Não percebo nada de Economia – tanto quanto percebo de Finanças. Destas lembro é que Pessoa (Caeiro, Campos, Reis ?) atribuía a Jesus Cristo a santa ignorância que me auto-atribuo - … não percebia nada de Finanças/nem consta que tivesse biblioteca. De resto, para mim começam por baralhar-me as palavras-chave do negócio, a começar por Banca (universo de Bancos?), Bolsa – o que é que tem a ver com bolsos – ou se corresponde mesmo àquelas bolsinhas de pano em que as nossas mães nos metiam 5 milréis para irmos à Mercearia por meio quilo de açúcar amarelo e um pacote de café de cevada e não te demores e vê se tratas de não perder o troco e não te enlameares todo pelo caminho.
Julgo que se chama Caçorino. É branco.
A apresentadora da Antenaum disse que era um génio português da área das Finanças, estava, tem estado, tem passado a vida em Nova Iorque, um alto executivo dum tal de Citibank, falido não de agora, de há uns tempos, vocês lembram-se como eu, sei que fui altamente assediado telefonicamente por alguém que a todo o custo me queria impingir um cartão de crédito(?) desse tal de Citibank, ó homem, disse-lhe eu, não perca tempo que eu vivo duma pensão de reforma miserável – que acaba em regra antes que chegue o fim do mês, e o homem insistindo pois por isso mesmo é que o cartão do Citibank lhe vai trazer muitas vantagens, o senhor desloca-se ao estrangeiro, ó homem, do estrangeiro o mais longe que fui foi a Badajós, quando era miúdo, numa excursão do Liceu, e só me lembro dos automóveis e autocarros muito velhos, a caírem de podres, isto porque tinha acabado a guerra civil há uma dúzia de anos e até a peseta deles era uma porcaria que valia menos de 5 tostões, 10 milréis davam para comprar saquiladas de caramelos, beber sumos, tragar churros…. , este assédio acho que foi em Setembro ou Outubro de há um ano, e o homem insistindo, olhe, e se eu o contactar daqui por uns meses o senhor importa-se, disse que sim, mas que não depositasse grandes expectativas, e não é que em Março deste ano aí estava de novo o marchand, o dealer, o comissionista – ainda se lembra de mim, do Citibank, como tem passado, olhe não estou mesmo interessado, desculpe lá que tenho o jantar a refogar…
Às vezes eu fantasio um bocado as coisas, baralho a realidade com a ficção – tão realista é esta e fantasiosa aquela se apresenta. Desde o atear da ponta do rastilho que ando com a ideia na cabeça de que a perita, então ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, pegara no eufemismo que esteve em voga por governos sucessivos, pomposamente batizado de engenharia financeira, e que dava para uma infinidade de malabarismos com cifrões, com que se ia enganando os rafeirosos FMI e Banco Mundial. Uma destas habilidades de funâmbulo consistia em vender património do estado desactivado e a entrar em processo de degradação. Quartéis, Conventos, Igrejas, Palácios…etc…
MLF, líder do maior partido de oposição – à data ministra das Finanças – fez uma negociata com uma instituição financeira dos states, que consistia mais ou menos nisto: A ministra embalou uma cartucheira de dívidas ao estado – incobráveis ou de cobrança problemática – e tratou de concessionar o “embrulho” a essa tal empresa americana, seguramente ao preço de lana caprina ou uva mijona como também por cá se diz. O que, contudo, foi bastante para aplacar a fúria dos supranacionais FMI ou Banco Mundial, e parte da oposição interna, a menos conhecedora dos trâmites da trama.
Volto a Caçorino (será isto, por Marduk?) , alto executivo do tal falido Citibank, agora em Londres a fazer não sei o quê, se bem calhar acautelando o paraquedas dourado que o segurou na queda, deu nessa noite na Antenaum explicações que levaram quase para deduzir que o negociado pacote de dívidas (contaminadas dizem agora os peritos) terá sido re, e multi, negociado com múltiplas instituições, sempre colhendo e amealhando mais-valias, na expectativa sempre de que um batalhão de cobradores dinâmicos recrutados no Alasca ou no Texas desembarcariam aqui na Portela ou em FigoMaduro e era mesmo só colher e guardar na cesta e está a andar. Ao que bem os homens se enganaram, que esta máfia lusitana anónima é mais complicada de apernar do que todas as Casas Nostras juntas, estejam elas na Itália ou no Afeganistão. Muitas negociatas destas devem ter contribuído de maneira decisiva para o caos
Caçorino – branco, alto executivo do falido Citibank – era (é) uma figura no mínimo solene, de retrato de parede, sempre com a cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda, segurando o queixo entre um rigoroso ângulo recto formado pelos indicador e médio da sua mão direita. A tentativa de descrição de Caçorino – para uma ligeira pincelada da ruína financeira da Aldeia, a que todos assistimos, ainda assim uns de camarote luxuoso, outros de galinheiro, de onde mal se avistam o palco e os actores.
as baratas tontas, todas elas especialistas na mistificação, no lucro gigantesco e fácil, nas previsões e nos discursos que apelam à confiança no sistema, não sabem o que mais têm que fazer: elas mandam imprimir notas "para injectar liquidez", elas nacionalizam os bancos - e as seguradoras que são farinha da mesma merda - elas baixam as taxas de juro... e apesar dos "esforços" o "sistema" continua a afundar-se... são especialistas...
nota: vai ser muito giro observar o comportamento dos bancos do pestilento rectângulo em relação à diminuição das taxas de juro... que antecipam as subidas e atrasam, atrasam, atrasam as descidas... é assim uma espécie de "petroleiras" quando se trata do preço dos combustíveis...
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, anunciou ontem de madrugada que o Governo irá avançar com a nacionalização das instituições financeiras em dificuldades, com os 700 mil milhões de dólares disponibilizados para o efeito. Graças aos republicanos, a banca agora será do povo.
Para que nos serve um governo como este, estilo Maria vai com as outras? O governo português vai agindo de acordo com as ordens e estratégias que recebe de Bruxelas e de Washington. Ficam caladinhos, para não dar nas vistas, e quando lá fora decidem a forma de lidar com a crise, vem logo o Sócrates ou o Ministro, pomposamente, dizer o mesmo, como se tivessem tido uma ideia genial.
Se eles decidem deixar os Bancos falir, o governo português também. Se decidem comprar os bancos falidos, o governo português também. Se decidem garantir os depósitos dos cidadãos, o governo português também. Se decidem acalmar a angustia dos aforristas, lá estão os aldrabões a garantir que isto não é nada, que está tudo sob controle, que Portugal não será afectado.
Para que nos serve um governo como este, estilo Maria vai com as outras? Um governo que se cala e não nos governa, que não nos ajuda a escolher o melhor caminho através desta crise? Um governo que se está nas tintas para o país e que só se preocupa com a banca e com as famílias da oligarquia.
Entretanto, com o apoio dos Blocos, Central e de Esquerda, e dos comentadores de serviço, parece que o assunto mais importante para o país é o casamento homossexual! Como os três macacos, fecham os olhos, os ouvidos e a boca, para não encarar o horror que nos vai cair em cima. Para não tomarem medidas urgentes que nos protejam do desastre. Que diminuam o prejuízo da Nação.
Por muito solidários que sejamos com o casamento entre homossexuais, para que nos servem o Presidente, o Governo, os Partidos e os Comentadores, que povoam este país?
A crise é má. Todos a vamos pagar. Mas poderá ser boa. Se descongelar algumas ideias políticas que estavam há muito no frigorífico, se enterrar durante algum tempo as ideias de Milton Friedman que iluminaram a classe política nas últimas três décadas. Friedman, guru da escola de Chicago, considerava que só o dinheiro interessava. A partir daí confundiu-se a economia com os ciclos financeiros típicos da economia de mercado.
Todos os outros aspectos da economia (a agrícola, a humana, a laboral, a ambiental – todas fazem parte do eco-sistema a que se chama "economia") foram esquecidos. A ideologia hegemónica cristalizou-se, como se os fluxos financeiros fossem o coração e a alma do mundo. Não são. Esta crise pode incentivar uma nova ruptura criativa na economia, afastando as ervas daninhas que tiravam o sangue ao mercado. O Carnaval financeiro está a acabar e as máscaras estão a ser vendidas em saldo. Não é preciso citar Adam Smith para se chegar à conclusão que o saneamento do sistema bancário e o controle do défice público são medidas essenciais para garantir a saúde económica do Estado moderno. Por aqui imaginava-se que a crise financeira tirasse alguns políticos do seu estado letárgico. Não é o caso. Em Portugal tudo pode ser motivo de debates "fracturantes", menos o que interessa neste momento: a economia real dos portugueses. É nestes momentos que se vê o défice global da classe política nacional. Discute o acessório, esquece o essencial. A crise há-de bater-lhes à porta.
Os casamentos entre homosexuais são muito democráticos e fazemos parte dums sociedade tolerante, por isso devemos aceitar que se casem e tenham a sua vida como outro casal "normal". O que não me parece tão "normal" é depois adoptarem crianças que ficam com duas mães ou dois pais.
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Não percebo nada de Economia – tanto quanto percebo de Finanças. Destas lembro é que Pessoa (Caeiro, Campos, Reis ?) atribuía a Jesus Cristo a santa ignorância que me auto-atribuo - … não percebia nada de Finanças/nem consta que tivesse biblioteca. De resto, para mim começam por baralhar-me as palavras-chave do negócio, a começar por Banca (universo de Bancos?), Bolsa – o que é que tem a ver com bolsos – ou se corresponde mesmo àquelas bolsinhas de pano em que as nossas mães nos metiam 5 milréis para irmos à Mercearia por meio quilo de açúcar amarelo e um pacote de café de cevada e não te demores e vê se tratas de não perder o troco e não te enlameares todo pelo caminho.
Julgo que se chama Caçorino. É branco.
A apresentadora da Antenaum disse que era um génio português da área das Finanças, estava, tem estado, tem passado a vida em Nova Iorque, um alto executivo dum tal de Citibank, falido não de agora, de há uns tempos, vocês lembram-se como eu, sei que fui altamente assediado telefonicamente por alguém que a todo o custo me queria impingir um cartão de crédito(?) desse tal de Citibank, ó homem, disse-lhe eu, não perca tempo que eu vivo duma pensão de reforma miserável – que acaba em regra antes que chegue o fim do mês, e o homem insistindo pois por isso mesmo é que o cartão do Citibank lhe vai trazer muitas vantagens, o senhor desloca-se ao estrangeiro, ó homem, do estrangeiro o mais longe que fui foi a Badajós, quando era miúdo, numa excursão do Liceu, e só me lembro dos automóveis e autocarros muito velhos, a caírem de podres, isto porque tinha acabado a guerra civil há uma dúzia de anos e até a peseta deles era uma porcaria que valia menos de 5 tostões, 10 milréis davam para comprar saquiladas de caramelos, beber sumos, tragar churros…. , este assédio acho que foi em Setembro ou Outubro de há um ano, e o homem insistindo, olhe, e se eu o contactar daqui por uns meses o senhor importa-se, disse que sim, mas que não depositasse grandes expectativas, e não é que em Março deste ano aí estava de novo o marchand, o dealer, o comissionista – ainda se lembra de mim, do Citibank, como tem passado, olhe não estou mesmo interessado, desculpe lá que tenho o jantar a refogar…
Às vezes eu fantasio um bocado as coisas, baralho a realidade com a ficção – tão realista é esta e fantasiosa aquela se apresenta. Desde o atear da ponta do rastilho que ando com a ideia na cabeça de que a perita, então ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, pegara no eufemismo que esteve em voga por governos sucessivos, pomposamente batizado de engenharia financeira, e que dava para uma infinidade de malabarismos com cifrões, com que se ia enganando os rafeirosos FMI e Banco Mundial. Uma destas habilidades de funâmbulo consistia em vender património do estado desactivado e a entrar em processo de degradação. Quartéis, Conventos, Igrejas, Palácios…etc…
MLF, líder do maior partido de oposição – à data ministra das Finanças – fez uma negociata com uma instituição financeira dos states, que consistia mais ou menos nisto: A ministra embalou uma cartucheira de dívidas ao estado – incobráveis ou de cobrança problemática – e tratou de concessionar o “embrulho” a essa tal empresa americana, seguramente ao preço de lana caprina ou uva mijona como também por cá se diz. O que, contudo, foi bastante para aplacar a fúria dos supranacionais FMI ou Banco Mundial, e parte da oposição interna, a menos conhecedora dos trâmites da trama.
Volto a Caçorino (será isto, por Marduk?) , alto executivo do tal falido Citibank, agora em Londres a fazer não sei o quê, se bem calhar acautelando o paraquedas dourado que o segurou na queda, deu nessa noite na Antenaum explicações que levaram quase para deduzir que o negociado pacote de dívidas (contaminadas dizem agora os peritos) terá sido re, e multi, negociado com múltiplas instituições, sempre colhendo e amealhando mais-valias, na expectativa sempre de que um batalhão de cobradores dinâmicos recrutados no Alasca ou no Texas desembarcariam aqui na Portela ou em FigoMaduro e era mesmo só colher e guardar na cesta e está a andar.
Ao que bem os homens se enganaram, que esta máfia lusitana anónima é mais complicada de apernar do que todas as Casas Nostras juntas, estejam elas na Itália ou no Afeganistão.
Muitas negociatas destas devem ter contribuído de maneira decisiva para o caos
Caçorino – branco, alto executivo do falido Citibank – era (é) uma figura no mínimo solene, de retrato de parede, sempre com a cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda, segurando o queixo entre um rigoroso ângulo recto formado pelos indicador e médio da sua mão direita. A tentativa de descrição de Caçorino – para uma ligeira pincelada da ruína financeira da Aldeia, a que todos assistimos, ainda assim uns de camarote luxuoso, outros de galinheiro, de onde mal se avistam o palco e os actores.
as baratas tontas, todas elas especialistas na mistificação, no lucro gigantesco e fácil, nas previsões e nos discursos que apelam à confiança no sistema, não sabem o que mais têm que fazer:
elas mandam imprimir notas "para injectar liquidez", elas nacionalizam os bancos - e as seguradoras que são farinha da mesma merda - elas baixam as taxas de juro...
e apesar dos "esforços" o "sistema" continua a afundar-se...
são especialistas...
nota: vai ser muito giro observar o comportamento dos bancos do pestilento rectângulo em relação à diminuição das taxas de juro... que antecipam as subidas e atrasam, atrasam, atrasam as descidas... é assim uma espécie de "petroleiras" quando se trata do preço dos combustíveis...
O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, anunciou ontem de madrugada que o Governo irá avançar com a nacionalização das instituições financeiras em dificuldades, com os 700 mil milhões de dólares disponibilizados para o efeito.
Graças aos republicanos, a banca agora será do povo.
Para que nos serve um governo como este, estilo Maria vai com as outras?
O governo português vai agindo de acordo com as ordens e estratégias que recebe de Bruxelas e de Washington. Ficam caladinhos, para não dar nas vistas, e quando lá fora decidem a forma de lidar com a crise, vem logo o Sócrates ou o Ministro, pomposamente, dizer o mesmo, como se tivessem tido uma ideia genial.
Se eles decidem deixar os Bancos falir, o governo português também.
Se decidem comprar os bancos falidos, o governo português também.
Se decidem garantir os depósitos dos cidadãos, o governo português também.
Se decidem acalmar a angustia dos aforristas, lá estão os aldrabões a garantir que isto não é nada, que está tudo sob controle, que Portugal não será afectado.
Para que nos serve um governo como este, estilo Maria vai com as outras? Um governo que se cala e não nos governa, que não nos ajuda a escolher o melhor caminho através desta crise? Um governo que se está nas tintas para o país e que só se preocupa com a banca e com as famílias da oligarquia.
Entretanto, com o apoio dos Blocos, Central e de Esquerda, e dos comentadores de serviço, parece que o assunto mais importante para o país é o casamento homossexual!
Como os três macacos, fecham os olhos, os ouvidos e a boca, para não encarar o horror que nos vai cair em cima. Para não tomarem medidas urgentes que nos protejam do desastre. Que diminuam o prejuízo da Nação.
Por muito solidários que sejamos com o casamento entre homossexuais, para que nos servem o Presidente, o Governo, os Partidos e os Comentadores, que povoam este país?
A crise é má. Todos a vamos pagar. Mas poderá ser boa. Se descongelar algumas ideias políticas que estavam há muito no frigorífico, se enterrar durante algum tempo as ideias de Milton Friedman que iluminaram a classe política nas últimas três décadas. Friedman, guru da escola de Chicago, considerava que só o dinheiro interessava. A partir daí confundiu-se a economia com os ciclos financeiros típicos da economia de mercado.
Todos os outros aspectos da economia (a agrícola, a humana, a laboral, a ambiental – todas fazem parte do eco-sistema a que se chama "economia") foram esquecidos. A ideologia hegemónica cristalizou-se, como se os fluxos financeiros fossem o coração e a alma do mundo. Não são. Esta crise pode incentivar uma nova ruptura criativa na economia, afastando as ervas daninhas que tiravam o sangue ao mercado. O Carnaval financeiro está a acabar e as máscaras estão a ser vendidas em saldo. Não é preciso citar Adam Smith para se chegar à conclusão que o saneamento do sistema bancário e o controle do défice público são medidas essenciais para garantir a saúde económica do Estado moderno. Por aqui imaginava-se que a crise financeira tirasse alguns políticos do seu estado letárgico. Não é o caso. Em Portugal tudo pode ser motivo de debates "fracturantes", menos o que interessa neste momento: a economia real dos portugueses. É nestes momentos que se vê o défice global da classe política nacional. Discute o acessório, esquece o essencial. A crise há-de bater-lhes à porta.
O primeiro da bicha é irmão do outro da fundação antónio prates?
Os casamentos entre homosexuais são muito democráticos e fazemos parte dums sociedade tolerante, por isso devemos aceitar que se casem e tenham a sua vida como outro casal "normal". O que não me parece tão "normal" é depois adoptarem crianças que ficam com duas mães ou dois pais.
Por acaso, o irmão do outro até tem fama de bom advogado.
E de chulo...
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