quinta-feira, 31 de julho de 2008

PUBLICIDADE DA TRETA

Primeiro foram as notícias que davam conta de uma nova fábrica da Intel em Portugal.
Um sucesso, garantia-se, que já tinha 4 milhões de encomendas ainda antes de ser instalada a primeira pedra.
Um investimento que iria criar 1000 postos de trabalho qualificados, na zona de Matosinhos, graças à diligência do Governo.


A apresentação foi ontem.


Com pompa e circunstância a imprensa andou dois dias a anunciar o primeiro portátil português.
O Magalhães é um computador inspirado no navegador, diziam ontem as televisões em coro.

Para dar credibilidade à coisa, o mais famoso relações públicas nacional e o presidente da Intel subiram ontem ao palco do Pavilhão Atlântico para a apresentação mundial deste computador de baixo custo.

Um único problema.

Não só o computador não tem nada de novo como a única coisa portuguesa é a localização da fábrica e o capital investido.

A novidade mundial ontem apresentada, já tinha sido anunciada a 3 de Abril - no Intel Developer Forum, em Shangai - e foi analisada pela imprensa internacional vai agora fazer quatro meses.

O tempo que tem a segunda geração do Classmate PC da Intel, que é o verdadeiro nome do Magalhães.

De resto, o primeiro computador mundial para as crianças dos 6 aos 11 anos, características que foram etiquetadas pela imprensa lusa por ser resistente ao choque e ter um teclado resistente à agua, já está à venda na Índia e Inglaterra.

No primeiro país com o nome de MiLeap X, no segundo como o JumpPC.

O nosso Magalhães é isso mesmo, uma versão produzida em Portugal sob licença da Intel, uma história bem distinta da habilmente vendida pelo governo para criar mais um caso de sucesso do Portugal tecnológico.

Fábrica da Intel nem vê-la e os tão falados 1000 novos postos de trabalho ainda menos, tudo se ficando por uma extensão da actual capacidade de produção da fábrica da JP Sá Couto.

Serão 80 novos empregos, 250 se conseguirem exportar para os Palops.

Os tais 4 milhões, que já estavam assegurados, lembram-se?

Só que as 4 milhões encomendas não passam de wishfull tinking do nosso primeiro. E muito pouco credível.

Em todos os países onde o computador está à venda é produzido através de licenças com empresas locais.

Como explicou o presidente da Intel, a empresa continua à procura de parceiros locais para ganhar quota de mercado com o Classmate PC, não o Magalhães.

A guerra de Intel é outra, como se pode perceber no relato que um dos mais reputados sites tecnológicos - a Arstechnica, do grupo editorial da New Yorker - faz da apresentação da Intel e do governo português: espetar o derradeiro prego no caixão do One Laptop for Child, o projecto de Nicholas Negroponte e do MIT para destinar um computador a cada criança dos países do terceiro mundo.

É essa a importância estratégica para a Intel.

O resto é fogo de vista para português ver.

PS: Não tenho nada contra a iniciativa em si, parecendo-me meritório um projecto para garantir um contacto precoce de milhares de alunos com a informática.

Mas isso não quer dizer que aceite gato por lebre.
Não seria nada mau sinal se a imprensa nacional, que andou a vender uma história ficcionada, também cumprisse o seu papel.

P.S.

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quarta-feira, 30 de julho de 2008

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR OBRIGADO A PEDIR DESCULPAS PÚBLICAS



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O REMORSO MAL EMENDADO

Ouvi, atentamente, as declarações de João Cravinho sobre a corrupção infrene em Portugal, complementadas pelas gravíssimas acusações à legislação, que ele entende pejada de factos anómalos. Tenho consideração pelo ex-deputado do PS, que nunca fora homem de tagarelices. A sua história está associada à da minha geração, levemente ingénua e um pouco tonta, iluminada pela contemplação de uma finalidade, que entendia o fascismo como monstruosa simulação e o futuro como a correcção de todos os males. Extraíamos, da nossa consciência, a fidelidade a um projecto político que recuperasse as verdades entrevistas nas nossas leituras comuns. Éramos novos e não nos desconcertávamos com os reveses que a História, deusa cega, nos infligia. Entre os poucos livros honestos, até hoje publicados, acerca dessa geração, avulta um: Os Anos Decisivos - Portugal 1962-1985: Um Testemunho, de César Oliveira, Editorial Presença, 1993. Nele se poderá aferir das traições aos testamentos legados, dos poucos que permaneceram no cumprimento de uma certa condição e dos muitos que desistiram e rodam em outros carris.

A lista dos nomes que personificavam um sonho de reabilitação colectiva e se opunham à violência da ordem salazarista é o dramático retrato de muitos que foram e deixaram de o ser. Recordei esta fraternidade altiva depois das declarações de Cravinho, personagem do livro de César Oliveira. E reconheço que pecam por tardias e inexistem como significado, porque o carácter do documento era já conhecido. Ele aceitou as regras do jogo, cedeu à pressão e acedeu a um cargo (indicado pelo PS) na direcção do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (???), mora em Londres e libertou-se do ofício de ser português em Portugal. Foi o que foi: hoje, é o que é. Este fardo não é meu. Cravinho pode aludir à ausência de independência dos outros, quando a sua não será tão virtuosa quanto seria desejável? É claro que nunca proclamou ser um homem justo; todavia, sempre o aparentou: eis porque a ida para Londres configura o abandono sem perdão de um combate e uma forma fácil de governar a vida. Vou a Camus: Pode, realmente, pregar a justiça aquele que não consegue sequer fazê-la reinar na sua vida?

Fica, desta história, a sensação de um remorso mal emendado. Há uma patética procura do equilíbrio perdido e uma fuga ao real, ilustradas por alguém que precisa de se justificar. Escrevo estas palavras isento de qualquer exaltação inútil. Mas a natureza dos factos recentes leva-me a considerar que os sonhos de Abril têm resultado na demonstração revoltante da cupidez de muitos daqueles que, afinal, estavam a investir no futuro pessoal.

Quanto à resposta de Alberto Martins, não passa de uma desgraça sentada em cómoda poltrona.


B.B.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

SUSPEITA

João Cravinho assumiu, ainda como deputado do PS, a iniciativa de desencadear um processo legislativo de prevenção e combate à corrupção.

Em que foi Cravinho mexer!
Não foi preciso que a legislação sugerida por Cravinho chegasse às oposições, para que eventualmente a rejeitassem.
O próprio PS, pelo respectivo Grupo Parlamentar, se encarregou de desmantelar à nascença a arquitectura traçada por Cravinho, substituindo cada peça pela sua própria perversão. E assim nasceu um mamarracho legislativo do qual os corruptos se devem rir às gargalhadas, enquanto a economia paralela progride e os sinais exteriores de riqueza engordam a olhos vistos.


Parecia que o assunto estava arrumado.
Apenas o topo da hierarquia do Ministério Público se manifestava, aqui e ali, contra as teias em que as leis andam a enredar o alegado combate à corrupção, no que era prontamente desautorizada pelo poder político.
Mas eis que Cravinho abriu a boca e desencadeou uma tempestade.


Disse o ex-deputado: primeiro, que a grande corrupção se considera impune e age em conformidade; segundo, que a legislação anti-corrupção não tem cereja em cima do bolo, nem cereja, nem mesmo bolo.
O líder parlamentar do PS não perdeu tempo.
Respondeu que o seu partido não recebe lições nesta matéria e menos ainda de quem deixou a meio o combate à corrupção.
Uma galegada!
Porque o PS sabe muito bem que Cravinho não deixou o combate a meio.
Foi o PS que o empurrou pela borda fora, para uma prateleira dourada da Europa muito apropriada para gente incómoda.
Comentando a polémica, o fiscalista Saldanha Sanches disse que a maioria PS tem em relação à corrupção uma inépcia altamente suspeita. Ou será uma eficácia suspeitosamente alta?


J.P.G.

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

NOVO PASSEIO, NOVA VIAGEM DA AGÊNCIA DE VIAGENS CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR

Depois da viagem do vereador das obras, Luís Jordão, à Áustria, acompanhar as miúdas da Dança.


Taveira Pinto, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sôr e Luís Laranjeira, vereador da cultura foram hoje para a Sicília com as Harmónicas.

Não tocam nada


mas dá jeito

uma representação municipal

ao mais alto nível

na terra dos Capos.


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terça-feira, 22 de julho de 2008

JOTA "YES"

O Partido Socialista elegeu um novo líder da categoria dos socialistas sub 30.

O candidato único ao lugar alcançou 336 votos e as suas primeiras palavras foram para jurar respeito ao PS e fidelidade ao respectivo Governo, do qual a Jota se propõe funcionar como apêndice um pouco mais novo e a cores.
Isto porque, o novo líder dos socialistas juniores considera o mundo dividido entre um passado a preto e branco e um futuro a cores. Muito engraçado mas espremido o slogan não deita sumo algum. É mais um sound byte que uma ideia, mais uma chalaça que um conceito.

O principal dos atestados de bom comportamento e de vassalagem ao Governo assumido pelo novo líder da velha JS foi o compromisso de não avançar com a questão do casamento de cidadãos homossexuais sem ter o Governo do PS como avalista.
A JS não será irresponsável, garantiu o líder dos benjamins socialistas. Ou, como diziam os antigos, a preto e branco, o respeitinho é muito bonito.
A verdadeira questão é o que será da JS e das vidinhas dos respectivos dirigentes se o PS não ganhar eleições e não chegar ao poder?
Muito pouco ou mesmo nada.

O líder cessante da JS deixou o seu testamento político no Expresso, desafiando os seniores do partido a cativar o eleitorado à sua esquerda, espaço que o PS deixou que fosse ocupado. Ou seja: o que importa não são propriamente as políticas e respectivos resultados mas a marcação do território, prática que até os irracionais seguem mas nesse caso recorrendo à diurese.

As juventudes partidárias são fonte de uma séria preocupação que deve afligir o Portugal político.
É que se isto está mau no presente, com as Jotas no poder ameaça ser tão mau ou ainda pior no futuro.


J.P.G.

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

VAMOS TODOS AJUDAR



Pela primeira vez, vai passar a existir em Portugal, uma resposta de âmbito nacional para o destino dos óleos alimentares usados.

A AMI lança ao público este projecto que conta já com a participação de milhares de restaurantes, hotéis, cantinas, escolas, Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.

A AMI dá com este projecto continuidade à sua aposta no sector do ambiente, como forma de actuar preventivamente sobre a degradação ambiental e sobre as alterações climáticas, responsáveis pelo aumento das catástrofes humanitárias e pela morte de 13 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.



Os cidadãos que queiram entregar os óleos alimentares usados, poderão fazê-lo a partir de agora.

Para tal, poderão fazer a entrega numa garrafa fechada, dirigindo-se a um dos restaurantes aderentes, que se encontram identificados e cuja listagem poderá ser consultada no site AMI .


Os estabelecimentos que pretendam aderir, recebendo recipientes próprios para a deposição dos óleos alimentares usados, deverão telefonar gratuitamente para o número 800 299 300.


Este novo projecto ambiental da AMI permitirá evitar a contaminação das águas residuais, que acontece quando o resíduo é despejado na rede pública de esgotos, e a deposição do óleo em aterro.

Os óleos alimentares usados poderão assim ser transformados em biodiesel, fornecendo uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, e contribuindo desta forma para reduzir as emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE).


Ao contrário do que por vezes acontece com o biodiesel de produção agrícola, esta forma de produção não implica a desflorestação nem a afectação de terrenos, nem concorre com o mercado da alimentação.

São produzidos todos os anos em Portugal, 120 milhões de litros de óleos alimentares usados, quantidade suficiente para fabricar 170 milhões de litros de biodiesel.

Este valor corresponde ao gasóleo produzido com 60 milhões de litros de petróleo, ou seja, o equivalente a cerca de 0,5% do total das importações anuais portuguesas deste combustível fóssil.


A AMI dá assim a sua contribuição para favorecer a independência energética do país, conseguindo atingir este objectivo de forma sustentável e com uma visão de longo prazo, não comprometendo outros recursos igualmente fundamentais para o desenvolvimento da sociedade e para o bem-estar da população.

Segundo a União Europeia, o futuro do sector energético deverá passar pela redução de 20% das emissões de GEE até 2020, assim como por uma meta de 20% para a utilização de energias renováveis. Refere ainda uma aposta clara na utilização dos biocombustíveis, que deverão representar no mínimo 10% dos combustíveis utilizados.


As receitas angariadas pela AMI com a valorização dos óleos alimentares usados serão aplicadas no financiamento das Equipas de Rua que fazem acompanhamento social e psicológico aos sem-abrigo, visando a melhoria da sua qualidade de vida.


Em Ponte de Sor pode entregar o seu óleo alimentar usado e assim ajudar a AMI:

Consulte aqui onde pode entregar o óleo usado.

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sábado, 19 de julho de 2008

GRANDE DEMOCRACIA?

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Venho aqui dar uma palavra de confiança a Angola no trabalho que o Governo angolano tem feito que é, a todos os títulos, notável.


Como o nosso Socretino gostava de poder ter por cá uma democracia como a angolana.
Não tinha de fazer eleições nem necessitava de esconder as mordomias que distribui pelos amigos.


K.

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sexta-feira, 18 de julho de 2008

QUERES (DES)EMPREGO ESTUDA...

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Elvas

Portalegre

Ponte de Sor

registam 62,6%

desempregados



O número de desempregados habilitados com o ensino superior aumentou 69,6%, contrariando a noção de que quanto mais elevado é o nível de escolaridade, maior é a probabilidade de se conseguir uma colocação no mercado de emprego.

Jornal Fonte Nova

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

A "PUTA" DA CRISE [II]...


Os funcionários públicos podem perder até 18 por cento do valor da sua reforma com as novas regras de aposentação, de acordo com um estudo feito por economistas publicado no boletim económico de Verão do Banco de Portugal.

Na análise Impacto das Recentes Alterações ao Estatuto da Aposentação, Maria Manuel Campos e Manuel Pereira concluem que considerando o efeito conjunto de todas as alterações às fórmulas de cálculo e às condições de aposentação, verifica-se uma diminuição da pensão inicial média no período em análise (até 2050).

O gráfico publicado sobre o impacto relativo da reforma legislativa na pensão inicial média mostra que essa redução da pensão pode atingir os 18 por cento face ao previsto antes da entrada em vigor da reforma da segurança social de 2006.

A diminuição da pensão aumenta progressivamente à medida que o ano de aposentação se afasta de 2005 e atinge o seu pico em 2032, o que significa que quanto mais tarde um funcionário público se reformar, maior será a redução verificada no rendimento do pensionista (casos referem-se a reformas por inteiro).

Desde Janeiro de 2006 que está em vigor o novo Estatuto de Aposentação dos funcionários públicos, o qual prevê a aproximação progressiva (ao longo de 10 anos) às regras de reforma do sector privado, elevando a idade legal de aposentação em seis meses por ano entre 2006 e 2015, mas mantendo, durante todo esse período, o tempo de serviço necessário para requerer a aposentação em 36 anos.

A partir de 2015, os funcionários públicos passam a reformar-se com 65 anos de idade e 40 anos de carreira contributiva (em vez dos 60 anos e 36 de serviço).

Esse estatuto também mantém a possibilidade dos funcionários públicos anteciparem a idade de reforma, desde que tenham o tempo de serviço completo, penalizando a respectiva pensão em 4,5 por cento por cada ano de antecipação.

O mesmo estudo publicado pelo Banco de Portugal refere que dos trabalhadores inscritos até Agosto de 2003, 80 por cento ficam com a mesma pensão ou menos do que estava previsto antes do novo Estatuto de Aposentação.

Só os restantes 20 por cento têm aumentos, casos em que o efeito de aumento da reforma por subida do número de anos de descontos é maior do que o efeito negativo da fórmula de cálculo.

Em termos de poupanças geradas com a reforma da segurança social, os autores do estudo prevêem que a poupança aumente sucessivamente, atingindo o máximo entre 2015 e 2030, em valores anuais à volta dos 1,2 e 1,5 por cento da riqueza produzida. A partir de 2040 já não haverá qualquer poupança, prevendo-se antes um aumento da despesa.

É a redução do número de anos durante os quais um reformado recebe a pensão que justifica essa poupança nos cofres públicos, já que em média antes do novo Estatuto de Aposentação um pensionista recebia 23 anos de pensão e, com as novas regras, só deve receber em média 21 anos.

A convergência do sistema de pensões dos funcionários públicos, a Caixa Geral de Aposentações (CGA), para o regime dos restantes trabalhadores começou em 1993. A partir de Setembro de 1993, os novos subscritores da CGA viram a sua pensão calculada de acordo com as regras vigentes no Regime Geral de Segurança Social.

Mais tarde, em 2005, este processo foi alargado aos funcionários inscritos na CGA antes de Setembro de 1993. Com o propósito de tornar mais sustentável o sistema de segurança social, foi implementada uma profunda revisão das condições de aposentação e da fórmula de cálculo das pensões dos funcionários públicos, que entrou em vigor em Janeiro de 2006 (tendo sido complementada por legislação subsequente em 2007 e 2008), escrevem os autores do estudo.

Aumentou a idade da reforma e o tempo de serviço necessários para a passagem à aposentação com pensão completa, alterou-se a fórmula de cálculo das pensões iniciais, incluindo a introdução de um factor de sustentabilidade (idade da reforma indexada à esperança de vida), e pôs-se fim aos vários regimes especiais que abrangem parte dos subscritores da CGA.


Lusa

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A "PUTA" DA CRISE...

Este bondoso e piedoso homem informou-nos ontem daquilo que muitos há muito sentimos e que só os políticos, economistas e jornalistas não sabiam; que a nossa economia e o nosso país está na merda e, pior que isso, fadado a não mais sair de lá.
Desce a riqueza neste país mas sobe tudo o resto; o desemprego, a inflação, a pobreza, o fosso entre ricos e pobres, o desespero.
Não foi por isso grande a novidade que ele nos veio dar, nem mesmo as recomendações de congelamento salarial.
Nunca o vi recomendar outra coisa, desde o dia que sentou a sua real
bunda na cadeira do Banco de Portugal, o que reconheço é um aborrecimento para nós que não temos a sorte de podermos dizer quanto queremos de salário e de nos garantirmos com chorudas reformas.
É pena.

K.

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terça-feira, 15 de julho de 2008

POBRES MAS TRABALHADORES...

País de merda este em que não basta a enorme taxa de desemprego para garantir a miséria, ainda lhe juntamos uma politica de baixos salários que torna pobres muitos que passam o dia a trabalhar.
Esta é a politica desta gente cuja ganância tudo pisa e destrói.
Na última contagem já eram mais de 2 milhões os pobres deste país.
Gente explorada a quem ainda vão carregar com mais um código de trabalho que lhes vai tornar ainda mais precária as suas vidas.
Bem convidou o Manuel Pinho os chineses a instalarem-se aqui no Jardim que os salários eram baixos.
Tão baixos que nos transformam num país do terceiro mundo, onde nem o trabalho garante uma vida digna, enquanto os mais ricos estão cada dia mais anafados.
Este é o resultado deste capitalismo global onde nos meteram.
Esta é a estratégia dos Senhores de Bilderberg.
Este é o caminho para a miséria global para onde inevitavelmente nos conduzem.
Se calarmos, se nada fizermos, esse é o futuro que nos reservam.
Vamos deixar-nos conduzir bovinamente ao matadouro ou vamos lutar pela nossa liberdade?


K.

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domingo, 13 de julho de 2008

PORTUGAL...O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU... [III]










MEDINA CARREIRA

DIZ

MAIS

SOBRE


O

ESTADO


A QUE ISTO CHEGOU....

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sábado, 12 de julho de 2008

DO CORREIO




Estou a recorrer ao blog pontedosor para dar a conhecer a minha indignação, por um sistema de corrupção que se passa à muitos anos na nossa terrinha , de que eu próprio já fui vítima.

Há uns meses um colega meu começou a tirar a carta de condução numa escola que todos sabemos a quem pertence e como é competente depressa tirou o código e posteriormente a condução, no código tudo bem, na condução maravilhosamente bem, a não ser um pequeno problema que têm a ver com a comissão de passagem de 150 € (Livre de Impostos e muito dada a subornos Fictícios e não passa de corrupção continuada).



Fiquei pasmado, e ele descontente da vida disse-me:
- Sabe Deus o sacrifício que foi os meus pais me pagarem a carta agora ainda tive de pagar mais 150 €, se não chumbavam-me.

Ora vamos recapitular, se nos dois exames (condução e código) o meu amigo teve mérito porque carga de água é que teve de pagar para não chumbar.

Ora se uma escola de condução formar 20 alunos por mês ao fim do ano são 240 alunos ou seja a 150,00 € são 36.000,00 € (de Caixa 2).

Onde é que está as medidas do nosso governo contra a evasão Fiscal.

DÁ QUE PENSAR

A.

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

LADRÕES... [III]

O engenheiro d’oiro anunciou que sempre ia aplicar a taxa Robin dos Bosques sobre os lucros extraordinários das gasolineiras (vinte e cinco por cento).
Pegando no tema, o Francisco Louça, estranhou o nome da taxa, já que na história original o herói rouba aos ricos para dar aos pobres, enquanto nesta se senta na mesma mesa que os ladrões para dividir o saque roubado aos pobres.
Na realidade é mesmo isso que vai acontecer.
As gasolineiras estão autorizadas a ter lucros especulativos desde que o dividam com o governo.

Agora só falta ver se os ladrões não vão aumentar os preços para compensar aquilo que o governo lhes vai tirar.


Eu quase que apostava que sim e não são as garantias do engenheiro que me vão deixar descansado.


K.

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quinta-feira, 10 de julho de 2008

LADRÕES... [II]

Todos nós, via internet ou mail pudemos ver as vergonhosas facturas da venda de botijas de gás da GALP, onde apesar de o IVA ser diferente o preço de quem as comprou ter sido exactamente o mesmo.
Isto
é, quem mamou a descida do IVA foi a GALP e não o consumidor.
Confrontado com este caso o Ministro Manuel Pinho logo afirmou que ia pôr as policias todas deste país a investigar o assunto.
A GALP pelo seu lado logo fez um comunicado a esclarecer que cumpriu, como sempre o fez, a legislação em vigor, tendo reduzido o IVA de 21% para 20% em todos os produtos que comercializa de acordo com as especificidades da lei vigente.
Em relação às facturas que têm vindo a ser referidas nos órgãos de comunicação social, tratou-se de um erro informático
.


Realmente a informática tem as costas bem largas quando dá jeito a alguns, mas nós consumidores há muito que sofremos na pele a ganância das grandes gasolineiras e a GALP não fica de fora.


Não fica, mas deveria ficar se o estado não tivesse oferecido uma empresa, que era sua, à gula dos grandes capitalistas.
O Estado deveria sempre ter grandes empresas nas áreas estratégicas da economia, combustíveis, electricidade, água, transportes, Banca.
Só assim seria possível controlar os preços e evitar a especulação e a ganância privada.
Para lavarem a consciência, criaram as tristemente famosas Entidades reguladoras que já provaram não ter capacidade para regular seja o que for. Viu-se no aumento dos combustíveis que não tinham a mínima ideia do que se passava e, quando mandados investigar, que podiam ser endrominados à vontade.
Em alguns casos são mesmo essas entidades a fazer propostas para facilitar às empresas que deviam regular como nos meterem mais as mãos no bolso.
Infelizmente, estas meninas do gás, que nos oferecem botijas mais leves acabam é por ser grandes tetas onde alguns não param de mamar.


K.

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quarta-feira, 9 de julho de 2008

QUEM FICOU COM O GRAVETO?

O helicóptero milagroso que o ministro municipal de Lisboa, sr Costa, negociou e que depois o seu sucessor, Rui falinhas mansas Pereira tanto elogiaram - aquele balde de 5000 litros era o suprasumo - afinal não passa de uma peça muito cara que não faz mais nada do que despejar umas mijinhas de água sobre os incêndios.


Por não ser certificado, não pode servir para emergência médica e nem sequer para operações de busca/salvamento ou mesmo para transportar brigadas de primeira intervenção para combate a fogos.



Por todas estas razões o estado - e lá volta a confusão entre estado e (incompetente) governo - é obrigado a dispender mais umas pipas de massa desviadas dos bolsos dos contribuintes para alugar aparelhos que possam cumprir as missões que o maravilhoso kamov é incapaz de levar a cabo. link

Quem ganhou com

este negócio ruinoso
?


Como é que os governantes podem continuar impunemente a fazer negociatas
desastrosas (para os cidadãos) numa área onde se sabe que existem chorudas comissões?


L.

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

LADRÕES...



Clique nas facturas
e
veja a vigarice



E agora Sócrates...


o IVA não ia baixar



para ajudar o povo?





T.S.C.

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domingo, 6 de julho de 2008

O PREÇO DA DEMAGOGIA

1. A história das gravuras de Foz Côa e da futura barragem do Sabor é uma lição exemplar dos malefícios da demagogia, servida na política. Guterres tinha acabado de chegar a primeiro-ministro e, dos disponíveis dos Estados Gerais, foi buscar para ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho (que, depois e quando a nave socialista começou a meter água, foi o primeiro a saltar fora e, desmentindo a máxima de Guterres de que Roma não paga a traidores, acaba por ser compensado com o melhor tacho de todo o Estado português - o de embaixador na UNESCO). Juntos à época, Guterres e Carrilho resolveram inaugurar o mandato com uma decisão grandiosa: cancelava-se a barragem de Foz Côa, já em construção, e a benefício da preservação de uns tacanhos rabiscos numas pedras, que alguns sábios e alguns oportunistas decretaram ser gravuras paleolíticas. E nem a desfeita causada pela maior autoridade mundial na matéria - que, levado a ver os rabiscos, sentenciou que o suposto Paleolítico teria entre trinta e trezentos anos - abalou o entusiasmo e a determinação dos então governantes em jurar que, a partir daí, o património cultural teria prioridade sobre tudo o resto.

A barragem prevista foi, pois, suspensa e, quanto às gravuras, sabe-se o que aconteceu: as prometidas excursões de milhares e milhares de portugueses e europeus previstas jamais aconteceram; o novo modelo de turismo cultural, que ali se iniciaria, foi nado-morto; não aconteceram os trabalhos científicos anunciados nem o interesse mundial naquela fantástica descoberta. Em contrapartida, arranjou-se uns lugares vitalícios para funcionários do Paleolítico e, vá lá, vá lá, desistiu-se de lhes fazer a vontade gastando mais uns milhões num museu sem conteúdo e sem qualquer viabilidade económica. Mas a barragem fazia falta à EDP e fazia falta à regularização do curso navegável do Douro. Por isso, não avançando Foz Côa, avança a barragem do Sabor, cuja construção Sócrates acaba de adjudicar.

Acontece que o Sabor, para quem não conhece, é, talvez, o mais bonito rio de Portugal, o mais preservado, o mais selvagem. Se passassem nas televisões um filme sobre os rabiscos de Foz Côa e outro sobre o curso do Sabor, as pessoas ficariam chocadas ao perceber aquilo que se decidiu preservar e aquilo que se decidiu destruir. O suposto Paleolítico derrotou o presente e o futuro. A invocada cultura afogou a beleza - um contra-senso filosófico que nem o dr. Carrilho conseguiria explicar. Nós destruímos os rios (e em nome do ambiente, como explicou Sócrates) e depois gastamos dinheiro a construir, e ainda bem, fluviários para explicar às criancinhas o que é um rio. O problema é que, se as gravuras não sabem nadar, os rios não sabem protestar. E é assim que se governa, quando o mais fácil é ceder à demagogia.

2. Manuela Ferreira Leite tem toda a razão, quando denuncia a inutilidade de obras públicas que não são essenciais, que não obedecem a uma estratégia conhecida de desenvolvimento, que são lançadas quando se enfrenta uma crise e se tenta a todo o custo conter o défice, e quando a factura é remetida para os nossos filhos. E tem toda a coragem, quando ousa enfrentar o lóbi das obras públicas, que é o grande financiador dos partidos do centrão. Caiu-lhe em cima a CIP e a AICCOP, uma das associações do sector, justamente alarmadas. Diz o presidente desta última que compete à iniciativa privada assumir-se como motor de desenvolvimento e o que nós pedimos é que o Estado crie as condições para se iniciar um novo ciclo de investimento. Eu traduzo, para o caso de ainda haver alguém que não perceba: eles são iniciativa privada para os devidos fins de respeitabilidade e estatuto; mas só são iniciativa se o Estado lhes garantir as empreitadas e os negócios e só são privados para colherem os lucros, ficando os riscos para o Estado. É assim como se o merceeiro da esquina dissesse: Se o Estado me garantir que compra todo o stock que eu não conseguir vender, eu garanto a minha iniciativa privada de comerciante.


3. Quando não sabe o que há-de fazer para atrair as atenções, o Partido Socialista avança com modernices, a que gosta de chamar propostas fracturantes. A última consiste num projecto de lei a declarar que não ser pobre é um direito humano, cuja violação constitui crime. A extrema inteligência desta proposta não é apenas a de imaginar que a pobreza possa ser erradicada através de uma simples lei da Assembleia da República; é também a de dar aos pobres, independentemente do motivo da sua pobreza, uma espécie de esmola moral: Se eu sou pobre, é porque alguém é um criminoso responsável pela minha situação.

Acontece que, como as estatísticas indicam, os números da pobreza estão e estarão a aumentar no futuro próximo. Consequência dos preços do petróleo, da sobrevalorização do euro, da subida dos juros. Mas não só: há uma nova categoria de pobres, talvez a mais dura, que é a da pobreza envergonhada e inesperada - que atinge todos aqueles que se endividaram, primeiro para ter carro, depois para ter casa própria, depois para fazer férias no Brasil ou em Cuba. Pobres que sempre fomos (em termos europeus), temos os mais altos índices da Europa de proprietários de habitação própria, de número de televisões por lar, número de telemóveis por habitante, número de pessoas a circular todos os dias em transporte individual, etc., tudo a crédito. Não sei quem possa ser o criminoso nestes casos, embora reconheça que, quando se vê o Estado a comportar-se como novo-rico, lançando aeroportos, TGV e auto-estradas sem necessidade e com a conta remetida para mais tarde, é grande a tentação dos cidadãos de fazerem o mesmo. Se o Estado - que é quem dá o exemplo e decide as políticas económicas - faz obra sem dinheiro, por que não hão-de as pessoas também gastar a crédito?

O problema português é, de há muito, a ausência de uma consciência colectiva que incentive e premeie o mérito, o trabalho e o risco. O que está subjacente à proposta do Partido Socialista é uma cultura de desresponsabilização individual, trocada pela crença de que ou o Estado ou Bruxelas terão de ter sempre resposta a cada uma das nossas necessidades. Muitos portugueses esperam sentados - ou de baixa ou de subsídio de desemprego - que lhes caia aos pés a oportunidade de enriquecer sem esforço, sem mérito, sem sacrifícios. Vivem protegidos por uma legislação laboral e social que tem como consequência mediata desproteger os outros, os que querem progredir por si e encontram um mercado escaldado e desconfiado de todos, devido aos maus exemplos. Como dizia Victor Hugo, haverá sempre pobres, o que não tem é de haver sempre injustiças. É disso que se trata.


Miguel Sousa Tavares

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sábado, 5 de julho de 2008

PORTUGAL...O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU... [II]

A próxima semana vai ser politicamente dominada pelo debate sobre o estado da Nação, que encerra o ano parlamentar.
As boas ideias tendem a durar pouco, a tornar-se rotina: um debate que deveria marcar o tempo e servir de balanço, está condenado a tornar-se um debate como os outros, porque Governos e oposições não abdicam das suas posições e não dão passos que possam favorecer os adversários.

Ainda por cima, em vésperas de ano eleitoral!

É por isso que o leitor mais atento é bem capaz de antever ao pormenor o que cada um dos partidos e o próprio Governo têm para dizer.
Desta vez, chamado a uma entrevista na televisão num pico da crise internacional, até o primeiro- ministro já se adiantou no anúncio de algumas medidas.
Que a coisa se torne monótona já é mau.

O pior é que é completamente ineficaz.

Desculpem a comparação, mas muitas vezes, o discurso político em Portugal está a ficar igualzinho ao do futebol.
Só tem é menos tempo de antena nas televisões.
Compare-se o discurso e veja-se se não há semelhanças com quem tem de se justificar politicamente sempre culpando os outros pelos erros, ou encontrando pontos positivos na sua actuação quando está à vista o resultado de insucesso.

Não chegamos ainda ao ponto de ter um dirigente político a pedir-nos que demos as mãos para a corrente positiva passar com mais força. I
sso, só mesmo Scolari sabia fazer.

Mas temos políticos - no Governo e na Oposição - que são incapazes de aplaudir uma ideia adversária, que chegam ao ponto de apoiar uma medida se ela for proposta do seu lado, mas incapazes de a votar se, a mesmíssima proposta, vier do adversário.

Ainda esta semana, Manuela Ferreira Leite proferiu uma frase que, para mal dela a vai perseguir por algum tempo: O país não tem dinheiro para nada, o que, traduzido para futebolês quer dizer: Sócrates não joga nada.
Não joga nada porque é do outro.
O que Ferreira Leite disse já outros políticos disseram, incluindo o próprio Sócrates que, como sabemos, em matéria de arrogância, não fica a dever nada a ninguém.

No país ideal do mundo ideal, durante o debate do estado da Nação, políticos da oposição aconselhariam caminhos alternativos aos ministros, depois de estes terem admitido que algumas das suas políticas tinham falhado.
Entre este mundo idílico e a selva do futebol vai uma distância enorme.
Tão grande que a política real poderia ter ficado a meio caminho, aonde quer que se situasse o ideal olímpico da política. Infelizmente, não ficou.
Mas alegremo-nos, o mal não é só nosso, lá fora passa-se o mesmo; como diz o primeiro-ministro, a crise é internacional.


J.L.P.

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

PORTUGAL...O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU...



MEDINA CARREIRA DIZ TUDO SOBRE O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU....


Veja e ouça o vídeo do principio ao fim

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

CONVERSAS EM FAMÍLIA...



Depois das homilias de Marcelo e Vitorino, ontem e hoje, tivemos duas sintomáticas conversas em família de Hilary Ferreira Leite e de Obama Pinto de Sousa, neste arranque das primárias do nosso Bloco Central, a que, outrora, demos o nome de União Sagrada.
Ambas glosaram a presente alteração anormal das circunstâncias, com muito petróleo, muitas taxas de juro e pouca crise alimentar. Sócrates, com o estadão do Terreiro do Paço como cenário de fundo, foi todo ele muito marquês, num exercício de politiqueirice, criticando verbalmente a politiqueirice, sic rebus, sic stantibus.

Sem qualquer acaso psicanalítico, substituiu Portugal pelo país, assumiu que tem encontros imediatos com o bem comum, situando-o na respectiva consciência e repetiu o soundbyte do ritmo reformista de modernização do país, mas ajudando quem precisa de ajuda, usando esse novo bacalhau a pataco que é não gastarmos nadas em obras, porque elas serão feitas por privados, os quais ficam com esse insignificante das concessões.

Por enquanto, ainda não anunciou a privatização das praias do domínio público marítimo, para transformarmos as areias em abonos e família e em incentivos à gravidez.



Apenas se confirma que, depois das vacas gordas de um estado de graça feito de porreiro, pá!, lá nos vamos enredando nas vacas magras, onde o é o inspirador do novo discurso maneleiro do país de tanga.
O que Sócrates não conseguiu disfarçar foi o tom de monólogo, feito de muitas vacas sagradas, dado que a conversa parecia um ditado, levado a cabo através de uma operação de conversão de muitos tracks de um mini-disk, cuja versão de fotonovela já conhecíamos nos palanques inaugurativos, feitos para propaganda de telejornal.

De qualquer maneira, para além da ausência da palavra e da ideia de Portugal, também desapareceram coisas como os cidadãos e os indivíduos, dado que se restauraram apenas as células do velho corporativismo das famílias e das empresas e das empresas e das famílias, entidades que, afinal, voltam a participar estruturalmente na vida da nação.
Por outras palavras, em tempo de vacas magras, apenas a abstracção das vacas sagradas, para que o contribuinte e o eleitor não reparem que são eles que pagam estes pilares da concessão da ponte do tédio, ainda sem buzinão...


JAM

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O PREÇO DAS MISSAS

Aumentam os transportes e aumentam os preços das missas. Entre as minudências materiais e a infinitude do espírito já não há as diferenças que implicavam um irredutível antagonismo. A vida quotidiana, no socialismo moderno de José Sócrates, está insuportável. Ajudava, para alguns, o encontro com Deus, na liturgia missal. Agora, até esse alívio dos aflitos cobra aumento. Sabemos que não somos feitos para compreender muitas coisas, e que a política é a disciplina das ambiguidades. No entanto, entendemos menos o domínio do vil metal no território do religioso. O preço das missas vai corresponder a que tabela? A uma medida semelhante à dos transportes colectivos? Por tempo, equivalendo este à quilometragem? Em quanto vai importar uma modesta novena? E um piedoso rito de defuntos?

Haverá, então, razões para crer na afirmação do teólogo assuncionista Marcel Neusch [Deus no Século XXI, Instituto Piaget, Colecção Crença e Razão], segundo o qual Deus deixou de ser contestado porque, para muitos, Ele deixou de fazer parte das questões que interessam aos homens? Adiciono, para complemento de reflexão, estas perguntas do padre Anselmo Borges, leitura estimulante aqui, no DN: Que Deus é esse, em nome do qual se aterroriza e mata pessoas? Há guerras em curso, e os cristãos pedem ao Deus, os judeus pedem ao Deus, os muçulmanos pedem ao Deus. Qual Deus? E que vai Deus fazer para atender a todos contraditoriamente?

Em todos os conflitos contemporâneos, a Igreja tem desempenhado um papel relevante. Para o bem e para o mal. Muitas das suas evasivas, numerosos dos seus silêncios atingem, historicamente, os domínios do escândalo. O papa do Hitler, Pio XII, que abençoou as Divisões Panzer, e estendeu o braço numa saudação aberrante, não é, somente, a simbólica de uma época: reflecte uma intenção e assinala uma ideologia.

A evidência é que a dimensão histórica da cruz permitiu toda a espécie de abusos, inclusive o da superstição. As missas são agora mais caras. A decisão, creio que vaticana, obedece a uma exigência dos tempos, que transforma os arautos e servidores do Reino em deploráveis mercenários.

A glória de Deus é o pobre vivo. A frase de Ireneu deixa de fazer sentido. E o aumento do custo das missas, por módico que seja, sugere que a plenitude do amor na fé é gravemente amachucada. Pediam, os crentes, a salvação do mundo e a purificação das pessoais almas. Para isso, oravam, na apoquentação de quem acredita que uma boa prece é sempre a derrota dos males concretos. Entre os quais estes, rudemente impostos pela política de Sócrates. O amparo, presumidamente oferecido, na grata solidariedade de quem vive em plena comunhão de afectos, dispõe, agora, de uma tabela de preços. Deus está no mercado.


B.B.

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terça-feira, 1 de julho de 2008

PARA QUANDO A CERTIDÃO DE ÓBITO? MORREU EM 12/06/2008...


Antero

Depois do não dos irlandeses ao Tratado de Lisboa, e da recusa do parlamento checo em ratificá-lo, agora é a vez do presidente polaco dizer que não assina o documento, entendendo que ele está agora sem substância depois da recusa dos eleitores irlandeses em ratificá-lo.
E agora?
Também vão chantagear polacos e checos com a ameaça do ostracismo político, ou será que os líderes europeus já se aperceberam que a legitimidade do Tratado está decididamente comprometida e apenas espera que alguém o declare morto?


P.S.

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HÁ LIVROS DE "MERDA" E HÁ A "MERDA" DE UM LIVRO! [II]

Meus amigos, se não ouviram nem leram ainda os elogios do Dias Loureiro, o ilustre e tenebroso personagem, há muito escondido das luzes mediáticas, aquele Senhor que nos grandes negócios, nos grandes momentos em que o pessoal da massa está presente, está sempre lá atrás, sempre presente e ainda Conselheiro de Estado do Sr. Silva, aviso-os que as suas declarações podem provocar o vómito.
Estão avisados.



O ex-ministro e ex-secretário-geral do PSD, Dias Loureiro, discursou durante a sessão de apresentação e revelou que a afectividade do actual primeiro-ministro foi a característica que mais o emocionou na leitura do livro Sócrates - o menino de ouro do PS.


O lado dos afectos foi dos que mais me emocionou, o seu amor pela sua terra. Estão em Vilar de Maçado os valores que o amarram à vida. Há duas coisas que não podemos escolher: os nossos pais e a terra onde nascemos. Temos a obrigação de respeitar essa herança, amá-la e transmiti-la, afirmou.
Entre elogios de enorme generosidade sensatez, prudência, coragem e capacidade de liderança, Dias Loureiro classificou Sócrates como um homem trabalhador e um homem de detalhes: Só quem está atento aos detalhes pode fazer grandes coisas. Essa é uma característica dos grandes homens.


Não ficaram emocionados?

Eu fiquei e muito.


K.

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