quarta-feira, 31 de agosto de 2005

MANUEL ALEGRE


Trova do Vento que Passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

terça-feira, 30 de agosto de 2005

DIGNIDADE

Algo que mostrou ter hoje Manuel Alegre, algo que muitos não sabem o que é.

Manuel

UMA INDÚSTRIA PRÓSPERA


Este sítio, pessimista por natureza e cada vez mais mal frequentado, está, como se sabe, em estado de pre-falência, com todos os indicadores no vermelho e sem que ninguém vislumbre melhoras significativas nos próximos anos. O sítio, aliás, está neste estado há muitos anos. Valeram os dinheiros europeus para grandes obras públicas, os milhões para formação profissional que serviram para enriquecer muitos nativos e deixar ignorantes os alunos subsidiados, a razoável situação da economia europeia que foi iludindo as deficiências estrutrurais da indústria lusitana, nomeadamente nos têxteis, vestuário e calçado, e outras benesses resultantes da nossa entrada na moeda única para disfarçar o real estado da economia do sítio. Agora, com o mercado a impor cada vez mais as suas regras, a globalização crescente e a entrada de novos parceiros na União Europeia, o castelo veio abaixo e deixou à mostra as falsidades e, sobretudo, as misérias em todos os domínios. Sociais, políticos, económicos e culturais. Sem dinheiro fácil, acabou--se a ilusão e o futuro apresenta-se cada vez mais negro.

Por falar em negro, que é a cor da nossa floresta depois de mais uma época de incêndios, importa salientar o estado próspero de uma indústria que, ano após ano, não deixa de facturar muitos milhões de euros, com taxas de crescimento assinaláveis e margens de lucro verdadeiramente invejáveis, sob todos os pontos de vista.

De facto, a indústria do fogo movimenta milhões e milhões de euros anualmente em equipamentos, produtos, viaturas e outros materiais necessários, mas nunca suficientes, para apetrechar devidamente as centenas ou milhares de corporações de bombeiros voluntários ou profissionais do sítio. E se os meios terrestres exigem um esforço financeiro tremendo, o Estado ainda despende verbas exorbitantes no aluguer dos chamados meios aéreos, os tais que são objecto, ano após ano, de imensas polémicas.

A indústria do fogo recomenda--se. E os debates de Verão, sobre pirómanos, eficácia das polícias, efeitos nefastos das imagens televisivas, limpeza das matas, coerciva ou voluntária, ordenamento florestal, pinheiros, eucaliptos, competência dos bombeiros, meios aéreos alugados ou comprados pelo Estado acabam sempre por se esfumar no Outono e no Inverno. E a indústria do fogo, indiferente a tanta palavra largada ao vento que passa, continua, próspera, cada vez mais obesa, a repor os stoks consumidos por milhares e milhares de bombeiros em mais uma época tremenda de incêndios.

E assim os fogos vão continuar neste sítio. Com muitos negócios. Públicos, privados ou em parcerias.

António R. Ferreira

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

DO CORREIO... Do Correio... do correio... [ MUITO AZUL ]


O dilema do PS

A poucos meses das eleições autárquicas o PS já foi a uma loja dos 300 para se precaver da chuva. Resta saber se os guarda-chuvas adquiridos são suficientemente sólidos para garantirem que o Governo não apanha um resfriado após as presidenciais.
A poucos meses das eleições autárquicas o PS já foi a uma loja dos 300 para se precaver da chuva. Resta saber se os guarda-chuvas adquiridos são suficientemente sólidos para garantirem que o Governo não apanha um resfriado após as presidenciais.

O PS tecnocrático, que circula à volta de Sócrates, tem medo de ser humilhado. O PS do aparelho receia ter de continuar a celebrar uma união táctica em que ninguém acredita. A não ser por motivos de sobrevivência. Jorge Coelho e José Sócrates tornaram-se irmãos de sangue.

Mas, depois das autárquicas, alguém pode romper o pacto de fraternidade. Há questões que começam a ser incontornáveis: quando será a remodelação? Como poderá o PS tentar ganhar futuras eleições se continuar a insistir em reformas que assustam todos os que encontraram no Estado a sua bananeira?

O PS defronta-se, como tantos Governos antes, com o mais terrível dos dilemas: como é que se pode reformar o país sem choques térmicos que afastam a sua base de apoio? Isto é, a razão da sua existência. Os partidos são associações de interesses.

Hoje, como a ideologia foi substituída pela economia como guia político, o que importa não são os sonhos de futuro, mas o bem estar do presente.

Esse é o dilema. E é isso que vai marcar a agenda do PS.

Fernando Sobral

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

AUTÁRQUICAS 2005


ORÇAMENTO DA CAMPANHA ELEITORAL DO
PARTIDO SOCIALISTA
DE
PONTE DE SOR
1. Receitas:
Dotação da sede campanha = € 4.977,50
Angariação de fundos = € 4.977,50
Total das Receitas: = € 9.955,00

2. Despesas:
2.1 - Electricidade = € 0,00
2.2 - Combustíveis = € 200,00
2.3 - Água = € 0,00
2.4 - Material de Escritório = € 50,00
2.5 - Rendas e Alugueres = € 500,00
2.6 - Comunicações = € 210,00
2.7 - Seguros = € 50,00
2.8 - Transportes = € 0,00
2.9 - Promoção e Propaganda = € 8.350,00
2.10 - Despesas com Pessoal = € 570,00
2.11 - Outras Despesas = € 25,00
Total das Despesas : € 9.955,00

PORTUGUESES COM SALÁRIO MÍNIMO 31% INFERIOR À MÉDIA...


O Salário Mínimo em Portugal é 31 por cento inferior à média dos 18 Estados-membros da União Europeia que têm esta prestação, revelam os dados do Eurostat.

De acordo com o Gabinete de Estatística da União Europeia, o Salário Mínimo em Portugal tem o valor de 374,70 euros, contra a média de 641,2 euros praticada pelos outros Estados-membros.

Além de Portugal, o Salário Mínimo existe em 17 países da União Europeia: Espanha, Bélgica, Estónia, Grécia, França, Hungria, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda,

Polónia, Eslováquia, Eslovénia, República Checa e Reino Unido, bem como nos candidatos Bulgária, Roménia e Turquia.

O valor do Salário Mínimo varia entre os 116 euros da Letónia e os 1.467 euros de Luxemburgo.

Em Portugal, o Salário Mínimo tem o valor de mensal de 374,70 euros, sendo que os beneficiários recebem 14 meses por ano, já que também é pago o subsídio de Natal e de férias.

Como há países que não pagam estes subsídios, o valor anual (5.245 euros) foi dividido por 12 meses.

Assim, abaixo do valor português surgem apenas a Letónia, Lituânia (145 euros), Eslováquia (167 euros), Estónia (172 euros), Polónia (205 euros), Hungria (232 euros) e República Checa (235 euros).

Com valores superiores a Portugal surgem a Eslovénia (490 euros), Malta (557 euros), Espanha (599 euros) e Grécia (668 euros).

Acima da fasquia dos 1.000 euros mensais estão países como a Irlanda, França, Reino Unido, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Nos países candidatos à União Europeia, o Salário Mínimo é de 72 euros, na Roménia, 77 euros, na Bulgária, e 240 euros, na Turquia.

Nos Estados Unidos da América, o Salário Mínimo está fixado nos 666 euros.

O Eurostat compara ainda a evolução do Salário Mínimo com a inflação verificada em cada país. Portugal foi um dos países onde a evolução foi nula, já que no ano passado o Salário Mínimo aumentou 2 por cento, assim como a inflação.

AUTÁRQUICAS 2005

CANDIDATOS DO PSD


Câmara Municipal

Joaquim Lizardo - Engenheiro
Fernando Branco - Advogado
João Bragança - Técnico de Seguros
Vítor Hugo Gandum - Técnico de Finanças
Filipa Nunes - Empresária
Manuel Parelho - Agente Técnico de Engenharia
Conceição Matos - Professora Ensino Secundário
António Santana Maia - Estudante Universitário
Pedro Lobato - Empresário
António Abreu da Silva - Advogado
Estêvão Bernardino - Aposentado
Hugo Freitas - Técnico Oficial de Contas
António Mendes Dias - Agricultor

Assembleia Municipal

Ausenda Martins - Médica
Domingos Bento - Inspector Ministério Educação
Marçal Simas - Funcionário Químico
Gonçalo Godinho e Santos - Estudante Universitário
Marçalo Correia - Professor Ensino Secundário
Maria Manuela Santana Maia - Farmacêutica
Alberto Romão Esteves - Advogado
Maria Dulce Martins - Professora Ensino Secundário
Maria Rosa Serra - Professora Ensino Secundário
José Martins Lopes - Auxiliar Acção Educativa
Ana Anselmo - Empresária
Pedro Castro - Consultor
Filipe Lopes - Estudante Universitário
Conceição Couceiro - Professora Ensino Secundário
Dulce Laranjinha - Carteiro
Joaquina Tavares Bicho - Empregada Comércio
João Guerra - Funcionário Público
Ramiro Paulo - Empregado Hotelaria
João Costa Neves - Comerciante
Maria José Churro - Promotora
José Manuel Bicho - Técnico de Farmácia
Hilário Lino Lopes - Engenheiro
José Maria Ferreira - Professor Ensino Secundário
Francisco Machado Lobato - Médico Veterinário
Luís Adolfo Oliveira - Gestor
Francisco Sérgio Simões - Empresário
João Bruno Moreira - Estudante Universitário
Maria A. Macedo e Brito - Doméstica
Pedro Ponte - Bancário
Pedro Tapadas Lopes - Estudante Universitário


Assembleia de Freguesia de Ponte de Sôr

Maria do Carmo Freitas - Técnica Oficial de Contas
António Silvano Guerra - Técnico Administração Fiscal
Maria José Oliveira - Escriturária
Rui Bento - Estudante universitário
António Lopes - Engenheiro Técnico Agrário
Luísa Marujo da Graça - Funcionária Publica
Jorge Sousa - Empresário
Maria Júlia Bernardino - Empregado CTT
José Belo Martins - Médico
Carla Anselmo - Empresária
Artur Capitão - Agricultor
Tiago Rodrigues - Estudante Universitário
Joaquim Tomás - Engenheiro Técnico Agrário
Dulce Amaral Caldas - Analista Financeiro
José Pires de Matos - Técnico Profissional
José Carlos Peliça - Gestor
Francisco Crespo - Delegado Vendas
José Maria Abreu - Empregado Fabril
Lisete Pereira - Empregada Supermercado

Assembleia de Freguesia de Galveias


Luís Boudry de Carvalho - Agricultor
José Esteves Santos - Bancário
João Cravo - Professor
Luís Adolfo Oliveira - Gestor
Adelaide Silva Lopes - Investigadora em Química
José Bernardo Seixas - Empregado Escritório
Luís Raminhos Marques - Advogado
António Rocha Varela - Aposentado
Luís Nunes - Mecânico
Francisco Boino - Técnico Electrónica
Leandro Covas - Advogado
Bruno Pinto - Empresário
Custódio Lobato - Empregado Fabril

Assembleia de Freguesia de Montargil

Nuno Pina Dias - Agricultor
Pedro Bento Ferreira- Empresário
Pedro Castro - Consultor
Luís Caldeira - Empresário
Artur Dias Varela - Técnico Profissional
Eugénia Sousa Prates - Assistente Social
Maria José Manata - Chefe CTT
Henrique Flávio - Engenheiro Técnico Agrário
José Mendes - Bancário
Paulo Rosa - Técnico Agrícola
António Fouto - Empregado Escritório
Carlos Manata - Empresário
Joaquim Freitas da Silva - Aposentado
António Boto Courinha - Comerciante
Manuel Teles Macedo - Aposentado
Alexandra Nolasco da Ponte - Farmacêutica

Assembleia de Freguesia de Longomel

Manuel José Churro - Comerciante
José Narciso - Agricultor
João Pedro Espadinha - Agricultor
Henrique Coelho Vital - Agricultor
António Vital - Pedreiro
Eurico Matos Cardoso - Agricultor
Luís Lopes Marques - Agricultor
Jorge Lopes dos Santos - Empresário
Domingos Feitinha de Matos - Pedreiro
Maria da Conceição Churro - Doméstica
Maria José Churro - Promotora
João Menaia Gabriel - Engenheiro

Assembleia de Freguesia de Tramaga

Hélder Duarte Godinho - Empresário
Rita Caldeira Vilela - Escriturária
António Mocito - Técnico Produção
Maria Odete Guiomar - Empresária
Hilário Lino Lopes - Engenheiro
Fernando Lopes Rodrigues - Empregado Fabril
Vítor Pita - Empregado fabril
Nuno Lopes Rodrigues - Técnico Informática
Edgar Duarte Godinho - Empresário
Manuel Sombreireiro Duarte - Empresário
Ana Catarina Vilela - Empregada Hotelaria
Fernando Gonçalves - Técnico de Gás

Assembleia de Freguesia de Vale de Açor


Joaquim Calado - Advogado
Pedro Calado - Operário Fabril
Heleno Eusébio Advogado Estagiário
Maria Leonor Algarvio - Estudante universitária
João Guerra - Gerente Bancário
Abel Mendes Pais - Motorista
José Tapadas Pereira - Empresário
José Nascimento - Operário Fabril
Maria Leopoldina Lopes - Auxiliar Educação
António Palma Calado - Pedreiro
Luís Alcaravela de Matos - Pedreiro
João Tapadas Grilo - Operário Fabril
Eduardo Vital Monteiro - Empregado Balcão
João Gonçalves Alves - Mecânico
Joaquim Tapadas - Preparador Auto
Manuel Canas Bragança - Industrial
João Galveias - Operador Loja
João Guerra - Funcionário Publico
Ramiro Paulo - Empregado Hotelaria
Maria Mendes Ministro - Trabalhadora Rural
Maria Rita Galveias - Operadora de Loja


Trabalharemos para que


Ponte de Sôr,

seja um concelho de Futuro


quinta-feira, 25 de agosto de 2005

POBRE PAÍS O NOSSO...



"Nas mais diversas câmaras do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais"

"Os vereadores do Urbanismo que, pelo país fora, aceitam transferir bens públicos para a mão daqueles que dominam de forma corporativa os partidos estão a enriquecer pessoalmente e a destruir a democracia."

"Existe uma preocupante promiscuidade entre diversas forças políticas, dirigentes partidários, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais."

"O urbanismo é, na maioria das câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados. A palavra para isto é "roubo". É a subversão da democracia."

"Os partidos assumiram o papel de representantes das corporações que já funcionavam em Portugal no tempo da ditadura. As estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as câmaras mortuárias. Quando as corporações tomam o poder dentro dos partidos e estes se organizam como bandos de assalto ao poder, os dirigentes são marionetas ao serviço dessas corporações.
"



Paulo Morais

Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto
Em entrevista à Visão

EINSTEIN E A BOMBA ATÓMICA

A questão da equivalência - chamemos-lhe assim - entre massa e energia foi já apontada por Einstein no seu artigo que faz parte do ramalhete por ele publicado em 1905, o seu annus mirabilis. Num artigo que seguiu o outro em que tratava do que viria a ser conhecido pela «teoria da relatividade restrita», quase que como um suplemento deste último - um mero suplemento, dir-se-ia.
A fórmula [simples] que expressa tal facto - por tanto lado tem sido mediaticamente inscrita - escreve-se E = mc2 (E é energia, m é massa e c é a velocidade da luz elevada ao quadrado). Ou seja a quantidade de energia correspondente a uma dada massa - 1 grama, por exemplo - pode ser calculada através da multiplicação desta quantidade de massa pela velocidade da luz, os tais 300 000 km por segundo, e esta elevada ao quadrado. Uma fórmula que viria a tornar-se num ícone - «bom» ou «mau», «bom» e «mau», escolha o leitor - um ícone que marcou, desde logo, todo o século XX.
Com efeito, se nos lembrarmos das fórmulas para calcular quantidades de energias, em particular, energias cinéticas - que entram no dia a dia dos exercícios de Física de um aluno do ensino básico -, fórmulas do tipo Ec=½mv2- o c quer dizer cinética, lembram-se? -, outra vez o m a ser a massa e agora o v2 a ser a velocidade [de um corpo de massa m] elevado ao quadrado. Então, como se vê, o segundo membro da fórmula da energia cinética, 1/2mv2 tem grandes semelhanças formais com o segundo membro da fórmula de Einstein, mc2, ou seja, uma massa a multiplicar por uma velocidade elevada ao quadrado. São de notar, todavia, duas diferenças: (i) o valor do segundo membro na fórmula da energia cinética ser ½, isto é, vem reduzido a metade, o que não acontece com a equação de Einstein; (ii) a segunda diferença entre as duas fórmulas tem a ver com o facto de os valores da velocidade da luz serem milhões de vezes maiores do que, por exemplo, as velocidades dos bólides terrestres e, sendo elevadas ao quadrado, os valores energéticos na fórmula de Einstein são milhões de milhões de vezes maiores que os da energia cinética, para massas da mesma ordem de grandeza! E é esta diferença nas energias em jogo que faz realmente toda a diferença, e que mostrava as imensas possibilidades que se abriam caso se pudessem desencadear e controlar os processos libertadores de tais espantosas quantidades de energia.
Deste conhecimento científico surgiram então, como sempre acontece, as realizações tecnológicas «boas», aparte os seus inevitáveis «azares» - inevitáveis em termos de probabilidade não nula, claro -, que são a produção de energia e as suas centrais; e as realizações tecnológicas«“más», através das quais os «azares» mais terríveis que são conhecidos são deliberadamente provocados - são o armamento nuclear, e nunca é demais lembrá-lo. Armamento nuclear, as suas bombas, os seus explosivos, existente numa concentração e com um potencial imensos na nossa Terra. E, por duas vezes, esta tecnologia foi concretamente utilizada. Foram essas acções uma obra do Estado norte-americano, que conseguiu essa primazia, e até agora singularidade, por meio dos actos mais bárbaros jamais praticados pela Humanidade. Actos concretizados pela destruição - destruição que se vai propagando pelos tempos fora - das populações, e, claro, de outras formas de Vida, em Hiroshima e Nagasaki. Actos terríveis, a verem em Agosto do presente ano de 2005 a passagem do seu sexagésimo aniversário. Tudo isto, para além - já esquecia - da pontual destruição de Propriedade. Inevitáveis efeitos colaterais da luta contra o Mal, cujo preço estamos todos «moralmente» obrigados a defender enquanto apoiantes do Bem, caso contrário, se não fizermos e com suficiente clareza, somos indiciados como agentes do Diabo!?
Quanto a Einstein, que em 1905 já tinha estabelecido a fórmula E = mc2, não foi visto nem achado para o projecto Manhattan responsável pela «bomba atómica». E não foi à falta de Einstein, que já se encontrava nos EUA desde o início de 1933, se ter, como cidadão, manifestado em relação a esta tecnologia. Com efeito, já em 1939, enviara uma carta a Roosevelt - que este agradeceu - alertando-o que, com base naquela, poderia vir a ser construída uma bomba muito potente, e de tipo novo. Mas uma segunda carta sua, em 1941, alertando Roosevelt para os avanços alemães nesta área, já não mereceu resposta de Roosevelt - apenas o seu silêncio. Einstein era uma pessoa non grata, devido ao seu «passado radical», segundo o FBI.


(1)Estas fórmulas são representadas por equações, que, enquanto tais têm dois membros; ao membro à esquerda do sinal = chamamos «primeiro membro», ao membro à direita do sinal de igual designamos por «segundo membro».


Francisco Silva

O FOGO E AS MÃOS

Fogos, fogos, fogos. Os incêndios que alumiam a nossa angústia desde que ligamos o televisor à hora dos telenoticiários pareceram, por uns dias, irem finalmente reduzir-se; mas logo reapareceram mal regressaram o calor, o vento, e como que um terceiro factor que não sabemos qual, que provavelmente nem sequer existe, mas que pressentimos como se estivesse lá, algures, emboscado. Quanto às estações de TV, bem sabemos todos que muitas vezes parecem gostar deles, dos incêndios, não apenas porque são matéria noticiosa em tempo de real ou suposta penúria de notícias, mas também porque as imagens dos fogos fazem um bonito efeito nos ecrãs, sobretudo se filmadas à noite e com os enquadramentos certos. Poderá supor-se que é injusto e excessivo escrever-se isto, que a TV gosta dos fogos. Mas o caso é que dificilmente se encontra explicação para a frequente imagem dos incêndios na noite, projectada por detrás do pivot dos noticiários, mesmo quando é evidente que aquela imagem não corresponde a qualquer incêndio que esteja a ser reportado em directo, mesmo quando de momento não está a acontecer nenhum incêndio com a dimensão que nos está a ser dada a ver, só como imagem/emblema do assunto que vem dominando a actualidade nacional. E é verdade que a imagem do fogo recortado na noite cumpre sempre o objectivo de emocionar o espectador, de exercer sobre ele um fascínio que se entrelaça com o sentido da tragédia que está a acontecer. Dizem alguns, parece que com sólidas razões, que aquelas imagens do fogo, poderosas, terríveis, fascinantes, podem desencadear em certas criaturas mecanismos psicológicos que desembocam em apetites pirómanos. Houve mesmo um apelo para alguma contenção, mas bem se sabe que isto das contenções que colidem com o interesse jornalístico, o dever de informar e o apetite das e pelas audiências, é uma questão muito difícil de gerir. Uma coisa é certa: as imagens aí têm estado todos os dias e todas as noites, e não está provado nenhum efeito de causa e efeito entre tais imagens e supostos pirómanos, pelo que no mínimo as imagens devem ser absolvidas por falta de provas. Registe-se apenas que a absolvição por falta de provas é um veredicto frequente quando a TV é ré ou arguida de prosseguir práticas nocivas. O caso mais frequentemente em debate é de provável nexo entre as diversas formas de violência na televisão e formação psicológica das gerações de que a TV ser tornou baby sitter. Mas tudo indica que esse caso, porventura exemplar, já transitou em julgado sem que dele tenha resultado nenhuma condenação, ainda que leve.

Dúvidas, sombras

Resta, no que aos fogos da floresta portuguesa diz respeito, um dado concreto que, de resto, não tem tido grande relevo no conjunto das informações que a televisão nos presta: haverá já umas dezenas de indivíduos condenados pelo crime de fogo posto, outras dezenas arguidos pelo mesmo motivo e sujeitos a medidas de coacção diversas. Deixemos estes últimos, já que os seus processos se encontram em curso e provavelmente vão demorar uns tempos, e falemos dos já condenados, isto é, daqueles cujo crime se provou. A pergunta que quanto a estes me apetece fazer, e não será esta uma apetência só minha, é se foram apuradas as razões, os motivos, os eventuais estímulos, que desembocaram no acto criminoso. Da minha profunda ignorância que será a da generalidade das gentes, imagino que em muitos casos terá havido perturbação mental. Mas, inevitavelmente, imagino também outras coisas, que nisto de imaginar todos podemos ser abastados. Assim, imagino que alguns, não sei se muitos se poucos, podem ter posto fogo a matas e bosques a mando de terceiros. E, chegado aqui, pergunto-me naturalmente se esses terceiros foram identificados, se pelo menos se sabe o que os levou à prática incendiária por mãos alheias. É sabido que por aí se murmura, talvez injustamente, de negociatas, aliás de diversas áreas. Talvez seja apenas má-língua, talvez não; talvez seja o sentimento difuso de que desgraças tamanhas hão-de ter raízes não-insignificantes. Mas, de qualquer modo, não posso impedir-me de pensar que a TV, e é claro que não apenas ela, devia pelo menos esforçar-se por dar alguma resposta a estas dúvidas. Não há sequer indícios de que o faça. E, porque é assim, parece-me por vezes que as imagens dos fogos adquirem aspectos ainda mais sinistros, projectam sombras ainda mais inquietantes. Imaginação minha, já se vê. Mas bem se sabe que por vezes as sabedorias começam pela imaginação.


Correia da Fonseca

UMA MEDIDA COMPLETAMENTE IRREALISTA E INAPLICÁVEL

A medida governamental sobre a limpeza coerciva das matas é neste momento uma típica manobra de desresponsabilização do estado, mostrando um governo que, não tendo coragem política nem vontade de fazer o que pode fazer, nos distrai prometendo o que não pode fazer. Só quem desconheça a realidade do nosso país é que pode acreditar que a limpeza coerciva da mata tem um átomo de realismo e não é puro engano, só eficaz para quem nunca saiu da cidade.

A legislação portuguesa está cheia destas medidas feitas nos gabinetes de Lisboa, ou por engenharia utópica e perfeccionismo jurídico, ou, como é o caso, para dar uma falsa resposta desresponsabilizadora a um problema que entra pelos olhos dentro - em Portugal, não há capacidade, por múltiplas razões, umas estruturais outras conjunturais, para controlar incêndios no Verão. Entre essas razões muitas exigiriam a atenção e medidas do estado, certamente mais realistas e eficazes, mas estas não são tomadas porque afectam interesses instalados.

Não me venham dizer que a limpeza coerciva das matas atinge qualquer “interesse”, ou que apenas se lhe resiste por uma visão da defesa da propriedade privada, naturalmente maléfica dada a natureza da dita “propriedade”. Não há nenhum “interesse” atingido na medida, porque pura e simplesmente ela é, insisto, completamente abstracta e irrealista e, como é obvio, não é aplicável, nem para aplicar. Como milhares de outras, como seja a legislação que obriga as Juntas de Freguesias a fazer um cadastro e a controlar a vacinação dos animais domésticos. Alguém imagina um Presidente da Junta a ter que andar atrás dos seus vizinhos para eles registarem os gatos e os cães, num meio rural, pequeno e denso de conflitos como são as aldeias?

Alguém acredita que um estado, um governo, que assiste indiferente ao lançamento proibido de foguetes, com completa impunidade, uma actividade pela sua natureza impossível de esconder, em distritos com risco máximo de incêndios, e com quarenta graus de temperatura, pode obrigar alguém a uma actividade tão cara, - sim meus senhores, porque é cara, - como seja ter as matas limpas? Alguém acredita que um estado, um governo, que permite, de uma ponta à outra do país, a actividades ilegais na exploração de inertes, e que não fecha uma pedreira, pode obrigar á “limpeza coerciva”, sem ter uma polícia própria para os matos e brigadas de limpeza com mais gente do que todo o pessoal municipal hoje existente? Sem outra economia, sem outro ordenamento, sem outra política local?

Só para se perceber porque razão é que o problema é em primeiro lugar de autoridade do estado, podemos ir aos exemplos do que podia ser feito e não se faz. Já algum director de um Parque Natural foi demitido porque o seu Parque não estava limpo? Não, por duas simples razões: uma, porque em muitos casos a sua nomeação é política e é intocável pelo partido que lá o colocou; noutra, porque ele dirá que não tem meios, nem dinheiro para o fazer e provavelmente está certo. Já alguma Comissão de festas foi responsabilizada pelo lançamento proibido de foguetes, apesar de isso ter acontecido por todo o lado nas festas deste Verão? Não, porque o lançamento de foguetes é popular, estamos em vésperas de autárquicas, e sem foguetes, dezenas de fabriquetas de pirotecnia entrariam na falência na nossa frágil economia. Fecha-se os olhos. Todos sabem, ninguém actua.

Vamos ter mais legislação perfeita e inaplicável, para boa consciência dos governantes. Somos o país da legislação perfeita (já leram a legislação sobre pedreiras?
É aplicada nalgum sítio?
Onde está uma pedreira recuperada depois do fim do período de extracção?
Onde o estado (e o governo) não faz o que já pode fazer, para nos enganar, promete o que não pode fazer.

José Pacheco Pereira

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

A DIFERENÇA NA INDIFERENÇA

Calcule-se que o primeiro-ministro do país vizinho tresloucou. Interrompeu as férias quando um helicóptero se despenhou no Afeganistão, causando a morte a 17 militares espanhóis!

Fossem quais fossem as razões que tenham avultado com tão eficaz poder abortivo no seu débil espírito, a elas se pode aplicar o que Cervantes começa por dizer de D. Quixote "Com estas razones perdia el pobre caballero el juicio, y desvelábase por entenderlas y desentrañarles el sentido, que no se lo sacara ni las entendiera el mismo Aristóteles, si resucitara para solo éllo."

Nem Aristóteles perceberia, com efeito. O rei estava no seu posto, Zapatero tinha-se feito substituir devidamente, o ministro da Defesa tinha capacidade de intervenção, a Força Aérea estava em condições de assegurar a trasladação e a guarda de honra, as agências funerárias e os cangalheiros continuavam lestamente disponíveis para as pompas fúnebres, tudo, sim, tudo se encontrava em funcionamento, impecável, ordeiro, na ponta da unha.

E, todavia, Zapatero não soube ter "la sangre fría necesaria". Deixou-se desestribar do seu merecido repouso estival por um evento ocorrido lá no remoto Afeganistão, terra de talibãs, de poeiradas tórridas e de cheiro a morrinha, onde por vezes soçobram os meios aéreos e há perda de vidas de gente que anda a cumprir o seu dever.

Por essa Europa fora, quando ocorre uma desgraça, do terrorismo às catástrofes naturais, há esse péssimo costume de os responsáveis máximos comparecerem logo, mesmo que se encontrem no cu de Judas, para se inteirarem pessoalmente da extensão e da gravidade dos problemas e para que as populações se sintam acompanhadas ao mais alto nível. O que por aí tem havido de baratas tontas a acudirem a torto e a direito, da rainha de Inglaterra a Jorge Sampaio, de Tony Blair a José María Aznar!

Zapatero voltou a toque de caixa, mas não devia. Felizmente, José Sócrates chegou para ele. Mais uma vez, a Lusitânia mete na ordem a Espanha e os seus portentosos dromedários. Foi assim que Portugal deu novos mundos ao mundo.

Em poucos dias, morreram uma dúzia de bombeiros e um punhado de civis. Mas Sócrates não podia ressuscitá-los.

De resto, os bombeiros estavam no cumprimento do seu dever e os civis eram, na sua maior parte, idosos; mais tarde ou mais cedo, chegaria a sua hora. O que era preciso era enterrar os mortos e cuidar dos vivos, e também não consta que o Marquês tenha andado de um lado para o outro, peruca em desalinho, açodado a deitar a mão a macas e a padiolas.

Os feridos e intoxicados, às centenas, receberam assistência nos hospitais. Não precisavam de Sócrates para nada, pois ele não é médico e nem sequer auxiliar de enfermagem.

As casas e os haveres, as paisagens e as culturas ficaram completamente destruídas. José Sócrates, que se saiba, não tem pretensões a fazer de Rainha Santa nem traz rosas no avental. Para isso, há a Segurança Social.

Os bombeiros têm estado motivados. Não havia falta de equipamento (António Costa dixit). Quando os meios aéreos não podiam intervir, isso devia-se ao excesso de fumaça (António Costa asseveravit).

Ora, quando as coisas são só fumaça, não há necessidade de ninguém interromper as suas férias a correr, o que é sabido desde os tempos infaustos do almirante Pinheiro de Azevedo, mas não é de mais repetir para escarmento dos Zapateros da vida e de um punhado de energúmenos críticos.

O vice-primeiro-ministro estava alerta, pelo que Sócrates, que não é bombeiro nem romancista russo aplicado, só viria empatar as operações. De resto, tal como os presidentes das câmaras, que ninguém viu de mangueira em punho e não precisavam para nada de ter comparecido nos locais atingidos, a não ser para se mostrarem à televisão.

Os factos encarregaram-se entretanto de confirmar que a presença de Sócrates até nisto dos incêndios é um erro de casting extremamente nocivo ao País. Mal chegou, os incêndios recrudesceram. Mal chegou, o equipamento deixou de ser suficiente e ele desatou a pedir à Europa aviões que possam funcionar a despeito da fumaça. É certo que se cobriu de ridículo e foi à Pampilhosa homenagear os bombeiros com um paleio sem nome. Mas isso é coisa de nada e de minimis non curat praetor.

Enfim, com o seu airoso comportamento e sentido de Estado, Sócrates veio pôr em relevo um princípio fundamental que também nos estrema da Europa, mas enfim, desta vez, só pela positiva o da diferença na indiferença.

Vasco Graça Moura

AUTÁRQUICAS 2005




CANDIDATOS DA CDU:

CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR

Isidro Carvalho da Rosa, Técnico Oficial de Contas;
João Pedro Xavier Abelho Amante, Arquitecto;
Vitor Manuel Feliciano Morgado, Economista;
Telma Margarete Cardiga Bento da Silva, Professora;
Fernanda de Jesus Flausino, Enfermeira;
Joaquim António da Rosa Rodrigues, Carteiro;
Maria Jacinta Varela Moura Calado Loles, Gestora Comercial;
Luis Miguel Nunes Oliveira Alves, Estudante;
Cristina Maria Nunes Oliveira, Estudante;
Ana Marília Varela de Freitas, Estudante.



ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR

José Mariano Abelho Amante, Eng. Técnico Agrário;
Joaquim Manuel Nunes Lopes, Eng. Técnico Agrário;
Pedro Manuel Caturras Cerico, Professor;
João Raimundo Corujeira, Técnico de Saúde Ambiental;
Cesár Manuel Toucinho Baixito, Professor;
Manuel João Calado Lopes, Médico;
César Martinho Correia, Comerciante;
Francisco António de Oliveira Martins Salvaterra, Torneiro Mecânico;
José Domingos Courinha Rebelo Fernandes Ribeiro, Carteiro;
José Manuel Lopes de Matos, Serralheiro;
José Diogo Correia, Reformado;
Pedro Miguel Felisberto Oliveira, Trabalhador Estudante;
Edmundo António Milheiras Lobato, Aposentado;
Manuel Prates Mendes Miguel, Advogado;
Ana Catarina Brito Rosa, Estudante;
Francisco Filipe Barata Filipe, Abastecedor de Combustíveis;
António Gaudêncio Pascoal, Empreiteiro da C. Civil;
Ana Teresa Alves Fortuna, Estudante;
Mário Gonçalves Duarte, Caseiro;
Filipe Jorge Rodrigues Ribeiro, Operador de Vídeo Tape;
Fernando da Silva Flores, Motorista;
João Matias Pereira, Motorista;
João Fernandes Feitinha, Reformado;
Joaquim Nunes Gracinhas, Reformado;
António Pereira Nunes, Funcionário Público;
Jorge Manuel Ferreira Flauzino, Operário Agrícola;
Almerinda Silva Carapeto, Reformada;
Manuel Marques Figueira, Reformado;
Joaquim Nogueira Mendes, Reformado;
António Ferreira Alves, Motorista.

ASSEMBLEIAS DE FREGUESIA

Foros do Arrão:

José Maria Felisberto, Motorista

Galveias:

António Augusto Soeiro Delgadinho, Empresário Agrícola

Longomel:

Maria Isabel Carranca dos Santos, Bancária

Montargil:

Amável António Oliveira, Reformado

Ponte de Sor:

Manuel Gil Pina, Bancário

Tramaga:

Francisco Damião de Matos, Construtor Civil

Vale de Açor:

António José de Carvalho Rabaço, Técnico de Vendas


terça-feira, 23 de agosto de 2005

OS CARTAZES




A menos de dois meses das eleições autárquicas, Portugal está tomado por toda a espécie de formatos publicitários.

A menos de dois meses das eleições autárquicas Portugal está tomado pela proliferação de ‘outdoors’, ‘muppis’, e toda a espécie de formatos publicitários, que antigamente se denominavam simplesmente cartazes. O Expresso e o Público do passado Domingo divertiram-se a recolher exemplos desta parafernália eleitoral. Há cartazes para todos os gostos, e até cartazes de mau gosto. Há cartazes com candidatos afirmativos e cartazes com candidatos tímidos. Há cartazes sem candidatos. Há cartazes com palavras gastas e cartazes, poucos, com mensagens originais.

É um imenso caos visual, do qual encontramos exemplos em cada rotunda. Se dúvidas ainda houvesse sobre a utilidade de algumas rotundas que se edificaram de Norte a Sul do país, os ‘spin doctors’ autárquicos não deixam escapar uma. O preocupante de toda esta brincadeira, é que a poluição visual e a falta de sensibilidade revelada na colocação de propaganda de muitas campanhas pode ser um indício, e em muitos casos é apenas uma triste confirmação, da falta de sensibilidade para o ordenamento do território que pulula em Portugal. São os próprios candidatos e Presidentes de Câmara os primeiros a dar os ensinamentos mais estapafúrdios de como promover a poluição visual nos locais mais inenarráveis. É certo que a actividade de campanha já sofreu alguma evolução desde os tempos em que se colavam cartazes em tudo quanto era propriedade pública ou privada neste país. No entanto, com o espectáculo que temos à vista, não temos de nos admirar com as trapalhadas urbanísticas que abundam pela nossa costa ou com os insólitos reclamos, toldos publicitários e demais anedotas, que aniquilam muitas das fugazes tentativas de preservação do património ou de qualidade arquitectónica.

Mas, o curioso é que pode não ser apenas a estética das nossas aldeias, vilas e cidades, a não beneficiar de todo este aparato publicitário. Como alguns observadores atentos fizeram notar, nas últimas eleições legislativas os resultados finais pouco deferiram das primeiras sondagens efectuadas antes da campanha. O que parece corroborar a tese de que a campanha em nada alterou o sentido de voto dos eleitores. É certo que não devemos extrapolar de forma simplista e que esta constatação empírica necessita de mais estudo para se confirmar como uma tendência, mas não deixa de ser inquietante para as empresas de marketing político se todo este trabalho se revelar ineficaz na conquista de votos.

Existem ainda alguns contributos da teoria económica que podem ser úteis para esta análise. Segundo alguns autores, o mercado eleitoral comporta-se da mesma forma do que outros mercados de produtos onde a elasticidade da procura parece não ser uma grande característica. Neste cenário de competição, a relação custo benefício do investimento publicitário não é famosa. Os diversos concorrentes gladiam-se numa escalada publicitária, que no final pouco mais serve do que para se anularem mutuamente. Ou seja, no final, os resultados de cada um pouco diferem daqueles que obteriam se não tivesse havido recurso a publicidade.

Quer isto dizer que apesar de todo o esforço criativo e logístico, e dos danos causados em nome de valores mais altos, os nossos candidatos autárquicos arriscam-se a que este não se converta em mais ganhos eleitorais?
Será que apesar das campanhas tudo ficará na mesma?
Tudo talvez não.
No final das campanhas eleitorais, como em tudo nesta vida, vem sempre a factura.
Com a resposta a uma simples pergunta podemos sempre acautelar-nos quanto ao futuro: quem paga a conta?

Nuno Sampaio

ANDAS TRISTE?

Os portugueses aparecem cada vez menos a sorrir nas fotografias dos jornais.
A conclusão é de um psicólogo português que, nos últimos dois anos, analisou mais de 100 mil fotografias publicadas na imprensa portuguesa.

POBRE TERRA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE


Endividamento autárquico triplicou
no 1.º semestre de 2005

As autarquias estão a aumentar o seu endividamento junto da banca. No primeiro semestre deste ano, a Administração Local registava um saldo de financiamento de 174 milhões de euros, mais do triplo do registado em Junho de 2004, quando atingia os 53 milhões de euros, de acordo com o boletim estatístico de Agosto, do Banco de Portugal, ontem divulgado.

Este saldo resulta da diferença entre o crédito obtido e os depósitos e títulos detidos, com a excepção das transacções efectuadas pelo Estado e pela administração local em acções e outras participações emitidas por residentes, como explica o banco central.

De acordo com os valores inscritos no Orçamento de Estado para 2005, a Administração Local deverá apresentar um défice de 78,4 milhões de euros no final do ano, correspondendo a 0,1% do PIB, situação explicada, em parte, pelo efeito negativo da reforma da tributação do património sobre as suas receitas.

A situação registada em Junho, poderá, no entanto, inverter-se no próximo mês, uma vez que se tratam de fluxos mensais acumulados. Conjunturalmente, nos primeiros semestres as administrações recorrem mais ao crédito, invertendo a situação líquida no segundo semestre. Mas em ano de eleições autárquicas o cenário poderá ser diferente.

Este agravamento no fluxo dos financiamentos das autarquias é igualmente registado nas Administrações Públicas em geral. Até Junho último, as necessidades líquidas de financiamento agravaram-se em 49,6% face a igual mês do ano passado, atingindo os 3,5 mil milhões de euros. Este valor corresponde a um agravamento de 28,4% face ao mês de Maio, ascendendo, no final do primeiro semestre, a 73,2% do registado em Dezembro de 2004. Desagregando este valor global das Administrações Públicas, verifica-se que a Administração Central - que integra os sub-sectores Estado e serviços e fundos autónomos - apresenta uma variação negativa de 45% em termos homólogos (atinge 4,3 mil milhões de euros). Este défice resulta da conjugação do défice do subsector Estado (agravamento de 8,1%, para 3,2 mil milhões de euros), conjugado com o saldo negativo de cerca de mil milhões de euros apresentados pelos serviços e fundos autónomos, que registavam , em Junho de 2004, um saldo positivo de 77 milhões de euros. No que respeita à dívida directa do Estado, valores já relativos a Julho, o Banco de Portugal revela que esta ascendia a 97 506 milhões de euros, correspondendo a 69,6% do PIB previsto para 2005, um número que corresponde a mais 9,5% que o registado em Julho do ano passado e mais 2% que o total do primeiro semestre.

DO CORREIO... Do Correio... do correio... [ MUITO AZUL ]



Le Portugal ne parvient pas à faire face aux incendies de forêt et demande l'aide de l'Europe

Le Portugal n'en finit pas de brûler. Pour la troisième année consécutive, des dizaines de milliers d'hectares de forêts, de maquis, de champs sont partis en fumée. Plus de 135 000 depuis le 1er janvier, selon les chiffres officiels. En 2003, l'année terrible, plus de 400 000 hectares, soit 5 % du territoire, avaient été livrés aux flammes. Vingt personnes étaient mortes. Cette année, le nombre de victimes est déjà de 13 morts, dont 10 pompiers. Une centaine de maisons ont brûlé, une vingtaine d'entreprises et près de 500 exploitations agricoles sont touchées.

Le gouvernement a dû faire appel, samedi 20 août, à une aide en matériels des autres pays européens pour faire face à la situation. Malgré un important dispositif aérien, au total 49 hélicoptères et avions bombardiers d'eau, les moyens ne suivent plus. Un Canadair espagnol a été envoyé dans le nord et un autre promis. La France et l'Italie ont annoncé la mise à disposition de trois appareils du même type et l'Allemagne a dépêché, lundi, trois hélicoptères lourds.

Plus de 3 500 pompiers, aidés par des militaires et la population, luttaient ce week-end sur le terrain contre les flammes. Deux mille agents de la Garde nationale républicaine veillaient à la circulation pour couper les routes, faciliter l'accès des pompiers et des ambulances, et évacuer la population. Dimanche, le président portugais Jorge Sampaio a appelé le pays à l'"unité" et à la "solidarité" nationales pour faire face à l'aggravation de la situation dans les derniers jours. Des dix-huit provinces portugaises, seize étaient en état d'alerte samedi, en raison de la forte sécheresse, des hautes températures et du vent qui souffle à plus de 70 km/h.

Sur l'autoroute qui mène de Madrid à Lisbonne, les voitures circulent entre des arbres roussis, des troncs noircis et des feuillages d'une couleur étrange entre sable et cendre. Au loin, des colonnes de fumée montent. C'est autour de Coimbra (près de 200 kilomètres au nord de Lisbonne) que la gravité de la situation devient palpable. Ce samedi, le ciel est envahi de nuages sombres. L'odeur de brûlé plane sur les rues étroites. Pourtant, sur l'esplanade de l'université qui surplombe toute la région, les quelques touristes et les invités d'un mariage n'en ont cure. Une jeune fille fait une photo. Comme si l'indifférence fait partie du paysage.

Un peu plus à l'est, la région de Pampilhosa de la Sierra est l'une des plus touchées. Le feu a coupé samedi la route nationale et sur la petite route de montagne qui sert de déviation, au-dessus de la rivière Mondego, la situation particulière du Portugal, qui a sept fois plus d'incendies que l'Espagne, vingt fois plus que la France, l'Italie ou la Grèce, devient évidente. La forêt y a des allures de jungle, envahie de maquis, de branches mortes, de broussailles, de pommes de pin. Parfois les arbres débordent sur la route, alors que des motards, venus dans la région pour un grand rassemblement, jouent une équipée sauvage, dévalant la route en bordure du ravin, sans garde-fous, sans rien qui puisse contenir un éventuel éboulement.


"PROPRIÉTAIRES ÂGÉS"


Dans la minuscule bourgade de Vila Nova, le patron du café, Antonio, explique que "la forêt portugaise appartient à de petits propriétaires, souvent très âgés qui, même s'ils le voulaient, ne pour raient pas nettoyer, ou à des gens qui ne vivent plus là. En outre, ils refusent que l'on construise des routes sur leur terrain. Et il n'y a pas de volonté politique pour les y obliger" . Alors comme il n'y a pas d'accès possible, si le feu a pris dans la montagne, il ne pourra être combattu que dans la vallée. Autrement dit, on se contente de regarder en attendant qu'il vienne jusqu'à la route.

Devant la gravité de la situation, le président de la République a demandé que la priorité soit "donnée aux personnes puis aux biens et en dernier lieu à la forêt". Mais de toute façon, il n'y a rien d'autre à faire. Comme beaucoup de Portugais, Antonio a beaucoup voyagé : "J'ai vu le pire et le meilleur. Le Portugal, c'est le Honduras. Il n'y a que des docteurs et des chauffeurs. Depuis vingt-cinq ans, on ne s'est occupé que du littoral et on a abandonné l'intérieur du pays. Alors, on ne peut pas s'étonner de la mentalité de gens qui n'ont pas d'éducation et mettent le feu pour le spectacle ou par frustration."

Au nord, entre Vila Real et Chaves, la fumée est si dense qu'il faut parfois circuler avec les phares allumés. Du haut de la montagne jusqu'à la route, la terre est noire, à certains endroits, il ne reste plus un arbre debout, et sous le soleil des taches blanches, les maisons qui ont pu être sauvées. "C'était l'enfer", commente simplement une femme qui promène son chien. "Mais ceux qui ont fait ça, qu'ils y brûlent en enfer." Et là où il n'y a plus rien à brûler, les colonnes de fumée indiquent que d'autres incendies se poursuivent un peu plus loin.

A la télévision, dans la presse, les histoires se répètent, les pompiers, presque tous volontaires, sont épuisés, les habitants des villages luttent comme ils peuvent, les enfants et les vieillards sont évacués pour éviter les problèmes respiratoires. Une petite fille pleure son chien mort. Un agriculteur ramasse un corps calciné de chèvre. Une école a brûlé, mais il n'y avait plus un seul élève. La plupart des gens sinistrés sont âgés. Les plus jeunes étaient venus pour les vacances, de Lisbonne ou de l'étranger.

Martine Silber



Appels à une "mutualisation" des moyens

Le ministre des affaires intérieures portugais, Antonio Costa, a souhaité, lundi 22 août, une "mutualisation" des forces européennes de lutte contre le feu, notamment dans les pays du pourtour méditerranéen. Il s'est en particulier prononcé, sur Europe 1, pour la construction d'un bombardier d'eau "européen, construit par l'Europe pour l'Europe" . "Il faut partager les moyens" , a-t-il dit en soulignant que cela réduisait aussi les coûts ­ "trop chers pour chaque pays" ­ de tels moyens. La veille, le ministre de l'intérieur français, Nicolas Sarkozy, interrogé depuis Arcachon où il est prend des vacances, avait évoqué une "mutualisation des forces avec les sécurités civiles européennes" . Il avait estimé que, "quand il y a une série de catastrophes, il faut que tous les pays limitrophes puissent s'additionner" . Le président de la Commission européenne, José Manuel Barroso, ancien premier ministre portugais, s'est lui-même rendu sur les lieux des incendies. ­ (AFP.)

Le Monde

Enviado por: Zé da Galinha

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

QUEM É AMIGO, QUEM É? ...O SÓCRATES

O CÁBULA

Quando foi eleito para o parlamento, um Sr. Deputado sentiu-se muito inferiorizado, pois ter o 12º no meio de tantos "dótores", era sem dúvida um impedimento para a progressão na "Carreira". Sim ele queria progredir na carreira, caso contrário voltaria a contar notas no banco onde anteriormente trabalhava. Um vexame, achava ele, para quem tinha sido "Sr. Deputado da Nação".
Vai daí, arregaça as mangas e matricula-se em "Direito" (evidentemente) numa universidade privada de uma invicta cidade de Portugal.
Mas ser Sr. Deputado da Nação em Lisboa e estudante-trabalhador a 300 Km de distância é uma tarefa deveras dificil, mas isso não atormentava o Sr. Deputado pois aplicaria uma receita dos tempos do liceu, que sempre tinha resultado. Se resultou no Liceu, também resultaria na Universidade. E assim, o Sr. Deputado da Nação preparou afincadamente a sua cábula e ala para o exame que se faz tarde.
Mas quis o destino que na sala estivesse um professor vivaço, que bem cedo topou a marosca do Sr. Deputado e assim este voltou ao parlamento, umas horas mais cedo do que tinha previsto.
Na semana seguinte, quando viu a ousadia dos Srs. Professores ao colocarem "Exame Anulado" à frente do seu nome, na pauta da cadeira, o Sr. Deputado da Nação perdeu as estribeiras e armou uma peixeirada. - "É inadmissível tratarem assim um Deputado da Nação", "vão ouvir falar de mim" etc e tal - O corpo docente limitou-se a encolher os ombros e o Sr. Deputado abandonou de vez essa Universidade e voltou para São Bento com o rabinho entre as pernas.
"Foi tudo uma cabala política", desabafou ele para os seus botões, "tenho de arranjar uma Universidade verdadeiramente independente, para conseguir tirar um cursito".



Luís Bonifácio

in:NOVA FLORESTA

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

CHICO, ATÉ UM DIA...



Ficámos mais pobres, agora é o Aviz de Francisco José Viegas, feito aqui ao lado que acabou.

MUITO BEM PREGA JOSÉ SÓCRATES

O primeiro-ministro José Sócrates refutou, esta quinta-feira, as críticas feitas à sua ausência do país na época dos incêndios, considerando que a «exploração política» do tema é «demagógica, injusta e mesquinha».

O mais importante é a imagem (própria), o resto vem depois. mesquinho q.b


Ministro recebe subsídio de alojamento
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, recebe um subsídio de alojamento por ter residência a mais de 100 quilómetros do Terreio do Paço, segundo um despacho assinado por José Sócrates e publicado ontem em Diário da República dá a o máximo da ajuda permitida por lei.
O ministro tem residência no Porto e vive há 10 (dez) anos em Lisboa e vai receber um subsídio de alojamento.

MANEIRAS FÁCEIS DE POUPAR ÁGUA... [parte III]

Lava-loiça
Consumo: Lavar a louça com torneira meia aberta durante 15 minutos representa um consumo de cerca de 100 litros de água.
Economia: Deixe os talheres e pratos de molho dentro da pia antes de lavar. E não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará a economizar cerca de 100 litros de água!

Máquina de Lavar Louça
Consumo: Uma máquina de lavar com capacidade para 44 utensílios e 40 talheres gasta cerca de 40 litros.
Economia: Utilize a máquina de lavar louça apenas quando estiver cheia.

Tanque
Consumo: Uma lavagem com a torneira meio aberta pode significar um consumo superior aos 200 litros em 15 minutos.
Economia: Deixe as roupas de molho e use a mesma água para lavar e ensaboar.

Máquina de Lavar Roupa
Consumo
: As máquinas de lavar roupa, sem dúvida imprescindíveis, para além de muita energia, consomem muita água (aproximadamente 100 litros por lavagem).
Economia: Convêm enchê-la bem, e no caso de não haver roupa que chegue para uma carga completa escolher o programa de “meia carga” que será suficiente.

Mangueira
Consumo
: São necessários cerca de 230 litros para lavar um carro e aproximadamente 260 para regar o jardim durante 15 minutos.
Economia: Quando decidir lavar o carro, faça-o com a ajuda de uma esponja e de um balde. Evite passar horas com a mangueira a correr. Regue o jardim ao fim do dia ou durante a noite.


Enviado por: Quim

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

www.catespero.pt

Pronto, está decidido, o Governo deu finalmente o pontapé de saída para o choque tecnológico. A ideia deve ter surgido - é um suponhamos - num dos mais de dois telefonemas que António Costa diz ter recebido de José Sócrates, a gozar as suas férias de leão africano no Quénia mas sempre atento ao que se passa no País.
A grande inovação é a criação de uma caixa postal electrónica para todos os cidadãos, cuja terá um ensaio geral em 2006 com a implementação em primeiríssima fase para cada funcionário público.
O negócio, porque de um negócio se trata, está ser tratado entre o Governo e os CTT, e segundo o Ministério das Obras Públicas, citado pelo Expresso do passado sábado, «prevê a criação de um ‘e-mail’ para cada cidadão, à semelhança das caixas de correio físicas hoje existentes».
Os CTT garantem, por seu lado, que «será uma caixa certificada e com garantia de entrega e recepção da correspondência», já que no caso de a mensagem não ser lida «os CTT asseguram a sua entrega física».
O objectivo da iniciativa, diz quem sabe, para além de ser mais um instrumento no combate à fraude e evasão fiscal, é passar a dispor de um endereço oficial não apenas para as notificações do Fisco, mas também da Segurança Social, tribunais, autoridades policiais e outros organismos públicos.
Os CTT garantem que, tal como agora sucede com o correio normal, «os custos da caixa correm por parte de quem envia a correspondência», e ainda que quem não tem Internet em casa poderá aceder ao seu ‘e-mail’ nos balcões da empresa.
A ideia é genial e permitirá ao Governo, com um investimento inicial de «três milhões de euros», simplificar não só os processos administrativos como, e sobretudo, reduzir de forma drástica os custos financeiros com o envio anual de milhares de notificações.
Escusado será dizer que os portugueses acolheram o anúncio desta inovação com urros de alegria, excepção feita à minha amiga Berta, reformada, à Augusta, empregada doméstica, ao senhor Francisco, motorista de autocarro, e à dona Lina, empregada de balcão, que de computadores só sabem que acumulam pó e fazem mal à vista.
Estes velhos do Restelo recusam-se a entender que o futuro está na web - em matéria de redes só ouviram falar, em tempos que já lá vão, das de cabelo e das de pesca - e que não há nada melhor do que ter a burocracia ao alcance de um clique.
É bem verdade que menos de um terço dos portugueses possuem computador, e muitos menos ainda têm acesso à Internet, que diga-se em abono da verdade custa em Portugal cinco vezes mais do que no resto da União Europeia, mas isso são miudezas sem importância ou, como dizia um senhor da PT, salvo erro, a justificar preços, que os portugueses é que ganham mal. Mas o que é isso comparado com o progresso, a tecnologia, o desenvolvimento?
Podemos já antecipar as alegres tertúlias que terão lugar nas estações dos CTT, transformados por esse País fora em animados centros de convívio e formação, os acalorados debates sobre o preço das tarifas - que o Estado paga a caixa de correio mas o cidadão paga a ligação para o poder receber -, as trocas de impressões sobre o processo, enfim, uma verdadeira participação nos desígnios nacionais. E tudo isto com um simples www.cátespero.pt.


Anabela Fino

INFORMAÇÃO, AMBIENTE E A USURA DO TEMPO

Quando em tempo de seca os leitos das ribeiras são amontoados de lixo e de plantas que ali crescem desordenadamente (...) com que Ambiente é que nos preocupamos?
A época estival remete-nos inapelavelmente para as coisas boas que a natureza e a intervenção humana proporcionam, em termos de lazer e bem-estar.

É também um período por excelência para se deitar contas à vida e porque o tempo parece passar mais devagar, pôr sonhos e ambições na ordem do dia e retrospectivar o passado mais recente.

Com as lucubrações em alta, detém-se a atenção na forma como a agenda mediática gere os temas e o tempo – ao contrário da lógica política, onde se produzirão efeitos amanhã, o tempo mediático é por natureza muito restrito, tem lugar hoje e apresenta-se secundarizando causas e consequências.

Quando, por de entre muitos outros exemplos possíveis, nas últimas eleições presidenciais francesas, do pé para a mão, Le Pen surge como potencial vencedor sobre Chirac, para os que não acompanham a actualidade daquele país, dá-se um sobressalto que os media criam e não esclarecem – o que é que aconteceu nos anos anteriores, no tempo que passou, como é que a situação evoluiu até chegar ali? – Toda a atenção dos media foi focalizada na dramatização desse cenário para suscitar a atenção da «plateia» no momento, mas, concluído o processo eleitoral, com o regresso à normalidade, a realidade francesa voltou a eclipsar-se da grande informação até às eleições legislativas e ao referendo europeu seguintes.

Talvez não haja espaço noticioso nem tempo disponível para acompanhar o essencial (e quem define o que é essencial?), porventura o noticiário de cada dia necessita deste desligamento, desta ausência de encadeamento para suscitar atenção redobrada.

Na falta deste fio condutor, justa ou injustamente, dá-se o flanco, abre-se espaço para a dúvida e para a especulação.

E assim, dando asas ao livre pensamento e com a memória de lugares e factos avivada neste período, recorda-se à época, salvo erro no primeiro mandato de José Luís Judas como presidente do município de Cascais, a polémica sobre o empreendimento turístico «Casa da Guia», situado na arriba frente ao oceano Atlântico, a caminho do Guincho.

Foi considerado na altura um grave atentado ambiental em zona de protecção, ilegal por não estar licenciado, em risco potencial de escorregamento da costa, mas quase uma década depois lá continua, para quem não conheça é um espaço arborizado, com um antigo solar central, recuperado e uma dúzia de pequenas instalações amovíveis com restaurantes, esplanadas e lojas muito bem integradas no magnífico cenário natural.

No mandato seguinte do mesmo senhor, a urbanização dos Jardins da Parede (entre a Parede e S. Pedro do Estoril), foi apresentada como o paradigma da construção desenfreada que reinava naquele concelho, perante o balbuciar de uma defesa que parecia comprometida e injustificada.

Ambas as situações mereceram ampla contestação política, ambiental e mediática – seriam apenas sinais e símbolos de atropelos mais graves?

Do empreendimento da Guia nunca mais se ouviu falar – terão sido corrigidas as eventuais irregularidades? O risco de desmoronamento é agora menor ou está controlado?

Onde hoje se situa aquela urbanização, já poucos se lembrarão, era outrora um misto de terrenos baldios com um bairro de barracas apenas estancado pela linha-férrea.

Relativamente incaracterísticos em termos arquitectónicos os «Jardins da Parede» revelam visível cuidado nas distâncias entre prédios, nos estacionamentos e qualidade das vias, dispondo de um amplo espaço verde criado de raiz.

Provavelmente feito a pensar nas classes média e média alta, também a polémica em torno deste empreendimento, apesar de continuar em edificação, desapareceu da cena pública mal mudaram os intérpretes.

Se em termos políticos e mediáticos se percebe a coisa, conhecendo-se mal as causas e pior as consequências, em termos ambientais, perante as muitas organizações criadas para a preservação e defesa do meio ambiente, causa perplexidade o seu silêncio prolongado sobre estas matérias, a ausência de avaliação no tempo decorrido, confirmando ou corrigindo os receios então expressos, até porque o seu tempo de intervenção não deve ser o mediático e a informação pública não se restringe ao combate e confronto político.

Quando em tempo de seca, os leitos das ribeiras são amontoados de lixo e de plantas que ali crescem desordenadamente, quando em pleno século XXI, no alto dessa mesma localidade, junto a outra urbanização recente de qualidade ainda é possível correr, metros a fio e a céu descoberto, um esgoto sem repúdio público, com que Ambiente é que nos preocupamos, quais as prioridades políticas sectoriais e as das organizações especializadas?

Nos derradeiros anos do século passado, a denominada Agenda XXI para um desenvolvimento sustentável, inspirada em conferência internacional, foi um «must» para a projecção e aplicação de novas políticas ambientais obedecendo àquele desiderato.

Como sempre as intenções eram as melhores, estudos, projectos e seus financiamentos foram muitos, mas quanto à avaliação dos resultados alcançados, aí fia mais fino, porque se há qualquer coisa de detestável é o exercício para comprovar ou não o acerto e eficácia de terapias laboriosamente congeminadas?

Já vai sendo tempo de saber-se, ao nível das várias Agendas Locais produzidas, o que foi feito ou não e porquê, e respectiva relação custo-benefício.

Novas lógicas de crescimento para além de um mal-amado e pouco compreendido Ordenamento do Território?

Também o desenvolvimento sustentável, pese a atracção de conceito e as boas intenções que expressa, se arrisca a rapidamente engrossar as galerias dos placebos.

Tal como na actividade política tudo muda vertiginosamente, perdida a idade da inocência ambiental, os lixos viraram resíduos sólidos e a defesa emocional das causas deu lugar à nova indústria que gere o sector com a frieza dos números e estatísticas.

Hoje, o princípio, meio e fim da história, de cada história, restringe-se em tempo real às novelas; como alguém definia de modo exemplar, poder, relações, traições e dinheiro, está tudo lá.

Mas o quotidiano político, mediático e ambiental, parecendo ser uma outra coisa, compete pela primazia da superficialidade, onde só contam o hoje e os «amanhãs que cantam».

Para que o ser humano se possa condoer da sua própria natureza?


Luís Sousa

DO CORREIO... Do Correio...

UM SAFARI LONGE DEMAIS

Criticar o facto do primeiro-ministro ter ido passar umas férias luxuosas é pasto para todas as demagogias. Um safari no Quénia é o equivalente a ir a Bora Bora, ou a um caríssimo hotel do Dubai com piscina privativa. Não é isso que me afronta. Ele paga as férias do seu bolso, e se tem dinheiro e vontade para o gastar com a família num safari, parabéns. A concepção punitiva da vida pública que obriga os políticos a uma vida hipocritamente monástica presta-se a todos os populismos e eu não sou desse clube.

Mas, se me espanta, face ao safari do eng. Sócrates, o silêncio comedido da maioria da comunicação social, sempre pronta a levantar a chama do ressentimento populista para os outros, e que não acredito que esteja calada porque aprendeu, acontece que me espanta tanto mais esse silêncio, quanto neste caso se justifica mesmo criticar o Primeiro-ministro pela sua opção de férias e exigir que as interrompa.

Por várias razões: uma é porque a altura é pessimamente escolhida para ter umas férias sumptuárias quando o seu governo está a pedir a todos sacrifícios e “apertar do cinto”; outra, porque a sua ausência do país, numa altura em que o fogo, mais uma vez, destrói pessoas e bens com grande dimensão, é por si mesma uma enorme desvalorização da importância do que está a acontecer. Quando há uma emergência num navio, o capitão não entrega o comando a um qualquer outro oficial para ir ver um DVD na sua cabine. Mesmo que seja do National Geographic.

(Escrito há uma semana. Agora que o PM voltou das férias, nada dá mais razão às críticas do que a sua atitude hoje, tentando remediar, em visitas "simbólicas" e conferências de imprensa, o que há muito devia ter feito e não fez. Nada apagará o significado político da da sua atitude, do PM substituto, dos governadores civis, do Secretário de Estado do Ambiente e de muitos responsáveis com nomeações políticas para Parques Naturais, e que se resume numa só frase: nada de importante aconteceu, nada de grave, nada de irreparável. Ardeu tudo como de costume. É por esta política, porque ter escolhido as férias que escolheu e não as ter interrompido, é uma política, que faz com que não seja demagogia criticar as opções do PM.)

José Pacheco Pereira

DO CORREIO...


Uma questão de estilo

As coisas são o que são, berra-se, e torna-se a berrar, bem, sobre o distanciamento entre eleitores e eleitos (a classe política), exige-se accountability e transparência, sempre, e no decorrer dos últimos anos ganharam cada vez mais protagonismo e visibilidade os jornalistas - proclamados guardiões da Verdade.
Seriam eles, os jornalistas, que fariam a ponte, entre uns e outros, seriam eles que derrubariam os muros, mas nem sempre vai sendo assim. Alguns veem-se, como (os) políticos, como uma casta à parte, etérea, inimputável e impassível de responsabilização.
Não há interactividade, eles é que sabem, eles é que definem, o que é Verdade e o que não, os factos, um pequeno detalhe. Muito mau para a classe, e pior ainda para a democracia.

Atente-se num caso.
Um jornal, de referência, que publica, na passada sexta-feira, uma manchete, "ligeiramente", desligada do texto, e que imputava (mal) a determinada entidade, fundamental num estado de direito, responsabilidades num alegado atraso (de 16 anos) em determinada tomada de posição. O caso é denunciado, é debatido, na blogosfera, e rapidamente se chega a um consenso, inclusive com quem assinava a prosa, de que a manchete é infeliz e enganadora.
Faz amanhã uma semana, saiu a tal manchete original. Hoje foi publicado, naturalmente sem o destaque original, o desmentido da "vítima"... a Procuradoria Geral da República. Era escusado, teria bastado, a tempo e horas, um pouco de humildade e um esclarecimento clarificador de quem... errou.

Nada substituirá a imprensa. Será sempre preciso uma informação mediada, que não imediata e a quente, e ponderada, mas quando se olha para o descrédito de que goza a classe política, e os jornalistas já são vistos muitas vezes como polícos ou quase, quando já nada vale pelo seu valor facial, quando se desconfia da veracidade de tudo, ou quase, temos que concluir que algo vai mal. E vai mal porque as pessoas, e as sociedades, tem o direito a ser bem informadas, de saber os factos todos, e não apenas alguns (quando não truncados).
É pedir assim tanto ?
Ou a Verdade é apenas e só uma questão de estilo ?


Manuel

NÃO HÁ MACHADO QUE CORTE...

«Não há donos da República...»

«... não há homens providenciais nem de direita, nem de esquerda»



Manuel Alegre

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

DELPHI EM DIFICULDADES

A multinacional Delphi pode entrar em processo de falência, caso as associações sindicais e a General Motors (GM) não cheguem rapidamente a um acordo que permita reduzir a massa salarial da empresa, bem como os benefícios sociais dos empregados. É que estes benefícios são considerados muito elevados, o que leva a empresa a dizer que não consegue competir nesta conjuntura.

A entrada em processo de falência não significa o encerramento, pois a empresa, que já está em restruturação, poderá continuar e aprofundar esse processo.
Porém, tendo em conta os resultados esperados para o terceiro trimestre deste ano, o caso é grave, pelo que a situação pode levantar algumas dúvidas em relação ao futuro das cinco fábricas portuguesas da empresa, localizadas em Castelo Branco, Linhó, Seixal, Braga, Ponte de Sor e na Guarda.

Nestas fábricas são produzidos airbags, cablagens e sistemas de distribuição (eléctricos e electrónicos) componentes de motores, sistemas de ignição, sensores, telemática, entre outros. Mas nem todas as fábricas produzem os mesmos artigos, pelo que, a serem afectadas, poderiam sê-lo de modo diferente.


in:http://www.reconquista.pt

FESTIVAL DE TEATRO CLÁSSICO DE MÉRIDA [ parte IV ]



O Festival de Teatro Clássico de Mérida vai encerrar com a estreia absoluta da peça “Rómulo, o Grande”, do autor suíço Friedrich Durrenmatt.
A peça sobe ao palco do Teatro Romano de 18 a 21 e de 24 a 28 de Agosto, sempre às 23 horas.
Produzida pelo Festival de Teatro Clássico de Mérida, a peça é dirigida por Esteve Ferrer, um dos encenadores mais solicitados do panorama teatral espanhol, com experiência em teatro, cinema e televisão, e interpretada por Pepe Viyuela e Cármen Conesa, entre outros.


A peça constitui uma “falsa comédia histórica”, como dizia o autor.
Cheia de ironia e poesia, consiste numa sátira à queda de Roma e à passividade de Rómulo, o seu último imperador.
Paralelamente, é um convite à reflexão sobre a capacidade de nos rirmos dos sistemas políticos, dos governantes e dos poderes económicos, mediáticos ou religiosos.

MAIS DE DUAS VEZES

A expressão "por mais de uma vez" ou "mais de uma vez" não compromete.
É discretamente enfática e deixa indeterminado o número concreto de vezes a que se refere. Diferentemente, a expressão "mais de duas vezes", duas, proferida num contexto público como aquele em que António Costa a usou, significa precisamente "três vezes", três.

Para demonstrar a profunda preocupação, a desvelada solicitude e a acrisolada solidariedade com que o primeiro-ministro acompanhava a destruição total pelo fogo de uma parte do País, lá do fundo do seu safari, se eles tivessem falado ao menos quatro vezes, quatro, nessa ígnea complicação, António Costa teria dito, sem qualquer sombra de dúvida, que José Sócrates, pendurado no telefone e com a voz embargada a estorcegar-se em timbres de comoção e ansiedade, abordara o assunto com ele "mais de três vezes", três.

Assim, como António Costa tinha, por um lado, o problema de não mentir e, por outro, o desejo de salvar a imagem vilegiaturante de José Sócrates, recorreu ao eufemismo "mais de duas vezes", duas, e, tendo-o repetido ante as câmaras de televisão, podemos assentar em que o disse "mais de uma vez", uma.

É este o ponto exacto em que se articulam a questão da declaração de calamidade pública e a questão da tranquilidade placidamente sertaneja do primeiro-ministro, nos seus ademanes venatórios por entre os hipopótamos e as pacaças se o caso fosse havido como de calamidade pública, por bem mais de duas vezes, duas, o primeiro-ministro deveria ter pensado em não ir para férias e, por maioria de razão, por bem mais de duas vezes, duas, se teria visto forçado a vir imediatamente embora da savana.

Mas deixou-se ficar por cá, vai havendo mortos e feridos, vai havendo casas desfeitas e povoações evacuadas, vai havendo muitos haveres perdidos, vai havendo várias aldeias, vilas e lugares seriamente ameaçados, vai havendo faltas de água e luz, vai havendo terríveis carências logísticas devido à destruição dos equipamentos, vai havendo estradas cortadas, vai havendo colheitas irremediavelmente arruinadas, vai havendo um nono da área florestal portuguesa queimada, vai havendo os piores números da Europa nas estatísticas do fogo, mas o primeiro-ministro, como o bruto de Os Lusíadas (V, 28) e fiel a uma vocação atávica que deu novos mundos ao mundo e neste promoveu o espasmódico diálogo das culturas, a nada disto se moveu.

Limitou-se a perguntar por três vezes, três, como estavam as coisas e deve ter-lhe sido dito, também por três vezes, três, na voz convictamente colocada de António Costa, que Portugal continuava um país porreiro e que fizesse o favor de se deixar estar tranquilamente, procurando não amarrotar muito o seu elegante fato de caqui, a beber leite de coco à sombra dos imbondeiros ou mesmo, se assim o preferisse, a pentear macacos nos intervalos das andanças e dos solavancos do seu jipe.

Se José Manuel Durão Barroso ou Pedro Santana Lopes tivessem tido a lata de ir dar um mergulho, um só, ali para as Berlengas, enquanto os sinos repicassem a rebate por haver fogo numa bouça no Vimioso ou numa quintarola do Fundão, o que não teriam dito, em golfadas de incontida indignação, os socialistas e a comunicação social?

Simplesmente, em se tratando do Partido Socialista, tudo continua a bater impecavelmente certo no tocante ao número de vezes que se queira considerar mais de duas vezes, duas, Sócrates garantiu que não aumentaria os impostos, e viu--se; mais de duas vezes, duas, foi garantida a coesão do Governo e Campos e Cunha saltou logo em seguida; mais de duas vezes, duas, foi afirmada a garantia de que o Governo só se preocupava com a competência dos quadros, não querendo saber dos boys para nada, e continua a funcionar como prestimosa agência de empregos para amigalhaços e clientes; mais de duas vezes, duas, o dr. Soares se afirmou definitivamente arredado da vida política activa, e aí anda ele a mostrar-se pronto para as curvas; mais de duas vezes, duas, o empavonado dr. Lambisgóia se posicionou a favor de Manuel Alegre, e afinal não era assim a calamitosa criatura dá o seu férvido apoio ao dr. Mário Soares.

Tanto faz para o PS, mais de uma vez, mais de duas vezes ou qualquer outra formulação da mesma natureza, não significa absolutamente nada. É um tique de linguagem, um arreganho de gíria, uma propensão idiomática, uma maneira de fazer de conta, de o branco ser preto e de o preto ser branco.


Vasco Graça Moura

MANEIRAS FÁCEIS DE POUPAR ÁGUA... [parte II]


Lavatório da Casa de Banho
Consumo
: As torneiras dos lavatórios jorram cerca de 9 litros por minuto. Um consumo de 12 litros por dia (4 lavagens de 20 segundos). Ao escovar os dentes durante 5 minutos com a água a correr gasta, em média 45 litros de água.
Economia: Lavar os dentes, usando um copo com água e a torneira fechada reduz o desperdício. Se colocar uma tampa no lavatório ao fazer a barba, gasta apenas 2 litros de água.


Autoclismo
Consumo
: Um terço da água que se gasta em casa é proveniente das descargas do autoclismo: 10 litros de água são consumidos cada vez que o autoclismo funciona.
Economia: Se colocar uma garrafa de 1,5 l dentro do depósito, a capacidade diminui. O consumo de água reduz para 8,5 litros por disparo. Outra solução é escolher um autoclismo de duplo depósito, de uso mais racional.


Enviado por: Quim