SINAIS DE NERVOSISMO E DESORIENTAÇÃO
“O emprego é um campo dado a populismos fáceis, aos quais este Governo não resistiu. Primeiro, durante a campanha eleitoral, quando prometeu a criação de 150 mil postos de trabalho - uma variável que, veio reconhecê-lo agora, não pode controlar. Depois, no OE/2007: numa manifestação de optimismo pouco sustentado, previu a descida da taxa de desemprego para os 7,5%, quando esta, na verdade, não pára de subir. Os embaraços políticos com a degradação social do País têm sido evidentes e até ampliados pela actuação do Executivo: no pingue-pongue que Manuel Pinho e Vieira da Silva jogaram, na hora de assumir responsabilidades políticas pelos números; no virar de costas às câmaras de Pinho e Silva Pereira; e na descredibilização do INE."
Jornal de Negócios
“Só este ano, duas das maiores leiloeiras de imobiliário a operar no mercado português já levaram a leilão mais de dois mil imóveis. O número excede o total de 2006 e espera-se que continue a aumentar. Porquê? Porque o aumento das taxas de juro tem feito subir os casos de incumprimento no crédito à habitação e também porque os leilões começam a ser encarados como uma forma mais expedita de encontrar compradores num país em que a oferta de imóveis é já de 1,5 por agregado familiar.”
Jornal de Notícias
Jornal de Negócios
“Só este ano, duas das maiores leiloeiras de imobiliário a operar no mercado português já levaram a leilão mais de dois mil imóveis. O número excede o total de 2006 e espera-se que continue a aumentar. Porquê? Porque o aumento das taxas de juro tem feito subir os casos de incumprimento no crédito à habitação e também porque os leilões começam a ser encarados como uma forma mais expedita de encontrar compradores num país em que a oferta de imóveis é já de 1,5 por agregado familiar.”
Jornal de Notícias
Bastam duas notícias na imprensa de hoje, para deitar por terra a constante e indecorosa propaganda governamental que apregoa êxitos e desenvolvimento quando a maioria da população apenas sente mais desemprego e aumento do custo de vida.
Os sintomas da crise continuam fortes havendo mesmo sinais de agravamento. Não espanta, por isso, os sintomas de nervosismo e desorientação evidenciados por vários membros do governo, incluindo o próprio primeiro-ministro.
Há dias José Sócrates, Rui Pereira e Manuel Pinho viraram as costas aos jornalistas quando questionados sobre os casos Souto Moura, Portucale e REN.
Durante o anúncio da construção de dez novas barragens, os seguranças de José Sócrates identificaram um ambientalista que “perturbou” a cerimónia.
Ontem, José Sócrates recorreu à polícia para afastar uma concentração de sindicalistas que protestavam durante a sua visita a Montemor-o-Velho.
São velhos métodos de resultados duvidosos, cujo desfecho não augura nada de bom: nem para o Governo, nem para o País.
José Sócrates não aprendeu nada nestes anos que já leva de governação.
M.
Os sintomas da crise continuam fortes havendo mesmo sinais de agravamento. Não espanta, por isso, os sintomas de nervosismo e desorientação evidenciados por vários membros do governo, incluindo o próprio primeiro-ministro.
Há dias José Sócrates, Rui Pereira e Manuel Pinho viraram as costas aos jornalistas quando questionados sobre os casos Souto Moura, Portucale e REN.
Durante o anúncio da construção de dez novas barragens, os seguranças de José Sócrates identificaram um ambientalista que “perturbou” a cerimónia.
Ontem, José Sócrates recorreu à polícia para afastar uma concentração de sindicalistas que protestavam durante a sua visita a Montemor-o-Velho.
São velhos métodos de resultados duvidosos, cujo desfecho não augura nada de bom: nem para o Governo, nem para o País.
José Sócrates não aprendeu nada nestes anos que já leva de governação.
M.
Etiquetas: Economia, Emprego, José Sócrates, Partido Socialista, Portugal
6 Comments:
Sócrates prometeu o que não podia ter prometido, a promessa de criar 150.000 empregos faz pressupor um modelo de política que não é o do Sócrates primeiro-ministro. A dúvida está em saber se essa promessa resultou de ignorância ou de oportunismo eleitoral.
Com um modelo económico assente nas vantagens comparativas, resultantes dos baixos salários, a ceder face à agressividade competitiva das economias asiáticas favorecidas pelo levantamento de barreiras tarifárias, o aumento do desemprego era previsível. Dificilmente a reestruturação da economia daí resultante poderia gerar um saldo positivo na criação de emprego.
Se Sócrates sabia o que ia fazer na área económica nunca poderia ter feito tal promessa de boa-fé. A situação das contas públicas não era assim tão translúcida que justifique uma inversão de 180º na estratégia do governo para a economia. Afinal, tinha sido um governo do PS o responsável pelo descontrolo da despesa pública, Sócrates não precisava da ajuda de Constâncio para conhecer uma realidade evidente, o relatório do governador do Banco de Portugal não passou de uma farsa destinada a permitir que Sócrates desse o dito por não dito.
Se as coisas tivessem corrido bem na economia ninguém se teria lembrado desta promessa, mas não é isso que está a suceder, cada vez que são divulgadas estatísticas de emprego somos confrontado com uma realidade cada vez mais dura, já nem as cambalhotas estatísticas do Instituto do Emprego disfarçam a realidade.
É evidente que o governo não pode ser responsabilizado por uma realidade que o ultrapassa, que nada pode fazer para manter empresas que não são competitivas, nem mesmo criar falso emprego à custa da despesa pública. Mas isso não significa que não possa fazer melhor do que aquilo que fez.
Veja-se, por exemplo, o que sucede no domínio das novas tecnologias, tão queridas do primeiro-ministro. O governo promove o e-government, distribui computadores, generaliza o recurso à internet nas escolas, conseguindo níveis elevados de penetração da Internet. Mas não consegue criar um emprego neste sector, os únicos ganhadores são as empresas de telecomunicações que agradecem o precioso empurrão a um mercado oligopolista, onde os preços são altos e a qualidade raramente corresponde ao oferecido, com o organismo regulador a fazer apenas figura de corpo presente. O consumo da Internet aumenta exponencialmente enquanto a oferta de conteúdos em português não evolui. Em vez de apostar na produção o governo opta pela solução mais simples e promove o consumo.
Se Sócrates pretendia adoptar políticas que qualquer leigo em economia percebe que são geradoras de emprego não poderia ter feito tal promessa.
Uma manifestação de sindicalistas estragou ontem ao primeiro-ministro a inauguração da plataforma tecnológica de hidrogénio para produção de energia de Montemor-o-Velho, em Coimbra. A manifestação acabou por ser mais empolgada antes da chegada do primeiro-ministro, quando a GNR tentou impedir a manifestação, alegando não estar autorizada, retirando faixas, afastando e cercando os manifestantes com uma fita plástica e separando-os das outras pessoas presentes tendo ainda identificado alguns sindicalistas. Indignados, alguns dos manifestantes exibiram os bilhetes de identidade enquanto gritavam "25 de Abril sempre, Fascismo nunca mais".
O primeiro-ministro ignorou os sindicalistas que pretendiam entregar-lhe uma cópia de uma carta sobre o encerramento da maternidade da Figueira da Foz, já enviada por correio há algum tempo a José Sócrates e que estará sem resposta, bem como um documento onde se podia ler "Os sindicalistas fazem falta à Democracia; os maus governantes é que não!". Confrontado com as reivindicações de professores (Fenprof), enfermeiros e outros trabalhadores presentes na manifestação, José Sócrates não gostou e acusou o Partido Comunista de confundir “o direito à manifestação com o direito de insultar”. “O Partido Comunista não aprendeu nada, não evoluiu nada. Onde quer que eu vá fazem manifestações”, afirmou.
Questionado sobre se sentia ofendido, Sócrates respondeu: "Não, por amor de Deus!". O PCP, disse ainda, "faz isto há 30 anos", já o fez "com todos os primeiros-ministros", designadamente com Guterres: "Onde quer que ele fosse faziam também estas manifestações."
O primeiro-ministro acrescentou ter sabido "pelos jornais" que o Partido Comunista da Covilhã estava com "muita dificuldade" em saber qual a hora em que irá visitar uma escola daquela cidade. "Informo-os, pois, que lá estarei, na terça-feira, às três e meia da tarde e espero pela manifestaçãozinha do Partido Comunista. Isso não me incomoda nada."
Fiz aqui uma pequena colagem de textos de artigos sobre mais um atropelo à liberdade.
Oh, Sr. Engenheiro licenciado na UNI, primeiro diz que os sindicatos nata terem a ver com os trabalhadores e depois de que quem se manifeste é automaticamente comunista.
Deixe-me dizer-lhe que eu não sou nem nunca fui comunista, mas não perderei nenhuma ocasião para me manifestar contra a sua pessoa e a sua política.
Será que o Engenheirinho se vai sentir ofendido e insultado?
Espero bem que sim, também eu me sinto insultado por si, quando quer fazer de mim mais burro do que sou com as tretas que diz.
Aprenda a viver com a crítica, com a diferença de opiniões e com o protesto daqueles que anda a lixar. Aprenda a viver com isso ou vá-se embora que numa democracia não há lugar para a arrogância e para a prepotência.
De, "quem não é por mim é contra a nação" já eu tive a minha dose no tempo da outra senhora.
é pescanova.... é bom...
e até é "especial", segundo proclama o vigarista, falso engenheiro que, por enquanto, governa o rectângulo e que agora nos quer "vender peixe".
claro que constrir a "maior" fábrica de "peixe" do mundo em terrenos da 'rede natura' não tem importância nenhuma; claro que produzir intensivamente um "peixe" que vai ser alimentado com farinhas feitas a partir de merda e que vão ser engordados e mantidos vivos à custa de antibióticos não tem importância; da mesma forma que a poluição que a tal fábrica vai causar com as descargas de água a temperatura elevada, poluída com dejectos (os peixes também cagam) do "peixe", carregadas de veneno dos antibióticos e das farinhas, é matéria que não interessa ser considerada...
as gerações futuras é que vão sofrer as consequências.
O antigo presidente Harry Truman, com um sarcasmo demolidor, dizia que: “Há uma recessão quando o teu vizinho perde o emprego; há uma depressão quando tu perdes o teu emprego.” O ministro Vieira da Silva, quando confrontado com os números do desemprego em Portugal 8,3% segundo o Eurostat) enrolou-se em desculpas que mostram que contra factos europeus não há argumentos portugueses.
Afinal os números são devastadores: conseguimos mesmo ultrapassar a Espanha. Para Vieira da Silva estes números, por certo, representam uma tímida recessão face aos milhares de empregos que o Governo prometia há dois anos fazer nascer como flores que só esperavam a função fotossíntese socialista. Afinal, não há uma depressão: Vieira da Silva mantém o seu emprego. Vivemos numa sociedade em que o emprego deixou de ser uma dádiva para toda a vida. Mas isso não invalida entender-se que, com uma multidão de desempregados, países como Portugal entrem em parafuso. O consumo é fulcral para a nossa economia e, sem emprego não se pagam empréstimos da habitação, não se vai ao hipermercado, não se compram carros. O sangue de Portugal é, hoje, o consumo. Sem ele a economia vive de soro. Quando o Governo não entende o que significam 8,3% de taxa de desemprego, num país onde a flexibilidade de emprego é escassa, não entende o que está para vir: a falência da classe média e da estabilidade social. Vieira da Silva deveria saber que a economia não é tão esbelta como Marilyn Monroe: o pecado nem sempre mora ao lado.
E a taxa de desemprego não é ainda maior, porque milhares de portugueses estão a deixar o pais para procurar trabalho lá fora.
São milhares os que estão a trabalhar em Espanha e Andorra.
Estamos mesmo condenados a sermos os últimos da Europa a 15, 25 ou 27.
Fora os "jobs for boys and girls", os 150 mil prometidos pelo senhor engenheiro em 2005 andam cada vez mais longe. Pelo contrário, a taxa de desemprego aumenta sobretudo nos licenciados, mais de 40 mil. E depois vem ele falar em "new skills for new jobs" para "velhos e jovens". Com certeza. Of course, em inglês.
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