quarta-feira, 2 de julho de 2008

CONVERSAS EM FAMÍLIA...



Depois das homilias de Marcelo e Vitorino, ontem e hoje, tivemos duas sintomáticas conversas em família de Hilary Ferreira Leite e de Obama Pinto de Sousa, neste arranque das primárias do nosso Bloco Central, a que, outrora, demos o nome de União Sagrada.
Ambas glosaram a presente alteração anormal das circunstâncias, com muito petróleo, muitas taxas de juro e pouca crise alimentar. Sócrates, com o estadão do Terreiro do Paço como cenário de fundo, foi todo ele muito marquês, num exercício de politiqueirice, criticando verbalmente a politiqueirice, sic rebus, sic stantibus.

Sem qualquer acaso psicanalítico, substituiu Portugal pelo país, assumiu que tem encontros imediatos com o bem comum, situando-o na respectiva consciência e repetiu o soundbyte do ritmo reformista de modernização do país, mas ajudando quem precisa de ajuda, usando esse novo bacalhau a pataco que é não gastarmos nadas em obras, porque elas serão feitas por privados, os quais ficam com esse insignificante das concessões.

Por enquanto, ainda não anunciou a privatização das praias do domínio público marítimo, para transformarmos as areias em abonos e família e em incentivos à gravidez.



Apenas se confirma que, depois das vacas gordas de um estado de graça feito de porreiro, pá!, lá nos vamos enredando nas vacas magras, onde o é o inspirador do novo discurso maneleiro do país de tanga.
O que Sócrates não conseguiu disfarçar foi o tom de monólogo, feito de muitas vacas sagradas, dado que a conversa parecia um ditado, levado a cabo através de uma operação de conversão de muitos tracks de um mini-disk, cuja versão de fotonovela já conhecíamos nos palanques inaugurativos, feitos para propaganda de telejornal.

De qualquer maneira, para além da ausência da palavra e da ideia de Portugal, também desapareceram coisas como os cidadãos e os indivíduos, dado que se restauraram apenas as células do velho corporativismo das famílias e das empresas e das empresas e das famílias, entidades que, afinal, voltam a participar estruturalmente na vida da nação.
Por outras palavras, em tempo de vacas magras, apenas a abstracção das vacas sagradas, para que o contribuinte e o eleitor não reparem que são eles que pagam estes pilares da concessão da ponte do tédio, ainda sem buzinão...


JAM

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11 Comments:

At 2 de julho de 2008 às 23:32, Anonymous Anónimo said...

Seguramente sem querer, Sócrates introduziu Heidegger na conversa que manteve com dois jornalistas da RTP. A propósito das eleições de 2009, disse que não "calculava" e que o seu "pensamento" está todo concentrado no mandato de primeiro-ministro. Numa conferência proferida em 1955, em Messkirch, sua cidade natal, Martin Heidegger distinguiu o "pensamento que calcula" da "reflexão". Disse o filósofo que "o pensamento que calcula corre de oportunidade em oportunidade", "nunca pára, nunca chega a meditar" e, mais importante, "não é um pensamento que reflecte sobre o sentido que reina em tudo o que existe". Isto corresponde à verdadeira "ausência do pensamento" que Heidegger apresenta como "um hóspede sinistro que entra e sai em toda a parte". Mal sabia o autor de Zeit und Sein que, cerca de mais de meio século volvido sobre as suas palavras, um dirigente político do país mais periférico da Europa viria a deixar-se "prender, enfeitiçar, ofuscar e deslumbrar" a ponto de fazer precisamente do tal "pensamento que calcula" o "único pensamento admitido e exercido". Vítima-autor desse "cálculo" enunciado a contrario, não tenho a certeza se Sócrates, como devia, tem "desperta a reflexão". Quando olho para certos membros do governo e para a primeira linha do PS no Parlamento, dá-me ideia que não. Daí o cansaço e a incompreensão estampados no rosto do secretário-geral do PS. Cansaço de uma realidade que ele não entende e que crê injusta (para ele, naturalmente) e incompreensão, por parte da maioria dos destinatários, do "bem" que ele lhes anda a fazer. Tem menos de um ano para reflectir nisto.

 
At 3 de julho de 2008 às 12:31, Anonymous Anónimo said...

Quem sera o proximo familiar a ir para um bo tacho, na SIC foi a mulher do entrevustador e agora?
Para a proxima disfarcem que as perguntas foram combinagas anes,
So desejo ver o 1º a ser entrevistado na TCVI pela Manela Guedes, mas ai tem eles medo de ir

 
At 3 de julho de 2008 às 13:34, Anonymous Anónimo said...

Boas..Alguém quer trabalhar em Ponte de Sor? TEnho uma vaga.
alter_turbo@hotmail.com

 
At 3 de julho de 2008 às 17:32, Anonymous Anónimo said...

Deviam publicar a entrevista do Pinto à Ponte. O homem está mesmo xéxé... Veja, lá que até se lembra do pacto germano-soviético de 1939... Que idade é que ele devia ter nesta altura? Para se lembrar já devia ter, pelo menos, uns 15 anos... O homem, afinal, não está maluco... Está é completamente xéxé... É da idade...

 
At 3 de julho de 2008 às 19:20, Anonymous Anónimo said...

O Bugalheira em 1939 ainda não tinha nascido, só nasceu muitos anos depois...
Além de vigarista está mesmo xéxé é como o sócas que prometeu ontem baixar os impostos para aqueles que tem menos rendimentos e que já hoje estão isentos de impostos.
Estamos entregues à vigarice pura e dura dos socialistas vigaristas.

 
At 3 de julho de 2008 às 19:22, Anonymous Anónimo said...

Quem estiver com atenção terá notado a diferença como a imagem do “Engenheiro d’oiro” tem sido vendido nas televisões nestes últimos dias. Surge em todo o lado, sempre sorridente, sempre preocupado com os portugueses mais pobres, muita gente foi chamada para aparecer a elogia-lo, como aconteceu no lançamento da Biografia do “Menino de Ouro do PS”, dá entrevistas para dar “boas noticias aos portugueses”. Até teve uns tiros para o telhado para a comunicação social poder fazer mais um folhetim. Podíamos pensar que era a reacção à nova liderança da Manuela Ferreira Leite, mas não me parece. As últimas sondagens conhecidas dão que o PS já só tem pouco mais de um por cento de vantagem sobre o PSD, mas não provocada por uma subida deste partido, mas sim dos partidos ditos mais à esquerda. PCP e BE juntos já se aproximam dos 25% e isso é considerado um perigo para o país. De tanto se chegar à direita, o PS deixou de cumprir a sua obrigação de ser o tampão e limitar a votação desses dois partidos. Foi lançado o alarme, (há algum tempo que os comentadores do regime falavam desse perigo), e dada a ordem de “melhorar a imagem social do Engenheiro”. Falta saber qual a margem de manobra que ainda lhes resta para recuperar votos à esquerda sem que isso transfira muitos votos da sua direita para o PSD. O Engenheiro está a ficar entalado é necessário redesenhá-lo aos olhos do público.
Vão os portugueses voltar a cair nas histórias desta gente?

 
At 3 de julho de 2008 às 19:24, Anonymous Anónimo said...

Assisti à entrevista do Sócrates (assim mesmo, que ele não merece títulos de deferência) na RTP. Apareceu mais cordato que é costume e perante a docilidade dos entrevistadores, disse o que quis sem ser contrariado nem confrontado com os factos.
Talvez por isso, até sorriu três vezes.
Modéstia e honestidade intelectual é que continua a faltar-lhe.
Na sua boca, ele fez e faz tudo bem, mas não tem culpa que de fora venha uma crise a estragar-lhe os planos.
"Ninguém podia prever", disse e repetiu.
Mentira!
Há 6 meses que a crise estava latente e até eu, que não sou político, a via!

Mas, demos de barato que a culpa da crise está lá fora e perguntemos: será "deles" (quem?) a culpa de o país ser apanhado sem condições para enfrentar a crise do ponto de vista económico e social?
Será "deles" (quem?) a culpa de as desigualdades sociais se terem agravado nos últimos anos até ao limite da "desvergonha"?
Será "deles" (quem?) a culpa do crescimento das falências e do desemprego?
Será "deles" (quem?) a culpa da classe média portuguesa estar em vias de extinção?
Será "deles" (quem?) a culpa pelos altos níveis de corrupção impune que se verificam e chocam o país? Será culpa "deles" (quem?) a acumulação de escândalos económicos e os chorudos prémios de reforma oferecidos aos vígaros? Será culpa "deles" (quem?) o despesismo inerente às negociatas dos 10 estádios e agora do TGV, ponte e aeroporto sem evidente necessidade?

"Eles", entidades indefinidas (possivelmente ET's), têm, sem dúvida, muitas culpas pelos males do mundo, mas em Portugal contam com um ajudante bastante competente nas funções de desgovernar: o Sócrates Nariz de Pinóquio!

 
At 3 de julho de 2008 às 19:33, Anonymous Anónimo said...

Está na cara: Sócrates recupera a ideia bacoca do Manelismo- Leitismo sobre os pobres e equiparados e começa a piscar à esquerda para virar para a praça da classe média. Agora é o IMI que vai baixar depois da dona do imposto, a carrasca ministra de Durão, ter vindo confessar já na qualidade de líder da oposição que tinha metido demasiado a unha com o imposto. Depois Sócrates está com a cassete de fazer crer aos patetas (não o Alegre) que votaram nele, que é com ele que o pais vai avançar em TGV e quando cair o vai fazer numa pista de um aeroporto construído no deserto. (hoje estou inspirado!!).
A entrevista à RTP foi atabalhoada. Judite tropeçou em José Alberto e Sócrates fez de Sousa, ou seja: quis mostrar o lado dele mais sensível, firme mas não arrogante, paternalista mas sem chegar às botas do Salazar ! Falta a Sócrates chorar um destes dias para ser mais Sampaio na hora da despedida. Entrevistas a dois é uma péssima ideia, quer em televisão quer em jornais. Uma entrevista é um acto cúmplice entre duas pessoas, cada uma em posições antagónicas, e é desse jogo, dessa dança,que pode sair, ou não, uma grande entrevista.
Judite é muito boa neste jogo, José Alberto é muito pior, talvez porque é uma pessoa muito cordata e conciliadora e o que lhe sobra em charme, falta-lhe por vezes em agressividade. Sócrates que é um animal mais de televisão do que da selva jogou bem com isso e quase pôs o director da RTP a pedir-lhe perdão.
Mas há uma coisa em que Sócrates tem razão e onde esteve muito bem: os projectos faraónicos foram aprovados pelo governo de Durão com Durona nas finanças e foram eles que assinaram protocolos ao pormenor. Agora vem dizer que não há dinheiro ?
É o discurso da tanga agora em versão de Avózinha forreta. Ela não dá nem deixa dar. E também é verdade que ela não tem propostas porque a sua competência (?) resume-se a contas de sumir.
Repito: depois de termos um prof de finanças em Belém dispensamos uma contabilista em S. Bento.
Voltando à entrevista: a Eduardo Maio tinha sido a escolha certa para entrevistadora.
" menino de ouro, diga-nos: há algum socialista melhor do que o senhor ?"- Claro que não !

 
At 3 de julho de 2008 às 19:35, Anonymous Anónimo said...

o cobertor em crochet do falso engenheiro. tapa a cabeça, destapa os pés...tapa os pés, destapa a cabeça...

não tem uma política, não tem uma ideia, só acorda para a crise (ele que ainda há pouco, acolitado pelo das finanças, garantia que o rectângulo estava no bom caminho graças às boas políticas do governo e aos "sacrifícios" e imune ao que se passava na estranja) quando a merda já lhe chega ao queixo e atribui a actual situação do rectângulo - que é muitíssimo mais grave do que os cidadãos comuns pensam ou imaginam - à conjuntura internacional...
e então, trata de aparecer no canal oficial de propaganda do regime a fazer o papel de bonzinho, a falar dos pobrezinhos, fingindo não recear uma votação gigantesca na esquerda em 2009 e a anunciar medidas (não passam de remendos) cujos custos e alcance desconhece (tira dinheiro às autarquias e promete taxar as petrolíferas) que não vão resolver nenhum dos problemas!
as autarquias irão recuperar as verbas que lhes forem retiradas através de todos os meios que têm à disposição da mesma forma que as petrolíferas subirão o preço dos combustíveis para compensar as novas taxas...
em resumo: serão novamente os cidadãos que vão ficar ainda mais pobres e a pagar mais impostos, que serão aplicados com disfarce...
este falso engenheiro é incompetente e incapaz de tomar medidas que na verdade coloquem o rectângulo e os seus cidadãos na europa

 
At 4 de julho de 2008 às 09:48, Anonymous Anónimo said...

IRS

Medidas para ajuda a famílias carenciadas com poucos efeitos

As medidas anunciadas por José Sócrates para a ajuda das famílias mais carenciadas não terão grandes efeitos, diz o jornal Público. Este jornal lembra que muitas famílias carenciadas já não pagam IRS e que a redução do IMI não lhes servirá de muito.
As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro José Sócrates para ajudar as famílias carenciadas a enfrentar a crise não terão grandes efeitos, revelam contas feitas pelo jornal Público.


Segundo os últimos dados estatísticos do IRS, relativos a 2006, em média, as famílias com menores rendimentos já não pagam o imposto, uma conclusão que surge da análise dos três escalões mais baixos do IRS, que incluem 2,5 milhões de famílias.


Uma família com um rendimento bruto anual de cinco mil euros, o que dá pouco mais 350 euros mensais, não poupará mais do que 15 euros por ano com a aplicação das medidas anunciadas por Sócrates.


Quando se fala nos rendimentos até dez mil euros, a poupança não chega aos 50 euros, ao passo que no escalão até aos 13 mil euros, a poupança nunca ultrapassará os 175 euros anuais.


No que toca à redução do Imposto Municipal de Imóveis, esta descida também não será relevante, já que a lei já isenta as famílias com rendimentos anuais inferiores a dez mil euros brutos e cuja casa não tenha um valor patrimonial superior a 50 mil euros.


As habitações que valem menos de 157500 euros têm isenção durante seis anos e as que vão até cerca dos 250 mil euros têm uma isenção de três anos, valores que, em muitos casos, já nem estão ao alcance das famílias com menos rendimentos

Na:TSF

 
At 4 de julho de 2008 às 11:44, Anonymous Anónimo said...

Sócrates adopta agora a política do Paulinho das feiras e só pensa nos pobres...

 

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