MONTARGIL - CENTRO DE SAÚDE FECHADO
Médica de baixa
Centro de Saúde de
Montargil encerrado
Centro de Saúde de
Montargil encerrado
O tempo passa e parece que os problemas no Centro de Saúde de Montargil acrescem. Depois do problema da falta de médicos, a única profissional de saúde efectiva, que acumula funções de directora clínica, acabou de meter baixa. Neste momento, a unidade encontra-se encerrada.
"A única médica ao serviço permanente acabou por meter baixa médica até ao dia 2 de Março, até lá o Centro de Saúde vai estar sem médico", revela António Teles, da Comissão de Utentes de Montargil.
Lamentando esta situação que deixa bastante consternada a população, António Teles não acredita que a sua resolução esteja para breve. "Certamente que vai ficar por resolver", até porque "havia uma médica que vinha ao Centro de Saúde fazer um dia por semana, mas que tem faltado frequentemente, o que deixa a extensão de Foros de Arrão também sem médico", denunciou.
Note-se que os cerca de quatro mil utentes são, na sua maioria, idosos e com poucos recursos, têm agora que se deslocar a outras unidades de saúde, nomeadamente o Centro de Saúde de Ponte de Sor ou até ao Hospital de Abrantes.
Para além dos muitos quilómetros que têm de fazer, António Teles frisou que os constrangimentos para os utentes não se ficam por aqui. "Muitas vezes as pessoas chegam a Ponte de Sor e têm de pagar a ambulância de ida e regresso, porque na credencial não lhes é colocado um carimbo como sendo uma situação urgente. Isto é um grande transtorno tendo também em conta que se tratam de pessoas que vivem apenas da agricultura e têm reformas na ordem dos 200 euros. Se tiverem de se deslocar a Ponte de Sor duas ou três vezes por mês ficam sem dinheiro e depois não têm recursos para poder comprar, por exemplo, alimentos", revelou.
Sem médico no Centro de Saúde até Março, pelo menos, a Comissão de Utentes ainda não reuniu com a população e ainda não se sabe quais as próximas medidas a tomar. Contudo, António Teles mostra-se convicto de que "tudo o que estava ao nosso alcance foi feito".
Até ao momento, a Comissão de Utentes nunca baixou os braços. Depois de um buzinão, do envio de uma carta aberta à ministra da Saúde "que não nos atendeu e nem se dignou a responder-nos", e de várias deslocações à Assembleia da República, a Comissão aguarda audiências com os deputados do PS e do PSD.
Ainda no mês de Dezembro a Comissão foi recebida pelos deputados do PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista Os Verdes (PVE), e encontra-se agora a agendar uma data para uma audiência com o CDS/PP.
Apesar de todos estes esforços, os resultados têm sido muito poucos e, por essa razão, António Teles considera que a resolução dos problemas no Centro de Saúde de Montargil "não está nas mãos da Comissão de Utentes, mas sim dos responsáveis locais e nacionais".
Recordando que na unidade de Montargil já houve internamentos com 12 camas e urgências 24 horas por dia, António Teles lamenta que, actualmente, já não existam urgências e o Centro de Saúde tenha ficado sem médico.
"É lamentável. Estamos a regredir no tempo. Quando imaginávamos que o direito à saúde também se aplicava à Freguesia de Montargil, neste momento isso não acontece. As pessoas são privadas de um direito que está na Constituição da República Portuguesa. Pagamos impostos tal e qual os outros cidadãos do País e depois estamos nesta situação. Parece que estamos desprotegidos daquilo que são os direitos mais elementares, que é o direito à saúde", declarou com tristeza.
Catarina Lopes
Jornal Fonte Nova
"A única médica ao serviço permanente acabou por meter baixa médica até ao dia 2 de Março, até lá o Centro de Saúde vai estar sem médico", revela António Teles, da Comissão de Utentes de Montargil.
Lamentando esta situação que deixa bastante consternada a população, António Teles não acredita que a sua resolução esteja para breve. "Certamente que vai ficar por resolver", até porque "havia uma médica que vinha ao Centro de Saúde fazer um dia por semana, mas que tem faltado frequentemente, o que deixa a extensão de Foros de Arrão também sem médico", denunciou.
Note-se que os cerca de quatro mil utentes são, na sua maioria, idosos e com poucos recursos, têm agora que se deslocar a outras unidades de saúde, nomeadamente o Centro de Saúde de Ponte de Sor ou até ao Hospital de Abrantes.
Para além dos muitos quilómetros que têm de fazer, António Teles frisou que os constrangimentos para os utentes não se ficam por aqui. "Muitas vezes as pessoas chegam a Ponte de Sor e têm de pagar a ambulância de ida e regresso, porque na credencial não lhes é colocado um carimbo como sendo uma situação urgente. Isto é um grande transtorno tendo também em conta que se tratam de pessoas que vivem apenas da agricultura e têm reformas na ordem dos 200 euros. Se tiverem de se deslocar a Ponte de Sor duas ou três vezes por mês ficam sem dinheiro e depois não têm recursos para poder comprar, por exemplo, alimentos", revelou.
Sem médico no Centro de Saúde até Março, pelo menos, a Comissão de Utentes ainda não reuniu com a população e ainda não se sabe quais as próximas medidas a tomar. Contudo, António Teles mostra-se convicto de que "tudo o que estava ao nosso alcance foi feito".
Até ao momento, a Comissão de Utentes nunca baixou os braços. Depois de um buzinão, do envio de uma carta aberta à ministra da Saúde "que não nos atendeu e nem se dignou a responder-nos", e de várias deslocações à Assembleia da República, a Comissão aguarda audiências com os deputados do PS e do PSD.
Ainda no mês de Dezembro a Comissão foi recebida pelos deputados do PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista Os Verdes (PVE), e encontra-se agora a agendar uma data para uma audiência com o CDS/PP.
Apesar de todos estes esforços, os resultados têm sido muito poucos e, por essa razão, António Teles considera que a resolução dos problemas no Centro de Saúde de Montargil "não está nas mãos da Comissão de Utentes, mas sim dos responsáveis locais e nacionais".
Recordando que na unidade de Montargil já houve internamentos com 12 camas e urgências 24 horas por dia, António Teles lamenta que, actualmente, já não existam urgências e o Centro de Saúde tenha ficado sem médico.
"É lamentável. Estamos a regredir no tempo. Quando imaginávamos que o direito à saúde também se aplicava à Freguesia de Montargil, neste momento isso não acontece. As pessoas são privadas de um direito que está na Constituição da República Portuguesa. Pagamos impostos tal e qual os outros cidadãos do País e depois estamos nesta situação. Parece que estamos desprotegidos daquilo que são os direitos mais elementares, que é o direito à saúde", declarou com tristeza.
Catarina Lopes
Jornal Fonte Nova
Etiquetas: Centro de Saúde, Concelho de Ponte de Sor, Montargil, Saúde
6 Comments:
O culpado é o Pinta da Bugalheira!!
Lá começam os ataques nojentos ao Presidente da Câmara.
O povo de Montargil só tem o que merece. Votaram assim, assumam as responsabilidades. O problema são os que não votaram para que isto acontecesse e pagam também as consequências dos actos dos outros.
O dinheiro em Portugal não chega para investir na saúde mas chega para investir nos bancos que são ricos, chega para investir em despesas de representação, em festas... somos o país das aparências, temos o que merecemos porque somos ignorantes.
Será que a Junta de Freguesia e CMPS não têm imaginação para resolver este problema.
Que tal estar doente, ser operado e, passado quinze dias ter de se deslocar a Portalegre para ser visto por uma Junta Médica.
Para trabalhadores com os baixos salários e menores subsídios de baixa, numa fase da vida em que se gasta mais em saude e em que mais se está dependente do auxílio de terceiros , faz sentido mais este acréscimo de incómodo e despesa. Não seria mais fiável e fácil que as Juntas se efectuassem , pelo menos, nas sedes de concelho?
Que se se saiba as freguesias ~do concelho de Ponte de Sor não se encontram ligadas por transportes acessíveis a quem deles necessite para se deslocar ao Centro de Saúde de Ponte de Sor. A Constituição consagra o direito à saúde e esse direito é violado constantemente e não nos podemos conformar com isso. Pagamos tanto, para tanta gente que não trabalha, é inaceitável.
A imaginação dos políticos é por norma para fazer crescer a sua riqueza pessoal e não vale a pena andar com panos quentes e não focar directamente os assuntos.
Como qualquer cidadão e natural de montargil este é um problema que me preocupa, mas cada vez mais pagamos pelo que deixamos fazer aos senhores politicos que vivem numa realidade diferente do cidadão comum e que não sabem nem sentem nem se preocupam pelas dificuldades que sentimos diariamente
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