terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MONOPOLY PORTUGUÊS

Durante a Grande Depressão os norte-americanos descobriram uma forma barata de se entreterem em casa: o Monopoly era um jogo que divertia e fazia esquecer a crise.
Em Portugal há vários Monopólios disponíveis, cada qual capaz de entreter os indígenas, mas que têm em comum um facto: reforçam a presença da crise.

O que se vai descobrindo no BPN é, por si só, um jogo sem regras, exercido até à exaustão dos seus responsáveis, perante a apatia de toda a classe de supervisores.
Daí subentende-se que, em Portugal, tudo é normal e desculpável.
Mesmo depois de ser público.
Já nada espanta num país que é um praticante exímio do porreirismo e do facilitismo. E onde a classe política continua a pensar que pode continuar a escorregar em sucessivas cascas de banana porque nada a pode levar a escorregar nas suas trapalhadas.

O exemplar caso do abate de sobreiros no Vale da Rosa, em Setúbal, fruto de uma decisão governamental tomada a um mês das eleições autárquicas de 2001 e horas antes de uma decisão do Tribunal Administrativo e as agora divulgadas relações entre o Vitória de Setúbal e o BPN, mostra como há um vírus instalado na sociedade portuguesa.

Há um Monopoly diferente em Portugal: quem tem conhecimentos ganha sempre o jogo.
Isto é o contrário da sociedade democrática, liberal e defensora da concorrência leal que se pretendia.
Há em Portugal um clube privado do Monopoly.
Que vence sempre. E que permite pouca concorrência.
Eça de Queiroz dizia que Portugal era um laranjal.
Mas hoje parece mais uma teia.


F.S.

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