quarta-feira, 16 de julho de 2008

A "PUTA" DA CRISE...

Este bondoso e piedoso homem informou-nos ontem daquilo que muitos há muito sentimos e que só os políticos, economistas e jornalistas não sabiam; que a nossa economia e o nosso país está na merda e, pior que isso, fadado a não mais sair de lá.
Desce a riqueza neste país mas sobe tudo o resto; o desemprego, a inflação, a pobreza, o fosso entre ricos e pobres, o desespero.
Não foi por isso grande a novidade que ele nos veio dar, nem mesmo as recomendações de congelamento salarial.
Nunca o vi recomendar outra coisa, desde o dia que sentou a sua real
bunda na cadeira do Banco de Portugal, o que reconheço é um aborrecimento para nós que não temos a sorte de podermos dizer quanto queremos de salário e de nos garantirmos com chorudas reformas.
É pena.

K.

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7 Comments:

At 16 de julho de 2008 às 19:02, Anonymous Anónimo said...

Vítor Constâncio é amigo. Depois de ter retardado a publicação do Boletim económico do Banco de Portugal deste Verão para depois do debate parlamentar sobre o Estado da Nação, possibilitando a José Sócrates espaço para realizar a manobra de diversão de todos conhecida que arredou o debate para segundo plano, transformou-se em especialista em políticas energéticas para armar ele próprio um facto mediático que desvie as atenções do documento que o levou ontem à AR. Com algum sucesso. Hoje fala-se mais da opção nuclear do que do fracasso total das políticas deste Governo.

 
At 16 de julho de 2008 às 21:03, Anonymous Anónimo said...

Ontem, o grande notário da geofinança do regime, o senhor governador com nome de imperador romano, veio confirmar que a crise que ainda não é crise por uma questão de semântica, mas que, segundo as suas canónicas palavras, pode vir a ser a maior desde a Segunda Guerra Mundial, porque já chegou e veio para agravar-se e para que os trabalhadores e classe média a paguem com impostos e inflação. O senhor Primeiro-Ministro preferiu ir comemorar o primeiro aniversário de Costa em Lisboa, onde, em jantarada à União Nacional, mas já sem zona ribeirinha, se comemorou o fim de metade dos calotes da autarquia capitaleira, assim transformando uma obrigação na rara heroicidade dos tempos que correm, a que corresponde ao antiquado lema do paga o que deves, para o senhor Estado deixar de ser um Estado Ladrão, apesar de os impostos já terem o nível lendário do Robin dos Bosques.

Entretanto, o Presidente Cavaco, especialista em remédios para a conjuntura económica e certificado pai deste modelo bancoburocrático e rotativista, continua a gerir o silêncio, tal como a sua discípula Manuela. Apenas falou António Borges que foi melhor no improviso comentarista que no papel escrito. Por outras palavras, chegámos à tal hora da verdade, obviamente sem demissões. E o culpado de todos os males da conjuntura é o bastonário Marinho Pinto, em risco de ostracismo, cujas palavras foram superiormente qualificadas pelo conselho superior magistral como coisas "sem dignidade institucional", apesar de provirem do representante de uma instituição não sindical e de terem a dignidade de quem quer viver como pensa, mesmo que alguns pensem que pensa mal. Espera-se que o Primeiro Ministro não participe no jantar comemorativo do primeiro aniversário da tomada de posse do bastonário que assim se arrisca a ser um dos principais candidatos à presidência da república.

Já Mário Crespo entrevistou Manuel Alegre que, além da bela revista que lançou, onde anda o dedo da barbearia de Luís Novaes Tito, tratou de nos recordar a figura do Infante Dom Pedro, duque de Coimbra, o das Sete Partidas, morto em Alfarrobeira. Porque então se deu a vitória da facção dos Braganças e o estilo de governança de D. Afonso V que, segundo Rui de Pina era muito pródigo especialmente nas coisas da Coroa do reino, de que sem grandes merecimentos nem muita necessidade, mas só por manhas e praticas que com ele os grandesusavam, a desguarneceu e minguou.

Primeiro, numerosas doações; não exercício da correição e do direito de entrada; abusos, corrupção, clientelismo, desleixo na administração da justiça; banalização da dignidade de vassalos de el-rei que deixaram de ter número certo. Aliás, surgem novos títulos nobiliárquicos. Se os condes vinham da primeira dinastia e os duques de D. João I, eis que aparecem os marqueses em 1451 , os barões, em 1475, e os viscondes em 1476, com os duques e marqueses a suplantarem os velhos condes. Também, com D. Afonso V, entre os vassalos de el Rei com direito a moradia, surge uma nova hierarquia que, por ordem decrescente, incluía os cavaleiros do Conselho de El-Rei, os cavaleiros-fidalgos, os escudeirosa-fidalgos e os moços-fidalgos

Com efeito, D. Afonso V, na fase posterior a Alfarrobeira, quando se alia ao partido aristocrático, ao novo grupo que se forma aliás, a partir de membros da família real com a dinastia de Avis que tem nos Braganças, também descendentes de D. João I, o respectivo líder, não quer voltar à feudalidade, quer construir o centro, eliminando uma das resistências principais ao processo.

Para tanto, cria uma nova grande nobreza. Aliás, os números não o desmentem: se com D. Duarte, existia apenas 2 duques e 6 condes, eis que em 1481, data da morte de D. Afonso V, nos surgem 4 duques, 3 marqueses, 25 condes, 1 visconde e um barão (foi o legista João Fernandes da Silveira que em 1475 foi feito barão de Alvito). São cerca de quinhentos grandes concentrados em quatro ou cinco famílias, com destaque para os Braganças que detêm 2 ducados, 3 marquesados e 7 condados.

Outro dos grandes é o irmão mais novo do rei, o Infante D. Fernando, que recebe grande parte da herança do Infante D. Henrique, reunindo 2 ducados e o mestrado de duas ordens religioso-militares. Ai dos derrotados que, como Infante D. Pedro dizia na Virtuosa Benfeitoria, quiseram promover o bem comum, dado que por esto lhe outorgou deos o regimento, e os homees conssentiron que sobrelles fossem senhores.

O Estado tem de voltar a ser um instituição, que, segundo as palavras de Georges Burdeau, é uma empresa ao serviço de uma ideia, organizada de tal modo que, achando-se a ideia incorporada na empresa, esta dispõe de uma duração e de um poder superiores aos dos indivíduos por intermédio dos quais actua, permitindo ao grupo que continue, segundo uma técnica mais aperfeiçoada, a procura do bem comum; assegura uma coesaão mais estreita entre a actividade dos governantes e o esforço pedido aos governados; torna mais flexível a influência da ideia de direito sobre os comportamentos sociais e, com isso, constitui

Logo, há uma clara distinção entre a respublica ou comunidade e o principado ou governança da comunidade, como lhe chamava o Infante D. Pedro. Onde o Estado aparece como a ligação entre o príncipe e toda a comunidade da sua terra, entre o rei e o povo comum (Infante D. Pedro), onde a governança da comunidade tanto tem um imperium ou senhorio, como magistratus com regimentos. Quando se dá a separação entre o doméstico e o político. Quando se inventou o príncipe para que deixasse de haver um dono, para que deixasse de haver confusão entre propriedade e poder, para que os homens deixassem de ser coisas. Agradeço a Manuel Alegre esta recordação patriótica. A poesia é o melhor remédio para a crise política, onde os tecnocratas e os politiqueiros chamam adivinhação à política, a tal arte que sempre misturou o lume da razão com o lume da profecia, coisas sem as quais não existiria Portugal, nem Banco de Portugal.

 
At 16 de julho de 2008 às 21:07, Anonymous Anónimo said...

Vítor Constâncio especializou-se em dizer, de forma aborrecida e atrasada, o que qualquer opinador de esquina percebeu há muito: as coisas têm estado mal, estão mal e assim continuarão a estar.

Quanto ao resto, neste caso em notícia do Jornal de Negócios, limita-se a validar 95% do que o Governo decide, ficando com dúvidas sobre 4% e criticando levezinho o 1% restante.

Depois temos, a juntar à originalidade de Constâncio-Dupont a tão proclamada genialidade do Dupond do PSD, de seu nome António Borges, alguém com imensa ânsia por demonstrar que ele também é capaz de destacar o óbvio, de forma banal e quiçá com um cinzento mais acinzentado que os outros, repisando o chão já pisado e humedecendo o soalho molhado com mais uma vacuidade sem conteúdo.

Afundamos?

Claro que afundamos!

E com estes pesos-mortos nunca viremos ao de cima.

 
At 16 de julho de 2008 às 21:19, Anonymous Anónimo said...

o boletim que o vitinho apresentou mostrou a desgraça em que se encontra o rectângulo, confirmando todas as previsões feitas por organismos internacionais e sempre desvalorizadas e achincalhadas pelo "engenheiro" - falso engenheiro - o único licenciado em engenharia com diploma certificado pela procuradoria-geral da república - e pelo seu acólito santos ( o tal que foi incapaz de cumprir as funções que lhe competiam em relação às vigarices do bcp) e que agora, face à evidência, vêm dizer com a maior das latas que "já estavam à espera" e que a culpa é da inesperada conjuntura internacional...
quanto à opção pela energia nuclear do vendedor das reservas de ouro só lhe posso responder com um dito popular:
quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão?
e para terminar fica aqui, em primeira mão, a informação de que o próximo boletim vai rever em baixa as previsões ontem apresentadas...
ps - se fosse feita uma auditoria às contas que geram a gigantesca e insustentável - como diz o homem da bomba de gasolina - dívida externa do rectângulo, quantos dirigentes iriam parar à cadeia?

mas nem tudo são más notícias

a bélgica está de novo sem governo e vai cair como um castelo de cartas. o único problema é que bruxelas e a comissão europeia mais toda a tralha que lhe está associada muito provavelmente vão ter de pedir esmola para manterem as mordomias ou, como a corja é muito criativa, vão criar um imposto para que sejam os cidadãos de todos os países da união ilusão europeia a sustentá-los....

é assim que se resolvem os problemas

milhões para a pesca em troca do abate de barcos

abatem-se os barcos, deixa de haver contestação dos pescadores - que, ou emigram, ou vão para as "obras", ou se inscrevem no fundo de desemprego - elimina-se a concorrência, sobem os preços do peixe e os especialistas de bruxelas, acompanhados do silva que por cá pastoreia (é mesmo o termo) a agricultura e as pescas, dorme descansado e feliz.... a coisa rende...
(claro que a decisão foi tomada antes de ser conhecida a opção do vitinho pela energia nuclear... doutra forma a sugestão seria a de equipar as embarcações com propulsão nuclear...)

 
At 16 de julho de 2008 às 22:54, Anonymous Anónimo said...

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(Este comentário não tem a ver com o post)

Hoje contaram-me que, por estes dias, no rio Sor, próximo da Tramaga, um pescador foi surpreendido pelo aparecimento de uma cobra de grandes dimensões, uma espécie de jibóia ou anaconda.

As dimensões do bicho eram tais, que o pobre homem fugiu espavorido, deixando para trás a cana de pesca e os apetrechos, e até a própria motorizada em que se tinha deslocado para o local.

Bem sei que a Ponte de Sor não é o Entroncamento. Mas haverá algo de verdade nisto?

Será que alguém tinha em casa, como animal de estimação, um bicho que depois se tornou incómodo e o abandonou no rio?

Não quero espalhar o pânico, mas quem não vai tomar banho no Sor sou eu!

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Já publiquei este comentário duas vezes, e as reacções que observei foram, quase nulas, ou como se eu estivesse a 'entrar' com o pessoal.

Mas não é assim.

Continua a falar-se do assunto.
Aliás, fala-se cada vez mais, até se fala em desaparecimento de cabeças de gado na zona.

Fala-se em brasileiros que sabem do assunto, e que conhecem quem ali abandonou a cobra.

O caso não é para brincadeiras, porque aqueles animais são bastante perigosos.

Repito:

Que verdade há nisto?

Quem sabe alguma coisa do assunto?

Percebe-se que, na terra, se prefira abafar assuntos desagradáveis, mas este deve ser bem esclarecido.

A cobra, afinal, está lá, ou não está?

Quem a viu?

A quem contou o sucedido?

Que medidas foram tomadas?

As autoridades estão a par do assunto?

Ou isto não passa de um boato sem fundamento? O dia 1 de Abril já lá vai há muito...

Se é boato, está bem orquestrado.

E não sou eu que o estou a divulgar.

Apenas faço eco do que aqui me chega.

 
At 17 de julho de 2008 às 19:13, Anonymous Anónimo said...

Técnicamente, a taxa Robin dos Bosques foi congeminada nas Finanças mas, o nome só pode ter partido de uma cabecinha “culta” como o PP (parvo Pinho) ou do "ideólogo" SS (Santos Silva); e isto, porque do Lino nenhuma ideia se consegue espremer, apesar de gordo.

A coisa explica-se assim. Em sede de IRC, as mais valias das existências (sejam petróleo ou sapatos) entram para o cálculo do imposto do ano em que se verificaram e serão pagas no ano seguinte, se houver lucro tributável. Com a taxa Robin dos Bosques essas mais-valias, derivadas da especulação, irão continuar a estar incluidas na declaração de IRC da Galp para 2008 mas, serão pagas, na sua maioria, ainda este ano. É como um pagamento por conta que muitas empresas e profissionais liberais pagam antecipadamente, antes do apuramento dos resultados, na presunção que aqueles conduzirão ao pagamento de imposto.

O populismo socratóide não copia minimamente a jogada política do seu congénere Berlusconi (na ideologia e na trapaça). Em Itália o IRC passou recentemente de 27% para 33%, devendo as receitas adicionais (500 milhões de euros através da ENI) aliviar a carga fiscal nas despesas de pobres e idosos em habitação e alimentação. A Espanha e a Áustria encaram medidas semelhantes.

Assim,
*A tal taxa não é um novo imposto, extraordinário, que onera os ricos (a Galp) para beneficiar a grei, admitindo que o predador Estado serve para beneficiar, de facto, a multidão de trabalhadores e ex-trabalhadores;
*Se a taxa é de 25%, não é por coincidência que é a mesma de IRC;
*Trata-se de uma antecipação de imposto que, a confirmar-se seria pago em 2009 e portanto, vem contrinbuir para um futuro brilharete da redução do deficit deste ano;
*Para a Galp, os custos são marginais, de gestão de tesouraria e nada mais. Para as outras petrolíferas nem disso se trata uma vez que as suas reservas em Portugal são mínimas, ao contrário da Galp, obrigada a manter as reservas estratégicas nacionais;
*Em condições pouco previsíveis, se houver quebra no valor das reservas da Galp, esta pode vir a deduzir as menos-valias nos impostos a pagar, em prejuizo da sanguessuga fiscal;
*Para os cidadãos não constitui qualquer alívio na factura dos combustíveis em particular ou da energia, em geral; não originará qualquer reeembolso para os pagantes, nem inclui qualquer cheiro de justiça redistributiva.

Tudo se passa, na realidade, apenas, de arrumações nas caves do xerife de Nottingham e Robin dos Bosques em nada está metido no assunto; quem o envolveu foram os serviços de propaganda do PS.

 
At 17 de julho de 2008 às 19:16, Anonymous Anónimo said...

«O governador do Banco de Portugal defendeu no Parlamento, que Portugal deve estudar as vantagens da energia nuclear, sublinhando que é uma opção que deve estar em cima da mesa.»

Era só o que nos faltava que esta inútil, mas faraónicamente paga personagem ainda viesse falar de assuntos que não estão nas suas competências. Já basta que defenda a “contenção salarial” e com isso o aumento da pobreza e da miséria neste país, para agora ainda nos vir colocar a ameaça nuclear sobre as nossas cabeças. Quer construir uma central nuclear? Construa-a no quintal dele, ou melhor mude-se para Chernobyl. Talvez aí entenda porque muitos não estejam dispostos a ver nascer filhos deficientes, sofrer queimaduras radioactivas ou morrer de tumores para alguns nababos como ele encherem os bolsos.

 

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