sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

VAI CADA DIA QUE PASSA MELHOR?

O desemprego continuou

a subir
em

Dezembro em Portugal,


para 10,4 %.

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

iPad, O NOVO COMPUTADOR DA APPLE


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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OBRIGADO A TODOS...


1000000

de


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A MEMÓRIA ( DE ALGUMAS BESTAS) É MESMO CURTA!

Dívida de Gratidão...


Numa época em que o nosso país e todo o Mundo enfrentam uma época de depressão e desânimo, gosto de pensar e falar de pessoas boas, daquela gente que passou pelas nossas vidas e deixou uma marca, algo que nos ajudou a fazer aquilo que somos hoje.

Sempre ouvi os mais velhos dizerem que «Ponte de Sor é mãe para os de fora e madrasta para os que cá nasceram.» Infelizmente, esse adágio foi-se confirmando ao longo da minha vida, o que talvez possa explicar o pouco espírito bairrista que germina nas pessoas naturais de Ponte de Sor. Mas adiante.

E é precisamente sobre uma pessoa que, embora não tenha nascido em Ponte de Sor, muito jovem aqui se estabeleceu. E que Ponte de Sor não tratou bem, reconhecendo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos.

Falo, claro, do
Dr. João Martins Gomes Pequito,

ou Dr. João Pequito ou, mais simplesmente, do Dr. Pequito.

O Dr. Pequito foi, desde os meus tempos de estudante, uma referência importante e, quiçá, uma das pessoas que mais me influenciou na escolha da profissão que tenho hoje.

Nasceu em Lisboa em 27 de Fevereiro de 1928 em Lisboa, onde se licenciou em Filologia Germânica, tendo dedicado toda a sua vida ao ensino, primeiro em vários Liceus de Lisboa e, desde 1967/68, em Abrantes, onde foi Vice-Reitor.

Em 1975 foi transferido para a recém criada Escola Secundária de Ponte de Sor, onde leccionou até se reformar, em Junho de 1991.

Foi uma figura multifacetada. Lembro-me, particularmente, de uma entrevista que deu à jornalista Maria Elisa (acabadinha de entrar na RTP), onde falou do amor que tinha pelas crianças e por teatro de fantoches, se não estou em erro. Devíamos estar no início da década de 70 e foi um vizinho meu que, no Café Matuzarense, me explicou que aquele senhor era pontessorense e o marido da Dra. Maria José Mattos Fernandes, a proprietária da Farmácia Mattos Fernandes. E eu, petiz e curioso, lá fiquei a ouvir aquele senhor falar de teatro, de bonecos, sempre com um sorriso e aquela melena que, já na altura, era a sua «imagem de marca».

Foi amigo de Virgílio Ferreira, de David Mourão Ferreira, de José Régio, de Vieira de Almeida...

Foi cronista em vários jornais, como o «Diário de Notícias» e «Ecos do Sor», onde escrevia regularmente.

O seu extraordinário conhecimento de línguas (o seu sotaque «british» era algo que me dava um prazer enorme escutar!) permitiu-lhe desenvolver contactos com o Partido Socialista Inglês, tendo fundado o Partido Socialista de Ponte de Sor, em 1975.

Faleceu no dia de Natal de 1999, com 70 anos.

O Dr. Pequito tem sido, ao longo dos tempos, maltratado por todos aqueles que têm o dever de perpetuar o exemplo de um homem íntegro e bom.

Neste 10 anos que se seguiram após a sua morte, a única homenagem que vi prestarem a este Homem de letras, pedagogo, humanista e culto, foi um artigo assinado pelo Jorge Traquete no suplemento O2 do «Ecos do Sor». Celebrava-se, então, o sexto aniversário da sua morte. Dizia:


"Estas linhas pretendem assinalar os seis anos da morte de um homem que alguém classificou como “um pioneiro da democracia”. Um homem convicto que, enquanto Reitor do Colégio de Abrantes, democratizou o ensino, numa cidade onde os vínculos ao antigo regime eram por demais evidentes e até férreos! Um gentleman na verdadeira acepção da palavra."

Foi sempre uma pessoa do seu tempo, as suas aulas de Inglês e Alemão eram sempre um acontecimento, conseguia motivar os alunos sem «estratégias», «projectos», «planificações», sem nada daquilo a que o eduquês nos habituou, somente o seu amor pelo ensino e pelas línguas.

Quando o Dr. Pequito ainda estava em Abrantes, ainda como Reitor, em finais de 1972, lembro-me de ter terminado o meu 2º ano na nova Escola Preparatória de Ponte de Sor e ter que optar: ou ficaria em Ponte de Sor e matricular-me-ia na Escola Técnica ou teria que ir para Abrantes, onde poderia continuar o Liceu e seguir a minha paixão pelas línguas.

Foi a primeira vez que falei com ele. O meu pai deixou-me à porta do Liceu e eu lá tive que procurar pelo gabinete do Reitor.

Entrei no gabinete, a medo, e encontrei-me perante «o Reitor», esmagado pelo poder que aquela figura imponente me transmitia. Logo ali me pôs à vontade, ao saber que eu vinha de Ponte de Sor. Apresentei-me, disse qual era a minha família, tudo isso e apresentei-lhe o meu dilema. Lembro-me de ele me dizer:

«Se gostas de línguas, nada a fazer. NÃO VAIS para a Técnica, isso era um crime. Tens de ir para o Liceu!»

Logo assim, tão peremptório que eu logo não vacilei. Dei o meu nome, inscrevi-me e ele, com um olhar matreiro, explicou-me que havia outros como eu e que, se houvesse mais, haveria a hipótese de se criar uma turma em Ponte de Sor.

E assim foi. No ano lectivo de 1972-73 foi criada, não uma, mas sim duas turmas que fundaram a Secção de Ponte de Sor do Liceu Nacional de Abrantes! E tudo isto pela influência vocês sabem de quem!

Outro episódio que gosto de referir diz respeito ao período do pós 25 de Abril, 1975 ou 1976. Eu estava no 6º ano, na altura chamado de 1º Ano do Curso Complementar dos Liceus e o Dr. Pequito era o meu professor de Inglês. Eu tinha desenvolvido alguma cumplicidade com ele, em parte por ser meu professor mas também por o meu pai ser dono do café onde o Dr. Pequito gostava de tomar a sua bica e os seus «proletários». E o que eram esses «proletários»? Eram os «uísques proletários», brandy com 7Up!

Lembro-me que, pelas tardes, gostava de ir até ao café ler «O Mundo Desportivo». E eu dava com ele inúmeras vezes a rir, ao ler as notícias desportivas! Mas que enigma... que um dia descobri, quando lhe ia levar o «proletário»: dentro do jornal, conseguia manobrar um livro de anedotas, na altura chamadas picantes, de nome «Riso Mundial»!

Vendo-se descoberto, lançou uma das suas gargalhadas que enchiam qualquer sala... com aquele sentido de humor sempre presente, sempre inteligente!

Adorava «meter-me com ele» sobre aquilo que nos dividia: eu era Benfica, ele Sporting! Quando o Sporting perdia, era vê-lo se semblante carregado, mas quando o azar calhava ao Benfica, afivelava o seu maior riso trocista e ninguém o parava!

Do que eu conheço do Dr. Pequito, só teve uma homenagem em vida. Foi o Núcleo Sportinguista da nossa cidade que lhe promoveu uma sentida homenagem, das mãos do então Presidente Sportinguista, Sousa Cintra.

Ainda do artigo do Jorge Traquete, nos «Ecos do Sor», em 2004, respingo mais estas palavras, que ajudam a compreender o carácter da pessoa que foi o Dr. Pequito:

"Apenas por uma vez tentei uma entrevista com ele. Escrevia eu para o “Primeira Linha” de Abrantes. O Dr. Pequito recusou. Lembro-me das palavras dele: “Penso que não tenho muito a dizer. o leves a mal mas fica para a próxima”. É uma das imagens que guardo com grata memória, a forma como declinou a entrevista e que atesta o perfil deste homem. Os ingleses chamam-se low profile. Eu chamo-lhe humildade."

Tendo prestado tantos e tão bons serviços na Escola Secundária de Ponte de Sor, quiseram perpetuar o seu exemplo, propondo, em 1998-99 o nome do Dr. João Pequito para nome desse estabelecimento de ensino. Infelizmente, a Assembleia de escola recusou! Por que motivos? Esse é um mistério que irá perdurar para sempre, pois nem sequer lhe foi proporcionado uma festa de despedida para aqueles que o quisessem homenagear!

E que dizer da nossa Câmara Municipal? Em Fevereiro de 2000, a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade (por unanimidade, repito!) homenagear este distinto humanista com o nome de uma rua. Conforme é fácil de constatar, em 10 anos nada foi feito! Será que não foram criado bairros novos? novas ruas? E que outros nomes foram atribuídos? Só dá vontade de rir... para não chorar!

Partindo de políticos, não me espanta. Porque, como disse Alphonse Carr, «O esquecimento é a morte de tudo quanto vive no coração.» E existirá criatura mais sem coração do que um político?

E já vou longo, mas este era um post que eu já há muito queria fazer. Acho que devia isso à memória do Dr. Pequito.

E, quem sabe, poderá despertar algumas consciências adormecidas! O Dr. Pequito, o seu exemplo, a sua postura de coluna direita merece-o!

Como nota final, quero agradecer ao Jorge Traquete e ao jornal «Ecos do Sor» por me terem facultado o artigo de homenagem ao Dr. Pequito, bem como as fotos. Um grande obrigado do Papagaio!


PAPAGAIO DALTÓNICO


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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MAIS CAMPANHA NEGRA...

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©
Bartoon

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

LÁ COM ELES!

A luta pelo poder, no PSD, atinge, amiúde, aspectos grotescos. O que me faz reverter para há quase três décadas. Num final de tarde, na Redacção do Diário Popular, conversava com Jacinto Baptista, grande jornalista e homem de palavra sóbria, porém sarcástica. A certa altura, disse-lhe: Aquilo no PSD vai uma barafunda dos diabos! O costume, naquele partido, desde as origens até hoje. Jacinto Baptista encolheu os ombros e respondeu. Isso, é lá com eles! E eu de acordo. A historieta contei-a inúmeras vezes, sobretudo quando servia os meus intentos. Hoje, não estou bem certo de que as crises daquele ou de outro partido sejam lá com eles.

As inter-relações entre os partidos correspondem às características das democracias ocidentais. O definhamento e, inclusive, o desaparecimento de qualquer partido desequilibra a balança e debilita a batalha das ideias. Aconteceu em França e em Itália, para falar, somente, na Europa. Mas a tentação totalitária emerge, logo-assim que as formações políticas se ausentam, e em todas as esquinas há um tirano à espera de vez.

O PSD, desde a fundação, é um partido à procura de sentido ideológico. Já o disse e escrevi: Sá Carneiro via-se à nora para atender a todas as fragmentações, e tentar federá-las. Caldeado nos velhos ideais da burguesia nortenha, com padres, fascistas, salazaristas ressentidos, anticomunistas e republicanos nostálgicos, o PSD (então PPD: Partido Popular Democrático, crismado pelo escritor Ruben A.) correspondia à necessidade de se criar uma estrutura política propensa a trepar ao poder, a fim de contrariar a tendência esquerdista da sociedade, após Abril. Na melhor das conjecturas, aquela grinalda de opiniões, desejos e sentires poderia ser incluída no quadro dos demo-liberais. De social-democrata, nada tinha. Aliás, para a grande burguesia do Norte, ser social-democrata era ser um esquerdista desalmado. Sá Carneiro tentou, em vão, fazer com que o seu partido entrasse na Internacional Socialista, à época uma representação respeitável e credível. Não deixaram. O PSD matriculou-se, pois, na figuração que lhe estava mais a molde: à Direita.

Esta confusão e esta ambiguidade determina e explica, naturalmente, as crises sistemáticas pelas quais tem passado o PSD.
Não deixa e ser preocupante, agora, que alguns dos seus mais eminentes barões lhe façam o responso e rezem pela sua morte.
Esta crise partiu de pressupostos errados. A dr.ª Ferreira Leite surgia, aos olhos de um terço dos seus companheiros como uma espécie de endireita o sítio.
Não endireitou.
Pior: demonstrou que não tinha jeito nenhum para a função, aliás na decorrência do comprovado quando ministra da Educação e ministra das Finanças.

Os outros dois terços estavam entregues a Pedro Passos Coelho e a Pedro Santana Lopes.
A intrigalhada fervia.
A senhora afastou o primeiro (e Miguel Relvas) do Parlamento, e premiou o segundo com o apoio declarado e descarado à pretensão deste em ser presidente da Câmara de Lisboa.
Não quero, neste momento, discretear acerca dos saneamentos da dr.ª Manuela.
No entanto, não deixam de revelar um carácter e iluminar o que nos esperava, caso ela amarinhasse a primeira-ministra.
Estamos naquela: do mal, o menos; e lá temos de suportar o Sócrates.

Entretanto, com a displicência própria de quem tem mau perder, a dr.ª Manuela é colocada à parte não só pelo primeiro-ministro como por Paulo Portas, nas negociações para o Orçamento do Estado.
Aos poucos, Portas aproveita-se, e bem, das crises do PSD, vai desbaratando o que resta do maior partido da oposição e prepara-se para lhe tomar o lugar - o que, sem metáfora, já o conseguiu.

Pedro Passos Coelho, que me parece vir a ser o vencedor da pugna que se aproxima, tem a tarefa mais bicuda que se prevê entre todas as tarefas. Aturar o Santana Lopes; enfrentar o que vai restar das ruínas da dr.ª Manuela; cuidar-se com Aguiar e, sobretudo com Rangel. Qualquer destes amolgou-se na doutrina: dizem-se liberais, o que deixa espavorido qualquer pessoa de bem. Passos Coelho estará interessado em recuperar os princípios "sociais-democratas" e reabilitar a ténue esperança de muita gente desesperada?

Que projecto possui no combate ao desemprego e à precariedade?
E a questão da Saúde?
E da Educação?
E as contas públicas, e a regionalização, e a Justiça, e as políticas sociais e fiscais?
E a cultura?
Com que equipa está a contar?
Algumas destas interrogações constituem parte da organização de Estado, seriamente abalada por um Governo que já não interessa a ninguém.
Porém, que substituto?
O actual PSD é uma desgraça pegada que também não suscita nenhuma credibilidade sem fornece nenhuma garantia.


B.B.

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