sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

UMA REVISTA A LER...































O projecto em que trabalhei nos últimos tempos é a revista Volta ao Mundo.
O número de Março é todo escrito por mim (todo).
Fui a Miami, Pequim e Moscovo para escrever este número.
O resultado do meu trabalho são quase 100 mil caracteres de texto, onde há lugar até para 9 poemas inéditos, uma espécie de revista-livro.
Chega às bancas no início de Março.



José Luís Peixoto

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



Zeca Afonso

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos
Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A VOZ DO RÉGULO



PEDIDO DE AQUISIÇÃO DE PUBLICIDADE, POR PARTE DO MUNICÍPIO DE PONTE DE SOR, NO JORNAL ECOS DO SOR, COMO FORMA DE DIVULGAÇÃO DOS EVENTOS CULTURAIS E DE APOIO À INFORMAÇÃO DESPORTIVA / JORNAL ECOS DO SOR

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Deliberação: “atribuir uma comparticipação, mensal, ao Jornal ― Ecos do Sor ―, no valor de seiscentos euros (600,00 €) mais IVA à taxa legal em vigor, durante o prazo de doze (12) meses, com início no mês de Janeiro do corrente ano, a título de contrapartida pela publicação e divulgação da informação dos eventos culturais e desportivos, assim como de publicidade do Município. A publicidade de eventos culturais, desportivos e outros também quando temporalmente possível, deverão se publicitados no Jornal a Ponte.”.

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Declaração de voto (CONTRA) dos vereadores eleitos pela CDU:

Os Vereadores eleitos pela CDU não podem deixar de concordar que a Câmara Municipal de Ponte de Sor recorra aos órgãos se comunicação social locais, para garantir a divulgação da sua publicidade institucional. No entanto, se a única finalidade da contratação for esta, a escolha do meio de comunicação deverá cingir-se por critérios objectivos, ainda para mais quando todos sabemos que estes contratos de publicidade são vitais para a sobrevivência destes órgãos de comunicação social. Mas, e pela experiência comprovada, também todos sabemos que a fronteira entre a publicidade de eventos e a publicidade política é muito ténue, exigindo-se à imprensa local o cumprimento dos critérios mínimos de serviço público, o que significa garantir a liberdade de expressão e de informação, dando voz consequentemente à pluralidade de posições e opiniões reflectidas neste órgão autárquico. Tal contratação, a qual ase traduz na prática num subsídio periódico, tem como consequência a inibição dos órgãos de comunicação social e a transformação destes num meio de comunicação e de transmissão do poder instituído. O que se se tem verificado, nomeadamente com o Ecos do Sor, é precisamente a divulgação das realizações e das versões do poder instituído, em tom laudatório e de forma absolutamente acrítica, ou as realizações que servem, directa ou indirectamente, para enaltecer o poder instituído ou, pelo menos, que não o colocam em causa. Pelo exposto, votamos contra esta deliberação.

Declaração de voto (CONTRA) do vereador eleito pelo PSD:

“Subscrevo a declaração de voto dos elementos da CDU.”




— do Largo 25 de Abril

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

NÃO ME PEÇAS SORRISOS

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

OBRIGADO

Às vezes, fico só a olhar para vocês. Aperto os lábios, porque todas as palavras me parecem insuficientes. Aquilo que normalmente se diz nessas ocasiões, aquilo que é aceite pelo protocolo da convivência social, não chega para começar a exprimir todo o invisível que me inunda. Então, quase sempre sentado a uma mesa, fico só a olhar para vocês. Nesses momentos, não ter palavras é muito melhor do que ter rios de palavras. Aquilo que não sei dizer existe com muita força e, se tentasse encontrar-lhe nomes, estaria a diminui-lo, a transformá-lo em qualquer coisa possível.

É essa a natureza da matéria que partilhamos, é essa a forma daquilo que nos juntou. Sem esse mistério, continuaríamos a seguir os nossos caminhos. Talvez a metros, talvez a quilómetros, talvez em hemisférios distintos, talvez em ruas paralelas, as
nossas existências seriam indiferentes uma à outra. Não quero sequer imaginar a possibilidade desse mundo cinzento. Ainda bem que existem os livros, ainda bem que existe esta revista, ainda bem que existem a internet, o facebook, as feiras do livro e todos os lugares físicos e não-físicos onde nos encontramos. Ainda bem que existe o pensamento e a memória. Ainda bem que existe a ternura.

Mesmo havendo palavras, é difícil dizer aquilo que se quer dizer. A voz fica presa na garganta ou antes da garganta. Não vamos cometer esse erro. Vocês foram chegando devagar, foram entrando e quero que saibam que, hoje, são parte da minha família. Penso em vocês entre aquilo que me é mais valioso e, sem explicação, sinto saudades vossas de repente. Muitas vezes, sinto o toque do sol, tão suave, e sorrio ao lembrar-me que vou partilhar esse bem-estar convosco. Sinto-me muito grato pela companhia que me fazem. Convosco, nunca estou sozinho.


Os dias têm horas, minutos, e eu existo em todos eles. Não vejo o mundo apenas a partir das montras das livrarias ou das pequenas fotografias que acompanham estas crónicas, como se tudo estivesse controlado. Sou uma pessoa, Zé Luís, e só muito raramente está tudo controlado. Há vezes, como agora, em que estou num quarto qualquer.
Um quarto onde, depois de hoje, nunca mais voltarei. Os meus filhos, a minha mãe, as minhas irmãs estão a milhares de quilómetros, o terreiro das Galveias está a milhares de quilómetros. A distância faz de mim um menino perdido. Há muitos mais exemplos, claro, o coração a bater contra algo que o aperta. Então, vocês chegam e cobrem-me com a força de me desejarem tanto bem. Vocês protegem-me com pensamentos que atravessam oceanos. Comovem-me com esse bem-querer. Obrigado por, entre tantas possibilidades, terem escolhido a mais bondosa. Vocês constroem-me. Devo-vos a pessoa que sou.

E não importa se estivermos no mesmo lugar apenas por um instante há cinco anos, não importa se nunca estivemos no mesmo lugar, aquilo que realmente importa é o segredo luminoso que partilhamos. Não é feito de palavras, mas é transportado por elas. Esse é o nosso lugar, temos almas a vaguear nesse universo de sentido. Vocês mostram-me todos os dias que a generosidade pode salvar. Vocês têm muitos rostos, muitas histórias. Eu ouço-vos e encho-me de esperança humana, de amor humano, e transbordo. Mesmo quando estou em silêncio, agradeço-vos por me acrescentarem um sentido tão profundo. Estar-vos grato é estar grato ao mundo inteiro, ao fácil e ao difícil, ao doce e ao amargo. Sem um, não existiria o outro. Mesmo. Sem um, não existiria o outro, repito para que não restem dúvidas. Chegou a hora de, todos juntos, agradecermos pelas contrariedades. São elas, por mais feias, que nos permitem alcançar aquilo que está para lá delas. Ao mesmo tempo, são essas contrariedades, esses silêncios, que nos permitem prestar atenção ao que realmente nos interessa e que, como uma fogueira, nos ilumina o rosto.

Porque nos encontrámos, somos uma espécie de irmãos. Fomos capazes de existir sobrepostos e, por mais ou menos tempo, partilhámos a experiência partilhável. Se amanhã tudo se desfizer, saberemos que nos tocámos e espero que, perante o fim, sejamos capazes de nos sentir gratos pelo que tivemos e que é bastante mais do que a maioria das pessoas alguma vez chega a ter.

José Luís Peixoto




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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

POR FALAR EM PIEGAS


Antero

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