
Como é possível vir agora fazer a apologia do bom estudante! Que nojo de gentinha...

 
At 14 de setembro de 2008 às 02:31, Anonymous Anónimo said...

Estou a tirar o doutoramento na Universidade Nova, tirei o mestrado no IST com média de 16.
Como pode observar tanto conheço o ensino privado como publico.
Quanto a vigarices, o que sei foi que tive uma excelente formação na licenciatura que tirei, nunca tendo dificuldade em encontrar emprego.
Actualmente sou professor no Iseg e sou director no BES PRIVATE.
Por isso lhe digo tenha respeito pelos ex alunos da universidade independente. Relembro que a Universidade de Évora tem graves problemas de gestão, a Universidade técnica de Lisboa tem um dos seus administradores preso, na universidade do Porto o reitor já respondeu por um processo de corrupção, por isso não culpe os alunos da ma gerência financeira das instituições. Em termos académicos não poderá dizer nada porque os professores que dão aulas na privada são os mesmo que dão aulas no público... eu percebo que quer atacar o primeiro-ministro, mas não ataque quem não tem culpa... os alunos são sempre as vitimas.

 
At 14 de setembro de 2008 às 12:10, Anonymous Anónimo said...

Ja vi que o Monteiro ate tinha medias para entrar no MIT mas optou pela UNI da Treta que sacrificio meu.
Ou terias entrado com media negativa como a maioria
Sim Nessas da treta bastava juntar cupoes da Farinha 33+
Nao giozes com as pessoas
Ja quanto aos nossos mestrados tirados em Portugal 99,9% nao sao reconhecidos no estrangeiro visto que qualquer instituto da mestrado a questao e o Dinheiro.

 
At 14 de setembro de 2008 às 21:03, Anonymous Anónimo said...

tudo bem sr monteiro. so duas coisas se nao se importar: ha quanto tempo tirou o mestrado no IST para apresentar uma nota quantitativa e nao qualitativa? Acredito nos alunos da independente, ja tinha visitado essa escola e tinha la alguns amigos (uns estao mais ou menos na vida porque preocuparam-se em absorver soft skills outros nem por isso). No que respeita a evora seria dos ultimos sitios onde me iria formar ou levaria algum filho meu a formar-se. Muitos alunos de algumas faculdades que enunciou sabem mais do que alguns professores da universidade de evora. Ja vi alguns atestados de incompetencia na universidade de evora. Mas tambem nao pense que por onde tem passado existem la santos

 
At 14 de setembro de 2008 às 23:43, Anonymous Anónimo said...

So queria deixar claro que em todo o sitio tanto em empresas como Universidades existe profissionais bons e maus...

As pessoas valorizam-se pelos seus valores e pela capacidade de se ir reciclando ao longo da vida...

È uma conversa da treta esta das universidades, pois senão fosse o estado a injectar dinheiro muitas publicas ja tinham fechado portas.

Conheço excelentes profissionais tanto de privadas como publicas.
Nos EUA a maioria até são privadas.

Infelizmente o problema é que as pessoas de hoje em dia são muito más, só estão bem a dizer mal dos outros.

Neste forum é so o que se aprende... Nunca vi nada construtivo.

 
At 15 de setembro de 2008 às 00:05, Anonymous Anónimo said...

Paulo teixeira pinto - Universidade Livre - EX Administrador do BCP
Paula teixeira da Cruz - Universidade Livre - Deputada

Universidade Independente:
O primeiro-ministro José Sócrates concluiu ali a licenciatura em Engenharia Civil quando ainda era deputado do PS.
Armando Vara, também socialista, concluiu o curso de Relações Internacionais - A administração da Caixa Geral de Depósitos. Pelo Centro de Estudos de Televisão da univerisidade Independente, dirigido por Emídio Rangel, passaram nomes como José Alberto Carvalho, Ana Sousa Dias, Catarina Furtado, Margarida Marante, Júlia Pinheiro, Teresa Guilherme, Manuel Luís Goucha e Baptista-Bastos. A modelo Bárbara Elias, a ex-miss Portugal Fernanda Silva e o cantor Axel passaram pelas cadeiras da UnI, como estudantes do curso de Ciências da Comunicação. O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves tirou uma pós graduação na Uni, tal como o assessor do Ex ministro da Saúde, Miguel Vieira. Os nomes de Alberto João Jardim, Joaquim Letria ou Filipe La Féria também estiveram ligados à Universidade Independente, como professores...

Etc Etc Etc

Os alunos não têm culpa da má gestão financeira das intituições.

Quem trabalha de dia muita vez tem que se sujeitar a uma Universidade Privada. Existem poucos cursos em pós laboral no Publico.

Nem todos são filhos de pais ricos... Trabalha-se de dia para pagar os estudos a noite.

 
At 15 de setembro de 2008 às 21:15, Anonymous Anónimo said...

"Um relato verídico de uma vida a lutar por nada....

Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos

Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior.

Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom.
Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos.

Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores.Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico.
Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem.
Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!
Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão.

Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.

De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar ' (...) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.'

A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.

Isto é o resultado de uma selecção feita com base na '(...) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (...)[onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.' É assim que 'reza' o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!

Agora consta por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar...
Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar.
O título de 'titular' não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta...

Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!

Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus zlunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação.
Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.

As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas.
Com acetatos, diaporamas, vídeos, powerpoint, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura.
Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades...). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.

Cumprimentos.

(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)"

 

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