segunda-feira, 12 de maio de 2008

AINDA HÁ SOCIALISTAS?

Vitorino Magalhães Godinho é uma referência inquestionável da democracia e do socialismo democrático, acima das vis partidarices a que assistimos.


Aos 90 anos continua lúcido, muito mais que a maioria dos que têm metade da sua idade!

Em entrevista à revista do Expresso, eis (abreviadamente) o que disse, entre outras coisas dignas de reflexão:

Há um declínio da democracia em todo o mundo. Hoje, ela está reduzida a aspectos formais (...) A democracia não é o direito de voto nem o estado de direito. O resultado é o afastamento dos cidadãos da vida política.

O bem público é uma noção que tem vindo a desaparecer. É um erro total alienar hospitais, bancos, empresas (...)

O Estado abandonou a direcção da economia (...) A corrupção é inerente ao sistema económico que temos (...)

Não temos uma classe dirigente competente e com ideias inovadoras (...) Morreram as ideias, os valores e os ideais. Não é de bom tom ter ideias e ideários – é-se considerado lunático.

Lamento que em Portugal e no mundo os socialistas estejam a contribuir para este estado de coisas!

Um PS com 30 anos de sócio e que decidiu sair por vergonha.


M.

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1 Comments:

At 13 de maio de 2008 às 21:37, Anonymous Anónimo said...

Vitorino Magalhães Godinho concedeu uma entrevista ao Expresso. Lamento ler nela - em papel porque não tenho acesso à totalidade, na net - não tanto as palavras do historiador mas a "leitura" das palavras de Magalhães Godinho conforme foi feita pelos entrevistadores. Godinho está à beira dos noventa com a mesma lucidez dos trinta ou dos quarenta. É discutível como toda a gente que pensa deve ser.
Pena que os mais novos não possam - ou não queiram - usufruir do seu ensino, traduzido, felizmente, em livros de entre os quais se reeditou "A expansão quatrocentista portuguesa" (Dom Quixote).
A nossa pobre "classe política", se lesse um livrinho seu intitulado " A Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa" (Arcádia), não seria certamente tão despropositada e vazia.
Ninguém, aliás, devia ser "admitido" na política sem saber história.
«Não estamos numa sociedade de pensamento, mas apenas de acumulação de dados», disse Godinho ao Expresso.
É nisto que estamos, pastoreados por meros processadores de dados. Nada mais.

 

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