PONTE DO SOR
PONTE DO SOR, UM ESPAÇO DE LIBERDADE BANHADO PELO RIO SOR
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
DIA 14 DE NOVEMBRO DE 2012
No próximo dia 14 de Novembro os trabalhadores portugueses são
chamados a concretizar um dia de greve em todos os sectores de actividade.
Quando esta jornada de luta foi marcada apenas se
vislumbrava o que iria ser a proposta de Orçamento de Estado, a discussão em
torno da destruição das funções sociais do Estado, agora apelidada de
refundação, ainda não tinha sido lançada na comunicação social e as relações
epistolares entre os dois maiores partidos que têm partilhado a arca do poder
não eram assunto que preocupasse os comentadores.
As razões para a convocação da Greve Geral têm vindo a ser
confirmadas e reforçadas em cada dia que passa e só mesmo o secretário geral da
UGT parece achar que não são suficientemente fortes para desafiar os
trabalhadores a parar o país.
Do que se vai sabendo muitos dos sindicatos filiados naquela
organização anunciaram já a sua adesão à greve, numa clara demonstração de
isolamento do Proença na sua torre de marfim do sectarismo da colaboração que o
levou a assinar o acordo de concertação social.
O próximo dia 14 ficará na história como o dia da primeira
greve geral ibérica naquilo que é um resposta clara ao avanço violento das
políticas de austeridade que têm como consequência os roubos nos salários, os
ataques aos direitos laborais e sociais e que ameaçam mesmo a própria
democracia.
Só pode parecer um exagero a afirmação de que a democracia
está em perigo, aos que andam completamente distraídos.
A situação criada pela contínua prossecução da mesma
política ao longo dos últimos 36 anos, pelos governos do PS, PSD e CDS, é pasto
fértil para o aparecimento de teorias que pretendem culpar a democracia pela
situação desastrosa em que vivemos.
São os defensores da diminuição do número de deputados, de
que os partidos são todos iguais, da extinção de autarquias, dos movimentos
anti partidos e de outras “novidades” que mais não são que uma repetição
revista e ampliada do caldo político que deu origem a 48 anos de ditadura
fascista no nosso país.
Muitas destas ideias são acarinhadas e alimentadas por figuras
mais ou menos patéticas com acesso fácil e pago às televisões, para bolsarem as
suas soluções milagrosas assentes numa sapiência de pacotilha que facilmente
entra no ouvido dos incautos.
Já os ouvi defenderem de tudo e até a ausência de necessidade
de eleições, apelando à constituição de um governo de sábios (provavelmente
escolhidos por si em momento de inspiração divina).
É claro que a democracia está em perigo e é claro que quem
manda em quem governa anseia pela liberdade total, que só uma ditadura à moda
de Salazar, Franco ou Pinochet pode proporcionar.
A Greve Geral do próximo dia 14 é um imperativo de luta dos
trabalhadores para por fim à ofensiva contra os seus direitos mas é também um
imperativo de cidadania em defesa da democracia consagrada na Constituição da
República e que estes aprendizes de feiticeiro querem eufemisticamente
“refundar”.
E.L.
Etiquetas: Greve Geral