AO ESTADO QUE ISTO CHEGOU!
As estatísticas sempre foram as melhores armas dos políticos.
No Governo, ou na oposição, os mesmos números servem para descrever o céu e o inferno.
Os criminosos, como se sabe, não actuam com base em estatísticas: os únicos números em que são fortes são os que contabilizam a assaltar bancos, carrinhas de valores ou pessoas.
Actuam no momento. Como, em resposta, os polícias ou os juízes.
Esse é o mundo real e não o das estatísticas que os ministros da Administração Interna e da Justiça gostam de mostrar.
Só quando os crimes se tornam notórios na comunicação social é que os políticos se costumam mover.
A classe política tem, do crime, uma visão formada a ver séries televisivas. Julga que a ficção é um reflexo da realidade.
Não escuta polícias e juízes: estes são um ruído de fundo para as decisões que já tomaram.
Por isso, a criação de um secretário-geral de segurança, dependente de um primeiro-ministro, que torna as polícias um braço de controlo político- -partidário, apenas motiva um encolher de ombros da sociedade.
Tal como foi a alteração da legislação a limitar a prisão preventiva, porque os juízes prendiam demais e as cadeias tinham espaço a menos.
Mas tudo isso foi uma forma, como se sabe, de defesa da classe política contra rajadas de vento judiciais não previstas.
A impunidade total ciranda, legalmente instituída.
Calcula-se que o ministro da Administração Interna, enquanto se assaltam bancos, deve estar atento à série Perdidos, para ver se percebe como deve actuar.
F.S.
No Governo, ou na oposição, os mesmos números servem para descrever o céu e o inferno.
Os criminosos, como se sabe, não actuam com base em estatísticas: os únicos números em que são fortes são os que contabilizam a assaltar bancos, carrinhas de valores ou pessoas.
Actuam no momento. Como, em resposta, os polícias ou os juízes.
Esse é o mundo real e não o das estatísticas que os ministros da Administração Interna e da Justiça gostam de mostrar.
Só quando os crimes se tornam notórios na comunicação social é que os políticos se costumam mover.
A classe política tem, do crime, uma visão formada a ver séries televisivas. Julga que a ficção é um reflexo da realidade.
Não escuta polícias e juízes: estes são um ruído de fundo para as decisões que já tomaram.
Por isso, a criação de um secretário-geral de segurança, dependente de um primeiro-ministro, que torna as polícias um braço de controlo político- -partidário, apenas motiva um encolher de ombros da sociedade.
Tal como foi a alteração da legislação a limitar a prisão preventiva, porque os juízes prendiam demais e as cadeias tinham espaço a menos.
Mas tudo isso foi uma forma, como se sabe, de defesa da classe política contra rajadas de vento judiciais não previstas.
A impunidade total ciranda, legalmente instituída.
Calcula-se que o ministro da Administração Interna, enquanto se assaltam bancos, deve estar atento à série Perdidos, para ver se percebe como deve actuar.
F.S.
Etiquetas: Criminalidade, José Sócrates, Justiça, Partido Socialista, Portugal
6 Comments:
Tal como os incendiários de há 3 anos, os ladrões decidiram agora experimentar a celebridade. Os assaltos, roubos, assassínios em catadupa mostram como Portugal tem vivido na maior das impunidades.
As fronteiras estão escancaradas, o controle à entrada do Espaço Shengen flexibilizado, os juízes aplicam com brandura o novo código penal (que beneficia os malandros que deviam ficar logo atrás das grades)...o rosário de baldas podia continuar.
A nossa polícia gosta de se pôr atrás das moitas a multar automobilistas aceleras, gosta de pôr os bêbados a soprar para os balões, a ASAE entra de metralhadora em lojas de pacatos comerciantes, os fiscais das Finanças penhoram ordenados por causa de vinte e cinco tostões, a tolerância zero para os cidadãos de bem tem o reverso: os ladrões e malandros nunca tiveram tanto a vida facilitada.
Não se preveniu mas muito menos se reprimiu. Os subúrbios das grandes cidades são um anel de marginalidade e os centros de cidades como Lisboa tornaram-se guetos onde a droga, a prostituição sórdida, a violência infantil e doméstica ficaram sem controle.
O Estado marimbou-se. A Polícia perdeu dignidade, os polícias foram humilhados, tiraram-lhes regalias e meios, em contrapartida permitiu-se que houvesse essa aberração social que é os polícias serem sindicalizados e pior: virem para a rua em desfiles de palhaçadas indignas da farda que usam (e pagam!!).
O Ministro da Justiça é um recalcado de esquerda que detesta polícias e o ministro das polícias um retórico incompetente.
A operação de marketing feita desde ontem com cercos às quintas (não das celebridades e da Lili!!!) mas às quintas da vida real, com repórteres experientes de TV a fazerem figuras patéticas de ursos, a relatarem que há um polícia à esquina e um helicóptero no ar...bom isto é ridículo.
Depois a história do chip nos carros de Cavaco, as câmaras nas esquinas....quer dizer: havia câmaras nos tribunais, nas bombas e nos bancos assaltados. Resolveram ou evitaram alguma coisa? É impossível a polícia estar em todo o lado.
Temo que esta onda violenta não pare. E que o país se transforme no Brasil da Europa. Podem fazer marketing, operações stop e envolverem os media. Se eu fosse ladrão só me ria. Portugal está um paraíso para a ladroagem e agora que a coisa está na moda...esperemos para ver.
Para complicar tudo a nova lei da segurança interna, aprovada pelo PR, com fusões e contas de sumir vai desmobilizar ainda mais os polícias, criar mais confusão, dar mais guita aos ladrões.
Bem faz a Sra. Leite: fica calada para os ladrões não lhe fazerem o que fizeram ao escritório do porta-voz do governo Vitalino Canas. Eheheheh!!!!...
e na quinta da marinha?
não há tráfico e consumo de drogas de boa qualidade? nem armas? não?
umas rusgazitas por lá se calhar davam resultados ainde maelhores que os "excelentes"....
A apresentação, como troféu, de algumas dezenas de detenções em bairros periféricos de Lisboa e o anúncio, em directo, ontem, de uma alteração à lei das armas no sentido de que seja aplicada obrigatoriamente prisão preventiva em todos os crimes envolvendo uso de armas, são duas boas notícias. Porém, não será nem através de golpes mediáticos, nem através de medidas avulsas que o Governo resolve a (sua) falta de uma estratégia de segurança para o país. Tão pouco insistindo em manter as alterações introduzidas, faz agora um ano, ao Código Penal e Código de Processo Penal, reformas que ao invés das prometidas agilização, celeridade, eficácia e reforço da credibilidade do sistema, apenas confirmaram as previsões de alguma oposição e dos meios judiciários.
Ficaram o Governo, as suas obsessões securitárias, os coelhos que vai retirando da cartola e um aumento da criminalidade que, ao contrário do descalabro dos resultados da sua política económica, uma das suas causas, não consegue mascarar. Uma coisa é certa: enquanto se falar em criminalidade violenta, na onda de assaltos e na insegurança que varre o país, não se fala nem de corrupção, nem de operação furacão, nem de desemprego, nem de crescimento económico, nem de negociatas, nem de poder de compra. É o estado de graça de todos estes fracassos. Abracadabra, desapareceram.
Enquanto o governo se preocupa com nomes para a tacharia, os assaltos continuam...
"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenados aos iluminados que bolsam certas leis".
Barra da Costa
No: "Jornal de Notícias"
30-08-2008
Há alguns anos Portugal era o país da prisão preventiva, à mais pequena suspeita de crime qualquer cidadão era enviado para a prisão onde aguardava julgamento, os processos ficavam nas prateleiras enquanto as investigações arrastavam-se lentamente até que se aproximasse o fim de todos os prazos. Os suspeitos acabavam por cumprir um adiantamento de três anos de pena mesmo que fosse e se presumissem inocentes, no final o juiz aplicava uma pena suspensa só para justificar os abusos da justiça.
Que se saiba haviam crimes, haviam também criminosos que eram liberdade no mesmo dia em que a polícias os prendiam e apresentavam ao juiz, era frequentes os crimes cometidos por criminosos a aguardar julgamento ou em liberdade condicional, nada do que está sucedendo actualmente é novo em Portugal e o aumento de criminalidade não se pode justificar pela diferente entre o oito e o oitenta da lei ou da actuação dos magistrados. Se analisarmos as taxas de crescimento da criminalidade na última década da legislação anterior é muito provável que nada de novo tenha ocorrido.
É evidente que há um aumento repentino do crime, muitos meses depois da entrada em vigo da nova lei, há mesmo uma paranóia colectiva que leva ladrões amadores a fazer assaltos, chegam mesmo a ocorrer situações ridículas, com ladrões a quase adormecerem dentro de uma ourivesaria. Quem lhes disse que podiam assaltar impunemente? Uma coisa é certa, não foram as polícias, têm actuado com brio profissional, não confundindo as suas obrigações enquanto polícias e cidadãos, apesar de em todo o mundo da justiça serem os que mais sofrem e menos ganham, quase não têm mordomias, não beneficiam de falsas férias judiciais, não ganham falsos subsídios de residência livres de impostos, cumprem horários de trabalho pesados não podendo decidir sobre em que dias lhes apetece trabalhar.
Hoje é claro que independentemente das virtudes ou defeitos da lei penal foram os magistrados que passaram a mensagem da impunidade, os sindicalistas foram os primeiros a ocuparem dezenas de telejornais informando os criminosos de que poderiam actuar impunemente porque os magistrados estavam de mão atadas. É evidente que a lei tem sido aplicada da forma mais ligeira, lançando criminosos na rua, frustrando os polícias e lançando o alarme social, o mesmo alarme social que no passado servia para manter muita gente em prisão preventiva.
Se tivéssemos dúvidas bastaria o último comunicado do Procurador-Geral da República para percebermos que a prisão preventiva não está a ser proposta ou aplicada a muitos criminosos, porque os magistrados do Ministério Público não a propõem ou porque os juízes não a aprovam. È verdade que o comunicado também sugere a alteração da lei, mas também é verdade que as grandes críticas que no passado foram dirigidas à nova legislação se concentravam mais nos prazos da investigação do que na prisão preventiva.
Estamos perante uma dúvida: a impunidade dos criminosos resulta da ronha ou das dúvidas dos magistrados. Das dúvidas não deve ser, houve tempo mais do que suficientes para estas serem esclarecidas, foi público o esforço do Procurador-Geral para as esclarecer.
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