quinta-feira, 30 de março de 2006

QUANTAS MEDIDAS? [parte III]

Depois do SIMPLEX vem aí o programa para a eliminação de alguns serviços do Estado, que na lógica do programa da eliminação da burocracia deverá designar-se por DESMONTEX.


Esperemos que não seja feito com a mesma incompetência e leviandade com que o SIMPLEX foi concebido
.


JUM

quarta-feira, 29 de março de 2006

OS NOVOS VAMPIROS DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS





A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.


A carta da Caixa Geral de Depósitos começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.

As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR 1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.

Ora sucede que muitas contas da Caixa Geral de Depósitos, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR 343,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio de EUR 3,57 (três euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na Caixa Geral de Depósitos por determinação expressa da Segurança Social.

Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela Caixa Geral de Depósitos e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.

O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com obscenas pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma sordície vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.

Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.

Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso a quem se aplicam como uma luva as palavras sempre actuais dos Vampiros de Zeca Afonso: Eles comem tudo/ eles comem tudo/ eles comem tudo e não deixam nada.


Para meditar e divulgar . . .

Desejaríamos saber, se for possível, o que pensam disto o Armando Vara e os demais socialistas que pugnam por critérios de competência de doutros registos meritocráticos para a escolha e nomeação de dirigentes para a alta administração do Estado que, na prática, são pura ilusão e areia para as nossas vistas.
O problema é que hoje em Portugal já muita gente usa óculos, e a maior parte dos licenciados deste país em gestão, economia e em ciências sociais em geral sabe mais do que o Armando Vara - cujo único critério é o de ter o cartão rosa.
Ah e parece que trabalhou também uns anos num balcão dum banco...

Pedro Manuel

QUANTAS MEDIDAS? [parte II]

O SIMPLEX merece uma crítica mais séria do que as gracinhas do Ribeiro e Castro ou com maior responsabilidade e consistência do que a eterna acusação de propaganda feita pelo PSD. É evidente que a escolha da designação simplex tem o seu quê de idiota, vem na linha do ‘boé’ e lembra algumas marcas como a Durex ou a Klineex, para além de ser o nome do vírus do herpes, mas as graças ficam para outro post, por agora importa tecer alguns comentários que resultam de uma primeira leitura:


É POSITIVO

É positivo que um governo faça um levantamento do que está quase feito, do que está a ser feito, do que se prevê fazer e do que se acha que deve ser feito, significa que há uma preocupação com o desenvolvimento dos projectos. É igualmente positivo que um governo tenha a simplificação e a eliminação da burocracia como objectivo e que acarinhe todos os projectos que apontem nesse sentido ou que determine que sejam considerados novos objectivos.

É OPORTUNISMO

Um governo pegar em projectos que estão a ser desenvolvidos há anos e apresentá-los como ideia e obra sua, e isso sucede com algumas das medidas anunciadas, incluindo nas trinta que foram consideradas.

Exemplo:

M131: DESMATERIALIZAÇÃO DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

Simplificar o processo de exportação com eliminação dos procedimentos manuais, substituindo a declaração em papel por uma declaração electrónica e eliminando as entregas sistemáticas de documentos anexos.

Este projecto tem anos, desde que foi iniciado Portugal teve vários governos e agora que se encontra em fase de testes é transformada em obra de José Sócrates. Incluir medidas nesta fase de desenvolvimento é a mesma coisa que o governo anunciar que vai construir a Ponte Vasco da Gama só porque tenciona adjudicar um acesso ao Parque das Nações.

É DEMAGÓGICO

São muitas as medidas que não têm qualquer relação com simplificação administrativa ou redução da burocracia. Confundir declarações de princípios ou objectivos políticos com medidas é um truque que apenas serviu para impressionar os ignorantes com um programa tão extenso. É evidente que a mensagem passa junto de quem desconhece estas coisas, muito embora esta opção não abone em favor da honestidade intelectual de quem a adopta

Exemplo:

M231 - CONCILIAR O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO E DESENVOLVIMENTO DAS POPULAÇÕES NAS ÁREAS DE REN

Facilitar acções e actividades essenciais ao desenvolvimento das populações residentes em áreas de Reserva Ecológica Nacional, designadamente a construção de instalações de apoio às explorações agrícolas e de turismo rural, com salvaguarda dos valores ecológicos protegidos.

Se isto é uma medida o que não uma medida? Nesta medida não há nada que simplifique o que quer que seja, e se considerarmos os projectos similares desenvolvidos pela Administração Central, pelas Autarquias e até pelos privados o programa teria milhares de medidas.

É PROVINCIANISMO

Transformar cada formulário que é convertido num formato electrónico numa medida de simplificação, talvez fosse uma medida há vinte anos atrás, agora não passa de um acto corrente, é um processo natural à medida que os meios tecnológicos evoluem. Se recuarmos na história nunca vimos um governo anunciar a criação de formulários em papel nos tempos em que se generalizaram as tipografias, ou, mais recentemente, ninguém se lembrou de transformar em medida a adopção das fotocópias para a emissão das muitas certidões que passaram a usar este suporte

Exemplo:

M260 – Criar formulários electrónicos para o pedido de autorização de criação de Estabelecimentos de Ensino Particular ou Cooperativo, dispensando o requerente de se dirigir aos serviços e disponibilizando informação estruturada e de acesso mais facilitado através da Internet.

Há assim tantos milhares de estabelecimentos particulares a serem criados para que a mera criação de um formulário seja um progresso digno de apresentação por um primeiro-ministro?

É CONFUSO

A excitação criada em torno da multiplicação das medidas, o que terá levados muitos dirigentes a não querer ficar sem a sua medalha, multiplicou as medidas.

Exemplo

M265 - Simplificar o processo de equiparação a bolseiro e concessão de licença sabática, desmaterializando a emissão interna de pareceres, disponibilizando informação estruturada e de acesso mais facilitado através da Internet e implementando o e-mail directo.

Alguém devia explicar onde está a simplificação, o que se entende por informação estruturada’ ou que inovação é essa do ‘e-mail directo’. Trocado por miúdos, isto não é nada.

É CRIATIVO

Algumas medidas mais do que uma simplificação não passam de momentos de criatividade dos seus autores.

Exemplo:

M246 – Criar espaços de trabalho electrónico para grupos específicos de interesses nomeadamente para as comissões de acompanhamento de fluxos específicos de resíduos.

Alguém deveria explicar se a concretização desta medida passa pela adopção da vídeo-conferência ou se, muito simplesmente, vai ser usada a possibilidade de conversação simultânea oferecida pela generalidade dos telemóveis.

É MILAGROSO

Muitas das medidas não passam de actos de gestão corrente ou de produção legislativa usual, basta ler os regulamentos comunitários relativos à PAC para se perceber que organismos como o ING têm que adoptar milhares de normas que mais do que de simplificação administrativa são medidas de aplicação administrativa.

Exemplo:

M269 – Criar um quadro legal comum em matéria de pagamentos complementares dos sectores das carnes de bovino, ovino e caprino.

Medidas como estas são adoptadas aos milhares e muito mal estaria o país se fosse necessário o Simplex para as adoptar.

É PLÁGIO

É positivo que se copiem as experiências alheias mas se forem apresentadas com pompa e circunstância então convém lembrar que algumas não passam de cópias alheias

Exemplo:

M241 – Criar um Portal da Habitação que garanta o acesso dos cidadãos à informação relevante em matéria de parque habitacional público e privado.

Um portal com estas características foi lançado há cerca de um mês na vizinha Espanha.

É OFENSIVO

Dizer que se coloca na Internet uma determinada informação e acrescentar como medida que se vai possibilitar a cidadãos não residentes em Portugal o acesso a essa informação é ofender a inteligência de quem lê o programa, a não ser que Sócrates ache que cada país tem a sua rede Internet.

Exemplo:

M328 - Disponibilizar, via Internet, informações e serviços, que permitam ao cidadão português residente no estrangeiro requerer diligências e interagir com os serviços da Administração Pública, sem ter de se deslocar a Portugal ou a um posto consular.

Quem lê esta medida fica a pensar, por exemplo, que para se entregar a declaração de rendimenstos do IRS por via electrónica tem que se vir a Portugal.



CONCLUSÃO FINAL

1. Se no programa fossem eliminadas as medidas que não o são, não se teria atingido as 333, da mesma forma que não foram atingidas as 400 prometidas, mas o programa seria mais sério. Da mesma forma se não houvesse a preocupação do espectáculo e se tivesse exigido maior consistência às propostas feitas pelos serviços ter-se-ia evitado o excesso de poluição provocado pelas propostas feitas por dirigentes bajuladores que tiveram que inventar medidas para dizerem que também são capazes.

2. Sócrates optou por se parecer a Santana Lopes e apostar mais na imagem do que na consistência, e da mesma forma que Santana Lopes andava bater recordes de comensais em jantares da campanha eleitoral, Sócrates entregou-se a um fetiche numérico e apresenta pacotes que mais do que consistência política traduzem uma vocação para a aritmética criativa.

3. É estranho que a par daquilo que se pretende fazer crer que é um mega programa não se avance com qualquer medida de gestão, com projectos de investimento ou qualquer outra medida que vise dotar o Estado com capacidades adicionais no domínio da modernização. Parece um milagre que Sócrates consiga tudo isto de forma quase milagrosa.

4. Esperemos que um dia destes Sócrates não nos venha dizer que o facto de ter um curso de engenharia o ajudou a inventar a Internet em Portugal.

JUM

terça-feira, 28 de março de 2006

QUANTAS MEDIDAS?


O Governo começou por falar em 400 medidas para agora baixar o número para 333, isto é, faltam 67.
O que sucedeu a tanta medida?
Mas, das 333 medidas anunciadas só 30 foram tornadas públicas, isto é, faltam 303, talvez porque ainda estão a ser concebidas ou melhoradas, não me admiraria nada que ainda venham a ser menos do que as prometidas da segunda vez, mesmo que neste tipo de política panfletária não seja difícil de inventar meia dúzia de medidas.

Por aquilo que li e ouvi é caso para dizer que de 333 noves fora nada!


JUM

segunda-feira, 27 de março de 2006

INFORMAÇÃO DO PCP SOBRE ÁGUAS DE CONSUMO PÚBLICO NO CONCELHO DE PONTE DE SOR

ÁGUAS DE CONSUMO PÚBLICO


ACUSAMOS:TÊM-NOS VENDIDO VENENOS NA ÁGUA DE CONSUMO
Mandámos fazer análises. A água do poço do Laranjal, em Ponte de Sor, a de Torre das Vargens e a de Vale de Açor acusaram a presença de hidrocarbonetos (no primeiro caso mais de 100 vezes o permitido na lei). A água de Vale de Bispo, se estiver ligada ao sistema da Torre das Vargens, deverá estar nas mesmas condições.
Os hidrocarbonetos são substâncias altamente cancerígenas no sistema digestivo dos seres vivos.


Foi um segredo bem guardado até Janeiro passado, altura em que os jornais publicaram a informação técnica do IRAR - Instituto Regulador de Águas e Resíduos, sobre os resultados das análises químicas das águas consumidas no concelho de Ponte de Sor durante o ano de 2004.

ARSÉNIO, ALUMÍNIO, FLÚOR, BACTÉRIAS...: TUDO EM EXCESSO face ao que a legislação permite desde 2001. Nesse ano, a lei portuguesa aplicou a norma europeia que à luz das mais recentes investigações científicas sobre a matéria, determinou que se baixassem a maior parte dos parâmetros químicos que existem na água para que seja considerada adequada ao consumo humano.

Durante estes 4 anos, o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, os Vereadores do PS e o Engenheiro responsável pelo sector, foram cúmplices de um segredo bem guardado: conheceram a realidade do abastecimento, em que as águas fornecidas não obedeciam às normas legais em vigor e não informaram a Câmara, a Assembleia Municipal ou qualquer dos órgãos autárquicos das Freguesias visadas, nem os consumidores, nem o Delegado de Saúde Concelhio, sobre a situação real que existia no abastecimento, a qual pode ter tido ou fez correr sérios riscos para muitos consumidores com problemas de saúde, para os mais idosos, as crianças, as grávidas e os respectivos fetos e para a população em geral.

Pelos dados que detemos, suspeitamos que as cumplicidades do silêncio e do abafar da situação acerca desta questão, ultrapassam este grupo restrito de responsáveis no concelho – o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, os Vereadores do PS, o Engenheiro do sector - e que alguns elementos da administração distrital de saúde, durante estes anos, também terão recebido atempadamente as informações sem que as tenham transmitido ou alertado fosse quem fosse sobre a grave situação.

Todos são cúmplices e responsáveis morais pelas doenças graves que apareceram ou podem ter dado origem ou que ainda, podem vir a originar em muitos dos habitantes do concelho que com regularidade diária, consomem uma água que contém ou tem contido elementos químicos que pela sua natureza, estão na origem de cancros, lesões irreversíveis de fígado, Alzheimer, agravamento ou mesmo a morte antecipada dos que sofrem de insuficiências renais.

Em Ponte de Sor, quantos terão visto o seu final de vida antecipado, devido à composição química da água?

Quantos doentes do concelho que fazem ou fizeram hemodiálise durante estes anos, viram o seu estado de saúde agravar-se porque o simples acto de cozer os alimentos com água com excesso de alumínio, os estava a fazer ingerir um elemento químico que para eles significa o agravamento do seu problema de saúde?

Quantos idosos tiveram fracturas graves, devido à fragilidade dos seus ossos, resultantes da acção directa de alguns destes componentes em excesso na água de consumo?

Mesmo depois da publicação pelo IRAR, dos dados referentes a 2004, o Presidente da Câmara de Ponte de Sor continuou a negar aos Vereadores da oposição os boletins das análises relativas aos anos de 2001, 2002, 2003 e 2005, informando apenas que já tomou medidas e que está tudo sob controlo, dizendo que está a recorrer ao que de melhor existe no País.

Só que as “medidas” têm 5 anos de atraso!

Sabemos que em parte dos casos, a simples alteração da posição das bombas melhorou em muito a qualidade das águas no que diz respeito ao Arsénio, sem ser necessário recorrer aos equipamentos que existem no mercado para tratamento e retirada do referido elemento químico em excesso. Esta medida só prova que a situação que temos tido se deve exclusivamente a incúria, desleixo e desprezo pela saúde dos outros, em nome de um secretismo inclassificável que, sem alarmismos, pudesse informar os munícipes sobre a grave situação real e tivesse resolvido o problema.

Entretanto, temos assistido, ao fornecimento de informação branqueada aos meios de comunicação social locais, como se tudo não passasse de uma simples e passageira inquinação da água.

Como se tudo fosse simples e não houvessem problemas graves por resolver.

Apesar da tentativa de aligeiramento sucessivo das responsabilidades que se têm passado nestes últimos dois meses, o Secretariado da Comissão Concelhia de Ponte de Sor do PCP decidiu chegar ao fundo do problema.
Perante a sonegação de informação praticada sucessivamente pelo Presidente da Câmara, este Secretariado arranjou o dinheiro necessário através dos seus eleitos e mandou confirmar, num laboratório acreditado, as análises de parte das águas de que havia informação e indícios de excesso dos elementos químicos citados.

Dos dados recolhidos, podemos afirmar que tem existido uma situação muito grave na cidade de Ponte de Sor, em Vale de Açor, em Torre das Vargens e, provavelmente, em Vale de Bispo Fundeiro (o abastecimento nestas 3 localidades costuma estar interligado).

Tivemos conhecimento que na visita feita pelo Presidente da Câmara a um dos furos de Torre das Vargens que abastece a aldeia, Vale de Açor e Vale de Bispo, acompanhado de um Engenheiro do Instituto Superior Técnico e do Delegado de Saúde de Ponte de Sor, todos verificaram que a água colhida junto à origem, apresentava manchas de óleo, cuja causa se desconhece.
Apesar disso, essa água ainda esteve alguns dias a abastecer o consumo.

Perante a gravidade da situação e apesar do preço elevado, decidimos mandar fazer análises completas a uma amostra de água recolhida em Torre das Vargens e a uma outra colhida em Vale de Açor, numa torneira em frente à Escola Primária, a todos os parâmetros químicos que a lei condiciona e regulamenta.

INFELIZMENTE VERIFICARAM-SE OS PIORES CENÁRIOS do que o Presidente da Câmara tinha visto pessoalmente e para o qual demorou dias a tomar medidas.

O LABORATÓRIO INFORMOU-NOS QUE A REFERIDA ÁGUA DA TORRE DAS VARGENS E DE VALE DE AÇOR CONTÉM HIDROCARBONETOS - UM DOS PIORES VENENOS QUE SE PODE INGERIR NA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO - COM REPERCUSSÕES DIRECTAS NO APARELHO DIGESTIVO DOS SERES VIVOS.
A SITUAÇÃO É TÃO GRAVE QUE A LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE SENÃO A PRESENÇA DE VESTÍGIOS (UMA MILÉSIMA DE MILIGRAMA!!!) DESTE PRODUTO QUÍMICO.

Perante a situação QUE CONHECEMOS E QUE TODOS CONHECEM DO POÇO DO LARANJAL - espinha dorsal do abastecimento da cidade e onde foram depositadas milhares de toneladas de entulhos, em que se incluíam restos de asfaltos, posteriormente enterrados depois da denúncia pública feita pelo PCP, E PARA CUJA SITUAÇÃO ALERTÁMOS DESDE HÁ PELO MENOS CINCO ANOS, TODAS AS AUTORIDADES e a população em geral, decidimos mandar fazer também análises completas àquelas águas.

INFELIZMENTE VERIFICOU-SE A PIOR SITUAÇÃO - também foi identificada a presença de hidrocarbonetos na amostra colhida à saída do Poço do Laranjal. O Poço de Laranjal abastece a maior parte da cidade de Ponte de Sor, através do depósito do chamado “Cabeço do Prior”.

Diante da gravidade da situação, consultámos um especialista na matéria que nos confirmou o que genericamente se conhece e tentámos informar a Câmara Municipal, na respectiva reunião de dia 22 de Março, reclamando do seu Presidente, o encerramento imediato do poço que é a origem principal do abastecimento da cidade, bem como decidímos prestar uma informação detalhada à população e às autoridades sanitárias sobre a questão.

Em 22 de Março participámos a situação e esta informação ao Delegado de Saúde de Ponte de Sor. Em conferência de imprensa do mesmo dia, demos conhecimento à Comunicação Social local.

Vimos agora dar conhecimento público das nossas iniciativas continuadas na salvaguarda do abastecimento público de água.

Informar que vamos distribuir massivamente esta informação acerca das medidas que reclamámos e que esperamos já tenham sido tomadas;
Informar que, por julgarmos estar perante uma situação muito grave de abuso do poder, por sonegação de informação que a Lei determina dever ser regularmente publicitada, do conhecimento de todos os interessados e dos órgãos autárquicos e que esta falta de conhecimento teve ou pode ter tido sérias consequências na saúde individual de cada munícipe, vamos enviar uma participação ao Sr. Procurador-Geral da República, requerendo que o assunto seja averiguado e determinadas as responsabilidades;
Informar as populações de Ponte de Sor, Vale de Açor, Torre das Vargens, Vale de Bispo, Tramaga, Montargil, Vale de Vilão e Foros do Mocho da situação real da água que bebe e comprometermo-nos a publicitar, logo que disponíveis, todos os resultados das análises relativas aos anos de 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005, algumas das quais se têm encontrado disponíveis nos sítios da internet www.irar.pt e www.iambiente.pt, tendo outras sido requeridas ao IRAR, em requerimento ao abrigo do Código de Procedimento Administrativo, de que aguardamos a resposta, já que o pedido sobre a matéria, feito pelos Vereadores da CDU ao Presidente da Câmara, não foi respondido nos 10 dias a que está obrigado e já decorreram 42 dias.


O Secretariado da Comissão Concelhia de Ponte de Sor do PCP

OITO ANOS DEPOIS:

«O Governador Civil de Portalegre, Jaime Estorninho, mostra-se a favor da reestruturação dos Governos Civis e adiantou que "é necessário extinguir os Governos Civis criando regiões", admitindo ser "um regionalista convicto". »


1 - Oito anos depois de os portugueses terem rejeitado, em referendo, a regionalização num Pais de 89 mil quilómetros quadrados, o Partido Socialista decidiu retomar a questão.
Não se trata, porém, de um novo referendo, no qual os portugueses repensem a decisão tomada em 1998.
Trata-se de uma marosca, um truque, como tal claramente reconhecido por um deputado da maioria: o Governo vai avançar com a divisão do País em cinco regiões e, depois, a regionalização volta então a ser referendada, sem dor. Ou seja, tratar-se-á de um referendo para o boneco, no qual nada se decidirá. Ou os portugueses dizem que sim, e consagram a regionalização que já está no terreno, ou dizem que não, mas o facto está consumado.

2 - O PSD Madeira decidiu deixar de comemorar na Região o 25 de Abril. A inversa também é verdadeira. O 25 de Abril não comemora o PSD Madeira. A liberdade é assim mesmo. Nos tempos da outra senhora, quando o principal dirigente do PSD Madeira andava pelas bandas do partido único, é que as comemorações ou eram obrigatórias ou proibidas. Quanto ao 25 de Abril, como dizia o capitão Salgueiro Maia, tem muitos defeitos e muitas virtudes, mas tem pelo menos a virtude de não obrigar ninguém a festejá-lo.

3 - Não é verdade que a República Checa e a Eslovéniasejam mais ricas que Portugal, tal como noticiaram alguns jornais.
Portugal é que já está mais pobre que a República Checa e que a Eslovénia, após o nível de riqueza por habitante do País ter caído pelo quinto ano consecutivo. Portugal deixou de produzir riqueza. Agora, só produz ricos.

4 - O PSD dedica-se de momento a encontrar uma alternativa a Marques Mendes. Quanto ao CDS, anda freneticamente em busca de quem se ocupe em deitar abaixo Ribeiro e Castro. As oposições portuguesas criaram um novo aforismo: oposição bem praticada é por nós começada.

João P. Guerra

POBRE DISTRITO O NOSSO ENTREGUE A TAL GENTE...

TAVEIRA PINTO CANDIDATO À FEDERAÇÃO DO PS

Vão realizar-se em Maio as eleições para os órgãos concelhios e distritais do PS.


Há muito que é público que o deputado e presidente da Região de Turismo, Ceia da Silva, se recandidata à presidência da Federação, e agora acaba de surgir outro candidato.


João José Taveira Pinto, presidente da Câmara de Ponte de Sor e ex-presidente da Associação de Municípios do Norte Alentejano confirmou-nos que vai avançar com a sua candidatura.

São conhecidas, e públicas de há muito, algumas posições críticas de Taveira Pinto quanto à forma como a Federação tem gerido vários processos, nomeadamente o que refere às candidaturas nas legislativas.

Era de esperar que desta vez Ceia da Silva pudesse ter oposição na sua candidatura. Há semanas um outro autarca do PS admitiu avançar, mas tal não se confirmou. Taveira Pinto assume agora a candidatura, que se espera que seja formalizada, e não é de excluir que ainda possa surgir mais alguma.
in: Jornal Fonte Nova

sexta-feira, 24 de março de 2006

ESQUECERAM-SE?

Guterres, Coelho e Sócrates sabiam do «saco azul» de Felgueiras.


A acusação é feita por Horácio Costa, ex-vereador de Fátima Felgueiras e um dos titulares da conta paralela que a justiça encontrou. Horácio, um verdadeiro terrorista, um tipo sem escrúpulos, um patife, no juízo impoluto de Fátima.


É evidente que nunca se saberá a verdade.
Como continua por provar a existência da carta de renúncia de Fátima endereçada a Guterres
.
A história é, de facto, triste. E mancha a imagem de um partido político, no caso o Partido Socialista, pela razão de sempre:
A mercearia eleitoral venceu todos os receios.
Que eram muitos, quando Fátima se recandidatou apoiada pelo PS.
Com Coelho na primeira fila da festa, indiferente a todos os avisos.
Os votos eram de Fátima, não de Horácio. Votos que valiam mais uma câmara na contabilidade da noite eleitoral.
A história é, sobretudo, divertida: nessa noite Guterres deixou-os sozinhos. Entregues a Fátima. Esqueceram-se de Horácio, um patife sem escrúpulos. Um pormenor sem importância.


Raul Vaz

16 MIL EUROS PARA MÁRIO SOARES...

Quêm é amigo?

EM PORTALEGRE CIDADE... UM ANO DE MUITOS...

Em Portalegre cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros
Morei numa casa velha,
À qual quis como se fora
Feita para eu Morar nela...

Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
- Quis-lhe bem como se fora
Tão feita ao gosto de outrora
Como as do meu aconchego.

Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De montes e de oliveiras
Ao vento suão queimada
( Lá vem o vento suão!,
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão...)
Em Portalegre, dizia,
Cidade onde então sofria
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem fôr,
Na tal casa tosca e bela
À qual quis como se fora
Feita para eu morar nela,
Tinha, então,
Por única diversão,
Uma pequena varanda
Diante de uma janela

Toda aberta ao sol que abrasa,
Ao frio que tosse e gela
E ao vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda
Derredor da minha casa,
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos e sobreiros
Era uma bela varanda,
Naquela bela janela!
...


E a cada raminho novo
Que a tenra acácia deitava,
Será loucura!..., mas era
Uma alegria
Na longa e negra apatia
Daquela miséria extrema
Em que vivia,
E vivera,
Como se fizera um poema,
Ou se um filho me nascera.

José Régio

POLÍTICA AGRÍCOLA... NO ALENTEJO

Os grandes beneficiados pelas ajudas da PAC foram precisamente os proprietários agrícolas que agora se manifestam nas ruas pedindo a cabeça do ministro da Agricultura. Foram os produtores de cerais os mais protegidos durante o período de transição, foram os cereais os produtos que beneficiaram de maior protecção e maiores ajudas comunitárias e nacionais. Foram alguns desses proprietários que enriqueceram com os negócios que fizeram graças ao desmantelamento da EPAC.


Os cereais foram mesmo prejudicados em prejuízo de outros sectores importantes como os da carne de bovino, de suíno e de aves de capoeira, já que a protecção excessiva de que beneficiaram resultaram em custos acrescidos das matérias primas desses sectores. Os produtores de cereais são uma minoria privilegiada que tem vivido à sobra do orçamento da PAC, enquanto muitos outros sectores, como a fruticultura ou a produção de hortícolas, quase não beneficiaram de ajudas, para não referir a imensidão de produtores florestais que foram marginalizados por uma PAC de uma Europa sem florestas.


Mais tarde ou mais cedo um ministro da Agricultura teria que ter a coragem de enfrentar este poderoso grupo de pressão, mais tarde ou ais cedo a PAC teria que sofrer uma inflexão, mais tarde ou mais cedo um ministro teria que descobrir que há muita agricultura para além da PAC.

Jaime Silva é um ministro competente e poderá representar uma mudança importante na política agrícola em Portugal, e essa mudança vai resultar em muitas manifestações iguais às que temos assistido. É a CAP e o que sobrou do latifúndio em luta pela sobrevivência de um modelo agrícola que tem gerado injustiça e que se tem saldado pelo fracasso da agricultura portuguesa.

J.E.R.

quinta-feira, 23 de março de 2006

MOÇÃO QUE TAVEIRA PINTO NÃO QUIS DISCUTIR ONTEM NA REUNIÃO DE CÂMARA:

Os vereadores da CDU, na Câmara Municipal de Ponte de Sor, apresentaram ontem em sessão de Câmara, a moção que transcrevemos, para ser discutida no periodo antes da ordem do dia, Taveira Pinto e a maioria socialista, recusou a sua discussão.
Urge perguntar quanto mais tempo, irá Taveira Pinto, esconder o que todos sabemos?
Quantos Pontessorenses terão de MORRER para que a água tenha qualidade?

Qualidade da Água


de Abastecimento Público



Os vereadores abaixo assinados vêm expôr a este orgão(Câmara Municipal de Ponte de Sor) que na sequência dos resultados constantes dos relatórios de ensaios de água destinada ao consumo humano que promovemos a expensas próprias, os quais para além de acusarem valores de Arsénio superiores ao valor paramétrico (VP) previsto no DL 243/2001 de 5.Set, foi detectada a presença de Hidrocarbonetos na água de consumo humano que abastece a nossa população, facto que se reveste de extremo perigo para a saúde pública.

Das
colheitas efectuadas na Torre das Vargens, Vale de Açor, Foros do Domingão, Domingão, Barreiras, Tramaga, Carvalhoso e Ponte de Sor, apurámos que no Domingão e Carvalhoso os valores de Arsénio representam 12mg/L e 11mg/L, respectivamente e que nos Foros do Domingão atinge o VP fixado de 10mg/L.

Como atrás referido, apurámos ainda a presença de Hidrocarbonetos na Torre das Vargens, Vale de Açor e Ponte de Sor (0.01 mg/L, 0.01 mg/L e 0.11 mg/L, respectivamente), salientando o facto da colheita realizada na cidade de Ponte de Sor, ter sido feita no Poço do Laranjal, principal ponto de abastecimento de parte da cidade de Ponte de Sor.

Perante este cenário e esta informação,
reclamamos a esta Câmara Municipal e ao seu presidente, o imediato encerramento destas captações, bem como a urgente tomada de medidas de salvaguarda da saúde pública inerentes e exigidas por lei.



Os vereadores da CDU

Isidro Carvalho da Rosa

João Pedro Xavier Abelho Amante

quarta-feira, 22 de março de 2006

COMUNICADO DO PCP DE PONTE DE SOR SOBRE A VENDA DO PARQUE DE CAMPISMO DE MONTARGIL




Ponte de Sor

À população de Montargil,
À população do Concelho de Ponte de Sor

Assunto: VENDA DO PARQUE DE CAMPISMO

No passado dia 8 de Março, o presidente da Câmara apresentou na reunião da Câmara Municipal, uma informação sobre o valor do PARQUE DE CAMPISMO, a qual, de acordo com a avaliação efectuada por 2 técnicos municipais, será de mais de 1 milhão de Euros.

No inicio da discussão referiu e propôs que a Câmara negociasse com esta base, a sua venda ao actual rendeiro - a ORBITUR - com o argumento, avançado por um dos vereadores, de que, terminando este ano o contrato de arrendamento, seria necessário proceder a obras de custo elevado na substituição da canalização. O presidente da Câmara mencionou ainda que além do preço de venda, poderia ser exigida a construção de uma piscina no terreno do parque, aberta ao público.

Taveira Pinto, questionado pela CDU, reconheceu não ter nenhuma previsão para a aplicação da receita.

Os Vereadores da CDU votaram CONTRA a proposta de venda e o Vereador do PSD votou favoravelmente o valor da avaliação.

O Vereador Isidro Rosa apresentou em nome dos Vereadores da CDU a declaração de voto CONTRA por entenderem tratar-se da venda de um bem público, cujo investimento municipal exigiu um grande esforço da autarquia, por representar um importante equipamento para a componente turística e ainda por considerarem não ser uma medida correcta para o desenvolvimento local,nomeadamente para a Albufeira de Montargil e para a população da Freguesia de Montargil.

O voto CONTRA foi ainda reforçado por entenderem que perante a análise da capacidade financeira da autarquia na presente data, não se ver necessidade de se proceder à venda deste equipamento de uso colectivo, para incluir o seu valor noutros equipamentos programados.

Os Vereadores da CDU defenderam ainda que se mantivesse o arrendamento de cerca de 25 mil €/ano, acrescido das actualizações legais.

O Secretariado da Comissão Concelhia do PCP depois do conhecimento desta informação, decidiu:

- que a população da Freguesia e do Concelho deverá ser informada de mais este atentado do Presidente da Câmara e do PS à gestão municipal, com uma política igual no concelho e no País, de desbaratamento dos bens públicos;

- convidar a população da Freguesia de Montargil a manifestar o seu repúdio por esta medida e promover a defesa dos terrenos municipais e do direito ao uso público da barragem, através de uma Comissão, cuja formação iremos apoiar;

- convidar todos os pescadores desportivos e todos os que usam livremente os terrenos municipais da barragem, como a sua área de lazer privilegiada, a associarem-se a este movimento de protesto de Montargil;

- alertar para a privatização a prazo da ÚNICA ÁREA EFECTIVAMENTE PÚBLICA DA BARRAGEM, em que se podem instalar determinado tipo de investimentos, de acordo com o PDM aprovado e mais graves se tornam à luz das afirmações que o Presidente da Câmara tem deixado cair sobre os contactos que já terá tido, com alguns dos que tentam concretizar o monopólio do desenvolvimento turístico nacional, para ceder todos os terrenos a norte do Parque de Campismo;

- lembrar que esta iniciativa só se torna possível depois dos resultados eleitorais de Outubro, na freguesia e no concelho e que só avançou certamente com o prévio conhecimento e acordo da Junta de Freguesia PS;

- recordar os aramados ilegais surgidos nas proximidades da Vila e que JÁ IMPEDEM O ACESSO de todos à faixa pública do espelho de água a que nem a Câmara PS, nem as autoridades do Ambiente se opuseram e que são apenas o início das condições de utilização da Albufeira num futuro próximo.


O Secretariado da Comissão Concelhia de Ponte de Sor do PCP

ÁGUA DO CONCELHO DE PONTE DE SÔR, UM PERIGO PARA A SAÚDE DOS SEUS HABITANTES

22 de Março:

Dia Mundial da Água



No concelho de Ponte de Sôr, continua tudo na mesma:

A maioria das captações de água

do concelho de Ponte de Sôr,

apresentam elevados teores de contaminação de

ARSÉNIO e ALUMÍNIO.


O nível do nosso desenvolvimento!

Inquinado

DOUTOR DE BOLONHA/DOUTOR DA MULA RUSSA

"O Presidente da República promulgou hoje o decreto-lei que alinha o Ensino Superior português com o Processo de Bolonha. Este é o primeiro diploma aprovado por Cavaco Silva desde que tomou posse."
SIC



Habitualmente opino sobre o que sei, nalguns casos sei mesmo, noutros julgo que sei, mas sobre o processo de Bolonha só sei mesmo que nada sei. Mas neste post vou opinar sobre o que não sei e isso é grave pois não só deveria ter interesse em saber, como as entidades responsáveis nada fizeram para que eu estivesse informado e deveriam tê-lo feito pois, por via da paternidade, sou parte interessada.

Tenho ouvido uns lamirés sobre Bolonha, mas tenho ficado sempre com a ideia de que isso é assunto de sacerdotes de cátedra, e agora que o ministro pegou fogo no rabo e teve uma crise de pressa, perguntei ao filho que estuda no terceiro ano de um curso universitário com a duração de cinco, se sabe o que vai fazer para o ano e a resposta foi a de que ninguém sabia.
No país do Plano Tecnológico um estudante do terceiro ano de um curso tecnológico não sabe se acaba o curso em Julho ou daqui a dois anos e meio…

Imagino-me no meu terceiro ano de economia (acabaram de ser excluídos os suspeitos de escreverem este blogue que tenham formação em direito) a ouvir dizerem-me toma lá o diploma que já és doutor!.
Quando voltasse a casa para dizer à minha mãe que já era doutor, como fez o Dias Loureiro quando chegou a ministro, calculo que a resposta seria a mesma do senhor Félix quando o filho inútil regressou de uma tentativa falhada de emigração em França e entrou em casa cumprimentando-o com um esmerado bonjour papa, ouviu a resposta pronta do pai a gritar para a mãe Oh Rita, leva-o para a cozinha que o mal dele é fome!.
No caso da minha mãe, que muito provavelmente teria a ideia que Bolonha fica em Itália, a resposta seria do tipo "só se fores doutor da mula russa". E tal como o filho do senhor Félix ainda sentiria esse estigma e da mesma forma que o emigrante falhado responde com a lista dos impropérios locais sempre que alguém lhe telefona a dizer bonjour, também eu ficaria foram de mim e mandaria a alma que me tratasse por dr. para um local menos próprio.

Seria um economista sem saber nada de política económica ou de econometria ou de economia matemática, para não referir muitas outras cadeiras que tive nos últimos dois anos de curso, em que se concentrava o saber da profissão.
Seria, enfim, um economista à bolonhesa, um prato rápido feito por políticos irresponsáveis que deixaram para a última hora o que deveriam ter feito em anos.

Mas, muito provavelmente, o prejuízo não seria assim tão grande, a Função Pública nunca me exigiu nada que fosse além da aritmética e duvido que a maioria das projecções de receitas fiscais feitas neste país exija mais do que uma regressão simples.
Também no sector privado não faltarão os gestores em cujo currículo se deveria ter substituído metade das cadeiras de gestão por uma de bem saber comer à mesa.

J.E.R.

NA POLÍTICA DE TAVEIRA PINTO A VERDADE DA MENTIRA

Por exemplo, o que poderá levar um político a reiterar ou reincidir numa mentira?
Ou um sujeito fingir, em mau teatro, desconhecer o outro?
É claro que deixamos de lado esta 2ª categoria - que se prende a recalcamentos antigos, traumas de classe e outras interiorizações malignas que perpassaram a adolescência, a faculdade, a revolução de Abril e muitos outros cravos e muitas poucas rosas na escola da vida que é sempre uma arena mui armadilhada, mesmo no pós-25 de Abril...

Cinjo-me aquela 1ª categoria: a mentira pública, i.é., emanada da boca dum político, voluntária ou involuntariamente. E há a dizer o seguinte: a mentira tem bases fisiológicas concretas, um pouco como a alma: que tem um lado liso, oriundo de Deus e que fielmente transmite objectos e narra factos, tal qual eles se apresentaram na realidade, pelo menos tanto quanto a nossa capacidade cognitiva o permite e descontadas as inter subjectividades que Gabriel Tarde falava e Kant também, 200 anos antes.

E depois, aquele lado cilíndrico da alma, herdado de um demónio, pode não ser o Professor Caetano, mas que sistematicamente disforma os factos para governança própria ou utilização privativa numa lógica de manutenção e maximização do poder. É precisamente que o actual presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sôr mente daquela forma.
É óbvio que ele se está a marimbar para os documentos sórdidos da intelligence da República imperial, mas credita-lhes valor para salvar o coiro político, doutro modo perderia a face. E nós sabemos que a face do Taveira Pinto já não é lá mui atractiva.

É este lado da alma que produz o pai da mentira.
Taveira Pinto fez mais: conseguiu fazer a quadratura do círculo.
Enganou os pontessorenses, enganou os seus pares e todos os seu vereadores, iludiu e destruiu a cidade e o concelho, escondeu a verdade ao munícipes e, ainda por cima, teve a arte macabra de dizer ao povo que o saltava votando-o à fogueira nesse instante.

Enfim, a arte da mentira pretende ser a temporal e universal, e isso Taveira Pinto conseguiu mais uma vez.
Em nome do Partido Socialista, dos seus apaniguados e dos seus privilégios, claro está!!!


Pedro Manuel

terça-feira, 21 de março de 2006

A GERAÇÃO C.P.

A população europeia, a portuguesa e a pontessorense em especial está, cada vez mais, como os dinossauros: extinguem-se porque não cabem na arca de Noé. Hoje somos tão saudáveis aos anos 70 anos como os nossos pais eram aos 50. Paralelamente, o emprego organizacional termina mais cedo do que no passado. No séc. XXI a reforma virá aos 55, só que a maioria de nós terá mais 20, 30, 40 anos de vida activa pela frente.

Estudos recentes demonstram que a Europa (envelhecida) está a perder a batalha da demografia. A população europeia perde em relação à população mundial, devido à fraca taxa de fecundidade no Velho Continente. Há 50 anos a população europeia representava 22% da população mundial; hoje representa 12%; e em 2050 representará 6%. Esta parece ter sido também a tendência com a transição para a democracia nos países do Leste europeu. Foi graças à imigração que esta tendência se atenuou.

Mas quais são as razões deste crescimento negativo da população europeia? A diminuição do número de casamentos, o aumento de divórcios, a maternidade tardia, e agora o estrondoso argumento do Sr. Levitt com o aborto e a evitação de muitos criminosos na América e no mundo exportados pela dita América - explicam o passivo das estatísticas. Por outro lado, aumenta a longevidade das pessoas. Na Islândia a esperança de vida dos homens é de 78 anos. Em Portugal é de 73 anos, das mais baixas da Europa, enquanto nos restantes países da Europa se situa, em média, entre os 73 e 77 anos. Com as mulheres essa esperança de vida aumenta.

Mas as estatísticas não choram nem explicam o despovoamento planetário.
No centro da cidade de Ponte de Sôr é uma desgraça.
Será da pobreza generalizada com a globalização infeliz?
Da água da cidade fornecida pelo Taveira Pinto, que mata mais que as guerras?
Da falta de planeamento familiar e dos baixos índices de alfabetização?
Será do desemprego?
Mas o Sr. Levitt remata-nos com o estrondoso argumento do aborto...

Tudo, portanto, conduz à incerteza e ao conflito na troika de gerações (pais – filhos - netos). Parece até que há uma turbulência nas três gerações do séc. XX para atingir a felicidade.

Assim, os nossos avós (1920) são a geração mimada da globalização dado que atingiram os objectivos profissionais e os direitos sociais num regime de auto-satisfação e num clima de crescimento regular; a geração dos nossos pais (1940) são os afilhados da globalização porque lutaram por esses direitos sociais e neutralizaram o risco por recurso ao endividamento do Welfare-State do pós-guerra; a minha geração (1950/60) é a órfã da globalização competitiva porque não consegue proteger-se do risco e incerteza, coabita com as injustiças sociais e fiscais e é incapaz de regular a ditadura dos mercados do neoliberalismo.

Muitos ainda vivem em casa dos pais e dão umas quecas nas namoradas às escondidas, com receio de serem agarrados pelos respectivos progenitores.
Isto passa-se com jovens de quarenta e tal anos.
É a chamada Geração - CP - a geração que por não se ter tornado independente ainda vive em Casa dos Pais (CP).
Qualquer dia escrevo um livro sobre o tema, afirmo humildemente umas bacoradas mais ou menos bem engendradas que entenda relevante para a economia, peço a chancela credibilizadora de meia dúzia de economistas que agora viraram cómicos em directo na TV, tipo Miguel Beleza, e faço um sucesso de bilheteira estrondoso como o Sr. Levitt.
Eis a receita do sucesso neste mundo povoado de pacóvios acríticos.

Mas é esta falta de gente - que não nasce - ou por causa do aborto ou por causa do desemprego (inclino-me mais para esta última razão, até porque é menos ficcional e mais séria) que se colocam sobre a mesa os graves problemas de financiamento ao nível da segurança social que dificulta a formação de maiorias sociológicas no poder do actual Estado (social) Europeu.

Enquanto isso, o país anda entretido com a fome sexual da banca lusa, por entre OPA’s e contra - OPA’s neste Portugal à beira-mar enterrado.
O Taveira Pinto, tenta vender o Parque de Campismo de Montargil, para desviar a atenção das investigações da Judiciária e da Água Altamente Tóxica que fornece aos concidadãos.
Já não sei bem porquê, mas hoje acordei com esta imagem na cabeça... E depois pensei que bem poderiam ser as tais progenitoras a monitorizarem - a partir do banco do jardim - as tais maroscas que os respectivos filhos de 40/50 anos fazem com as namoradas (e namorados, porque muitos deram em gay embora alguns não integrem ainda o BE) nas tais Casas dos Pais...


Pedro Manuel

segunda-feira, 20 de março de 2006

OS BANCOS E OS CONTRIBUINTES...

Os jornais do meio do mês traziam uma curiosa comparação dos resultados dos bancos nacionais.
Entre outras coisas interessantes, ficamos a saber que todos os 5 bancos (CGD, BCP, BES, BPI e Santander) tiveram um crescimento de lucros superior a 20%, dando-se até o caso curioso de o BES ter aumentado os resultados em 85% (sim, oitenta e cinco por cento).
Num ano em que o PIB quase não cresceu, tanta fartura mostra que algo está errado nas contas dos nossos bancos.
Mas o mais curioso é a percentagem desses lucros que o bancos pagam de impostos.
Todos se situam num nível próximo dos 20% (18,5% a CGD e o BES, 20% o BPI e o Santander).
Sabendo-se que no IRS, qualquer trabalhador dependente que ganhe mais de 200 contos líquidos por mês paga uma taxa de impostro igual à dos bancos, e aqueles que ganham mais de 1.000 contos o Estado fica-lhe com quase metade (uma taxa de 50%), ficamos a saber que os bancos contribuem para o défice com a mesma medida de um estagiário de qualquer empresa com mulher e filhos. E mesmo assim não é para todos.
É que um dos bancos analisados (o BCP) só paga 10,3% dos lucros para impostos. E eu dou comigo a perguntar porque é que um dos 5 maiores bancos nacionais paga metade dos impostos que os outros pagam.
Porque é que os outros pagam ao nível do estagiário e o BCP paga ao nível do jardineiro ?
Aqui está um interessante enigma para a imaginação de todos nós.
Aceitam-se propostas de explicação
.

J E R

sexta-feira, 17 de março de 2006

CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR QUER VENDER O PARQUE DE CAMPISMO DE MONTARGIL



A Câmara Municipal de Ponte de Sor, presidida pelo socialista Taveira Pinto, quer vender o Parque de Campismo da Barragem de Montargil, propriedade e construído pela Câmara Municipal, concessionado à Orbitur.


Onde chega a

“grandiosa” gestão do

Taveira Pinto
,

que já vende património municipal.


quinta-feira, 16 de março de 2006

ACTAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SÔR AO PREÇO DE DIAMANTES!



A maioria dos municípios portugueses tem as actas das suas sessões publicadas na Internet em formato pdf:

Home » Balcão Virtual » Documentos Online » Actas da Câmara

Acta nº09/06

2006-02-27


A Câmara Municipal de Ponte de Sôr além de não ter as actas publicadas na internet, porque não tem página, exige aos seus vereadores dinheiro para terem acesso a cópias das mesmas.


Taveira Pinto exigiu esta semana via oficio o pagamento de cerca de € 200,00, por cópia de uma acta municipal a um vereador da oposição.


Na Câmara Municipal de Ponte de Sôr as actas das sessões de câmara são mais caras que os diamantes.


terça-feira, 14 de março de 2006

NÃO BEBA ÁGUA DA REDE, ESTÁ EM CAUSA A SUA SAÚDE...


O nível do nosso desenvolvimento!

Inquinado


PASSADOS DOIS MESES

A SITUAÇÃO MANTÊM-SE



A maioria das captações de água do concelho de Ponte de Sor, apresentam elevados teores de contaminação de ARSÉNIO e ALUMÍNIO.

ESQUERDA MODERNA? [parte II]

É a esquerda moderna, estúpido!

Este país continua, de facto, a ser um total fantoche ideológico.
Trinta e tal anos após a revolução dos cravos e continuamos a apelidar de esquerda tudo o que é bom.
A tese decorre da hipótese.
E a hipótese, obviamente com formulação errada (julgo eu, e talvez seja só mesmo um problema meu!?), é a de que se pode ser um liberal de esquerda.
Pode?
A hipótese emergiu em público e numa reunião de faculdade assaz concorrida.
Para dizer que, afinal, havia algum liberalismo posicional no pensamento e atitudes de uma determinada malta perante uma determinada questão, malta tipicamente de esquerda, e que esse liberalismo até era a coisa boa que ofereciam àquela questão para a sua resolução.
Confesso que, num primeiro momento, fiquei meio estrugido.

Num segundo momento, e já refeito do choque, pus-me a pensar: é fantástico como, em Portugal, só a esquerda pode ter opiniões e posições valiosas e sérias.
Quando, por algum motivo, se usa o liberalismo (ou ideias liberais) para a resolução de um problema, e para não lhe chamar de direita (porque da direita só vêm coisas más e nunca opiniões valiosas e sérias!) então chama-se-lhe liberalismo de esquerda.

A moda e o fanatismo da esquerda chegaram a tal ponto que os seus personagens usam e abusam de ideias de direita para as fazerem passar por esquerda.
Pior que isto é dizerem-se convictamente de esquerda, apresentando-se como tal no seio do meio académico onde, putativamente, não há política, sendo as suas posições apolíticas e configurando, apenas, meras soluções para os problemas. Sim, porque política é aquilo que se escreve nos blogs; soluções, que não passam pelos blogs, nada têm a ver com política!

Este país continua, de facto, a ser um total fantoche ideológico.
Trinta e tal anos após a revolução dos cravos e continuamos a apelidar de esquerda tudo o que é bom. E quando procuramos soluções para os problemas, socorremo-nos de teses liberais para as apresentar como de esquerda liberal ou, ridiculamente, moderna.
Isto só em Portugal!

Ser de esquerda implica usar o Estado e os seus poderes para configurar um modelo social conveniente para o país.
O primeiro liberal de esquerda, que aposte num Estado pequeno e de direito, na liberdade individual e nos mecanismos de mercado está, portanto, para nascer!
O problema é que o Estado parece ser, neste momento, grande demais e não há soluções para o país que passem por ele. E, por isso, temos que recorrer ao mercado e às ideias de mercado para dar ao Estado o dinheiro que lhe falta por via do «seu Orçamento». Isto é, em todo o lado do mundo, um engodo.
Em Portugal chama-se esquerda liberal ou moderna!

Para quem venha de fora, e tenha a surpresa de aterrar numa destas reuniões, convém explicar, agora, que os novos modelos de esquerda preconizados pelas universidades para si próprias, nos dias que correm, enfatizam o mérito, o valor individual, a competitividade, o empreendedorismo interno, a avaliação e, imagine-se até, a legitimidade das receitas próprias por recurso ao tão famigerado mercado e por fora do Orçamento de Estado.

As universidades são, portanto, o fantástico mundo onde se forjam e desenvolvem os grandes pensamentos da esquerda liberal!
Vergonha!?
Nem pensar.
Continuam a ser de esquerda, pois então. E eu, que sou e sempre fui de uma minoria de direita, apenas mereço pagar o preço e transportar o rótulo de liberal de direita numa sociedade, pós-Estado Novo, de esquerda democrática.
Está visto que não soube, e continuo sem saber, enroupar os meus argumentos em retóricas pífias similares às que descrevo.

Imagine-se agora o leitor participar numa magnífica reunião, em que a maioria dos personagens se diz de esquerda, e a ver serem usados os argumentos da direita liberal, clássica, vestidos como de esquerda e por pessoas de esquerda.
O paradoxo funciona em todo o lado e, desde que Blair, no Reino Unido, foi eleito à esquerda para governar à direita, a moda pegou.
Lá como cá, ainda por cima cá onde a direita continua a ter, infelizmente, conotações fascizantes, a esquerda será sempre muito maior que a direita.
Sobretudo, e cada vez mais, a esquerda liberal.
É que é isto, para quem não tenha entendido, que configura a esquerda moderna, estúpido!

José C. de Carvalho

ESQUERDA MODERNA?


Na convenção Novas Fronteiras, José Sócrates falou entusiasticamente sobre a agenda de mudança da esquerda moderna, que modestamente pensa representar.
Claro que Sócrates não falava da esquerda, mas sim de um novo centrismo, que se tornou a ideologia da chamada esquerda democrática.
Sócrates pensa que o choque tecnológico é uma espécie de «O Capital» de Marx e que se tornará a nova bandeira da ruptura com a sociedade actual.
Ele é um gestor.
Que poderá ser bom ou mau para o país.
Mas nunca será o CEO da nova esquerda que proclama.
Governar é escolher.
Não é uma simples passagem por uma loja de maquilhagem.
Sócrates, no entanto, considera que isso é suficiente para dizer que o país mudou.
No seu estimulante discurso nas Novas Fronteiras há uma frase intrigante: promete defender os interesses gerais face aos corporativos.
Só que como é que, por exemplo, Sócrates diz defender os interesses gerais e uma unidade nuclear em termos de saúde, o IPO, pode sair do centro de Lisboa para ir para Oeiras?
Local que será muito mais caro para os carenciados que vêm do sul do país para usufruir de um hospital fundamental.
O valor de um terreno vale as pequenas poupanças de quem pouco tem?
Ainda bem que há uma esquerda moderna...


Fernando Sobral

"SKIP"...


Autarca condenada por difamação
Fátima Felgueiras diz que não pode pagar multa de 12.500 euros




A presidente da Câmara de Felgueiras garantiu hoje, no Tribunal de Fafe, que vive apenas do ordenado de autarca e das prestações de uma pensão, sustentando que não tem meios para pagar a multa de 12.500 euros a que foi condenada por difamação.

Na repetição de parte do julgamento, ordenada pelo Tribunal da Relação de Guimarães, Fátima Felgueiras disse que recebe mensalmente 3273 euros ilíquidos mensais da autarquia e 700 euros líquidos de uma pensão.

A autarca garantiu que tem "muitas despesas pessoais, e dívidas", nomeadamente as que se prendem com o elevado custo dos vários processos judiciais que enfrenta e outras como o pagamento, até há dois meses, dos estudos de um filho no Brasil.

O tribunal procedeu hoje à repetição de uma parte de um julgamento em que Fátima Felgueiras foi condenada ao pagamento de uma multa de 12.500 euros, em 2005, pelo crime de difamação, tendo agendado para dia 22 a leitura da sentença.

Em Novembro do ano passado, o Tribunal da Relação de Guimarães considerara que a sentença proferida em Fafe concluiu, sem os necessários meios de prova, que a presidente da Câmara de Felgueiras possuía meios bastantes para pagar 12.500 euros de multa pela prática do crime de difamação agravada.

Fátima Felgueiras foi também condenada no dia 4 de Abril a pagar ao seu ex-colaborador Horácio Costa uma indemnização de 1250 euros.


In: Público

segunda-feira, 13 de março de 2006

MAIS UMA PONTA DO VASTO ICEBERGUE: [parte V]




In: Jornal Diário de Notícias,
Última Página
Sexta-feira,
dia 10 de Março de 2006

sexta-feira, 10 de março de 2006

COMO DIRIA A D. CONTANÇA:...HABITUEM-SE...[parte II]

O que se exige a Cavaco

Espera-se que os próximos cinco anos sejam diferentes dos últimos dez.
Esperam os portugueses que elegeram Cavaco, acreditando que ele pode ser decisivo para a inversão do ciclo de crise económica e social que outros não foram capazes de vencer.
Os que acreditam, pensam como o novo Presidente – há um caminho que tem de ser seguido; e não há outro.
Os que assim pensam, esperam que Cavaco cumpra e faça cumprir o que ontem enunciou como linhas de força da sua acção política – numa interpretação activa dos poderes presidenciais.
A leitura permite um acompanhamento exigente da acção governativa e limita a estabilidade política à barreira do imobilismo.
Para que os agentes políticos sejam exemplos de cumprimento das promessas feitas; para que à hierarquia de responsabilidade se chegue por critérios de mérito; para que o combate à corrupção se afirme como um amigo da democracia.
Se assim for, haverá legitimidade para que todos sejam envolvidos numa prática de exigência. É este o desafio com que o Presidente da República inicia o mandato, sabendo estar – também ele – sujeito a avaliação.
A Cavaco poucos perdoarão o fracasso.
Muito menos se ele o perdoar a Sócrates.


Raul Vaz

quinta-feira, 9 de março de 2006

MAIS UMA PONTA DO VASTO ICEBERGUE: [parte IV]




"De acordo com os elementos carreados para os autos, verificam-se existirem fortes indícios da prática... de crimes de peculato, peculato e uso e abuso de poder, ilícios previstos e punidos respectivamente pelo disposto nos artigos 375, 376 e 382, todos do Código Penal....
Assim sendo, ... , autorizo a realização de uma busca à Câmara Municipal de Ponte de Sôr, sita no Largo 25 de Abril, assim como a... apreensão de documentos, objectos ou outros elementos que aí se encontrem, relacionados com a alegada prática dos factos ilícitos em apreço e que se revelem úteis como meio de prova para a investigação dos mesmos,..."


In: MANDATO DE BUSCA DA À CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SÔR

10 ANOS DE SAMPAIO [parte II] AINDA O MANDATO DO 17º. PRESIDENTE




Costuma dizer-se que quando uma pessoa vai longe demais devia ficar por lá.
É, certamente, o caso do antigo Presidente da República Jorge Sampaio - por quem temos, aliás, simpatia pessoal.
Recordo até um importante prémio que recebi de suas mãos em 1996 por ocasião de um trabalho que visou comemorar o cinquentenário da ONU.
Mas a política, a alta política, não se compadece com questões deste quilate, da ordem do pessoal, do íntimo, do saudoso, do afecto e, em geral, de levar a mágoa ao seu vizinho.
Sucede que os vizinhos de Sampaio eram - e são 10 milhões - de portugueses que hoje estão bem piores do que quando ele foi empossado, há uma década.
no outro século e no outro milénio, o que faz de Sampaio um homem do passado já muito longíquo...

Como nota prévia é isto que acho que melhor definir Sampaio:
Alguém que gosta de levar a mágoa ao seu vizinho;
Um pouco como aquelas pessoas chatas que perdem a cabeça e nunca dão por isso;
Um tipo de pessoas que mesmo quando não têm nada para dizer continuam a dizê-lo.
Tenho para mim que Sampaio foi este tipo de presidente, alguém, como já foi dito e redito (J. Miguel Júdice e A. J. Teixeira/dn) foi demasiado "normal", mesmo numas circunstâncias extraordinárias que o mundo, a Europa e, por maioria de razão, Portugal vive(m).
Assim, e num 1º relance Jorge Sampaio parece-me um actor que monotonizou os portugueses, encharcou-os de discursos sem sentido, sem fulgor, vazios, ocos, banalizando o valor da palavra e o significado dela - enfraquecendo até a nossa gramática, já que em inúmeros casos Sampaio nem com o predicado conseguia concordar. E não é preciso recorrer à douta Edite Estrela para o compreender.

Nada disto, contudo, questiona a sua sinceridade, afecto e honestidade e até delicadeza e amabilidade pessoais, com aqueles trejeitos linguísticos tão conhecidos como:
"o pá, o pá"!!!!
Será que ele alguma vez se lembra de referir-se assim ao seu querido e actual PGR, Souto Moura?
Creio que devia, como devia também tê-lo exonerado há mais de 700 dias...
Mas não!!!, o Dr. Sampaio quer continuar a ser honesto, sério e respeitador não se sabe bem de quê nem porquê, apesar de em termos políticos ser um valente chato. E é com essas chatices que tem penalizado a nação, a liberdade de expressão - de que a redacção do 24h - um tablóide que nem sequer leio - mas que merece respeito - foi literalmente invadida por ordens dum juíz que certamente ensadeceu, provavelmente a toque d'alguma bicada de ave provinda da China já infectada com o tal virús parecido - ou equivalente - aquele que deixou no passado recente as vacas tão loucas.
A estória repete-se. E a manutenção do Dr Souto na PGR recria em cada um de nós a ambiência de Casa Pia verdadeiramente execrável (e impune) e que fustigou dois amigos de Sampaio: Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso.
Ora cada português tem direito ao seu bom nome. E esta manutenção do PGR parece querer ocultar mais do descobrir.
Quer se queira, quer não, é isto que Jorge Sampaio traduz cá para fora com este tipo de medos políticos.
Afinal, Sampaio terá medo de quê???

Como 1ª apreciação pessoal - que também não deixa de ser política, e negativa obviamente, é isto que me suscita Sampaio num 2º relance.
Alguém que está meia hora connosco mas que tivemos a sensação que esteve uma vida, contaminando até as nossas gerações anteriores numa lógica cronológica verdadeiramente descontrolada e errática.
Mesmo que agora Jorge Sampaio diga à turba que sairá como entrou, ié, pobrezinho, sério, honesto e trabalhador - não posso deixar de pensar que ele faz bem em ir jogar golfe, passar a colonizar as salas de cinema - até porque o cinema está em crise por causa da falta de dinheiro, desemprego, aparecimento das salas de vídeo, internet, joy sticks e outra parafernália - libertando, assim, os 10 milhões de portugueses daquelas palavras, daquelas lógicas discursivas redondas e obtusas que quando ocorrem nos deviam sempre reprimir um sorriso que sem querer nos aflorava aos lábios, etc.

É claro que a maior parte das pessoas isentas, lúcidas e com justeza na avaliação do comportamento dos actores políticos pensará mais ou menos assim.
Mas também sei que isto não se diga, muito menos em público e precisamente no dia em que o aniversariante faz anos.
Até o próprio Marcelo Rebello de Sousa, de quem se espera uma articulação clara entre a inteligência, lucidez e justeza distorceu a realidade dos factos só para agradar a Sampaio - como forma de retribuir o gesto que aquele teve para consigo quando a "cabala" mais estúpida da estória do esoterismo mundial burilada por Rui Gomes da Silva teve lugar e depois a TVI de Pais do Amaral o tentou censurar previamente - processo esse que culminou no seu auto-afastamento da estação de Queluz.
O resto da narrativa já é conhecida, até em Trás-os Montes...

Aqui Sampaio foi na política como Marcelo na análise de fim-de-semana: parcial e injusto e até fulanisou a questão.
Porque, precisamente, se tratava de Marcelo.
Gostaríamos de saber, en passent, se o fait divers tivesse ocorrido com um outro jornalista, já não digo Miguel Sousa Tavares - porque este é igualmente pesado - mas com um jornalista do Público, do DN ou do CM...

Como reagiria nesse caso - hipotético - Jorge Sampaio?!
Tenho para mim, com elevado grau de certeza que Sampaio não o receberia nem o acariciaria - tal como fez com Marcelo - escancarando-lhe as portas de Belém.
Que foi, neste caso, tratado como um rei de paróquia a quem o Sumo Pontífice - a partir de Belém - concede uma coroa (um pouco mais pequena do que a sua) a fim de condecorar a liberdade de expressão em Portugal na pessoa de Marcelo.
Até neste ponto Sampaio denunciou um amiguismo intolerável em política, especialmente porque o visado era o rei da telegenia em Portugal.
O grande Marcelo.
O mesmo que por vezes ainda consegue ser mais injusto do que a injustiça.

Este foi apenas mais um fait divers, embora tivéssemos aqui lamentado a actuação da TVI e a estória da cabala que, como o seu autor, não tem pontas por onde se lhe pegue.

Dito isto, já estamos em condições de fixar o background político de Sampaio e a forma (sumária) de como ele chegou a Belém.
Por erro, óbviamente.
Tal como Santana ascendeu a PM
.
Uma articulação infeliz de erro + circunstâncias - que esperemos não se voltem a repetir na política em Portugal.
Sampaio era um autarca que tinha feito uma obra razoável em Lisboa.
Era cordato, era normal, era previsível.
É derrotado por António Guterres à liderança do PS e fica um pouco sem saber o que fazer.

Fica como estava antes: sem projecto. E mais uma vez são as circunstâncias que lhe abrem o caminho, mas nunca foi ele que controlou as circunstâncias, foram estas que dominaram sempre a sua vida política.
Sem rasgo, sempre com a tal normalidade - que nos tempos que correm são até uma diminuição da importância de alguém. Diz-se até, em linguagem corrente, "é pá o tipo é normal... ", por isso a mulher...

Tudo isto para dizer que Sampaio chega a Belém por erro e pelo resultado exclusivo das circunstâncias.
Foi um puro acidente político, e não era expectável que fosse Cavaco (com um tabú que também se alongou em demasia) fosse conquistar o poder no Palácio Rosa quando vinha de 10 anos de governação altamente estafantes, mas também, ao invés de Sampaio, altamente positivos para a modernização e desenvolvimento de Portugal. Confesso, ainda assim, que em 1996, teria preferido que fosse Cavaco a ocupar a cadeira e nunca Sampaio - que deveria ter ficado onde estava, até para concluir o seu mandato na autarquia de Lisboa que entretanto interrompera.
À boa e irresponsável maneira lusa.

Que é, aliás, como até ele próprio reconhece um homem guindado para outro tipo de funções, que não as presidenciais.
Sampaio, como reconhece, não é um líder, não tem carisma, tem dificuldades em ser claro e objectivo, logo também comunica mal e não se lhe percebe duas ideias articuladas se não estiver a ler um papel, como então criticava Marcelo Rebello de Sousa.
Isto, claro está, nos tempos em que Marcelo dizia de Sampaio o que verdadeiramente pensava.
Hoje amoleceu, tem uma memória selectiva e tende estruturalmente a ocultar a realidade que genéticamente pensa.
Mas felizmente que Portugal tem muitas outras pessoas que sabem pensar a política, sem alguns subterfúgios, e fretes que se fazem aos amigos em vista a agradar, nada mais.
Mesmo que esse tipo de jeito amanhã seja eliminado da história - que encerrará com outro registos mais isentos e imparciais - que é também o que se espera dum analista credível...

Com esta ascensão Sampaio - sem a tal preparação política e sem ter uma ideia, um desígnio para Portugal, nem ter a mínima ideia de como pôr o "barco" em andamento - só poderia descambar na tal "normalidade" que nos apoucou durante uma década.
Ante este apoucamento pergunto-me o que restará de Sampaio nos registos imediatos???
Um relator de discursos, em muitos casos feitos com perninhas alheias?
Um amante do caos e da caologia - sem, em rigor, saber a fundo o que são;
Um cultor das teorias da globalização que lhe sopravam da Fundação Calouste Gulbenkian - e que ele, muitas vezes sem a massa crítica para as sustentar, lia com prazer batendo as asas como o tal efeito de borboleta que animava o fundamento daquelas teorias da caologia que dizem mais ou menos isto: quando os chineses se chateiam os tugas cá no burgo podem sofrer as suas consequências económicas e sociais, etc, etc...

Mas Sampaio não percebia nada do que estava lendo, nem, talvez a bibliografia, e assim ia consumindo os portugueses com discursos de circunstância para mostrar que estava actualizado, mesmo que os portugueses entrassem em colapso nas múltiplas dimensões que compõem as suas vidas.
Sampaio, no fundo, marimbava-se para os tugas, ele queria era discursos actuais sobre a globalização. E aqui era igual a Mário Soares, que também só lia papéis e inaugurou o estilo das presidências abertas que por vezes continha na ementa umas ofensas salóias aos desgraçados dos GNRs de serviço que apenas queriam ordenar o trânsito para sua majestade passar.

Sampaio não soube, de facto, privilegiar as relações com o governo, não o soube advertir atempadamente; não soube propor ou sugerir a implementação de outras políticas públicas que valorizassem preventivamente o atraso estrutural na formação e qualificação dos portugueses, e agora enche a boca com discursos de circunstância - que dizem coisas importantes - mas como ele banalizou a palavra ninguém já o leva a sério. E se o povo não o leva a sério - apesar de ter muito carinho por ele - é porque também não lhe reconhece autoridade.
Aliás, ainda ontem na TSF a maioria das pessoas que intervieram no fórum - exceptuando os choramnigas do costume - convergiram nesta linha pessimista que irá registar históricamente Sampaio como o presidente da normalidade, mesmo que o país real que ele deixou esteja em colapso e em recessão moral e material.

Sampaio não soube, em rigor, travar os ímpetos de Guterres; não valorizou funcionalmente a Justiça - área em que era suposto conhecer melhor, mas hoje brinda-nos com o elogio bacoco ao Sr. Souto Moura que já devia estar no olho da rua há um ou dois anos.
Mas não, Sampaio diz que Moura é sério e honesto - como ele.
Dando a entender ao país que Sampaio tem uma referência ética, moral e política: o Sr. Souto... Valha-nos Deus...
Mas será que não existe assessor capaz de lhe ditar aquilo que ele deveria dizer junto da opinião pública!!??
Por vezes, temo bem que não.
Ou então o homem deixou de os ouvir.
Aos assessores.
Que também já desistiram de o aconselhar dado que é uma total perda de tempo.

Sampaio interpretou a CRP como um mero legalista que lê a Constituição como um estagiário de direito que um dia almeja exercer advocacia ou um passageiro que escuta e vê como se coloca o cinto de segurança no avião antes do take of. Estabilizou o regime?
Mas estaria este em perigo ou à beira dum golpe de Estado ou duma guerra civil?
Não.
Sampaio foi tão só um excelente Comandante Supremo das Forças Armadas, segundo o mestre de cerimónias Paulo Portas - que agora foi para a SIC mandar poeira e tocar música para os ouvidos dos indígenas.
Felizmente quando me avisaram já tinha terminado.
Eu como já conheço bem a peça e até lhe antecipo as palavras, as frases, os tiques e os trejeitos - não compro. E nem é preciso evocar aqui a reacção do Bordalo.
Digo só: não compro.

Impediu, por outro lado, que militares portugueses zarpassem para o Iraque. Brilhante!!!
Bom, também seria melhor que os deixasse partir, isso sim, seria a maior das irresponsabilidades.
Para o Iraque fazer o quê?
Ajudar o louco do G. Bush?
Fazer um frete parcial à ONU? à Nato?
À nova ordem internacional?
A troco de quê?
De prestígio?
De eficiência e de eficácia...
Aqui, diga-se, Sampaio foi normal, igual a si próprio.
Normal para uns; brilhante para outros.
Para mim foi só normal.

Geriu a crise aberta com a fuga politicamente cobarde e inqualificável de Barroso para Bruxelas - que, aliás, já vinha preparando há meses - em surdina (queimando as possibilidades de António Vitorino - que desde então ficou traumatizado e agora vinga-se copiando Marcelo no mesmo canal), e, por isso, Manuela Ferreira Leite também jamais lhe desculpará, enquanto Santana se ria.
Viu-se no final, quem riu melhor:
Durão, sentado no seu novel cadeirão bruxelense. E aqui Sampaio o que fez(??), senão vergar-se à putativa importância do cargo de director-geral dos burocratas em Bruxelas...
Por amor de Deus!!!

Então, guiar a nave da Europa, que é cada vez mais uma manta de retalhos, é mais importante do que governar os destinos do seu próprio país??
Onde está o patriotismo e o nacionalismo de Sampaio???
Provavelmente, no mesmo sítio onde Durão já tinha enfiado a cabeça: nos 5 mil cts de ordenado mensal associado ao prestígio e à ilusão de que se comanda os destinos da Europa e até do mundo a partir do microcosmos bruxelense.
Aqui a ambição e a soberba desmedidas num caso (Durão) e a indecisão estratégica no outro (Sampaio) definiram o quadro de circunstâncias em que Durão e Sampaio enfiaram Portugal.

Foi isto exemplar?
Foi isto uma gestão política normal por parte do locatário de Belém?
Foi uma nódoa e uma mancha na história política e constitucional na dobra do milénio?
É óbvio que não terei qualquer dúvida em qualificar esta gestão política manhosa, irresponsável e sem projecto e desígnio à vista.
Mais a mais o dr. Durão tinha um compromisso solene com os portugueses, Sampaio também - e por cause de meia dúzia de lentilhas trocaram ambos o prato português pelo prato bruxelense.
Para quê, afinal?
Ambos violaram a Constituição e, mais grave ainda, usurparam a confiança que os portugueses neles depositaram.

É certo que Sampaio tem um grande trunfo do seu lado, como Fernando Pessoa: fala bem o inglês.
Mas até aqui essa sua aparente hegemonia não se traduziu em conseguir evitar que Moçambique viesse a integrar a Commonwealth britânica - cujos interesses comerciais e económicas e a sua posição geopolítica determinaram aquela inserção e alinhamento estratégico ao lado do Reino Unido.
Enfraquecendo, também aqui, os putativos laços da treta da lusofonia com que ainda hoje muitos políticos de palmo e meio enchem a boca.
Não raro, para defenderem uns interessezecos dum empresário amigalhaço a quem prometeram a desnacionalização de um hotel ou de outro equipamento a troco de uns milhares de contos under the table.
Enfim, é o costume.
Um costume em que o então jornal Independente do Paulinho das "feiras" era semanalmente especialista.
Tanto que até fez cair o cavaquismo, tamanha era a sua obsessão.
Agora, para as presidenciais, foi o mesmo Paulo Portas que veio a público manifestar a Cavaco o seu inefável apoio.
Haja decoro Dr. Paulo Portas.
Decoro e vergonha...
Que é coisa que o dito cujo não tem.
Mas não importa: não deu como político, haverá de dar como analista na SIC.
Não vai por um lado, entra por outro...
É preciso é entrar.

É certo que Sampaio é digno da bandeira, dos demais símbolos, fala bem o inglês (melhor até que o português, o que não deixa de ser estranho...), promove muitos interesses, desde a saúde, à ciência, o capital de risco, o pão aos pobres, os lenços aos ranhosos por andarem sempre a fungar e o mais que esta triste sina e fado nos legou pela mão do Sr. Dr. Sampaio.
Mas isto é pouco, pouquinho, pouquérrimo.
Isto é nada.
É uma mão cheio de cosas nenhumas
.
Dizem-me que foi normal na questão da transferência do território de Macau para a China.
Mas queriam que ele se pusesse em bicos de pés fazendo birra e oferecendo resistência à sua integração na República Popular da China?
Creio que não.
Foi normal.
Salvaguardou-se, contudo, um estatuto de zona económica especial, já não foi mau - volvidos tantos séculos de história comum.
Mas isto não deve ser assacado a Sampaio, é da história - não dele.
Pertence aos dois povos, e não ao Palácio de Belém.

Depois veio o pior do mau. O seu 2º mandato.
Poderia dizer que foi péssimo e fechar este balanço que não andaria longe da verdade.
Ainda assim, perderei aqui algum tempo para que este testemunho fique mais claro.

Depois de Durão deixar Portugal a arder, a meio da execução dum OGE e de inúmeras políticas públicas em andamento - talvez fossemos mais bem sucedidos nessas reformas se houvesse continuidade governativa.
Mas não, o abandono foi puro e duro e irreversível e hoje é a recessão que pauta a vida das empresas, do Estado e das pessoas. E aí que decide fazer Sampaio?
Decide empossar o maior demagogo-populista especialista em incendiar congressos julgando, assim, que seria um grande líder de um governo de transição ao jeito monárquico.

Confesso que nunca senti tanta pena dum político português como do Dr. Santana Lopes.
Que esteve, curiosamente, para ser meu professor de Direito Comunitário em 1986, mas além da apresentação da 1ª aula - aonde foi foi passear-se e mostrar-se nunca mais lá pusera os pés.
Hoje congratulo-me.
Pois cedo percebi que a sua ambição era desmedida e não visava o bem comum, muito menos o da transmissão de conhecimento (que também não tinha) - salvo se o bem comum fosse de harmonia com os seus interesses privados.
Mas naquele tempo a universidade não dava palco, também paga mal e o bom do Lopes entendeu fazer o que lhe estava no código genético: zarpou sem dizer água vai.
Ora isto remete mais para o carácter do que para a dimensão pública duma pessoa, mas a dada altura estas duas dimensões entram em interdependência e daí nasce uma simbiose que, no caso vertente, só poderia ser pior ainda do que a prestação presidencial de Sampaio em Belém.
O que infelizmente veio a suceder.

Sampaio viabiliza o governo Santana com a justificação de que tem uma maioria na Assembleia da República, apesar de na calha estarem nomes como Manuela Ferreira Leita, Marcelo e Marquês Mendes.
Depois Sampaio, com aquele ar temerato que estruturalmente o caracteriza, resolveu andar duas semanas a ouvir os banqueiros, os industriais e outros que tais.
Tudo à velocidade de um caracol, e depois decidiu da forma brilhante que se viu.
Santana também ajudou à festa: o episódio da cabala de Rui Gomes da Silva e o episódio do sr. Henrique Chaves criaram esse tal ambiente de degradação politico-institucional que serviram de pretexto para Sampaio demitir quem empossara na véspera.
Enfim, foi um espectáculo deprimente representado ali na Barraca, na Cornucópia ou no teatro Almadense, foi a sensação com que fiquei, confesso. E nisto devo ter sido acompanhado por mihões de pessoas de bom senso.
Até perdi a simpatia pelo PSD.

Timor foi um crédito...
Ó meu Deus, se não fosse a jogada de antecipação - essa sim brilhante - de Guterres junto de Bil Clinton - ameaçando até o seu lugar na Internacional Socialista e o de Primeiro Ministro em Portugal - Sampaio ainda hoje estaria a enviar os seus emissários - tipo J. Gabriel - em missões especiais a Jakarta para saber do estado da arte em que a coisa estaria.
Mas Sampaio fez muitos telefonemas; fez muitas viagens; muitos discursos, muitos cordões sanitários, perdão humanitários à volta da embaixada dos EUA em Sete Rios - mesmo em frente ao Jardim Zoológico (não confundir com o jardim da Madeira do sr. Alberto João) ...
Julgo que também aqui o artífice do relógio foi António Guterres - 80 vezes mais inteligente e 100 vezes mais rápido em termos político-diplomáticos do que Sampaio - mas, em rigor, foi uma vitória de Portugal, de Timor-Leste e, acima de tudo, da Liberdade. Uma liberdade de barrigas vazias, é certo, na fronteira da morte e das carências de quase tudo como é hoje evidente.
Mas é esse o preço da liberdade.
Tivémos igual experiência com a descolonizaçaõ exemplar em África feita pelos srs. Drs Mário Soares e Almeida Santos, com a vantagem deste conseguir recuperar os seus bens e acautelar os seus interesses privados antes da revolução eclodir.
Enfim, coincidências que a história um dia julgará.

De sublinhar uma outra circunstância que facilitou esse amolecimento estratégico de Jakarta.
Não, não me refiro aqui ao episódio orgásmico de Bill Clitoris na saias redondinhas da Srª Mónica (sempre poderia ter melhor gosto, com tantas assessoras) - mas à avançada fragmentação territorial da Indonésia - e das suas milhares de ilhas - especialmente a zona de Ace - irrompia contra a autoridade central.
Um pouco como se de um momento para o outro o Sr. Alberto João Jardim - que acho ser ainda conselheiro de Estado - começasse a mandar calhaus para Belém dizendo à turba que queria a independência da ilha da Madeira para assim melhor se (con)sagrar o monarca absoluto.
Ora sem estas circunstâncias o potentado da Indonésia - que sofria também uma dura reacção do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial às suas contas públicas, programas de estabilidade e crescimento e ao regime de permanente corrupção e nepotismo em que vivia Suarto e a sua família - que conduziram à sua queda - a independência de Timor jamais seria possível sem esse concreto contexto.
Por isso, não ficaria nada mal ao Dr. Sampaio que pedisse aos seus assessores - que os tem e em qualidade - que lhe recordassem um pouco da história política (regional) recente, já que ele demonstrou não ser capaz de o fazer de forma autónoma.

Por isso, quando os oficiais de serviço me querem vender a estória da importância do papel que Belém teve na independência de Timor fico, provavelmente, com uma vontade de dar uma gargalhada tipo-Manela-Moura-Guedes, um pouco como Guterres.
Mas fico-me só pelo sorriso contido, que é o que a vida nos ensina a fazer e a escolha do realismo cínico nos recomenda a todos. Se quisermos termos sucesso nas nossas carreiras.
Mas confesso, que me estou nas tintas para ser cínico e hipócrita, e como tive uma outra educação e observo uma outra escala de valores - afirmamos aqui também mais essa gargalhada, que resulta da vontade dos otários do costeme - quando afirmam o que afirmam acerca da independência de Timor imputando-o, erróneamente, à expertise de Sampaio.
Ora, os factos e a verdade oferecem uma outra versão. E seria até tão curioso quanto interessante que os assessores políticos de Belém escrevessem umas coisas sobre o assunto.
Veremos aqui a que escola de pensamento predominam esses especialistas: se à leitura do cinismo institucinalizado dizendo sempre bem de tudo e de todos sacrificando a verdade; se à versão corajosa de quem tem uma verdade para contar e conta-a sem fretes, sem distorções, e sem resíduos intelectuais de justificação que só pretendem justificar o injustificável, como fez o prof. Marcelo a semana passada na RTP à senhora Dona Ana que o costuma entrevistar aos domingos e no final nos deseja uma boa semana. E a seguir vou comer mais outra chamuça...

Confesso que desejaria ter centenas de outras razões para aqui elogiar e credibilizar o Presidente da República nestes últimos 10 anos em Belém.
Estou até convencido que Jorge Sampaio terá muitas outras qualidades - que agora desenvolverá no golfe, na 7ª arte, na colecção de cágados, de relógios, na feitura das memórias, no regresso à vida civil e à barra dos tribunais - donde também nunca se notabilizára, etc, etc.

Mas, de facto, Sampaio poderia ao menos ter tido a coragem de ter feito um melhor 2º mandato em Belém, e não ficar escravo da hesitação, do medo, do excesso de prudência que traduz estruturalmente a sua personalidade e maneira de ser.
Mas cada um é como cada qual, não há volta a dar-lhe. E Sampaio é, de faco, assim.
Mas com tão bons assessores políticos, é de surpreender que ele tenha enfileirado por trilhos perigosos que só o apoucaram e farão dele, porventura, um lobo vestido com pele de cordeiro - que tomou as decisões que tomou enforcando políticamente Ferro Rodrigues para facilitar a arrumação da casa do (seu) Partido Socialista e abrir as portas do poder a José Sócrates, o que veio a suceder.

Como mero cidadão, se me perguntassem o que hoje poderia dizer de Sampaio - diria que tenho saudades do futuro.
Se fosse já um velho diria que talvez fosse útil não cometer na vida civil as borradas que se fizeram na vida política, as mulheres não gostam e depois desrespeitam-nos.
Além de que depois nenhuma das bolas cai no buraco certo, falando de golfe, é claro!!!
Mas isto, como dizia o outro - "ele há sempre tipos para tudo" - e é neste "tudo" que cabe mesmo tudo, até as declarações mais infelizes e bizarras que alguém - ainda PR - pode dizer: "para mim Belém já não constitui mais um desafio", como referiu Sampaio.

Ora é aqui que pasmo, só de constatar que Sampaio tem de declarar uma coisa tão óbvia, como se ainda fosse verosímel Sampaio vir a candidatar-se a Belém e ganhar... É por estas e por outras que Mário Soares caíu em desgraça.
Esta gente pensa que é como o Luís Vaz de Camões, o Vieira, o Pessoa ou o Eça (só não cito aqui o Saramago porque ele ainda não aprendeu a escrever..) - que se cita recorrentemente e nunca se desactualizam, nunca morrem.
São imortais.
De facto, e para concluir, os cemitérios estão repletos de PR - como maior folgo do que muitos que andam por aí.

Há, contudo, uma grande lição que extraío da presença de Sampio em Belém nesta última década, que pareceu uma eternidade.
É a de que Portugal tem sido um país com sorte e com azar.
Com sorte por causa da natureza, do clima, da hospitalidade, da gastronomia, das chamuças da Srª que entrevista o prof. Marcelo, etc.
Com azar porque o país tem um tendência inata para gerar no seio próprio seio circunstâncias que produzem "homens normais" - que depois assaltam a vida pública, controlam o aparelho de Estado, servem-se dele sem pouco ou nada dar ao país que os alimenta. E isto nem sequer é um indirecta para o ainda locatário de Belém, é uma constatação mais genérica do nosso sistema de recrutamento do pessoal político, tão gerador - por endogamia - como na universidade - de homens normais, previsíveis, sonolentos - e que com essas "virtudes" depois adormecem 10 milhões de homens e de mulheres que querem sair do atoleiro em que se encontram e não sabem como.
Portugal não precisa de homens normais.

Portugal, na realidade, carece é de homens excepcionais, com capacidade de liderança, com um projecto, com um sonho, com um desígnio para o País.
Tudo coisas que passaram completamente ao lado da cabeça de Sampaio.
Um homem cuja prestação política e a média foi bastante faltosa no decurso destes eternos 10 anos - que esperemos jamais se repitam na história da nossa Nação e da nossa República.

A não ser que tais declarações sejam proferidas por pessoas que pretendam ser jovens aos 60 anos.
Há até aqueles que o querem ser aos 80...
Bom, mas é aqui que me interpelo com alguma metafísica, já que evoquei ali o Fernando Pessoa: como é que cabeças tão grandes têm lá dentro cabeças tão pequenas!!!???


Para que não se pense que as nossas discordâncias vão além da política oferecemos aqui um belo e garboso estojo para que o Sr. Dr. Jorge Sampaio possa aprender a jogar golfe.


Esperemos, pois, que faça sempre bom uso dos tacos, e nunca tenha o ensejo de os exercitar na cabeça de ninguém. Porque ao fim e ao cabo os portuguese andam há 10 anos, eu dissse 10 anos, com muita vontade em o fazer mas devido à tolerância própria das sociedades democráticas e pluralistas os tugas têm contido exemplarmente esse impulso. Eu par hazard, é mais ténis.



Temos, contudo, uma teoria simples acerca do golfe.
Mas antes impõe-se uma nota prévia sobre o ténis.
Que já foi um desporto de elite, mas hoje qualquer supermercado manhoso vende raquetes ao peso.
Trata-se duma modalidade aconselhada tanto à esquerda como à direita, sendo que a diferença apenas reside no local onde se pratica.
Mas a grande valia do ténis está no desenvolvimento da capacidade de resposta, i.é., conseguir sempre passar a bolar para o lado do adversário, sobretudo em contexto de extrema dificuldade como é o de globalização competitiva e caótica em que vivemos.
No que concerne ao golfe a lógica altera-se.
Quem é de direita acha absolutamente fundamental jogar golfe, dado que é aí - nos relvados - que se fazem as grandes negociatas, contactos - nem que seja com as secretárias TT - (todo o terreno).
Mas, na verdade, só já procura um campo de golfe quem já não tem força para içar o mastro e capacidade para correr atrás duma bola. E a explicação de haver cada vez mais gente a procurar o golfe confina, precisamente, numa razão: eles precisam!!!
Até porque, como referimos supra, os contactos fundamentais para obter um bom emprego, bem remunerado fazem-se entre duas tacadas meio pastoriadas, no lobi do club de golfe, no duche, no secador por entre bolas, bolinhas, tacadas e tacadinhas - mesmo que falhem todas o buraco.
Eis o efeito bola de neve que o golfe tem gerado nos mais novos - que assim também querem começar a praticar a modalidade, não por amor ao golfe em si mas por amor aos proventos económicos que podem resultar da prática - mesmo que amadora - dessa modalidade.
Por isso, valerá a pena fazer esse investimentos em tacos e bolas.
Nem que seja para contactar os mais velhos.
Eis a raison d´être que explica a popularidade da modalidade.
Segundo alguns especialistas nesta arte, já há até pais babados em fim de carreira que com a obsessão inscrevem os seus filhos nos clubes de golfe, no anseio de lhes proporcionar uma carreira cheia de proventos e alegrias.
Foi assim que João de Deus Pinheiro começou, e como ele muitos outros singraram e estão hoje com um pé na política e outro pé na economia - dita privada.
O problema é que em muitos casos os filhos daqueles pais-babados estão a iniciar a prática da modalidade tão novos que em vez dos putos terem sarampo ou varicela - os miúdos são portadores de Parkinson, de Alzheimer e de bicos de papagaio.
É isto que faz o golfe um desporto tão engenhoso quanto imaginativo e, ao mesmo tempo, tão interesseiro quanto grotesco.
Por mim, prefiro o ténis.
Quando chegar aos 60/70, se lá chegar, espero ter a lucidez de não enveredar pelo golfe.
Pois se o fizer, é mau sinal. E que Deus me livre desses (maus) sinais... Amén.


Pedro Manuel