O ATENDEDOR DE CALL-CENTER
Os call-centers são úteis.
Mas tornaram-se o símbolo da sociedade portuguesa do início do século XXI.
Nos call-centers, as perguntas e as respostas estão praticamente pré-definidas, facilitando o diálogo entre clientes e fornecedores de serviços.
Têm um problema: têm dificuldades em responder às questões que não estão no guião.
Isto é: sendo uma perfeição em termos de algoritmos, recusam as questões que fogem ao que está programado.
O que lhes sobra em tecnologia, falta-lhes em filosofia.
Respondem ao como, não respondem ao porquê.
Não custa perceber porque é que José Sócrates atira foguetes ao ar quando é inaugurado um call-center.
A ideologia de Sócrates é o guião de um call-center.
Todas as perguntas e respostas estão programadas.
O discurso do primeiro-ministro é o de um atendedor de call-center.
Exemplo: no guião servido por Sócrates, são reclamados 133 mil novos empregos no País desde que está no Governo; na lista de respostas não está a que possa dizer quantos se perderam no mesmo período. Ou quantos têm o seu local de trabalho em Espanha.
Mas compreende-se.
O discurso político de Sócrates resume-se a um algoritmo: cada comando do seu computador ideológico só pode conter uma resposta a uma pergunta pré-definida, porque só sabe efectuar uma tarefa.
Que não admite questões.
Quando se misturam tarefas com questões que podem ser contraditórias, o menino de ouro deixa de ter o Toque de Midas ao seu dispor.
O call-center de Sócrates gira à volta de uma palavra: spin.
F.S.
Mas tornaram-se o símbolo da sociedade portuguesa do início do século XXI.
Nos call-centers, as perguntas e as respostas estão praticamente pré-definidas, facilitando o diálogo entre clientes e fornecedores de serviços.
Têm um problema: têm dificuldades em responder às questões que não estão no guião.
Isto é: sendo uma perfeição em termos de algoritmos, recusam as questões que fogem ao que está programado.
O que lhes sobra em tecnologia, falta-lhes em filosofia.
Respondem ao como, não respondem ao porquê.
Não custa perceber porque é que José Sócrates atira foguetes ao ar quando é inaugurado um call-center.
A ideologia de Sócrates é o guião de um call-center.
Todas as perguntas e respostas estão programadas.
O discurso do primeiro-ministro é o de um atendedor de call-center.
Exemplo: no guião servido por Sócrates, são reclamados 133 mil novos empregos no País desde que está no Governo; na lista de respostas não está a que possa dizer quantos se perderam no mesmo período. Ou quantos têm o seu local de trabalho em Espanha.
Mas compreende-se.
O discurso político de Sócrates resume-se a um algoritmo: cada comando do seu computador ideológico só pode conter uma resposta a uma pergunta pré-definida, porque só sabe efectuar uma tarefa.
Que não admite questões.
Quando se misturam tarefas com questões que podem ser contraditórias, o menino de ouro deixa de ter o Toque de Midas ao seu dispor.
O call-center de Sócrates gira à volta de uma palavra: spin.
F.S.
Etiquetas: Desemprego, Emprego, Emprego que há, Emprego que não há, José Sócrates, Partido Socialista
5 Comments:
Notei que “A PT vai lançar um concurso para seleccionar as empresas prestadoras de serviços que vão operar no novo centro”. “No âmbito do acordo que será hoje assinado, o município vai ceder os terrenos para a construção do novo centro, com uma área total de 3700 metros quadrados”.
“Será dada prioridade a candidatos que tenham completado o 12º ano, garantindo desta forma a contratação de emprego qualificado “.
“O centro, que deverá entrar em funcionamento dentro de 10 meses, vai contar com 600 posições de atendimento a clientes, o que representa cerca de 1200 postos de trabalho qualificado”.
“A operadora tem apostado na criação destes centros no interior do país, uma vez que a rotação dos colaboradores é ali menor do que nos grandes centros urbanos, o que se reflecte na qualidade dos serviços prestados”.
Sou só eu que vejo aqui negócio puro e duro?
O Estado vai dar o terreno, muito possivelmente impostos e subsídios para formação profissional.
Os trabalhadores serão jovens, aqueles a quem dizem querer dar novas oportunidades, e que vão ter um emprego que eu detestaria ter, como detestaria imaginar uma vida a trabalhar numa caixa de supermercado, a ganhar um ordenado perto do mínimo.
Até a justificação das razões da construção no interior do país é triste; nessas zonas os trabalhadores sabem que não podem abandonar aquele emprego, que não há mais nenhum, que aquela tem de ser a sua vida.
Sabem que vão ter de aceitar a vontade do patrão, dos horários ao salário.
Sabem que foram apanhados na engrenagem do sistema e que, a grande maioria, de lá não mais poderá sair.
É por estas e por outras que muitas vezes, até aquelas que são as boas noticias me deixam triste, não por mim, mas por aquilo em que estão a transformar este país.
José Sócrates regressou de férias para anunciar o “compromisso” da PT em criar 1200 postos de trabalho, para o ano que vem, num gigantesco campo de trabalhos forçados "call center" em Santo Tirso. “Postos de trabalho qualificados”, sublinha. Os trabalhadores são qualificados, o trabalho é que é desqualificante e degradante. Os “call center” não são a imagem de modernidade apresentada por José Sócrates, são o dia-a-dia da geração dos 500 euros: trabalho semi-escravo, pago a 2,5 euros à hora, que faz tábua rasa das qualificações de milhares de jovens, com horários e condições de trabalho completamente absurdas. É o salve-se quem puder com vista para o cubículo da frente e do lado. José Sócrates está contente. Encontrou a razão de ser do choque tecnológico. Pôr meio país a atender o outro.
AFINAL AINDA É PIOR:
«Sob suspeita
Call centers da PT acusados de violar lei laboral
Por Helena Pereira
O primeiro-ministro foi esta semana anunciar 1200 novos postos de trabalho num call center da PT que tem vários processos levantados pela Inspecção de Trabalho. O ministro Vieira da Silva confirma as suspeitas
A PT Contact, empresa à qual José Sócrates se associou esta semana no anúncio de 1200 novos postos de trabalho, já foi alvo de vários processos por suspeitas de violação da Lei do Trabalho. O Ministério do Trabalho, de Vieira da Silva, reconhece situações de precariedade nos call centers da PT. Os processos levantados pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) chegaram a tribunal, mas a PT não perdeu nenhum deles.
Os casos mais graves prendem-se com a contratação de trabalhadores no Porto. O vínculo laboral destes trabalhadores é com empresas de trabalho temporário e nunca com a PT Contact, que gere a atribuição de recursos humanos aos call centers da PT. Ao fim de alguns meses, as pessoas passam para outra empresa de trabalho temporário, continuando a trabalhar no call center, e assim sucessivamente. Dessa forma, conseguem estar vários anos a trabalhar no call center, mas sem nunca pertencer ao quadro da PT.»
In:Jornal "SOL"
23/08/2008
«INE
Há 100 mil ‘falsos’ empregados
Por Mariana Adam e Marta Moitinho Oliveira
O número de ‘falsos empregados’ pode ser superior a 100 mil. Este é o universo de pessoas em formação profissional remunerada e que, por isso, não são consideradas desempregadas à luz dos critérios usados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Esta regra não é nova. No entanto, se estes ‘falsos empregados’ fossem contados como desempregados, a taxa oficial andaria à volta dos 9%, acima dos cerca de 7% em que está actualmente. Apesar da aposta do Governo na formação profissional, não é por este motivo que a taxa de desemprego está a descer.»
In:Jornal "SOL"
23/Agosto/2008
o engenheiro desmascarado
desemprego desce para 7,3 por cento no segundo trimestre.
Novas inscrições no IEFP dispararam 13% em Julho.
Em Julho, inscreveram-se nos centros de emprego 50.700 pessoas, mais 13% do que no mesmo mês do ano passado e mais 16,7% do que no mês anterior.
as mentiras do "engenheiro" têm perna curta... e a máquina da propaganda perde-se nas informações...
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