VIVER HABITUALMENTE PELA PROPAGANDA
A ideia de que as pressões sobre jornalistas, ou meras sugestões, partem apenas da central de propaganda do Governo é incorrecta.
Uma boa parte desse trabalho é entregue a agências de comunicação.
Essas agências são empresas que vendem um produto: propaganda dos seus clientes.
Mas algumas não se limitam a encher os computadores dos jornalistas com informações já em forma de notícias, explicando o unicamente suposto lado bom da acção dos seus clientes.
Fazem mais que isso.
Organizam festas, inaugurações e lançamentos de Magalhães com o dinheiro dos clientes – ou dos contribuintes, caso o cliente seja o Estado.
Telefonam a sugerir aos jornalistas que façam perguntas incómodas em directo a políticos que considerem adversários dos seus clientes.
E fornecem às redacções e aos blogues amigos material e background favorável aos seus clientes e desfavorável aos outros.
Inundados de informações e, se necessário, de rumores e insinuações, os jornalistas ficam apenas com um lado da questão.
A enxurrada informativa facilmente inquina a sua possibilidade de averiguar mais completamente as questões, que entram na agenda mediática deformadas, e deformadas prosseguem até à sua substituição por outras. Para o poder político, as agência de comunicação têm a vantagem de diluir o destino do dinheiro destinado à sua propaganda.
Como um governo não pode comprar jornalistas, arranjou-se o processo de pagar a agências, sendo estas que usam o nosso dinheiro de formas que dificilmente viremos a conhecer.
Tudo isto é fado, tudo isto é lobbying, claro, um nome lindo para uma actividade que tantas vezes pode ser suja.
Sendo as agências de comunicação empresas que recebem dinheiro para inclinar a informação jornalística para o lado dos seus clientes, o jornalismo nunca deveria esquecer, ao receber-se um email, um comunicado ou um telefonema de uma agência de comunicação, que tudo isso foi pago pelo cliente que quer boa imprensa para si e amiúde má imprensa para os adversários.
As agências recebem do seu cliente quaisquer que sejam os métodos que usem (e que podem ser vedados legalmente a governantes e políticos).
Não são perseguidas judicialmente nem de qualquer outra forma.
Ficam sempre a ganhar, e bem.
Já o jornalismo é abusado e fica sempre a perder.
Ao seguir indicações das agências de comunicação, um jornalista pode facilmente fazer uma informação que é mais pobre ou mesmo enviesada.
E é ele quem dá a cara.
Quem passa por fazer fretes.
Se houver problemas, é ele que os enfrenta.
Entretanto, nas agências de propaganda, arrecadam-se lucros por vezes fabulosos e teoriza-se sobre a sua científica actividade das relações públicas. Este quadro é particularmente gravoso na actualidade, porque o Governo parece estar empenhado na acção de comunicação comprada no mercado das agências.
Estas chegam a substituir as funções dos assessores de imprensa dos ministérios e agem em conjunto com a central de propaganda.
Não tendo a oposição ou outras partes envolvidas nas notícias acesso aos mesmos orçamentos de propaganda para pagar a agências de comunicação concorrentes, o fluxo de eventos, powerpoints e de teleponto, de emails, comunicados e chamadas de telefones das agências para os jornalistas cria um grande desequilíbrio.
Isso depois nota-se, e muito, quando se lê os jornais, se ouve a rádio e se vê televisão – e até quando se lê blogues claramente ligados à central de propaganda.
Parece que estamos na Rússia: a informação vem quase toda do mesmo lado.
Criam-se ondas de opinião publicada que leva a maioria dos comentadores a criticar muitíssimo mais a oposição do que o poder executivo, o que é um padrão altamente atípico nos regimes democráticos.
À parte alguns aspectos da política da Educação, a governação pouco é criticada, quanto mais escrutinada.
Não há crise nem recessão.
Aliás, a crise é favorável ao Governo, o que, seguindo alguns comentadores, parece tornar a crise excelente para todos.
A política financeira está correcta, o Financial Times é que está enviesado.
É excelente que o Orçamento seja optimista em vez de realista.
Na Saúde agora está tudo ok: a ministra explica tudo muito bem, mesmo que tenha ocultado o défice ao Parlamento.
No Ambiente corre tudo bem.
Na Economia também.
Nos Negócios Estrangeiros também.
Na Defesa também.
Na Cultura também.
No Trabalho também.
Na Administração Interna está tudo bem outra vez.
O desemprego aumenta pouco e, vistas as coisas por outro prisma, até desce.
O desemprego entre os milhões que andam a recibos verdes não existe.
A emigração causada pela política económica é uma invenção.
A fuga do investimento estrangeiro não é importante.
O Governo faz os possíveis.
A oposição é toda desastrosa: a sociedade civil, os sindicatos, o PSD, o PCP, o CDS, excepto o BE, enquanto houver esperança de aliança com o PS.
Como queria Salazar, tenta-se levar os portugueses a viver habitualmente com este sufoco informativo.
Com a crise, as pessoas têm de entreter mais com o que é de borla, a televisão.
Mas mais audiência não significa mais receitas, se não crescer a publicidade e se os canais fizerem descontos patéticos nas suas próprias tabelas de preços, como vem sucedendo.
A crise no sector televisivo notou-se em primeiro lugar na SIC, porque já vinha caindo na audimetria.
Mas, apesar de terminar o ano em segundo, a sua passagem ao terceiro lugar nas audiências três meses consecutivos estabelece um novo padrão.
A SIC perde para a RTP1 em primeiro lugar por causa do futebol da Liga, um negócio milionário da RTP1 com o dinheiro dos contribuintes, de contornos obscuros e ainda por esclarecer.
Em segundo lugar, porque da RTP1 desapareceram programas do prime time de maior interesse e menor audiência, como os de António Barreto.
Em terceiro lugar, pela falta de comparência dos dois privados em áreas que não as telenovelas.
Em quarto lugar, porque o orçamento de programação da RTP depende das transferências que o Estado garante e não, como nos concorrentes, das receitas publicitárias: nos privados, sem dinheiro não há palhaços, enquanto à RTP continua a chegar o dinheiro dos palhaços.
A quebra de receitas obriga os privados a acabar com programas que não geram publicidade suficiente, caso, na SIC, do Momento da Verdade, da Roda da Sorte e, a partir de Junho, de Rebelde Way.
O Momento da Verdade acabou. E ainda bem — porque era mau e porque levou alguns a clamarem pelo regresso da censura.
Quanto à Roda da Sorte e a Rebelde Way, não conseguiram fazer frente respectivamente ao Preço Certo da RTP1 e aos Morangos com Açúcar da TVI, mais adequados aos públicos-alvos.
Para a queda da SIC poderá ter contribuído a reorientação da sua informação a favor do poder, o que não estava de acordo com a imagem que criou ao longo dos anos.
Nos últimos meses, a SIC e a SICN começaram a alinhar com os interesses informativos do Governo, a ponto de se verificar uns sistemáticos alinhamento e servidão nos momentos em que mais interessava ao poder.
Eduardo Cintra Torres
Uma boa parte desse trabalho é entregue a agências de comunicação.
Essas agências são empresas que vendem um produto: propaganda dos seus clientes.
Mas algumas não se limitam a encher os computadores dos jornalistas com informações já em forma de notícias, explicando o unicamente suposto lado bom da acção dos seus clientes.
Fazem mais que isso.
Organizam festas, inaugurações e lançamentos de Magalhães com o dinheiro dos clientes – ou dos contribuintes, caso o cliente seja o Estado.
Telefonam a sugerir aos jornalistas que façam perguntas incómodas em directo a políticos que considerem adversários dos seus clientes.
E fornecem às redacções e aos blogues amigos material e background favorável aos seus clientes e desfavorável aos outros.
Inundados de informações e, se necessário, de rumores e insinuações, os jornalistas ficam apenas com um lado da questão.
A enxurrada informativa facilmente inquina a sua possibilidade de averiguar mais completamente as questões, que entram na agenda mediática deformadas, e deformadas prosseguem até à sua substituição por outras. Para o poder político, as agência de comunicação têm a vantagem de diluir o destino do dinheiro destinado à sua propaganda.
Como um governo não pode comprar jornalistas, arranjou-se o processo de pagar a agências, sendo estas que usam o nosso dinheiro de formas que dificilmente viremos a conhecer.
Tudo isto é fado, tudo isto é lobbying, claro, um nome lindo para uma actividade que tantas vezes pode ser suja.
Sendo as agências de comunicação empresas que recebem dinheiro para inclinar a informação jornalística para o lado dos seus clientes, o jornalismo nunca deveria esquecer, ao receber-se um email, um comunicado ou um telefonema de uma agência de comunicação, que tudo isso foi pago pelo cliente que quer boa imprensa para si e amiúde má imprensa para os adversários.
As agências recebem do seu cliente quaisquer que sejam os métodos que usem (e que podem ser vedados legalmente a governantes e políticos).
Não são perseguidas judicialmente nem de qualquer outra forma.
Ficam sempre a ganhar, e bem.
Já o jornalismo é abusado e fica sempre a perder.
Ao seguir indicações das agências de comunicação, um jornalista pode facilmente fazer uma informação que é mais pobre ou mesmo enviesada.
E é ele quem dá a cara.
Quem passa por fazer fretes.
Se houver problemas, é ele que os enfrenta.
Entretanto, nas agências de propaganda, arrecadam-se lucros por vezes fabulosos e teoriza-se sobre a sua científica actividade das relações públicas. Este quadro é particularmente gravoso na actualidade, porque o Governo parece estar empenhado na acção de comunicação comprada no mercado das agências.
Estas chegam a substituir as funções dos assessores de imprensa dos ministérios e agem em conjunto com a central de propaganda.
Não tendo a oposição ou outras partes envolvidas nas notícias acesso aos mesmos orçamentos de propaganda para pagar a agências de comunicação concorrentes, o fluxo de eventos, powerpoints e de teleponto, de emails, comunicados e chamadas de telefones das agências para os jornalistas cria um grande desequilíbrio.
Isso depois nota-se, e muito, quando se lê os jornais, se ouve a rádio e se vê televisão – e até quando se lê blogues claramente ligados à central de propaganda.
Parece que estamos na Rússia: a informação vem quase toda do mesmo lado.
Criam-se ondas de opinião publicada que leva a maioria dos comentadores a criticar muitíssimo mais a oposição do que o poder executivo, o que é um padrão altamente atípico nos regimes democráticos.
À parte alguns aspectos da política da Educação, a governação pouco é criticada, quanto mais escrutinada.
Não há crise nem recessão.
Aliás, a crise é favorável ao Governo, o que, seguindo alguns comentadores, parece tornar a crise excelente para todos.
A política financeira está correcta, o Financial Times é que está enviesado.
É excelente que o Orçamento seja optimista em vez de realista.
Na Saúde agora está tudo ok: a ministra explica tudo muito bem, mesmo que tenha ocultado o défice ao Parlamento.
No Ambiente corre tudo bem.
Na Economia também.
Nos Negócios Estrangeiros também.
Na Defesa também.
Na Cultura também.
No Trabalho também.
Na Administração Interna está tudo bem outra vez.
O desemprego aumenta pouco e, vistas as coisas por outro prisma, até desce.
O desemprego entre os milhões que andam a recibos verdes não existe.
A emigração causada pela política económica é uma invenção.
A fuga do investimento estrangeiro não é importante.
O Governo faz os possíveis.
A oposição é toda desastrosa: a sociedade civil, os sindicatos, o PSD, o PCP, o CDS, excepto o BE, enquanto houver esperança de aliança com o PS.
Como queria Salazar, tenta-se levar os portugueses a viver habitualmente com este sufoco informativo.
Com a crise, as pessoas têm de entreter mais com o que é de borla, a televisão.
Mas mais audiência não significa mais receitas, se não crescer a publicidade e se os canais fizerem descontos patéticos nas suas próprias tabelas de preços, como vem sucedendo.
A crise no sector televisivo notou-se em primeiro lugar na SIC, porque já vinha caindo na audimetria.
Mas, apesar de terminar o ano em segundo, a sua passagem ao terceiro lugar nas audiências três meses consecutivos estabelece um novo padrão.
A SIC perde para a RTP1 em primeiro lugar por causa do futebol da Liga, um negócio milionário da RTP1 com o dinheiro dos contribuintes, de contornos obscuros e ainda por esclarecer.
Em segundo lugar, porque da RTP1 desapareceram programas do prime time de maior interesse e menor audiência, como os de António Barreto.
Em terceiro lugar, pela falta de comparência dos dois privados em áreas que não as telenovelas.
Em quarto lugar, porque o orçamento de programação da RTP depende das transferências que o Estado garante e não, como nos concorrentes, das receitas publicitárias: nos privados, sem dinheiro não há palhaços, enquanto à RTP continua a chegar o dinheiro dos palhaços.
A quebra de receitas obriga os privados a acabar com programas que não geram publicidade suficiente, caso, na SIC, do Momento da Verdade, da Roda da Sorte e, a partir de Junho, de Rebelde Way.
O Momento da Verdade acabou. E ainda bem — porque era mau e porque levou alguns a clamarem pelo regresso da censura.
Quanto à Roda da Sorte e a Rebelde Way, não conseguiram fazer frente respectivamente ao Preço Certo da RTP1 e aos Morangos com Açúcar da TVI, mais adequados aos públicos-alvos.
Para a queda da SIC poderá ter contribuído a reorientação da sua informação a favor do poder, o que não estava de acordo com a imagem que criou ao longo dos anos.
Nos últimos meses, a SIC e a SICN começaram a alinhar com os interesses informativos do Governo, a ponto de se verificar uns sistemáticos alinhamento e servidão nos momentos em que mais interessava ao poder.
Eduardo Cintra Torres
Etiquetas: Amigos do Partido Socialista, Câmara Municipal de Ponte de Sor, Campanha da Corja, Compadrio, Comunicação Social, José Sócrates, Onde já se Viu Igual, Partido Socialista, Ponte de Sor
5 Comments:
O poder de algumas personagens que têm ocupado a comunicação social não resulta das suas capacidades inatas para as relações públicas ou apenas da facilidade com que entram nos corredores do poder, seja em São Bento ou em Belém. Para fazer bons negócios não bastam ministros, primeiros-ministros e outros titulares de cargos públicos, este podem sair a qualquer momento. Além disso os negócios não passam apenas pelas grandes decisões políticas, implica um processo de decisão que vai desde técnicos até governantes.
O poder destas personagens depende de uma imensa teia que foi tecida ao longo de anos de poder, de poder permanente dado que os laços privados levam as personalidades "impolutas" que estão no seu tono. verdadeiros senadores desta república de e das bananas tenham tanto poder com um governo do PS, como os barões do PS têm quando o PSD governa. A intimidade é tanta que os laços não se ficam por sociedades, nalguns casos já metem casamentos, filhos, afilhados, netos e sobrinhos. Não admira que um senador do PSD apadrine a biografia de um dirigente do PS, ou que os barões do PSD achem normal que os barões do PS se passem para a gestão da construção civil.
Trata-se de uma imensa teia a todos os níveis do Estado que assenta em esquemas de “compadrio”, assegurando que os negócios conseguem maximizar todas as vantagens que podem ser proporcionadas pelo acesso ao poder. Mesmo que um ramo da teia seja cortado rapidamente se reconstitui, a teia tem uma imensa bolsa de gente disponível para participar nela.
É por isso que ainda esta semana um alto responsável do Estado foi recentemente reconduzido pelo governo de Sócrates, apesar das suas prestações serem tão más que tiveram de ser mobilizados funcionários de outros distritos para fazerem o trabalho que ficou por fazer no seu. Mas entre manter um dos seus num alto cargo onde se podem tomar decisões que valem milhões e a defesa do Estado não há hesitações, os altos responsáveis da teia mobilizam-se para proteger os seus.
É esta imensa teia tecida ao longo dos anos, que se especializou em corromper o país e desviar a sua riqueza, que impede o desenvolvimento do país. Distorce os mercados proporcionando protecção às empresas menos competitivas que preferem apostar na corrupção a investir na inovação, na Administração Pública promove os bajuladores e corruptos em detrimento dos técnicos mais competentes e, que por isso mesmo, poderão ser potencialmente incómodos.
Desde que o BPN passou a ser notícia já se falou de meia dúzia de personalidades vindas da magistratura, do fisco e das secretas, isto é, gente com poderes mais ou menos ocultos, que por sua vez mantêm relações com muitas outras personalidades a todos os níveis do Estado. Aquilo que temos visto são só algumas pontas de uma imensa teia com poder para governar Portugal independentemente das escolhas que os portugueses fazem nas eleições.
O comum dos portugueses não sabe o que se passa no país. Ou melhor. Só sabe aquilo que os "transmissores" da "mensagem" deixam ou querem que se saiba. Quando abrem a televisão para ver os telejornais, o que aparece no ecrã já foi revisto, corrigido, aumentado ou diminuído em função do que interessa divulgar ou ocultar.
Por isso a "mensagem" é mais "massagem" do que outra coisa (para recorrer a um termo do J. P. Pereira).
Depois, a maioria da classe jornalística não existe para informar ou para "comunicar". Existe para servir.
A opinião pública não coincide com a opinião que se publica e a opinião que se publica normalmente "coincide" com aquilo que o poder quer que a opinião pública conheça ou deixe de conhecer.
Pelo meio desta falsa trapalhada (porque nem é falsa nem é trapalhada), aparecem as agências de comunicação metidas, como traças, em tudo o que é "opinião", falada, visionada ou escrita. Nunca se foi tão longe em propaganda como agora.
Os meios tecnológicos favoreceram este esquisito exercício e a natureza humana, tipicamente, faz o resto.
O "sonho" dos meninos e das meninas dos cursos de comunicação social e cultural é, quando forem grandes, poderem chegar a um Ricardo Costa, a uma Judite de Sousa, a um Cunha Vaz ou, em casos mais telhudos, a "escritores" como Rodrigues dos Santos ou Guedes de Carvalho.
Há muito que a nobreza da função de jornalista se perdeu nas trevas do regime.
Nada como viver feliz, subserviente e sobretudo tranquilo no respeitinho da "socrolândia". Chamem-lhe, porém, tudo menos jornalismo.
Por isso é que o Jerónimo, não aceita entrevistas, nas televisões!!
O poder domina tudo e os políticos são uma corja de hipócritas e mentirosos, o melhor exemplo que temos próximo é o Taveira Pinto, tá grudado e vamos levar co ele mais qautro anos.
Estamos entregues a cabrões corruptos e vigaristas que se servem da política para ganhar milhões. Por mim só descanso quando se começar a meter nos cornos destes cabrões corruptos e vigaristas uns tiros de zagalote e começar a limpar-lhes o sebo nas ruas das cidades, vilas, aldeias e lugares deste nosso portugal.
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