sábado, 29 de setembro de 2007

CHARME E LUXO EM MONTARGIL



Implantado na primeira linha de água da Barragem de Montargil, o Charcas Lagoon Resort tem agendada a sua inauguração já para o mês de Outubro.
O estilo, o requinte, o charme e o luxo, são elementos que, uma vez conjugados em perfeita harmonia com a natureza envolvente, resultam num resort com uma profunda alma alentejana e um espírito cosmopolita difícil de igualar por aqui.

Desenvolvido pela Charcas SA (empresa do universo RIS Investments), este projecto turístico de quatro estrelas, membro da Small Luxury Hotels of the World, encontra-se inserido numa propriedade com uma área total superior a 14 hectares, totalmente abraçada por manchas de pinheiros e sobreiros, onde se incluem as duas componentes do resort - o Charcas Lagoon Hotel (com 40 quartos) e o Charcas Lagoon Village (com 20 bungallows de tipologia T2), todos a beneficiar das infra-estruturas e dos serviços exclusivos deste empreendimento de luxo com vistas privilegiadas sobre o espelho da Barragem de Montargil e as paisagens pintadas de verde que o envolvem.

Assim, ao dispor de todos os hóspedes estarão o restaurante, com capacidade para 125 convidados; o Essence Spa, num espaço autónomo com indoor pool e gabinetes privados, que oferece uma marca exclusiva de tratamentos naturais; as piscinas; o business center e as respectivas três salas de congressos; o Home Cinema Lounge; o espaço infantil monitorizado por profissionais credenciados, e ainda uma das principais mais-valias do complexo turístico, o Active Leisure Center (ALC). Charmosamente erguido em madeiras nobres numa das extremidades da pequena enseada que se alonga diante do Charcas Lagoon Resort, o ALC apresenta-se como um pólo de actividades ao ar livre, e totalmente equipado para qualquer iniciativa desportiva (lancha a motor, ski aquático, caiaque, BTT, etc...) ou de lazer (caminhadas, observação, etc...).

Ao percorrer mais de um quilómetro de extensão ao longo das margens da famosa barragem construída em finais dos anos 50 do século XX - e desde então procurada por quem pretende tirar partido deste ponto de encontro entre o descanso absoluto e as mais variadas actividades ao ar livre -, o conceito deste resort alentejano é, como não poderia deixar de ser, a água, tendo sido dedicada especial atenção em não criar barreiras visuais entre os espaços interiores e os cenários exteriores. O contacto directo com a natureza está, portanto, garantido no Charcas Lagoon Resort e nas imediações mais ou menos próximas, tal é o potencial turístico de toda esta região do distrito de Portalegre.

Com um total de 40 quartos, incluindo quatro deluxe family suites, e 20 bungallows, com dois quartos, sala, piscina e terraço privativo, o Charcas Lagoon Resort foi pensado com estilo, assumindo um design contemporâneo e ecléctico, mas que vai simultaneamente buscar as suas raízes locais não só aos tons terra da composição cromática do edifício principal, bem como aos contrafortes tão típicos da região, cuja solidez parece sustentar estas paredes rugosas.

Os espaços do Resort

Resort

Atravessado por enormes molduras envidraçadas a emprestar luz natural aos diversos espaços interiores, o edifício com três pisos por onde se distribuem as várias dinâmicas do Charcas Lagoon Resort tem várias assinaturas. A começar pelas do jovem arquitecto João Sousa Machado e de Ronald Hart, arquitecto luso-britânico já com larga experiência na coordenação de projectos de uni-dades hoteleiras. A arquitectura indoor ficou a cargo de Ana Moretti, que privilegiou o cenário clean e arejado, num misto entre as superfícies em vidro, o branco luminoso, as texturas e os tons mais quentes. Lá fora, a paisagem foi, por sua vez, trabalhada pela Land Design, tendo aqui prevalecido a integração paisagística das amplas áreas a céu aberto (onde também se vai apostar na regeneração de vários ecossistemas mediterrânicos existentes no local) com a baixa volumetria das construções. As piscinas, os pequenos lagos, as agradáveis zonas ajardinadas e as providenciais sombras dos pinheiros e dos sobreiros completam o resto de um cenário que se quer idílico.

Quartos

A distribuírem-se por duas alas (Nascente e Poente) que percorrem o andar térreo e o piso superior do hotel, os 36 double e twin rooms (incluindo dois quartos devidamente equipados para incapacitados físicos) e as quatro deluxe family suites têm áreas na ordem dos 24 e dos 45 m2, respectivamente. Todos com pequenos e recatados terra-ços ou varandins, de qualquer um destes aposentos de design contemporâneo assumido podem-se desfrutar de repousantes panorâmicas so-bre o cenário de Montargil. Dotados de equipamentos topo de gama, os quartos contam com televisores LCD da Samsung, sistema hi-fi Bose, telefone Alcatel, ar condicionado e ligação wireless à Internet. Além da reputada label de amenities Molton Brown oferecida aos hóspedes num charmoso kit completo, cada quarto dispõe de roupões personalizados e lençóis de algodão natural com a insígnia Charcas Lagoon Resort.

Bungallows

Ao todo são 20 luxuosos e exclusivos bungallows que compõem o Charcas Lagoon Village. Usufruindo da totalidade dos serviços e das infra-estruturas do Charcas Lagoon Hotel, estas verdadeiras casas no campo são puras peças de design, erguidas em perfeita harmonia no coração da natu-reza envolvente. Com dois espaçosos quartos, uma ampla sala de estar, terraços com vista, piscina privativa, cozinha totalmente equipada e dois WC, os bungallows foram projectados com largas superfícies em vidro, para assim beneficiar em estilo da soberba paisagem de Montargil.

Essence Spa

Os produtos de fabrico artesanal e os elementos naturais regem a filosofia do Essence Spa, numa perfeita conjugação entre tratamentos de aromoterapia e terapias florais e as habituais sessões de salute per acqua. Ao utilizar uma marca exclusiva para o Charcas Lagoon Resort, o spa ocupa um espaço autónomo do edifício principal, igualmente rodeado pela natureza, incluindo gabinetes privados com amplas vistas para o exterior e uma indoor pool. Dispõe ainda de um Essence Bar, onde são servidas refeições ligeiras e sumos naturais. Paz tranquilidade e refúgio são a sua essência.

Active Leisure Center

Desportos aquáticos e uma imensa oferta de actividades outdoor são sinónimo de dias bem passados, com os hóspedes convidados a beneficiarem de todas as condições naturais para pôr em prática completos programas de lazer e entretenimento.

Sob o lema "Sports to enjoy...", o Active Leisure Center está dotado dos mais modernos e sofisticados equipamentos, oferecendo a possibilidade de experimentar modalidades como ski aquático, kneeboard e wakeboard, bóias, wakesurf e wakeskate, canoagem, hobie cats, barco a remos, BTT, ténis e voleibol, entre muitas outras actividades à medida das preferências dos clientes do Charcas Lagoon Resort. O espaço dispõe de uma área restrita de cacifos, com balneário e WC, e ainda de um agradável lounge para recuperar após um dia intenso.

8 milhões de euros de investimento

Detido pela Charcas SA, o Charcas Lagoon Resort começou a ser idealizado em 1987 por Ronald Hart, arquitecto luso-britânico e conhecedor das paisagens de Montargil, que então adquiriu à família Prates Coutinho esta propriedade com mais de 14 hectares, repleta de pessegueiros e na primeira linha de água da famosa barragem.

Sem nunca ter abandonado a ideia de aqui erguer uma unidade hoteleira de luxo, Hart manteve firme o seu propósito durante quase vinte anos, duas décadas de impasse fruto das habituais burocracias neste tipo de processos. Entretanto, a entrada de novos investidores em 2005 resultaria na constituição da Charcas SA, empresa detida pela Ris Investments (80%) e pelo arquitecto luso-britânico (20%). A partir daqui, o projecto ganhou novo fôlego e uma dinâmica imparável, tendo sido realizadas várias alterações aos planos iniciais, como forma de adequar o empreendimento às actuais exigências.

Alvo de um investimento na ordem dos oito milhões de euros, este resort de quatro estrelas está baseado em duas vertentes - Charcas Lagoon Hotel e Charcas Lagoon Village, ambas a beneficiar de todos os serviços exclusivos do Essence Spa, do Active Leisure Center, do restaurante gourmet, do Home Cinema Lounge, do Business Center e demais regalias e infra-estruturas ao dispor.

Para pôr de pé o Charcas Lagoon Resort estiveram envolvidas 25 empresas sub contratadas, para um total de aproximado de 300 operários e técnicos especializados que, de 2005 a 2007, deram o seu precioso contributo no desempenhando de funções desde canalizadores, projectistas, jardineiros, electricistas, engenheiros, carpinteiros, pintores, entre muitos outros.

O Charcas Lagoon Resort também apostou em força nos seus recursos humanos, ao contratar cerca de 30 profissionais altamente qualificados. Formada nas melhores escolas e nos mais reputados grupos hoteleiros nacionais e internacionais, a equipa constituída após uma exigente selecção de candidatos vai ter como missão dar resposta a todas as exigências e necessidades dos selectos hóspedes que escolherem esta unidade de luxo situada nas margens da Barragem de Montargil.

FONTE NOVA

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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O INVESTIMENTO DE MILHÕES, PARA NADA...


O número de visitantes da Fundação António Prates, na cidade de Ponte de Sôr até à presente data é de:

560 visitantes

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NOTÍCIAS SEM PESSOAS LÁ DENTRO

No Público de terça-feira última, Helena Matos comenta, sobressaltada: Todas as semanas morrem homens e crianças ao tentarem desembarcar na costa mediterrânica de Espanha. Frequentemente morrem também mulheres grávidas que arriscam fazer a travessia, pois a gravidez facilita-lhes o acolhimento deste lado.
Já ninguém faz notícias sobre estas pessoas.


É um artigo importante. Nele subjaz uma crítica severa às omissões, deliberadas ou determinadas pela negligência ignorante, tornadas lugar-comum na Imprensa. Na Imprensa portuguesa. Em outra, verbi gratia, na castelhana e, mesmo, na catalã, esse e outros assuntos são largamente noticiados, comentados e reprovados.

Os jornais nacionais costumam atribuir profusa importância a Cuba e à Venezuela, a Fidel, moribundo ou não, e a Hugo Chavez ditador inclemente ou assim-assim, conforme o redactor; um pouco a Evo Morales e à Bolívia, e, às vezes, a Lula da Silva.
Porém, nada nos dizem acerca das profundas alterações sociais registadas naqueles países. Nem o que acontece em outras nações latino-americanas, onde a liberdade de Imprensa é um mito, várias televisões foram encerradas, o poder das oligarquias absoluto, a subserviência às multinacionais permite a ascensão aos governos de uma casta congenitamente corrupta; onde a fome e a miséria converteram-se em banalidades, o etnocídio num desporto requintado e os recalcitrantes assassinados.

Os jornais, sobretudo os de referência, assumem uma espécie de inspiração moralizante, cujo objectivo se inclina para um só lado. Helena Matos sabe-o tão bem quanto eu. Há muito que estuda e reflecte sobre o que fundamenta, ideologicamente, a Imprensa portuguesa. E lembro-me de, a seu pedido, ter com ela conversado, na RDP, sobre o Diário Popular, com um horizonte vital de possibilidades que incitavam à reflexão. Este seu texto a que me refiro inflecte, naturalmente, no carácter súbito e imprevisto, essencial na prática do jornalismo.

Há um preconceito manifesto na dilucidação e no esclarecimento dos governos de Esquerda que ascenderam ao Poder através do voto.
Que melhorou e que piorou, neles?
Quais os constrangimentos a que a população foi sujeita?
Que desequilíbrios se resolveram?
Que novos equilíbrios surgiram?
Quais as soluções emergentes, ante a escalada da globalização?
Que interesses foram afectados?
Como nada acontece por acaso, os preconceitos comportam a admissão de subtis servidões e desenham, com extrema exactidão, a tendência do jornal.

A Imprensa portuguesa começa a ser uma metáfora elementar e inveterada do que ocorre no mundo – e no País.
Já ninguém faz notícias sobre essas pessoas, escreve Helena Matos. Sobre essas e sobre outras.
A omissão é a forma mais abjecta da mentira.
Camus, grande jornalista (convém não esquecer), e grande jornalista do compromisso, ou por isso mesmo, avisava que os processos de enganar, manipular, dissimular uma verdade comum à sociedade, através da Imprensa, exigia um estado de vigilância obsessivo.
O princípio consiste no imperativo de se denunciar o que nas sociedades são corpos sem alma [Merleau-Ponty], e o que nos homens é a ausência de consciência moral.

Creio estar na altura de se rever os fundamentos dos jornais de referência. Que selecção informativa subjaz a este conceito; a que corresponde a linha editorial; a linha editorial tem de estar associada à linha informativa, e esta obedece a que noção de “verdade”? – sabendo-se, de antemão, que não há verdade, mas programas de verdade e que toda a verdade é derivativa.

Há dias, o Correio da Manhã, matutino que leio com aprazimento porque me informa de assuntos cuja índole é depreciada pelos de referência, noticiava a auspiciosa ascensão económica daquelas pessoas que passaram pelos Governos.
Um escândalo.
O mesmo jornal tem revelado os vencimentos afrontosos de gestores; as reformas obscenas de cavalheiros que saltitam de conselhos de administração para assessores de multinacionais, ou de assessores para governantes, até regressarem a lugares chorudos.
Também tem publicado reportagens sobre a tragédia do viver português para aqueles a quem nada se oferece a não ser a miséria, o sofrimento, a solidão. Os de referência abordam estas questões servindo-se de pinças desinfectadas.

Já ninguém faz notícias sobre essas pessoas, repito a dramática frase de Helena Matos.
A pulsão entre quem escreve e quem lê está gangrenada.
Não se define uma verdade através de uma falsa convicção.
O sentido da complexidade das coisas exige que se percorra um caminho no qual a humildade ideológica tem a ver com a grandeza do projecto.
Creio bem que essas virtudes estão ausentes da Imprensa em Portugal.

Afinal, que é notícia?
Vou ao O’Neill e repito-o:

Um hoje que nunca é hoje,
um amanhã que é já ontem
entre ontens que se perdem
no anteontem dos anos
no tresantontem dos lustros?
Amanhã acontecido,
notícia é sempre um depois,
é um a viver vivido?


APOSTILA – Tomando de mão o conceito oneilliano, segundo o qual há sempre um depois, aqui vai a opinião do famosíssimo Luís Filipe Scolari,

em declarações proferidas à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, em Outubro de 1998, quando Augusto Pinochet estava preso em Londres: Pinochet fez muita coisa boa também. Ajeitou muitas coisas, lá, no Chile. O pessoal estava meio desajeitado. Ele pode ter feito uma ou outra retaliaçãozinha, aqui e ali, mas fez muito mais do que não fez
.

B.B.

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

AINDA A "LICENCIATURA" DO ZÉ ... [II]

A Licenciatura de José Sócrates



O Processo Penal

neste momento é público.

Não está ,por esta razão, coberto pelo segredo de justiça o processo relativo à licitude da obtenção da licenciatura em engenharia civil por parte do cidadão José Sócrates e a sua , eventual ,envolvente penal.

Na data em que assegura ter completado a licenciatura não era Primeiro Ministro.Mas era membro do Governo de António Guterres.

Os portugueses devem ter acesso ao processo. Tem interesse político.


Esse processo deveria ser publicado na internet.

Hoje as novas tecnologias - as "novas oportunidades " do ser humano, para comunicar - permitem publicar TODO O PROCESSO para os cidadãos formularem os seus juízos de valor.


Os Primeiro-Ministros não estão acima da crítica, da lei.

Há uns dias a PGR, de Israel , noticiou que abriu um processo contra o Primeiro Ministro Israelita.Já é o segundo processo, relativo a factos quando era ministro e não Primeiro Ministro.

Bill Clinton foi processado; Nixon foi processado; Collor de Melo foi processado; Tony Blair foi inquirido pela polícia.

A forma como o cidadão José Sócrates obteve a licenciatura, a legalidade da obtenção, o uso do título de engenheiro, o facto de constar no "curriculum vitae" de José Sócrates - junto no processo -que exerceu entre 1981 e 1987 a profissão de engenheiro civil na Câmara Municipal da Covilhã (!!!???!!!), o uso do título de engenheiro civil no site oficial do Governo Português, entre tantas outras coisas , são motivos mais que suficientes para ser publicado na integra o processo na Internet.

Até no Peru, no dia em que Alberto Fujimori chegou lá preso, ido do Chile, foi logo publicado pelo jornal República o acórdão de extradição.

Nada me move contra Sua Excelência o Primeiro Ministro de Portugal. Só tenho de respeitar o cargo.

Mas como cidadão que vota tenho o direito de ver esclarecida toda a envolvente da obtenção da licenciatura.

Porque ao contrário do que o Senhor Primeiro Ministro disse na entrevista à RTP 1, em 11 de Abril de 2007, a Universidade Independente não observava a legislação em vigor, , agia para além da lei, não tinha qualquer prestígio na comunidade universitária portuguesa, não tinha qualquer organização adequada e muito menos era tida por "com reconhecida capacidade" , e muito menos "tinha um funcionamento absolutamente impecável", como O Senhor Primeiro Ministro disse à RTP1.

O processo revela a anarquia, a balda, a desorganização na UNI.

Para não falar do caso "sui generis" de um aluno da UNI ter sido conduzido às instalações do Ministério da Administração Interna para ali fazer um exame, porque o Prof. Morais estava lá numa reunião de trabalho!!! Foi-lhe dada uma folha A4 para fazer o exame, nas instalações do MAI, o que aluno declinou, se negou a fazer.

O aluno da UNI, José Sócrates, não podia desconhecer a gritante violação da lei, a ausência de rigor cientifico , pedagógico, a falta do cumprimento da lei , a forma como os alunos do seu ano eram avaliados, incluindo ele.A falta de um órgão constituído de harmonia com a lei aplicável, para lhe atribuir as equivalências.

Creio que Sua Excelência o Primeiro Ministro de Portugal deve dar uma conferência de imprensa e submeter-se às perguntas dos jornalistas , de todos os órgãos. Depois dos jornalistas analisarem o processo e saberem , em concreto, o que lhe devem perguntar!

Depois de analisar o processo, creio que Sua Excelência o Senhor Primeiro Ministro de Portugal procurou fugir às perguntas dos jornalistas, quis proteger-se, mas num Estado da União Europeia não se pode fugir.

Face ao que analisei no processo entendi que deveria requerer a abertura da instrução, pelos motivos que aleguei e que aqui não vou revelar. Mas a situação que encontrei deixou-me ficar triste.

Se o sistema educativo que se pretende para Portugal fosse o que vigorava naquele curso de engenharia que frequentou o aluno José Sócrates, Portugal estava perdido.

Desconheço porque motivo José Sócrates indicava no "curriculum vitae" que exercera as funções de engenheiro civil, na Câmara Municipal da Covilhã, de 1981 a 1987!!!!

Terá assinado como "engenheiro civil" algum projecto, bem sabendo que não era engenheiro civil e que nem sequer podia usar o título e muito menos exercer as funções?

O Processo terá de ser aprofundado para que se investigue tudo isto, que é muito grave, gravíssimo.


José Maria Martins

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www.netparatodos-bluff.gov [ II ]

INTRODUÇÃO

Ao analisar o padrão de visitas recente neste blog reparei que muitos visitantes vieram em busca de informações sobre o programa eescola. Já aqui abordara o tema algumas vezes e aqui ficam mais algumas notas, em jeito de sumário/actualização. Apesar de procurar apresentar opiniões fundamentadas e publicar este texto com boa fé, realço que cada qual deverá elaborar as suas próprias conclusões. Se para isso esta leitura ajudar, melhor.


CONCLUSÕES

Sendo este texto algo alongado, apresento a seguir as minhas conclusões. Segue-se cópia da informação disponível no site oficial deste programa (http://www.eescola.pt/), que infelizmente está apresentada duma forma amadora que dificulta a leitura e a comparação. Além que se grama com o parvo do vídeo de cada vez se acede a cada página principal, o qual que começa automaticamente e em grande som.

Conclusões pessoais

1. Sobre os portáteis: são actualmente entrada de gama. Atendendo a que vêm com o Windows Vista e sabendo-se que este é muito exigente em termos de memória, pessoalmente se fosse comprar um destes portáteis pediria para colocar pelo menos 2 Gb de RAM. Isto é particularmente importante porque ao fim de algum tempo (3 a 5 anos) torna-se muito complicado encontrar memória adequada ao modelo em causa. Experimente o leitor comprar memória para um portátil de há quatro anos e verá que assim é. Ao comprar um destes portáteis também teriam muita atenção à placa gráfica incluída, pois novamente o Windows Vista é exigente quanto a este recurso. Sobre o disco rígido incluído (80Gb) é manifestamente pouco. No entanto é bom notar que estes valores são típicos para os actuais portáteis de entrada de gama.

E qual dos modelos é melhor? Teoricamente será o Toshiba, apesar da menor velocidade de relógio. Acreditando nas especificações da Intel, o modelo do processador terá maior capacidade de processamento.

Deixo uma observação aos incautos que apenas olham para os números. A performance dum computador não depende apenas do processador incluído, como de resto se aprende logo no início de qualquer curso de informática. Depende em larga escala da velocidade dos periféricos e restantes componentes (velocidade do disco duro, velocidade da memória, quantidade e tipo de memória cache, velocidade do barramento, etc). Diz-me a minha experiência que se consegue melhor performance aumentando a quantidade de memória do que tendo processadores mais rápidos. Aliás no actual contexto, os processadores têm tal capacidade de cálculo que são efectivamente os restantes componentes que ditam a performance da máquina. Assim, é uma discussão estéril se se tem um Celeron, Dual Core, 1.46 GHz, 1.80 GHz, etc. Haverá, certamente, melhorias de performance perante aplicações muito exigentes em capacidade de cálculo, mas convenhamos numa utilização do dia a dia, o processador passa quase todo o tempo a repousar. Premissa que, entre outras, contribuiu para o desenvolvimento dos processadores da classe Mobile, usados em especial nos portáteis.


E a assistência pós venda? Bom, recebi um mail da Toshiba a comunicar-me que nada têm a ver com estes portáteis. Quem presta então a assistência se o representante da marca diz nada ter a ver com isso?


2. Sobre a ligação Internet: são oferecidas as velocidades 384 Kbps e 640 Kbps, respectivamente 0.375 Mbps e 0.625 Mbps. Muito menos do que o actual padrão (3.6 Mbps). É de realçar que esta ligação poderá ser suficiente para consultar páginas web simples (como a Wikipédia) mas deixa de fora o uso eficaz em páginas web 2.0 como Youtube. O tráfego incluído também não é grande coisa. A Optimus e a TMN não esclarece mas a Vodafone distingue entre tráfego de Download (Vododafone - cliente) e Upload (cliente - Vodafone), sendo que apenas 200MB são fornecidos! Isto equivalerá ao upload de aproximadamente 50 músicas em formato mp3, por exemplo. E, por regra, o tráfego extra para além do contratado é bem caro. Pessoalmente, eu classificaria esta ligação como um ponto negativo, um empecilho à compra do computador. No entanto cada qual deve fazer o seu próprio juízo, em particular olhando para o seu perfil de utilização. É de notar que durante o período de fidelização, o operador não está obrigado a aumentar nem a velocidade nem o tráfego incluído no serviço, mesmo que técnica e comercialmente essa mudança exista nos restantes tarifários.

3. Sobre as ofertas existentes: é curioso como o Ministério da Educação e/ou os operadores são discriminatórios, apesar de tanta conversa da igualdade de oportunidade e etc. Os alunos dos 1º e 2º escalões não têm o mesmo leque de escola dos restantes, nem em termos de portáteis, nem em termos de velocidade de ligação. É caso para dizer que pobre navegará sempre com menos velocidade. Curioso é também notar que um aluno que desista de estudar e que vá para as Novas Oportunidades terá como recompensa o acesso a um portátil a metade do preço dos seus colegas que continuaram a estudar... Opções!

4. Sobre o Microsoft Office 2007: custa a versão Ensino 180 €, sendo incluída com o portátil. Para quem faça questão de usar este software, será uma mais valia. Para os restantes fica a nota que o StarOffice é gratuito e é funcionalmente equivalente.

5. Alternativas a este programa: olhando para os custos finais das diversas opções, nota-se que há casos deveras interessantes (1º escalão e Novas Oportunidades) em que, face ao preço final, não existe melhor alternativa à apresentada neste programa. Já nos restantes casos há uma zona cinzenta, sendo cada caso um caso. Se atendermos apenas ao preço do portátil, seguramente que por 780 € ou por 1,000 € se encontram alternativas equivalentes a estas. Considerando a Internet incluída, já outras ponderações terão que ser feitas. Deixo-as ao cuidado do leitor. Mesmo assim, realço alguns alternativas:

- Apple Mac Mini, que vem de raiz com uma excelente oferta de software;
- a opção de escolher uma máquina Linux + StarOffice ou outro pacote de produtividade disponível sobre a licença GLP, sendo que neste caso apenas se têm a pagar a máquina propriamente dita (um computador que venha com Windows paga sempre uma quantia para a respectiva licença OEM);
- na gama Internet "fixa" existem ofertas muito interessantes, incluindo TV/telefone/Internet, a velocidades verdadeiramente úteis, preços atractivos e tráfego incluído mais do que suficiente.


DETALHES DO PROGRAMA
Informação constante no site oficial do programa, excepto a indicação do custo final que é cálculo meu.

Como tem sido repetido, estes portáteis implicam o pagamento inicial de 150 €, seguindo-se o pagamento duma mensalidade durante o número de meses indicado. O preço final do produto adquirido (computador mais ligação) é, portanto, o indicado na coluna "Custo final".

Notei que as ofertas listadas no programa eescola foram alargadas desde a minha última consulta, existindo agora em certas circunstâncias a velocidade 640 Kbps.



1. ESCOLA

Condição de acesso: alunos que se inscrevam no 10º ano de escolaridade, nos próximos 3 anos

Diferenciado em 3 escalões.

1º escalão: acção social escolar





Operador Computador Ligação Custo final
OPTIMUS Portátil Toshiba Satellite L40
Processador Intel® Pentium® Dual-Core 2310, 1.46 GHz
Ecran TFT de 15.4" WXGA panorâmico
Memória RAM 1Gb
Disco 80Gb SATA
Gravador de DVD
Wi-Fi
Windows® Vista Home Premium
Office 2007
Kanguru Basic
Velocidade: 384kb/s
Tráfego incluído/mês: 1Gb
Mensalidade: € 5 (durante 36 meses)
150 € + 5 € * 36 =
330 €
TMN Portátil Fujitsu Siemens Esprimo Mobile V5515
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2130 1,86 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 5 (durante 36 meses)
150 € + 5 € * 36 =
330 €
TMN Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2310 1,46 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 15 (durante 36 meses)
150 € + 5 € * 36 =
330 €
VODAFONE (brevemente)


2º escalão: agregados com baixo rendimento




Operador Computador Ligação Custo final
OPTIMUS Portátil Toshiba Satellite L40
Processador Intel® Pentium® Dual-Core 2310, 1.46 GHz
Ecran TFT de 15.4" WXGA panorâmico
Memória RAM 1Gb
Disco 80Gb SATA
Gravador de DVD
Wi-Fi
Windows® Vista Home Premium
Office 2007
Kanguru Basic
Velocidade: 384kb/s
Tráfego incluído/mês: 1Gb
Mensalidade: € 15 (durante 36 meses)
150 € + 15 € * 36 =
690 €
TMN Portátil Fujitsu Siemens Esprimo Mobile V5515
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2130 1,86 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 15 (durante 36 meses)
150 € + 15 € * 36 =
690 €
VODAFONE (brevemente)


3º escalão (os restantes alunos)


Operador Computador Ligação Custo final
OPTIMUS Portátil Toshiba Satellite L40
Processador Intel® Pentium® Dual-Core 2310, 1.46 GHz
Ecran TFT de 15.4" WXGA panorâmico
Memória RAM 1Gb
Disco 80Gb SATA
Gravador de DVD
Wi-Fi
Windows® Vista Home Premium
Office 2007
Kanguru Basic
Velocidade: 384kb/s
Tráfego incluído/mês: 1Gb
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Kanguru Light
Velocidade: 640kb/s
Tráfego incluído/mês: 2Gb
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
TMN Portátil Fujitsu Siemens Esprimo Mobile V5515
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2130 1,86 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Tarifário BL
Tráfego incluído: 2GB
Velocidade: 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
TMN Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2310 1,46 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Tarifário BL
Tráfego incluído: 2GB
Velocidade: 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
VODAFONE Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Pentium Dual Core
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista
Office 2007
Em Português
Banda Larga 384Kbp
Tráfego incluído: D:1GB/U:200MB
Velocidade: Até 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Banda Larga 640Kbp
Tráfego incluído: D:2GB/U:200MB
Velocidade: Até 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €


2. PROFESSOR

Condição de acesso: todos os professores do Ensino Básico e Secundário

"Uma solução que garante a mobilidade, condição importante para o pleno exercício da actividade docente." Paga pelo respectivo profissional, falta acrescentar.

Operador Computador Ligação Custo final
OPTIMUS Portátil Toshiba Satellite L40
Processador Intel® Pentium® Dual-Core 2310, 1.46 GHz
Ecran TFT de 15.4" WXGA panorâmico
Memória RAM 1Gb
Disco 80Gb SATA
Gravador de DVD
Wi-Fi
Windows® Vista Home Premium
Office 2007
Kanguru Basic
Velocidade: 384kb/s
Tráfego incluído/mês: 1Gb
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Kanguru Light
Velocidade: 640kb/s
Tráfego incluído/mês: 2Gb
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
TMN Portátil Fujitsu Siemens Esprimo Mobile V5515
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2130 1,86 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Tarifário BL
Tráfego incluído: 2GB
Velocidade: 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
TMN Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2310 1,46 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Tarifário BL
Tráfego incluído: 2GB
Velocidade: 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €
VODAFONE Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Pentium Dual Core
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista
Office 2007
Em Português
Banda Larga 384Kbp
Tráfego incluído: D:1GB/U:200MB
Velocidade: Até 384 Kbps
Mensalidade: € 17,5 (durante 36 meses)
150 € + 17,50 € * 36 =
780 €
Banda Larga 640Kbp
Tráfego incluído: D:2GB/U:200MB
Velocidade: Até 640 Kbps
Mensalidade: € 24,9 (durante 36 meses)
150 € + 24,9 € * 36 =
1.046,40 €


3. NOVAS OPORTUNIDADES

Condição de acesso: trabalhadores em formação, inscritos na iniciativa Novas Oportunidades

Operador Computador Ligação Custo final
OPTIMUS Portátil Toshiba Satellite L40
Processador Intel® Pentium® Dual-Core 2310, 1.46 GHz
Ecran TFT de 15.4" WXGA panorâmico
Memória RAM 1Gb
Disco 80Gb SATA
Gravador de DVD
Wi-Fi
Windows® Vista Home Premium
Office 2007
Kanguru Basic
Velocidade: 384kb/s
Tráfego incluído/mês: 1Gb
Mensalidade: € 15 (durante 12 meses)
150 € + 15 € * 12 =
330 €
TMN Portátil Fujitsu Siemens Esprimo Mobile V5515
Monitor 15,4"
Processador Intel Pentium Dual Core T2130 1,86 GHZ
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista Premium
Office 2007
Em Português
Tarifário BL Light
Tráfego incluído: 1GB
Velocidade: 384 Kbps
Mensalidade: € 15 (durante 12 meses)
150 € + 15 € * 12 =
330 €
VODAFONE Portátil Toshiba Satellite L40 Notebook
Monitor 15,4"
Pentium Dual Core
Memória 1GB
Disco 80GB
DVD Writer
Wi-Fi
Windows Vista
Office 2007
Em Português

Banda Larga 384Kbp
Tráfego incluído: D:1GB/U:200MB
Velocidade: Até 384 Kbps
Mensalidade: € 15 (durante 12 meses)
150 € + 15 € * 12 =
330 €


Finalmente encontrei a especificação completa dum dos portáteis, o da Vodafone. Inclui também o exacto modelo L40 em causa (há vários).

http://www.vodafone.com/start/media_relations/news/

local_press_releases/portugal/portugal_press_release/

e-school_programmes.html

Characteristics of the Toshiba Satellite L40-15G Notebook

Model: Toshiba Satellite L40-15G
Reference: PSL48E-01T00GPT
Technology/Processor: Mobile Technology Intel® Pentium® Dual-Core 2310, (1.46 GHz), 533 Mhz Front Side Bus, 1 MB level 2 cache, Intel® GL960 chipset
Monitor: 15.4" WXGA panoramic TFT
Internal Video Mode: 16.7 million colours, resolution 1280x800
Hard Disk: S.M.A.R.T. 80 GB, SATA (5400rpm), Enhanced IDE
Memory: 512+512 MB DDR2 (667Mhz) RAM, expandable to 3072 MB/4096 MB
Optical Drive: DVD Super-Multi Double Layer (all recording formats: DVD-R/RW, +-R(DL)/+RW and DVD-RAM)
Graphics: Adapter Intel® GMA X3100 (up to 256MB shared)
Communications: 10/100 Base-TX, Ethernet LAN, RJ-45, Azalia 56Kbps V.90 built-in Modem, (V.92 ready), 14.4Kbps Fax, RJ-11
Wi-Fi Communications: Realtek 802.11(b/g) 13ch-RTL8187B, (WiFi compatible)
Audio System: 16-bit stereo with built-in stereo speakers
Interfaces: 1x headphones, 1x microphone, 1x DC input, 1x external monitor, 1x RJ-45, 1x RJ-11, 3x USB 2.0
Expansion: 1x PC Card (Express card), 2x memory slots (0 to configure)
Battery: Lithium ion, maximum stand-by 2.0 hours (Mobile Mark™)
Software included: Toshiba Management Console, On-line User Manual, Toshiba ConfigFree™, Toshiba utilities and drivers, Toshiba DVD, Connectivity Doctor
Special features: Slot for Kensington Security cable, Boot Pen drive USB
Dimensions: (LxWxT) and Weight 365 x 269.5 x 35.3/36.8 mm; weight: 2.75 Kg


Intel® Pentium® Dual-Core Mobile Processor CTP Calculations
http://www.intel.com/support/processors/mobile/pentiumdualcore/
sb/cs-028241.htm



No site da Chip7 consegue-se ter uma ideia de onde é que se enquadram os portáteis desta campanha, em termos de posicionamento de tecnologia.
http://www.chip7.pt/catalogo/index.php?cat=761&seleccao
=caracteristicas196&param=1667



O presente texto de opinião deve ser entendido apenas um contributo para uma tomada de decisão fundamentada. Aderir ou não ao programa eescola deverá ser o resultado duma análise pessoal de custo/benefício, ciente de que haverá pessoas a quem este programa trará vantagens e a outras não.

Raposa Velha

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POLICE



A actuação dos Police em Lisboa serviu como uma espécie de teste à memória da sociedade e da imprensa portuguesa.

É que a banda de Sting veio para actuar no Estádio Nacional, num concerto revivalista, 27 anos depois de ter actuado no Estádio do Restelo no auge da popularidade. Escreveu-se sobre quase tudo, a propósito da revisita dos Police, para se concluir que Sting, Stewart Copland e Andy Summers vão adiantados na casa dos 50 anos – quem diria?!

– mas que ainda são audíveis.



Escreveu-se muito por comparação com o concerto do Restelo, de 2 de Setembro de 1980, mas foi preciso mergulhar muito fundo nas prosas de jornal para se encontrarem duas brevíssimas referências de passagem ao que foi, certamente, o mais original e inesperado do espectáculo dos Police: a actuação da Polícia de Choque, ao vivo, no final do espectáculo, numa carga brutal destinada a resolver um mero problema de circulação.


Nas redacções dos jornais já não haverá praticamente ninguém desse tempo. Ou seja: os Police estão por ali para as curvas mas aos jornalistas portugueses da idade de Sting, Copland e Summers já foram arrumadas as botas. O que não justifica a falta de memória dos jornais ou então, por essa lógica, não se escrevia sobre a implantação da República, a ditadura ou o 25 de Abril. Mas a verdade é que se escreve pouco. A memória tem destas coisas: é selectiva.

Eu, que ainda escrevo, recordo-me da carga da Polícia de Choque sobre os espectadores que saíam do Estádio e da perseguição à cacetada pelas ruas do Restelo. Era um tempo de autoridade exercida pelo chanfalho e a selectividade da memória procurará poupar a imagem para a História de alguns mitos mortos e bonzos vivos da política portuguesa.


João P. Guerra

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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A POLÍTICA ELECTRO-POP

As eleições no PSD não vão resolver coisíssima nenhuma. O partido está fracturado não apenas em duas facções mas em outros e pequenos fragmentos, de desigual importância e semelhante gula. Seja quem for o ganhador, nenhum deles, nos seus saberes e fazeres, conseguirá unir o que originariamente está separado. É difícil, acaso impossível, corrigir o ponto de partida. Exacerbando a dúvida, a que PSD correspondem Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes? Ao de sempre. O que percorreu, em vários sentidos, determinadas distâncias, procurando determinados equilíbrios, com o objectivo único da conquista do poder pelo poder.

Nem nas analogias das ideias fundamentais o PSD alguma vez foi social-democrata. As crises por que tem passado não decorrem da sua diversidade cultural, mas das múltiplas incertezas na base das quais foi fundado. A ambiguidade daquela misteriosa expressão, partido interclassista, propicia o regular regresso de fenómenos esquisitos e de epifenómenos previsíveis, encadeados em idêntica associação.

O equívoco Durão Barroso originou o intermezzo cómico Santana Lopes. Não há um sem o outro. E ambos introduziram, na sociedade portuguesa, o electro-pop, a equação mais abstrusa da matemática política. Transformaram em categoria a realidade primária das suas pessoalíssimas vidas, impondo a vacuidade e a indigência intelectual como urgência da verdade.

Mendes e Menezes são ramos da mesma árvore, demonstrando que neles actua a mesma providência. No sentido de totalidade, englobam-se no lote comum ao dos fundadores do PSD. Criaram-se alguns mitos, certamente estimáveis, decididamente falazes, em torno de Francisco Sá Carneiro. Possuía o estofo de estadista; porém, não teve tempo de provar a eficácia do testemunho. Melhor do que ninguém, ele sabia os grãos de sabores opostos que iam aparecendo no almofariz do partido. Não se embaraçou muito com a mistela. A batalha contra o comunismo era-lhe prioritária; depois, o PSD adaptar-se-ia às circunstâncias. Ele acreditava na temporalidade cíclica das coisas, nas flutuações do carácter humano e na política como instância sem coerência, porque isenta de moral. E, apesar dos pesares, desejava criar um partido baseado na tradição liberal da grande burguesia do Norte, um pouco republicano, levemente laico, intermitentemente social.

Estar à altura do quotidiano implica a adequação ao momento. Soares sabe-o como ninguém. Sá Carneiro foi aprendendo. Eis porque as eleições e a crise no PSD vão ter repercussões significativas no PS, em cujo interior os sinais de contrariedade deixaram de ser evasivos. Ambos os partidos reflectem-se entre si. E, afinal, sempre foram a reinterpretação um do outro.


B.B.

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terça-feira, 25 de setembro de 2007

AINDA A "LICENCIATURA" DO ZÉ ...


O Público de hoje volta ao assunto da licenciatura de José Sócrates, após ter consultado os autos de Inquérito dirigido pela procuradora-geral adjunta, Cândida de Almeida. Esta magistrada já se tinha pronunciado no Domingo, na entrevista Renascença/Público.

A directora do DCIAP foi escolhida pelo PGR, Pinto Monteiro, após a queixa apresentada pelo advogado José Maria Martins, a fim de efectuar um Inquérito aos factos para o assunto ficar esclarecido e de modo rápido, eficiente e completamente investigado.”

A conclusão do Inquérito já foi anunciada por aquela magistrada que enfatizou por diversas vezes o facto de que “não houve favorecimento” do antigo aluno, hoje primeiro-ministro.

Este assunto do favorecimento, parece não ter cabimento num Inquérito deste género em que estava primordialmente em causa uma eventual falsificação e/ou uso de documento falso.

Relativamente a este facto, importante e com relevância actual e criminal, a magistrada esclareceu que não havia indícios de crime, porque um dos certificados seria uma segunda via.

Ricardo Dias Felner no Público não esclarece este ponto do Inquérito, pelo que deve aguardar-se um pouco mais para se poder dizer alguma coisa.

O que o Público esclarece e de modo interessante, são alguns factos entendidos como irrelevantes, no despacho de arquivamento do MP e com referência à matéria do tal favorecimento que não se vislumbra que crime possa constituir.

Tráfico de influência?

Será?

Como isso?

Adiante.

O facto relatado pelo Público, é este:

José Sócrates candidatou-se à UnI, em 12 Setembro de 1995 e Luís Arouca, o reitor que não era bem reitor, sem que isso incomode particularmente a investigação, indicou-lhe as equivalências e as cadeiras que deveria frequentar. Tudo certo? Não. Tudo por esclarecer. Nessa data, o estabelecimento de ensino que Sócrates frequentara, o ISEL, ainda não lançara as notas do curso que o mesmo frequentara. Só o veio a fazer em 31 de Outubro de 1995. Então…quer dizer que José Sócrates poderia ter pedido o certificado nessa data. Fê-lo? Não. Só o veio a fazer em 8 de Julho de 1996, quase a acabar o curso que decorreu num ambiente sui generis, como contam alguns dos colegas. Sócrates já era governante e o seu quase único professor , António José Morais, tinha sido o seu professor no ISEL e veio a sê-lo na UnI. Para a maior parte das pessoas que não se espanta com estes factos, também será irrelevante que Sócrates tenha explicado este hiato temporal entre a saída do ISEL e a apresentação do certificado, como sendo da responsabilidade do ISEL. Disse na tv que a responsabilidade pelo atraso era do ISEL. Era? Foi? Então, se em 31 de Outubro poderia ter pedido o documento, por que razão só o veio a fazer em Julho de ano seguinte? E como é que pôde inscrever-se na UnI, em Setembro, se nessa altura ainda nem tinham saído as notas no ISEL?

Estes pormenores merecem quase nada da atenção da magistrada do DCIAP, mas o Público dá-lhe o destaque devido e os leitores exigem satisfações pela lógica que presidiu ao apuramento dos factos e foi objecto de comunicação.

Outro exemplo, quanto a outro facto: a magistrada do DCIAP disse na tv que nenhum dos colegas do então aluno Sócrates teria referido o tratamento privilegiado ao actual primeiro ministro. “Tratamento privilegiado” significa algo que se possa assimilar a tráfico de influência enquanto crime praticado em 1995? Um Inquérito pode servir para esclarecimento de factos que não sejam de âmbito estritamente criminal e possam ser entendidos como integrando matéria ético-política? E pode, ainda assim, anunciar-se que "não houve favorecimento"?

Ainda assim: escreve o Público que só três, dos onze alunos inquiridos, disseram que José Sócrates não havia sido privilegiado. Mas estes mesmos três alunos que o Público não identifica, eventualmente por receio, o que é um sinal triste destes tempos de liberdade de imprensa amordaçada, têm todos falhas graves nos seus diplomas de licenciatura e são os únicos que terminaram o curso no ano de José Sócrates. Dois deles tiveram 13 a Inglês Técnico sem terem feito a cadeira, o que diz tudo da integridade profissional do professor que ministrou a mesma, ao aluno referido...

Mesmo com estes sinais, que mereceriam a mais séria das reservas, o Inquérito foi buscar escutas telefónicas, gravadas noutro processo conexo e a magistrada declaradamente tentou usá-las, com a explicação de que provavam a “boa-fé” do primeiro- ministro neste assunto da licenciatura.

Não obstante o desmentido, hoje, da PJ, no sentido de o primeiro-ministro não ter sido alvo de escutas, a verdade é que Luís Arouca o foi e houve telefonemas deste para aquele e vice-versa. Assim, José Sócrates não foi alvo de escutas, mas foi apanhado nas escutas, efectuadas no processo em que se investigam, os factos criminais com relevo na UnI e que já justificaram prisões preventivas, ainda agora renovadas. E aquelas escutas foram julgadas relevantes pela magistrada de um outro processo, de molde a justificar a eventual junção das respectivas transcrições. Tal não aconteceu, apenas porque uma JIC, entendeu não o fazer.

Segundo o Público, mesmo sem transcrições, os sinais existentes nos autos permitem escrever que as escutas referem diversas chamadas efectuadas do Gabinete do primeiro-ministro, para o tal reitor, Luís Arouca. Para quê? Não se sabe. Mas sabe-se a data: 23 de Março de 2007. E sabe-se ainda que a PJ anotou no processo ( e tal não foi apagado) que nesse telefonema, “O Engº pede comunicado”. Que não vem, porque o reitor escutado dois dias depois, é apanhado a telefonar para o professor Morais e “não fazer comunicado” é a indicação.

Estes factos, agora revelados pelo jornal Público, muito a medo e com reservas visíveis e legíveis, do jornalista, valem o que valem. Nada, parece. Nem sequer um editorial do director. Menos, muito menos que um Inquérito parlamentar tipo "envelope nove".

José

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

AO ESTADO A QUE PORTUGAL CHEGOU


A Crise, em Portugal, é uma telenovela.
Uma mistura entre A Ilha dos Amores e Chiquititas.
Uma ilusão, ou na tecnológica expressão do Governo, uma realidade virtual.
Não há crise.
Não há uma crise entre Gordon Brown e Mugabe: ou vem um, ou vem outro. Isto porque o nosso MNE há-de atirar uma moeda ao sair e, de lá, há-de cair uma solução que provará a infalibidade do nosso Governo.

Este é o Governo para o qual não há crises.
Alguém alerta que o combate ao crime mais violento será mais difícil por causa do Código de Processo Penal.
Não há crise, porque o Governo escusa, no seu gabinete, de ouvir quem anda nas ruas a tentar prender homicidas.
Não há crise do Código dos Jornalistas.
Depois de voltar à AR, há uma ligeira melhoria.
Não há, portanto, crise.
Com este Governo criou-se a ideia de que algo se move, quando tudo está como uma estátua: imóvel.
Crise?
Nada que não se consiga resolver se se colocar Augusto Santos Silva no You Tube a cantar, numa versão de Frank Sinatra, que Crise is my Lady. Ou Correia de Campos, no mesmo site, cantando em heavy metal o bem que quer para o SNS. E que é por ter tanta bondade no seu coração que há mais médicos.
Embora eu, pobre mortal, quando vou ao meu Centro de Saúde, só me depare com menos médicos, porque uns se reformaram e outros foram ganhar melhor e trabalhar em melhores condições para o sector privado.
Portugal é a Ilíada dos tempos modernos nestes tempos de Sócrates.
Os deuses sentem-se acima dos esmagados.

F.S.

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domingo, 23 de setembro de 2007

UM ESCOLHA SEM AMBIGUIDADES NO PSD

Já aprendi o suficiente sobre o modo como funcionam os partidos para não ter ilusões sobre a realidade que se esconde por detrás da retórica das grandes escolhas, grandes opções e grandes lideranças. Já aprendi o suficiente para perceber como o tempo de oposição prolongada é de vacas magríssimas e que algumas debilidades da oposição têm razões estruturais e não conjunturais, não dependem das lideranças, mas sim da falta de autonomia da sociedade civil e do espaço público face ao peso do Estado e do seu executante, o Governo. Não há solução salvífica, só há a realidade: a de Portugal em 2007 e a do PSD em 2007.

Quem combate o PS no Governo porque acha que este está a fazer mal ao país, não se pode dar ao luxo de esperar por soluções salvíficas, onde se confunde "carisma" com populismo e se acredita que há um Houdini escondido numa esquina à espera de se libertar de todas as cordas e emergir glorioso à tona da água. Não há, e a tentação do PSD pelo escapismo populista do karma, que ganhava todas as eleições, é um dos fardos que pesam sobre a sua crise de credibilidade actual. Não é por aí, nem a espera pelos "notáveis" nem por Houdini servem os dias de hoje.

Vamos aos "notáveis", a sombra que pesa sobre o PSD dos que seriam desejados mas não aparecem. Não sabemos muito bem quão desejados seriam se aparecessem, mas eles pairam sempre como uma sombra de deslegitimação sobre quem está. Seria possível encher esta página de nomes sonantes e conhecidos que estão associados ao PSD, muitos dos quais são mesmo militantes do partido. Mas contam-se pelos dedos de uma mão o número desses "notáveis" que, na sua actividade, tenham efectiva independência do Governo e que estejam dispostos a serem vozes activas da oposição. Eu não digo sequer que estivessem dispostos a actuar na oposição estritamente partidária, como sendo porta-vozes de áreas sectoriais em que têm prestígio e actividade, digo, pura e simplesmente, manifestarem a sua opinião crítica de forma consistente e duradoura contra o Governo, mesmo que a título individual, caso não quisessem sujar as mãos nos partidos. Por exemplo, escrever artigos, dar uma entrevista, exprimir uma crítica séria, tudo coisas que se esperava de quem pela sua postura política é suposto achar que o país está mal governado pelo PS, tanto mais que apoiam o partido alternante. Será porque acham que o Governo de Sócrates é bom? Alguns acham que é um mal menor e que é melhor de que as alternativas e isso leva-os ao silêncio. Mas duvido que seja um número muito significativo. O que se passa é que mesmo entre esses notáveis a independência real do Governo, das suas decisões, da sua colaboração benévola, é escassa. O que muitas vezes se esconde numa certa postura de "silêncio de Estado", que é uma habilidade retórica muito portuguesa, é a necessidade de não hostilizar um Governo que tem sempre mil dossiers em aberto que podem afectar empresas, negócios, lugares, fundações, projectos, ou mesmo esse bem raro que é o "prestígio".

Portugal é um país muito pequeno e com demasiado Estado para ter uma sociedade civil com efectiva independência e isso é mortífero para qualquer partido da oposição que não queira ser apenas uma variante pobre de "bloco central". É este o problema estrutural número um da oposição. A não ser em períodos em que se torna evidente que vai haver uma mudança política a curto prazo, como quando Barroso fez uma convenção no Coliseu com tudo que era colunável na política e na economia na primeira fila, os "notáveis" primam pela prudência e pela cautelosa reserva da política. Não é por acharem que Marques Mendes seja um "mau líder", é porque só tem a perder alguma coisa pelo envolvimento político contra o Governo, fora do tempo. Não é só Marques Mendes que prova o fel desta atitude, mesmo Marcelo Rebelo de Sousa, que frequenta os mesmo salões do poder, quando quis contestar alguns negócios e interesses também provou a solidão e os ataques ao seu "prestígio".

Os defeitos de Marques Mendes são conhecidos. Como herdeiro directo do "nogueirismo", ele representa bem um partido clientelar e provinciano, que hoje é o essencial do PSD que ainda resiste no poder autárquico com sucesso. Como o seu poder vem desse establishment partidário interno, ele precisa de dar-lhes um retorno para manter os seus votos. Mil e uma voltas pelo circuito da "carne assada" atestam essa dependência. Mas seria errado ignorar que ele fez mais pelo "partido nacional" do que os seus antecessores. Embora seriamente limitado pela herança do grupo parlamentar vindo da direcção anterior e com o "partido nacional" em muito mau estado - e aqui Mendes poderia ir mais longe do que a tentação de sucessivas listas de "notáveis" para cargos nominais - Mendes tem ajudado o PSD a libertar-se da crise de credibilidade que vinha do desastre do "menino guerreiro", e duvido que alguém estivesse com vontade e na posição de o ter feito.

E fez ainda mais. Se ultrapassarmos a coreografia, mesmo aquela para que Mendes contribuiu com aquela linguagem morta do "politiquês" com que se exprime, teríamos que olhar com mais atenção para a tendência programática que algumas das suas propostas exprimem, porque me merecem completa concordância e são mais inovadoras do que parecem. Mendes defrontou a questão do aval político automático que se dava aos que ganham no partido apenas porque ganham, autarcas em particular, seja qual for o "escândalo" público e a situação jurídica que os seus actos assumem para o país. Fê-lo imperfeitamente? Fê-lo fechando os olhos a uns casos para empolar outros? Pode ser, mas fê-lo com os custos que até então nenhum dirigente partidário estava disposto a pagar, a começar por aqueles que, como Mendes, foram feitos dentro do aparelho. Avançou com um conjunto de propostas liberais e não teve medo de assim as classificar? Fê-lo na segurança social, na proposta do fim da RTP pública e no modo como enquadrou a proposta de baixa de impostos, como medida alternativa ao modo como o Estado se relaciona com a economia e com o seu próprio tamanho. Foi contraditório nestas propostas com outras em que criticou o encerramento de serviços públicos e "reformas" que o Governo apresenta como destinadas a emagrecer o Estado? Talvez, mas quando se olham essas propostas como foram feitas e não como o PS e Sócrates diz que foram feitas, não há tanta contradição como isso. Aliás, a oposição do PSD com Mendes ao Governo PS está nos antípodas da que o PS fez ao PSD, é muito mais responsável e consistente. O modo como Sócrates trata a oposição justificaria que se dissesse que não merece esta moderação, mas é bom que assim seja.

Isto significa que vou votar em Marques Mendes nas eleições directas do PSD. Com o meu voto singular, de quem tem as quotas em dia, na minha secção, vou votar sem "mas" nenhum, no homem que muitas vezes critiquei com dureza, e certamente continuarei a criticar, e nem sequer o faço pelo princípio do mal menor. Ou seja, não voto Marques Mendes porque a alternativa é Luís Filipe Menezes; votaria Marques Mendes mesmo que a alternativa fosse algum dos "notáveis" que são sempre falados em eleições e se mantêm em silêncio como eternas esperanças do porvir. Estando o país como está, esse silêncio é mais uma abstenção cívica do que um mérito, e num partido como o PSD é mortífero viver de esperanças sebastianistas.


José Pacheco Pereira

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A HISTERIA CONTRA O ESTADO DE DIREITO

Vai por esse país fora uma espécie de histeria colectiva a propósito da entrada em vigor do novo Código de Processo Penal (CCP). A histeria é deliberadamente alimentada por quem sabe e nela tem interesse - alguns polícias e magistrados - e destinada a ser consumida, pronta-a-servir, por quem não sabe - jornalistas alarmistas e público das telenovelas.

A fazer fé no que dizem, a Assembleia da República resolveu, e logo por unanimidade: a) aprovar sem aviso um CPP; b) tão irresponsável nas reformas que introduz (Marcelo «dixit») que, para já, está a pôr em liberdade toda a espécie de perigosos bandidos; e, c) mais tarde vai tornar impossível coisas como o combate ao chamado ‘crime de colarinho branco’. Um indignado leitor do ‘Diário de Notícias’ resumia o sentimento geral, anteontem, no jornal: “aqui está um país exemplar, que altera o Código Penal em prol dos criminosos mais violentos! Se já se vive em Portugal um clima de insegurança, ... (agora, com) violadores, pedófilos, assassinos e traficantes à solta, é aterrador!”

Observemos o fundamento das preocupações deste leitor. Em primeiro lugar, o que está em causa não é o Código Penal mas sim o Código de Processo Penal, que regula o funcionamento da tramitação processual em matéria criminal. O CPP não extingue nenhum crime nem desagrava penas, limita-se a estabelecer as regras de procedimento judicial, em caso de crime. Em segundo lugar, nós não vivemos em nenhum “clima de insegurança”, pelo contrário, continuamos a ser dos países mais seguros do mundo e a ter índices de criminalidade violenta em regressão. É certo que, na noite do Porto e na de Lisboa, há um sector marginal em que a criminalidade violenta tem dado nas vistas, mas não apenas ela existe fora do mundo normal dos cidadãos normais como a sua existência remete para a ineficácia policial e não para a brandura das leis. E é certo também, para referir a criminalidade violenta noticiada nos últimos dias, que nenhuma lei pode evitar que um brilhante estudante universitário com problemas psíquicos degole a namorada ou que uma mãe tresloucada mate os três filhos e a seguir se suicide. Em terceiro lugar, a reforma do CPP não foi feita “em prol dos criminosos mais violentos”: saíram até agora em liberdade, devido à entrada em vigor do novo CPP, 150 presos, de um total que se calcula possa ir até aos 228. Isto num universo de 2800 presos preventivos, que, por sua vez, representam menos de um quarto do total de presos existentes em Portugal. Ou seja, sairão das prisões, ao abrigo da lei nova, cerca de 2% dos presos que lá estão e nenhum deles integra a categoria a que o leitor chama os criminosos mais violentos. Quem sai, então? Saem justamente aqueles que, por estarem implicados em crimes menos graves, se considerou que tinham direito a ver os seus prazos de prisão preventiva encurtados. Já agora e finalmente: o novo CPP não entrou em vigor sem aviso e no desconhecimento geral: de há muito que estava em discussão e há mais de dois meses que tinha sido aprovado na Assembleia - mas é característica bem portuguesa só se preparar para as coisas depois de elas acontecerem.

Talvez valha a pena começar por lembrar o óbvio, mas tantas vezes esquecido, a benefício da paranóia securitária: a prisão preventiva é uma medida excepcional, através da qual, não poucas vezes, um inocente é mantido em prisão longamente, enquanto espera por um arquivamento ou um julgamento que irá determinar que, afinal, não havia razão para o manter preso. Parece que, felizmente, a percentagem de presos preventivos em Portugal tem vindo a baixar, face a tempos recentes em que atingiu números assustadores. Mas, se há menos preventivos, a duração das suas detenções ‘provisórias’ tem vindo a alongar-se sucessivamente: numa situação em que, há uns quinze anos, se previa que a prisão preventiva não pudesse ir além de três meses, hoje essa mesma situação pode deixar alguém preso preventivamente até nove meses. E porquê, se as suspeitas ou as causas que fundamentam a prisão são as mesmas? Porque a polícia e o Ministério Público foram argumentando sem descanso que os prazos eram curtos para lhes permitir concluir as investigações. Mas um preso preventivo - que é alguém que se presume inocente - não tem culpa que, por incompetência ou por falta de meios dos investigadores, a sua detenção se prolongue para além de um prazo que, por natureza, tem de ser excepcionalmente curto.

Daí os protestos de quem tem que investigar. Daí as correrias em cima da hora para notificar, enfim, a acusação a presos preventivos, evitando que eles saíssem em liberdade por extinção dos prazos previstos no novo CPP - o que prova que, afinal, a acusação poderia ter sido deduzida antes… A mensagem do novo CPP é neste ponto clara e desafiadora: a ineficácia da máquina judicial não pode ser compensada e disfarçada à custa dos direitos de defesa dos arguidos. Era isso que estava a acontecer cada vez mais e é isso a que agora se quis pôr termo. Compreendo, sem aceitar, que aqueles que, por força desta alteração, vão passar a ter de trabalhar mais depressa e mais eficazmente se queixem; compreendo que o ‘nobre povo’ que, numa semana, é capaz de passar dos ‘coitadinhos dos McCann’ para os ‘criminosos dos McCann’ se indigne, sem perceber o que está em causa; compreendo bem pior que outros, que não são nem ignorantes nem parte na questão, venham também juntar-se à histeria demagógica dos ‘criminosos à solta’, fingindo esquecer que o que está em causa é a defesa do Estado de Direito, não como flor de retórica mas no concreto das prisões, das esquadras de polícia e dos tribunais, onde, de facto, se mede o grau de protecção dos direitos vigente em determinada sociedade.

O novo CPP vem também retirar aos investigadores algumas facilidades a que estavam habituados, tais como as escutas telefónicas sem controlo e sem razão de justiça ou a possibilidade das maratonas nocturnas de interrogatórios - tal como vimos no caso McCann e noutros mais. Ambas as coisas destinadas a habilitar os investigadores com a mais clássica, a mais fácil e a mais fraca das provas: a auto-incriminação do arguido. Daqui, e a propósito da limitação do abuso das escutas telefónicas ou da validade das queixas anónimas, partiram os críticos do novo CPP para a acusação demagógica de que o poder político estaria a vingar-se do ‘caso Casa Pia’. Digo-vos que é preciso ter descaramento! Mal do poder político que, tendo assistido estarrecido, tal como o país inteiro, à sucessão de atropelos, enormidades e abusos de toda a ordem cometidos na investigação do ‘caso Casa Pia’, nada fizesse para extrair daí as lições que se impunham! Quando se chegou ao extremo limite de mostrar aos miúdos abusados da Casa Pia uma lista de figuras públicas - de Eduardo Prado Coelho a Mário Soares - para eles assim “identificarem” eventuais abusadores, é evidente que alguém, com legitimidade democrática para tal, teria que explicar a quem investiga que não vale tudo.Ainda bem que o poder político se impôs, como devia. Prefiro uma lei que tem erros e imprevisões evitáveis com mais cuidado, uma lei que, eventualmente, vai soltar alguém que não devia, a lei nenhuma e à continuação da investigação criminal em roda livre e ao sabor das conveniências particulares de quem investiga.


Miguel Sousa Tavares

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sábado, 22 de setembro de 2007

O BALCÃO 'PERDI O EMPREGO E O CARTÃO DO PS' É O PIOR PAVOR DE CONSTANÇA

Sócrates anunciou ontem o balcão perdi a carteira. Constança, que ainda dormitava na sua secretária de adjunta do Governo enquanto dava uma olhadela ao debate parlamentar que corria na RTP2, despertou do seu torpor.

Embevecida pela autoridade e firmeza daquele corpo dirigente, épico para os seus 50 anos, Constança pensa que deveria ser qualquer coisa assim parecida que outros tinham na cabeça quando se referiam ao homem novo. Constança em êxtase observa os pormenores: um primeiro-ministro com tudo no sítio e um país repleto de computadores e hi-tech. Aquilo que começou por ser uma mera tentativa de mudar de vida - arranjar um cartão do PS e um tacho para poder comer durante o mês inteiro - converteu-se já, para Constança, numa religião. Ela já acredita na existência de Sócrates como os cristãos na existência de Deus. Ou seja: não precisa de qualquer prova para crer que José Sócrates está em todo o lado e é Deus que preside à bancada do Governo, favorecendo os bons socialistas e os bons cidadãos e punindo os maus, e desembestando contra os iníquos, e miseráveis no seu contravapor, deputados da oposição.

Depois de Sócrates ter anunciado o futuro balcão perdi a carteira, que vai mudar a vida dos cidadãos que diariamente perdem as carteiras, dos cidadãos a quem a toda a hora roubam as carteiras, Constança é a seguir assaltada por um pensamento muito perturbador. E se lhe desaparecesse o cartão do PS?

Não, impossível. Um cartão do PS não se perde como se perde uma carteira. Depois de conquistado, está lá. Depois de assinado pelos militantes patrocinadores, é irreversível. Claro que há as expulsões, mas para isso é preciso incorrer em blasfémia. Temente a Sócrates, Constança confessa-se todas as semanas junto do homem do aparelho responsável pela sua secção, que até agora a tem absolvido nos escassos momentos em que a sua fé vacilou (é certo que a madre Teresa vacilou, mas ela não precisava de Deus para comer durante o mês inteiro, acho).

O pavor de Constança é que um dia se venha a encontrar na situação que hoje imagina como a mais ignóbil: perder a carteira com o cartão do PS, ou só o cartão do PS, ou alguém roubar-lhe o cartão do PS, ou perder o emprego por ter perdido o cartão do PS, ou alguém roubar-lhe o emprego por ter um cartão do PS de maior valor - um cartão, por exemplo, benzido por um qualquer espírita que comunique directamente com Deus.

Mas, quem sabe, talvez a estes aflitos também Deus venha a socorrer. Talvez para o ano. Talvez um dia Sócrates venha a anunciar a inauguração do balcão perdi o emprego e o cartão do PS. A ideia de ficar na bicha do balcão perdi o emprego e o cartão do PS é hoje o maior dos pavores de Constança. Fecha os olhos e pensa em Deus.

Ana Sá Lopes

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