segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

EM PORTALEGRE ACONTECE...EM 2009

Mississippi Gospel Choir
3 de Janeiro :: 21.30h
Com canções conhecidas e muito sentidas, o “Mississippi Gospel Choir” leva a sua mensagem de Paz e Solidariedade além-fronteiras.
Grande Concerto de Ano Novo
6 de Janeiro :: 21.30h
O regresso ao CAEP após o êxito da edição anterior,é o Grande Concerto de Ano Novo, com uma actrativa seleção das melhores valsas, polcas e marchas de Strauss.
A Verdadeira Treta
15 e 16 de Janeiro :: 21.30h
Um regresso à essência da “filosofia do disparate” que já fez rir milhares de espectadores... que há muito reclamavam por mais!
NOUVELLE VAGUE
6 de Fevereiro :: 21.30h
Versões de temas conhecidos dos Joy Division, Depeche Mode, Tuxedomoon, The Clash, The Cure, Sisters of Mercy, entre outros, completamente transfigurados para ritmos.

CENTRO DE ARTES DO ESPECTÁCULO DE PORTALEGRE
Praça da República, 39
7300-109 Portalegre
Tel.: +351 245 307 498
Fax.:+351 245 307 544
mail: geral.caep@cm-portalegre.pt
web: www.cm-portalegre.pt/caep
blog: www.caeportalegre.blogspot.com
MySpace: www.myspace.com/caeportalegre

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

BOAS FESTAS



Antero

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NATAL...



R.V.

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sábado, 20 de dezembro de 2008

ELES JÁ NEM CRÉDITO CONSEGUEM...

A manchete do Expresso, o Borda d'Água do regime, traz uma manchete à qual pouca gente prestará a devida atenção por causa dos peidinhos e dos arrotos da classe política, metida nas suas tradicionais conversas de porteiras e na intriga mais baixa, a única coisa que interessa às redacções.
Sucede que, apesar do admirável Sócrates e da não menos extraordinária banca portuguesa, Portugal não possui crédito (literalmente) externo.
Mesmo com o aval do Estado, a Caixa Geral de Depósitos - que até é uma coisa séria ao pé de outros tugúrios da especialidade - não conseguiu o empréstimo que solicitou e, mesmo assim, pagou uma batelada em spread que agora vai forçosamente reflectir nas famosas famílias e nas empresas que tanto preocupam o magnífico Sócrates.
Entretanto o Estado (com a indispensável ajuda dos mansos dos contribuintes) já meteu 1,5 mil milhões de euros na CGD, para, designadamente, financiar abortos como o BPN.
Traduzido em pechisbeque, isto quer dizer que lá fora não confiam em nós e não nos passam cartão. E quem não confia, não empresta dinheiro ou empresta-o mais caro.
Em compensação, nós por cá parecemos mais interessados em discutir o comportamento da irrelevante Assembleia da República e dos inúteis que a compõem do que em pensar no abismo que se aproxima.
Uma raça tão ignóbil merece tudo o que de mau lhe acontecer.
Só espero ter tempo para me poder sentar tranquilamente à beira do rio a ver passar o cadáver do regime rumo ao mar.


J.G.

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PONTE DE SOR - O QUE FALTA NESTA CIDADE?

O que falta nesta cidade?-------------------------Verdade.
Que mais por sua desonra?----------------------Honra.
Falta mais que se lhe vergonha?---------------Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.

Quem a pôs a socrócio?-----------------------------Negócio.
Quem causa tal perdição?--------------------------Ambição.
E o maior desta loucura?----------------------------Usura.

Notável desventura
De um povo néscio, e sandeu,
Que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura.
(...)
E que justiça a resguarda?--------------------------Bastarda.
É grátis distribuída?------------------------------------Vendida.
Quem tem, que a todos assusta?-----------------Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa,
O que El-Rei nos dá de graça,
Que anda a justiça na praça
Bastarda, Vendida, Injusta.
(...)
A Câmara não acode?---------------------------------Não pode.
Pois não tem todo o poder?-------------------------Não quer.
E o governo a convence?--------------------------Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma Câmara tão nobre,
Por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence.

Gregório de Mattos e Guerra
[1633-1696]

Assim descrevia o poeta a cidade da Baía, no século XVII.
Conhecido como Boca do Inferno, nasceu na Bahia, estudou humanidades e direito em Portugal; advogou em Lisboa; aos 47 anos voltou ao Brasil.
É considerado o primeiro escritor de humor e sátiras brasileiro.
Aqui, ele mete o bedelho nos sonetos de Bernardo e Padre António Vieira, mostrando a sua genialidade.

Falta Verdade, Honra, Vergonha; Sobeja Negócio, Ambição, Usura; Há Justiça Bastarda, Vendida, Injusta; a Câmara Não pode, Não quer, Não vence.
Alguns séculos se passaram, mas parece que ainda nos revemos nalgumas expressões e enunciados.
Ou não será?...


M.

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domingo, 14 de dezembro de 2008

FLUVIÁRIO DE MORA O MELHOR MUSEU PORTUGUÊS DE 2008

Prémio Melhor Museu Português de 2008

Associação Portuguesa de Museologia escolhe Fluviário



O Fluviário de Mora foi considerado pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) o Melhor Museu Português 2008, recebendo a Menção Honrosa os Museus de Arte Contemporânea de Elvas e Arqueológico do Fundão.

Estes prémios distinguem anualmente ainda, a Melhor Exposição, o Melhor Catálogo e o Melhor Serviço de Extensão Cultural.

O Prémio Melhor Exposição foi entregue ao Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, pelo conjunto de exposições apresentadas.

Os museus do Neo-Realismo, em Vila França de Xira, Marítimo de Ílhavo (Aveiro), bem como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian pelo catálogo da exposição sobre Amadeo de Souza-Cardoso e a Divisão de Publicações da Assembleia da República pelo catálogo da exposição dos tratados internacionais, partilham o Prémio Melhor Catálogo.

Os museus das Comunicações e da Colecção Berardo, ambos em Lisboa, recebem o Prémio Melhor Serviço de Extensão Cultural.

Bianualmente é atribuído o Prémio para o Melhor Trabalho de Museologia que foi entregue, este ano, a Marta Rocha Moreira da Faculdade de Arquitectura do Porto pela sua tese Da casa ao museu, sobre os projectos casa-museu.

A museóloga e historiadora de arte Adília Alarcão receberá o Prémio Carreira.

Este ano, a Associação distinguiu também um trabalho jornalístico sobre museus, tendo o galardão sido entregue aos jornais Diário de Notícias do Funchal e Público.

O Prémio Melhor Site coube ao Museu da Polícia Judiciária, pelo projecto SOS Azulejo.

A Associação Portuguesa de Museologia tem como objectivo, entre outros, promover o conhecimento da museologia e dos domínios científicos e técnicos que a informam, segundo nota daquela instituição.

A Associação promove várias reuniões de técnivos e profissionais de Museus e visitas de estudo, conferências, exposições e publicações.

Realçar a importância do papel desempenhado pelos museus e pela profissão museológica em cada comunidade e entre povos e culturas, é outro dos objectivos da Associação.

No ano passado, o Prémio para Melhor Museu Português foi partilhado pelos museus municipais de Faro e Coruche.

Os Prémios da Associação Portuguesa de Museologia têm apenas um valor simbólico e não pecuniário.

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sábado, 13 de dezembro de 2008

UM LIVRO FABULOSO PARA PRENDA DE NATAL



O LIVRO


Para encomendar o livro:
1. Enviar um mail com nome (completo, de preferência), morada e qual a encomenda para: anteroval@gmail.com

2. Fazer a transferência bancária para o NIB: 003300000198017250061 (banco: Millennium).

NOTA 1: Coloquem no descritivo o mesmo nome que utilizaram na encomenda (as contas conjuntas podem causar alguma confusão).
Por segurança, enviem-me também, por favor, o comprovativo da transferência (scanner ou um mail com os dados), para poder confrontar com o meu extracto (se a transferência não disser o nome do depositante, deverá incluir o número da conta da qual foi feita a transferência).

NOTA 2: Para os mais avessos a esta coisa de internet, podem sempre enviar o pedido e o pagamento para:
Antero Valério
Rua Mateus Vicente, Nº3, 3ºDtº
1500-445 Lisboa

Informação útil:
O preço do livro é de 17,5 euros, mais 2,5 para despesas de envio. (20 euros).
O preço da colecção de postais é de 9 euros, já com os portes incluídos.
Se encomendar o livro e os postais juntos, o total é de 27 euros.

O livro tem 120 páginas, 80 páginas a preto e branco e 40 páginas a cores.
A colecção é de 9 postais, embalados numa caixa/cartoon.

A edição do livro é de mil exemplares e a dos postais é de 500 exemplares.



OS POSTAIS


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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

VIVER HABITUALMENTE PELA PROPAGANDA [ II ]

Combinação: Ana Jorge ficou furiosa por um jornalista ter questionado a sua colega da Educação
Ainda por cima é a RTP a fazer isso

A cena mostra até que ponto chegaram as relações entre a Comunicação Social e o Governo socialista.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, foi ao Centro Nacional de Cultura apresentar o plano de combate à sida nas escolas.


Como tem sido hábito neste Governo, o acontecimento tinha a pompa e a circunstância do costume. Acabada a cerimónia, com os inevitáveis discursos da praxe, Ana Jorge pôs-se à disposição dos jornalistas para responder a mais algumas questões sobre aquela matéria. Acontece que Ana Jorge não estava sozinha. Estava acompanhada de Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, que, como se sabe, tem andado na berlinda devido à guerra com os professores.

O jornalista da RTP aproveitou a ocasião e tentou naturalmente fazer uma pergunta a Maria de Lurdes Rodrigues sobre o assunto.
Foi então que Ana Jorge saltou indignada com o comportamento do jornalista: O quê? O senhor não sabe o que está combinado?
Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem.
Assim vão a informação e o poder neste País.

António Ribeiro Ferreira
Correio da Manhã.

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O ESTADO A QUE ESTE PAÍS CHEGOU...

Um país de papagaios.
Uma sociedade desenvergonhada.
Um lugar que, a cada hora que passa, fica a dever mais dois milhões de euros ao estrangeiro, fora os juros.
Henrique Medina Carreira explicou, com desenvoltura e ironia, o estado da nação e a razão por que não acredita na propaganda de Sócrates, alguém que ele não leva a sério ao contrário do empertigado Gomes Ferreira da SIC-Notícias.
Dispensa comentários.

J.G.

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

OS ÚLTIMOS 20 ANOS DE INCOMPETÊNCIA E MUITO MAIS... [ III parte ]


Para entender bem como Portugal é pequeno e se conquistam consciências críticas, ou até se entra em redutos do inimigo de classe, talvez seja útil transcrever um pequeno texto da Visão de 5.12.2008, que dava conta do retrato do poder em Portugal:
"Baptista-Bastos, de quem Dias Loureiro foi testemunha abonatória, num processo em que o queixoso era Alberto João Jardim, é outro dos seus amigos: «Detestava-o e disse-lho quando o conheci. Até lhe falei no rosto sombrio que ostentava, o que lhe conferia um ar sinistro.»
BB ouvira-o, numa manhã de sábado, na rádio: «Ele possuía uma ampla informação política, económica, social e cultural do País. E desenvolveu as suas ideias, associando-as com uma forte componente social-democrata, à maneira, por exemplo, de Willy Brandt e de Olof Palme.»
Vai daí, BB escreveu um artigo sobre isso e Dias Loureiro telefonou-lhe de Nova Iorque. Depois disso, foram-se encontrando, entre almoços e uísques, por vezes com Duarte Lima a juntar-se-lhes. Conheceu um Dias Loureiro que «se interessava por livros, pintura e música. E, sobretudo, por pessoas. Ajudou, desinteressadamente, muitas pessoas, entre as quais alguns nossos camaradas de Imprensa, que, neste momento, o ignoram ignobilmente», observa.
"
O percurso meteórico de Dias Loureiro, desde as oficiosas no tribunal de Coimbra, ainda nos anos oitenta, até aos ofícios e despachos nos ministérios de Cavaco Silva, poderia ser contado pelo próprio em autobiografia, de proveito e exemplo.
Enquanto tal não sucede, há aspectos da vida pública do mesmo que estão ao dispor das pesquisas nos suportes habituais, mediáticos.
Há factos indesmentíveis: Dias Loureiro apareceu, desde 1996, ligado, por grande amizade, a autênticos crápulas, para não dizer criminosos de alto coturno e do piorio que pode haver à face da Terra: traficantes de armas (El Assir) ; assassinos confessos (o marroquino Basri, o Alcachofra ) e personagens de recorte mais que duvidoso, de enumeração escusada porque atingível à distância de um clic na Net.
Como tal percurso se afigura extraordinário para o cidadão comum e paradigma de um certo tipo de figura pública da política, com paralelo apenas noutra figura de relevo que por coincidência se irmanou com o mesmo- Jorge Coelho- talvez se torne interessante percorrer os elementos de facto, para perceber os factos elementares de uma certa prática política portuguesa, que o Cavaquismo contemporizou e apoiou. Sem arrependimento. E o soarismo de Macau e o decorrente socialismo de gaveta, popularizaram, até aos dias de hoje, sem interregno digno de um Estado decente.

O período fulcral para entender este fenómeno, para Dias Loureiro, situa-se já nos anos noventa, particularmente, de 1995-96, com a saída do último governo de Cavaco Silva, onde tinha sido ministro da Administração Interna e a entrada num escritório de advogados, de Mister D.
Este
pequeno Maquiavel à moda do Minho, como em tempos e imprudentemente, foi apelidado por um proscrito da televisão que aquele então dirigia, é aliás, um dos elementos para compreensão do fenómeno da nossa política dos últimos trinta anos. Porque esteve sempre presente em tudo o que era importante e conhece os nomes todos que importam.
Nota-se, nessa política de sucessivos governos de vários partidos, uma ausência de separação nítida e ética, entre quem governa e quem é governado, no nível mais elevado do Executivo, após as funções políticas.
Essa promiscuidade, de amizades pessoais, políticas e de interesses, por diversas vezes assinalada, fica exaurida até ao último suspiro de desejável separação ética, entre o Estado, as suas funções específicas de governo e as actividades de alguns Privados .

Promiscuidade notória, sempre que algum notável sai de um governo, para integrar conselhos de administração de empresas de grande dimensão. Alguns, sem qualquer preparação específica para a função, a não ser a adquirida no exercício governativo que obviamente não é uma escola de gestão. Promiscuidade que dificilmente é sindicável, por ausência de leis reguladoras e principalmente, de princípios éticos enraizados nos costumes políticos e sociais. Uma promiscuidade, tornada natural, razoável, por vezes até desejável, pelos próprios interessados.
E sem sombra de pecado confessável. Todos se consideram acima de qualquer suspeita maliciosa e todos se consideram como os epítomes da competência ética e política. Nunca, em Portugal, alguém ousou questionar a decência ética de tais movimentações, a não ser em casos bem contados e sem consequências ( precisamente Jorge Coelho e Ferreira do Amaral, outro imprescindível).

No que respeita a Mr D. , essa figura central da vida política portuguesa, do Centro desta democracia , pode ser uma das chaves para a compreensão da ascensão meteórica de Dias Loureiro, e ainda de todo o Centro da vida política portuguesa, com amplos nomes em destaque nos mais variados cargos, empresas e iniciativas.

Mr. D. é um dos exemplos para a compreensão dos fenómenos politico-sociais, destes últimos trinta anos em Portugal. Com Almeida Santos, Mister A, himself, temos o retrato perfeito do regime que temos. E nem é preciso falar em mais ninguém. Mário Soares, Cavaco Silva e até Sá Carneiro, são apenas os contextos e pretextos para se entender este Portugal contemporâneo, dos últimos trinta anos.

Mr D. filho de algo na AD, director de campanha presidencial de Freitas do Amaral, não sendo do PSD está desde sempre no PSD, em estudos.
Mr. D. apareceu publicamente, em meados dos anos setenta, vindo das profundezas do Fundão. Foi polícia, magistrado, jornalista do Jornal Novo, na altura de combate activo ao PCP e à Esquerda, ministro da AD de Sá Carneiro, na Propaganda elementar contra o sistema de Esquerda que sempre combateu até certo nível, presidente de comissões de eleições de presidentes e de tudo e mais qualquer coisa que importe nos bastidores, curador de museus, empresário de administração (até da Mota-Engil), acabando, naturalmente, numa Fundação que tudo deve a Champallimaud.
Prepara-se agora para concorrer novamente a negócios de televisão, depois de ter perdido a corrida, para Balsemão. E a posição, actualmente, é de vantagem competitiva, com a presidência da PT-Multimedia.
A PT, a GALP, a EDP e outras que tais, as maiores empresas do país, dependem destes nomes, recorrentes, sempre presentes e de constância aflitiva para o bem comum. Nada de relevante, nestas empresas, acontece fora destes nomes, propostos e intermutáveis.
(A EDP, no negócio de Marrocos, da Plêiade, é parceira com a Redal. Uma EDP, administrada na época por nomes repetidos, como um fugidio cavaquista de nome Luís Filipe Pereira)

Mr. D., advogado do empresário Champallimaud, vindo do período anterior a Abril de 74, (tinha sido advogado na equipa de Slagado Zenha que defendeu António Champallimaud, no caso da herança Sommer), prolongou-se para além dessa experiência de foro, alimentando-se das células estaminais desse cordão umbilical do grande capital, através das privatizações, nos anos noventa, do património que lhe tinha sido nacionalizado em 1975, pela Esquerda comunista, com aplauso dos que meteram o socialismo na gaveta.

Qual o papel de Mr. D. no processo de reprivatização dos bancos e empresas, relativamente ao seu antigo cliente, António Champallimaud?

No caso das privatizações, Mister D. esteve sempre lá e continua a estar, no centro de tudo e de todos. Numa acção proposta em 1995 ( curiosa data), Mister D. continua a sustentar que o seu cliente Champallimaud, saiu muito prejudicado no negócio com o Estado que lhe nacionalizara as empresas. Apesar do acordo com o Estado, com um governo do PSD de maioria absoluta, e portanto com o Estado-Administração de que fazia parte, afectiva por proximidade partidária, pessoal e ideológica, sustenta agora, desde 1995, que afinal o Estado ( de que chegou a fazer parte como ministro) só dera ao seu cliente privilegiado, um pouco mais de 5% do devido. E por isso, pede o resto, agora e com toda a naturalidade de quem não se recorda do acordo feito. E o resto, são quase 300 milhões de euros, sem contar com juros...

Em tudo o que é importante, desde há trinta anos a esta parte, Mr. D. aparece. Até no caso da Casa Pia ( foi advogado das vítimas,- ó espanto dos espantos!-e afastou.se. Terá sido por ter falado com elas? Ou nem sequer as conhece?).
O Diário Económico que lhe traçou um perfil, define-o em título como alguém que conhece toda a gente que importa, em Portugal, desde sempre. Um inoxidável, portanto.
Por isso, nada de espantar que encomie de modo agora tornado ridículo, o mentor do BPP, um sucesso notável no mundo da banca.

Logo, para entender bem o regime que temos e somos, devemos, antes do mais, perceber o poder, influência e oportunidade de aparecimento de pessoas como Mister D. Ou Mister A. Os Duponds improváveis do nosso pobre regime que substitui o período de obscurantismo e fascismo, vindo das catacumbas da repressão.

Mas...então, a democracia, regime supostamente de transparência, alternância partidária e higiene política, pela renovação de nomes,programas e personagens, tem necessidade estrita de pessoas como estes Misters? Serão estes treinadores, os verdadeiros imprescindíveis do regime? Melhor: serão estes, os pilares do Regime?

Aparecem porque não há mais ninguém? Ocupam o vazio democrático? E não haverá o risco grave de conglomeração oligárquica? Só existem estes políticos, em Portugal?

Há alguma alternativa, legalmente possível, a estes fenómenos que todos reconhecem como sendo os avatares do Centro político, em bloco consolidado?

É o que se tentará saber, a seguir.


José

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sábado, 6 de dezembro de 2008

VIVER HABITUALMENTE PELA PROPAGANDA

A ideia de que as pressões sobre jornalistas, ou meras sugestões, partem apenas da central de propaganda do Governo é incorrecta.
Uma boa parte desse trabalho é entregue a agências de comunicação.
Essas agências são empresas que vendem um produto: propaganda dos seus clientes.
Mas algumas não se limitam a encher os computadores dos jornalistas com informações já em forma de notícias, explicando o unicamente suposto lado bom da acção dos seus clientes.
Fazem mais que isso.
Organizam festas, inaugurações e lançamentos de Magalhães com o dinheiro dos clientes – ou dos contribuintes, caso o cliente seja o Estado.
Telefonam a sugerir aos jornalistas que façam perguntas incómodas em directo a políticos que considerem adversários dos seus clientes.
E fornecem às redacções e aos blogues amigos material e background favorável aos seus clientes e desfavorável aos outros.
Inundados de informações e, se necessário, de rumores e insinuações, os jornalistas ficam apenas com um lado da questão.
A enxurrada informativa facilmente inquina a sua possibilidade de averiguar mais completamente as questões, que entram na agenda mediática deformadas, e deformadas prosseguem até à sua substituição por outras. Para o poder político, as agência de comunicação têm a vantagem de diluir o destino do dinheiro destinado à sua propaganda.
Como um governo não pode comprar jornalistas, arranjou-se o processo de pagar a agências, sendo estas que usam o nosso dinheiro de formas que dificilmente viremos a conhecer.
Tudo isto é fado, tudo isto é lobbying, claro, um nome lindo para uma actividade que tantas vezes pode ser suja.
Sendo as agências de comunicação empresas que recebem dinheiro para inclinar a informação jornalística para o lado dos seus clientes, o jornalismo nunca deveria esquecer, ao receber-se um email, um comunicado ou um telefonema de uma agência de comunicação, que tudo isso foi pago pelo cliente que quer boa imprensa para si e amiúde má imprensa para os adversários.
As agências recebem do seu cliente quaisquer que sejam os métodos que usem (e que podem ser vedados legalmente a governantes e políticos).
Não são perseguidas judicialmente nem de qualquer outra forma.
Ficam sempre a ganhar, e bem.
Já o jornalismo é abusado e fica sempre a perder.
Ao seguir indicações das agências de comunicação, um jornalista pode facilmente fazer uma informação que é mais pobre ou mesmo enviesada.
E é ele quem dá a cara.
Quem passa por fazer fretes.
Se houver problemas, é ele que os enfrenta.
Entretanto, nas agências de propaganda, arrecadam-se lucros por vezes fabulosos e teoriza-se sobre a sua científica actividade das relações públicas. Este quadro é particularmente gravoso na actualidade, porque o Governo parece estar empenhado na acção de comunicação comprada no mercado das agências.
Estas chegam a substituir as funções dos assessores de imprensa dos ministérios e agem em conjunto com a central de propaganda.
Não tendo a oposição ou outras partes envolvidas nas notícias acesso aos mesmos orçamentos de propaganda para pagar a agências de comunicação concorrentes, o fluxo de eventos, powerpoints e de teleponto, de emails, comunicados e chamadas de telefones das agências para os jornalistas cria um grande desequilíbrio.
Isso depois nota-se, e muito, quando se lê os jornais, se ouve a rádio e se vê televisão – e até quando se lê blogues claramente ligados à central de propaganda.
Parece que estamos na Rússia: a informação vem quase toda do mesmo lado.
Criam-se ondas de opinião publicada que leva a maioria dos comentadores a criticar muitíssimo mais a oposição do que o poder executivo, o que é um padrão altamente atípico nos regimes democráticos.
À parte alguns aspectos da política da Educação, a governação pouco é criticada, quanto mais escrutinada.
Não há crise nem recessão.
Aliás, a crise é favorável ao Governo, o que, seguindo alguns comentadores, parece tornar a crise excelente para todos.
A política financeira está correcta, o Financial Times é que está enviesado.
É excelente que o Orçamento seja optimista em vez de realista.
Na Saúde agora está tudo ok: a ministra explica tudo muito bem, mesmo que tenha ocultado o défice ao Parlamento.
No Ambiente corre tudo bem.
Na Economia também.
Nos Negócios Estrangeiros também.
Na Defesa também.
Na Cultura também.
No Trabalho também.
Na Administração Interna está tudo bem outra vez.
O desemprego aumenta pouco e, vistas as coisas por outro prisma, até desce.
O desemprego entre os milhões que andam a recibos verdes não existe.
A emigração causada pela política económica é uma invenção.
A fuga do investimento estrangeiro não é importante.
O Governo faz os possíveis.
A oposição é toda desastrosa: a sociedade civil, os sindicatos, o PSD, o PCP, o CDS, excepto o BE, enquanto houver esperança de aliança com o PS.
Como queria Salazar, tenta-se levar os portugueses a viver habitualmente com este sufoco informativo.

Com a crise, as pessoas têm de entreter mais com o que é de borla, a televisão.
Mas mais audiência não significa mais receitas, se não crescer a publicidade e se os canais fizerem descontos patéticos nas suas próprias tabelas de preços, como vem sucedendo.
A crise no sector televisivo notou-se em primeiro lugar na SIC, porque já vinha caindo na audimetria.
Mas, apesar de terminar o ano em segundo, a sua passagem ao terceiro lugar nas audiências três meses consecutivos estabelece um novo padrão.
A SIC perde para a RTP1 em primeiro lugar por causa do futebol da Liga, um negócio milionário da RTP1 com o dinheiro dos contribuintes, de contornos obscuros e ainda por esclarecer.
Em segundo lugar, porque da RTP1 desapareceram programas do prime time de maior interesse e menor audiência, como os de António Barreto.
Em terceiro lugar, pela falta de comparência dos dois privados em áreas que não as telenovelas.
Em quarto lugar, porque o orçamento de programação da RTP depende das transferências que o Estado garante e não, como nos concorrentes, das receitas publicitárias: nos privados, sem dinheiro não há palhaços, enquanto à RTP continua a chegar o dinheiro dos palhaços.
A quebra de receitas obriga os privados a acabar com programas que não geram publicidade suficiente, caso, na SIC, do Momento da Verdade, da Roda da Sorte e, a partir de Junho, de Rebelde Way.
O Momento da Verdade acabou. E ainda bem — porque era mau e porque levou alguns a clamarem pelo regresso da censura.
Quanto à Roda da Sorte e a Rebelde Way, não conseguiram fazer frente respectivamente ao Preço Certo da RTP1 e aos Morangos com Açúcar da TVI, mais adequados aos públicos-alvos.
Para a queda da SIC poderá ter contribuído a reorientação da sua informação a favor do poder, o que não estava de acordo com a imagem que criou ao longo dos anos.
Nos últimos meses, a SIC e a SICN começaram a alinhar com os interesses informativos do Governo, a ponto de se verificar uns sistemáticos alinhamento e servidão nos momentos em que mais interessava ao poder.


Eduardo Cintra Torres

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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

PONTE DE SOR - DELPHI NÃO ENCERRA

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) garantiu hoje que a multinacional norte-americana Delphi não vai encerrar a unidade fabril de Ponte de Sôr .

Em declarações à agência Lusa José Simões, secretário-geral do SIMA, explicou que a fábrica não vai fechar porque os produtos que são desenvolvidos em Ponte de Sôr e que estavam para ser agora produzidos noutros países não garantiam nessas unidades a qualidade necessária.


A fábrica Delphi de Ponte de Sôr, que emprega 439 operários efectivos, além de cerca de 80 a contrato, produz apoios, mecanismos para portas de correr automatizadas e sistemas de protecção de ocupantes para vários modelos de veículos automóveis

De acordo com o sindicalista, o próximo passo a dar no processo negocial com a administração, passa por cancelar o despedimento colectivo que estava em curso.

Durante o mês de Outubro a administração da Delphi tinha informado a comissão negociadora sindical de que já não era possível encerrar a unidade a 30 de Dezembro, remetendo o fecho para o final do primeiro semestre do próximo ano.

A Delphi justificou, na altura, que o adiamento do fecho da unidade fabril devia-se ao facto de ter surgido uma nova encomenda e que teria de ser produzida naquela unidade.

O adiamento surgiu depois de a administração e os representantes dos operários terem chegado a acordo quanto ao valor das indemnizações, na sequência de um processo negocial que se prolongou ao longo de vários meses.

De acordo com José Simões, ambas as partes acordaram, a 17 de Outubro, uma indemnização a atribuir aos operários de dois salários por cada ano de trabalho, além de outras compensações pelo fecho da unidade fabril.


HYT.

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ESTÁ VISTO! QUÊM MANDA?



Há uma semana, o Banco Privado Português, estava falido e sem salvação possível.



O pior ministro das Finanças da Europa, (segundo um jornal inglês), dissera que tal situação, não acarretava qualquer risco grave para o sistema financeiro, afastando qualquer possibilidade de recurso ao Estado para suprimento das dificuldades, através da injecção de capital público.

Menos de uma semana depois, o que era então verdade, deixou de o ser, como no futebol .
O pior ministro das Finanças da Europa, lá teve mais uma vez, de engolir o sapo vivíssimo que lhe foi servido em Conselho de Ministros, pelo primeiro-ministro que o nomeou e o pode tirar do lugar com a mesma presteza.

A superestrutura que efectivamente governa - e que só por si justifica a existência de um partido comunista, para permitir estas noções de esquerda - tirou o tapete ao pior ministro das Finanças da Europa e com o apoio explícito do excelso governador do Banco de Portugal, deu a mão aos ainda mais magníficos accionistas e depositantes do BPP.
Balsemão, Saviotti, Vaz Guedes et al, agradecem, mas o caso cheira demasiado a esturro.

Evidentemente, a superestrutura pressionou o primeiro-ministro.
Porque se assim não fosse, não fariam sentido as declarações do pior ministro das Finanças da Europa.

E a gente não sabe porquê, uma vez que a notícia do Expresso é uma cortina de fumo.

Tanto fumo que até o apoiante da causa, ficou obnubilado com a decisão de reviravolta.
Nem a manchete do Expresso, de Balsemão, agora com a equipa directiva reforçada por esse génio do jornalismo que é Ricardo Costa, lhe mostrou a luz.
Virá a seguir.
Mais certo do que a causa ser sempre a mesma.


José

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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

QUALIDADE DE EDUCAÇÃO?

Uma mulher de Tábua que deixou de estudar na adolescência saltou seis anos de escolaridade em pouco mais de um ano, frequentando agora uma licenciatura em Coimbra. É um exemplo polémico do Novas Oportunidades.

Semanário SOL


Uma outra originalidade deste governo: a invenção das licenciaturas per saltum. Ou, em português corrente, em saldo.
Há quem diga também, a saque.

Como soi dizer-se, os exemplos vêm de cima.


José

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JOSÉ LUIS PEIXOTO NA 22ª FEIRA INTERNACIONAL DO LIVRO DE GUADALAJARA

Em Guadalajara, está um tempo que, muitas vezes, não temos em Portugal no Verão. Está uma espécie de Primavera com aroma de Verão, muito sol, o que ajuda bastante a sorrir. Ontem, para além das várias entrevistas, que correram todas de forma excelente, foi sobretudo um dia para descansar. Andei sempre com os meus acompanhantes, que são muitíssimo simpáticos, embora às vezes seja estranho para mim ter sempre duas pessoas à minha volta. Acontece sentir-me responsável por eles e sentir que tenho de estar sempre divertido para que eles sintam que estão a fazer um bom trabalho. E estão.

À tarde, encontrei a minha editora francesa, um amigo poeta espanhol que vive no Uruguai e uma fotógrafa norte-americana, com quem fiquei de tirar umas fotos em Nova Iorque mas, depois, não tive tempo. Estes encontros parecem-me for
mar a imagem nítida de um certo aspecto da minha vida. Eu sou a única coisa que estas pessoas têm em comum. Cada uma delas vive no seu canto do mundo, na sua vida. São desconhecidos uns dos outros. Depois, existo eu, que carrego uma rede de muitas pessoas assim. Pessoas que existem nos contextos mais díspares e que se ignoram mutuamente. Muitas vezes, sinto-me um fantasma entre todas elas. Estou, mas não estou. Como Cassandra, a saber, mas a não poder contar a ninguém, porque ninguém acredita.


Hoje, terça-feira, começará o contacto real com o público presente nesta Feira do Livro, que impressiona pelas suas dimensões e pelos milhares de pessoas que a preenchem a todas as horas.

Será às 18 horas, leitura de poesia.


José Luís Peixoto

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

AVENTURAS DO JOSÉ LUIS PEIXOTO NO MÉXICO [V]

Domingo familiar

TEOTUHUACAN


Neste momento, é-me difícil encontrar palavras para descrever Teotuhuacan. Passei lá a tarde e, neste momento, parece-me irreal. Se a foto abaixo não for suficiente, sugiro o google: Teotuhuacan. Não há dois lugares com esse nome.


GUADALAJARA

Já estou em Guadalajara. Vou andar sempre acompanhado pelo Raúl e pelo Mário. A agenda, impressa num papelinho que tenho aqui à minha frente, está cheia. Amanhã, até às duas da tarde, terei dado 5 entrevistas seguidas: 3 jornais, 1 rádio e 1 televisão. As conversas ao vivo com o público começam na terça e vão ao ritmo de uma por dia, sendo a última na sexta.
A Feira do Livro de Gudalajara é a segunda maior do mundo, depois de Frankfurt.
No fear. Estou pronto.



ALGUMAS COISAS QUE APRENDI HOJE SOBRE O MÉXICO

- Na Cidade do México, há edifícios de 6/7 pisos em que, em cada andar, existem diversas salas, nas quais estão a decorrer velórios. Ou seja, tratam-se de prédios com algumas dezenas de funerais a decorrer em simultâneo e em permanência.

- Eu vi na Praça Garibaldi, mas contaram-me que é muito frequente em festividades, etc. Aqui, há pessoas que vendem choques eléctricos. Ou seja, andam com uma pequena bateria e dois cabos que acabam em dois tubos de ferro. Então, mediante o pagamento de 10 pesos, as pessoas seguram nos dois tubos e apanham um choque. Uns dizem que faz bem, outros dizem que faz mal. Uns dizem que é bom, outros dizem que é uma estupidez.


ALGUMAS COISAS QUE NUNCA TINHA FEITO ANTES DE VIR AO MÉXICO

- Comer insectos.
- Andar num táxi em que o taxista não tem o braço direito.


José Luís Peixoto

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