sexta-feira, 26 de outubro de 2007

QUE LINDA IDEIA!

"Vital Moreira pode ter encontrado uma solução mais consensual para o problema do modelo de ratificação do Tratado de Lisboa, que divide até os socialistas.
O constitucionalista, afecto ao PS, avançou com a ideia da ratificação parlamentar do documento e, só depois de 2009, fazer-se um referendo a sério sobre a permanência de Portugal na União Europeia.
Uma sugestão que os eurodeputados do partido vêem como
interessante."


Esta gente do PS está cada dia mais desonesta nas suas propostas.
No Programa eleitoral do PS em 2005 (Cap. V, 1.2, pág.154), dizia-se:


«O PS entende que é necessário reforçar a legitimação democrática do processo de construção europeia, pelo que defende que a aprovação e ratificação do Tratado deva ser precedida de referendo popular, amplamente informado e participado, na sequência de uma revisão constitucional que permita formular aos portugueses uma questão clara, precisa e inequívoca.»

A Aprovação já lá vai, a ratificação parece seguir o mesmo caminho, o de vir a ser feita à revelia dos portugueses.
Perante o claro incumprimento da promessa eleitoral que isso representaria, vêm-nos agora propor que referendemos uma coisa completamente diferente; a nossa permanência na U.E.
Há certamente quem seja a favor de Portugal na Europa, mas não no formato que nos querem impor.
Muitos Euro Deputados e deputados já vieram aplaudir a ideia, mas prefiro acreditar que, como disse o Vitorino, o Sócrates nos venha a surpreender e proponha a realização do referendo a este tratado.
Só teria a ganhar com isso, pelo que só compromissos feitos debaixo da mesa com outros governantes europeus, pode justificar que se recuse a faze-lo.
Mesmo neste cenário, ainda nos resta o Sr. Silva que, como já afirmou ser contra os referendos, pode roer a corda e retirar a palavra aos portugueses.
Esperemos que não.


K.

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1 Comments:

At 26 de outubro de 2007 às 15:16, Anonymous Anónimo said...

O referendo sobre o que poucos conhecem e o que ainda menos foram informados tornou-se uma das reformas estruturais do País. Neste momento, deixou de se discutir se os portugueses sabem o que foi o Tratado de Lisboa. Debate-se efusivamente, como se fosse o futuro da pátria que está em jogo, se Sócrates ganha ou perde se apostar no referendo.
Na antiguidade, quando não havia a certeza se alguém cometera um crime, utiliza-se uma lei justa: atirava-se o presumível culpado a um poço. Se viesse à superfície, provava-se que a sua culpa flutuava. Era culpado e era atirado novamente para o poço. Se morresse afogado era porque era inocente e, na leveza das águas, seria salvo nos céus. Esta tese justiceira aplica-se à forma como se está a discutir o referendo em Portugal. O, seja qual for, resultado é para arquivar. Veremos o que vai suceder aos “ruídos” do telemóvel do PGR. De que é preciso fazer reformas. Muitos líderes políticos chegam ao poder e depois de alguns meses de ameaças, as reformas ficam flácidas e passam à Caixa Geral de Aposentações. A indiferença e a inércia, disfarçadas de profundas reformas, são o pão dos portugueses. E esses adaptam-se, porque a cada “reforma” vêm subir os custos da administração pública. Só sentem, como este ano, quando o investimento público de Portugal foi o único negativo da UE. Renuncia-se à acção, gere-se com “spin doctors”. Esse é o triste fim das reformas. É como o referendo. Não é: Portugal vence ou é derrotado com esta Europa? É: Sócrates ganha ou perde?

 

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