terça-feira, 2 de dezembro de 2008

JOSÉ LUIS PEIXOTO NA 22ª FEIRA INTERNACIONAL DO LIVRO DE GUADALAJARA

Em Guadalajara, está um tempo que, muitas vezes, não temos em Portugal no Verão. Está uma espécie de Primavera com aroma de Verão, muito sol, o que ajuda bastante a sorrir. Ontem, para além das várias entrevistas, que correram todas de forma excelente, foi sobretudo um dia para descansar. Andei sempre com os meus acompanhantes, que são muitíssimo simpáticos, embora às vezes seja estranho para mim ter sempre duas pessoas à minha volta. Acontece sentir-me responsável por eles e sentir que tenho de estar sempre divertido para que eles sintam que estão a fazer um bom trabalho. E estão.

À tarde, encontrei a minha editora francesa, um amigo poeta espanhol que vive no Uruguai e uma fotógrafa norte-americana, com quem fiquei de tirar umas fotos em Nova Iorque mas, depois, não tive tempo. Estes encontros parecem-me for
mar a imagem nítida de um certo aspecto da minha vida. Eu sou a única coisa que estas pessoas têm em comum. Cada uma delas vive no seu canto do mundo, na sua vida. São desconhecidos uns dos outros. Depois, existo eu, que carrego uma rede de muitas pessoas assim. Pessoas que existem nos contextos mais díspares e que se ignoram mutuamente. Muitas vezes, sinto-me um fantasma entre todas elas. Estou, mas não estou. Como Cassandra, a saber, mas a não poder contar a ninguém, porque ninguém acredita.


Hoje, terça-feira, começará o contacto real com o público presente nesta Feira do Livro, que impressiona pelas suas dimensões e pelos milhares de pessoas que a preenchem a todas as horas.

Será às 18 horas, leitura de poesia.


José Luís Peixoto

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