quinta-feira, 31 de maio de 2012

BARRACAS COMO "HABITAÇÃO SOCIAL" NO MUNICIPIO DE PONTE DE SOR

A Câmara Municipal de Ponte de Sor, aloja habitantes em barracas em pleno século XXI e chama-lhe "Habitação Social do Município".









Os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Ponte de Sor já tomaram posição sobre mais esta vigarice do executivo presidido pelo  "socialista" Taveira Pinto.



(clique nas imagens para ver melhor)

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

A CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR PERSEGUE MUNÍCIPES


Reunião de Câmara Municipal de Ponte de Sor, de 
23 de Maio de 2012


– PEDIDO DE APOIO FINANCEIRO PEDIDO DE APOIO FINANCEIRO DESTINADO À REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL, NA ÁREA DA PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZAÇÕES, (…) SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PONTE DE SOR 

Foi presente um oficio da já referida entidade, solicitando um apoio financeiro para a realização de um estágio profissional. 
O pedido de apoio financeiro foi aprovado por maioria, com o voto contra do Senhor Vereador Vitor Manuel Feliciano Morgado e os votos favoráveis dos restantes membros. 

- O Senhor Vereador Vitor Manuel Feliciano Morgado, efectuou a seguinte declaração de voto: “No início do mês de Janeiro do corrente ano, a munícipe Liliana Cristina Canejo de Matos, mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, pediu um estágio profissional na área da Psicologia à mesma instituição que agora vem pedir apoio para este estágio profissional. 
No mês de Fevereiro, foi entregue pela instituição um ofício de teor idêntico a este, nos serviços do Município de Ponte de Sor. 
Ora, sendo as duas situações absolutamente idênticas, o que terá levado a maioria socialista a excluir liminarmente a munícipe Liliana Cristina Canejo de Matos do apoio ao estágio profissional, tanto mais que esta apresentou o seu pedido em primeiro lugar? 


Infelizmente, a explicação é óbvia: a munícipe Liliana Cristina Canejo de Matos namora com o irmão do vereador da CDU subscritor da presente declaração de voto. 
No entanto, não é pelo facto de a explicação ser óbvia que deixa de ser menos revoltante. 
Bem pelo contrário, na medida em que ela define bem o grau de perseguição a que são sujeitas, neste concelho, as pessoas que se opõem à maioria socialista, ao ponto de se procurar, inclusive, atingir os seus familiares directos e afins. 
No que refere ao estágio profissional em apreço nada tenho a opor, apenas voto contra pelo facto de não me ser permitido, pelo senhor presidente da câmara de Ponte de Sor, de fazer declarações para acta quando voto a favor ou me abstenho.


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segunda-feira, 21 de maio de 2012

GRANDES EMPREGOS? (parte II)

AINDA SE QUEIXAM?

 
Mestrado, etc., etc.
500 Euros / mês 
10h trabalho / dia

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GRANDES EMPREGOS? (parte I)


Conhece este senhor?

Chama-se António Nogueira Leite. 
Quantas horas terá o dia para este senhor? 
Tem cá umas olheiras… por elas e por causa do trabalho que desenvolve terá seguramente muito mais que 24 horas. 
Senão vejamos: foi recentemente nomeado vice-presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos e, nesta única função, ganha mais de 20 mil euros por mês (nada mal). 
Mas, este académico que foi conselheiro de Pedro Passos Coelho (quem diria?), tem mais funções (de onde lhe escorrem mais uns eurozitos). 
Efectivamente é só, actualmente: administrador executivo da CUF, – administrador executivo da SEC, – administrador executivo da José de Mello Saúde, – administrador executivo da EFACEC Capital, – administrador executivo da Comitur Imobiliária, e – administrador (não executivo) da Reditus, – administrador (não executivo) da Brisa, – administrador (não executivo) da Quimigal, – presidente do Conselho Geral da OPEX, – membro do Conselho Nacional da CMVM, – vice-presidente do Conselho Consultivo do Banif Investment Bank, – membro do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, – vogal da Direcção do IPRI, e – é membro (quem diria?) do Conselho Nacional do PSD desde 2010, mas isto depois de ter sido governante pelo PS (e esta hein !?). 
Não digam que o senhor não tem o sentido da oportunidade. 
Merece o que ganha pois trabalha que se farta!!! 
É porque este senhor ocupa simultaneamente 14 postos de trabalho de alto nível (excluindo os políticos) e por outros milhares de exemplos similares da nossa praça que há tanta gente desempregada. 
O homem nem tem tempo para ir ao barbeiro! 
Um dia dá-lhe um enfarte, morre, e a taxa de desemprego em Portugal desce 10%.

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

VAI TUDO UMA BOA MERDA,...


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terça-feira, 15 de maio de 2012

PORRA QUE É DEMAIS!

A Câmara Municipal de Ponte de Sor deliberou: “Atribuir um subsídio ao Coral Polifónico de Ponte de Sor – Associação Cultural, no valor de 15.190,00 €, para fazer face às despesas com a deslocação a Callela – Espanha,
 (…) Acompanharão o Grupo Coral Polifónico de Ponte de Sor, dois representantes da Autarquia.” 

——————————— 
Aprovado por maioria, com os votos contra dos Senhores Vereadores Vítor Manuel Feliciano Morgado, Joaquim Augusto Guiomar Lizardo e o voto de abstenção da Senhora Telma Margarete Cardiga Bento Silva e os votos favoráveis dos restantes membros.

O Senhor Vereador Vitor Manuel Feliciano Morgado, efectuou a seguinte declaração de voto: “Como referi na reunião de Câmara de 29 de Fevereiro de 2012, em que esteve presente quatro deslocações ao estrangeiro (Cabo Verde, Itália, Hungria e Roménia), e não obstante o mérito que os Grupos Culturais têm, não estou contra que os mesmos tenham representação em eventos internacionais e que a Câmara os apoie. 
No entanto, as condicionantes financeiras, que se reflectem em muitas deliberações e decisões com condicionalismos e restrições a outros sectores, impedem-me de votar favoravelmente a mais uma deslocação ao estrangeiro, desta vez a Barcelona.” 

O Senhor Vereador Joaquim Augusto Guiomar Lizardo, também efectuou a seguinte declaração de voto: “Entendo votar contra já que face aos condicionalismos de natureza económica. Financeira e até social, que o País e o Concelho vivem, entendo que não se reúnem as melhores condições para que a Câmara assuma nesta altura este encargo. Devo reconhecer no entanto o elevado mérito artístico e cultural do Coro e do justo valor que a Câmara lhe deve reconhecer, ainda assim politicamente julgo que não é de facto uma boa altura. Por outro lado, face ao precedente que está criado de outras organizações do Concelho terem idêntico e legítimo direito de participarem em eventos no estrangeiro, que devemos sobre certas condições (em valor e número de eventos a participar por ano) sempre patrocinar, deva ser criado no Regulamento específico as condições que este tipo de evento possa ser patrocinado



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FRAUDE PREMEDITADA


A notícia ontem conhecida segundo a qual as remunerações dos gestores das principais empresas cotadas subiram 5,3% em 2011 enquanto o salário médio dos trabalhadores (dos privilegiados que ainda têm trabalho e salário) baixou quase 11%, apenas confirma - se isso precisasse de confirmação - a quem está o Governo a cobrar os custos da "crise" e contra quem é dirigida a política de "empobrecimento" de que fala o primeiro-ministro.
Cresceu igualmente o fosso da desigualdade entre salários de topo e de base: em 2010, os executivos recebiam 37 vezes mais do que os trabalhadores; em 2011, com a propalada "austeridade para todos", essa diferença aumentou... para 44 vezes.
Tudo isto nos deveria levar a cotejar "as propostas (...) para levar a cabo e as medidas que (...) são para cumprir", do programa eleitoral do PSD com o que o PSD fez mal chegou ao poder.
Se tudo o que o PSD prometeu sob "compromisso de honra" a que "não faltaremos em circunstância alguma", foi, como assegura o programa, "estudado, testado e ponderado", é de temer que notícias como a referida (ou como os catastróficos números do desemprego e da pobreza) sejam resultado, não apenas de incompetência e pusilânime servilismo ante as forças financeiras de (não tenhamos medo da palavra) ocupação, mas de fraude premeditada.

M.A.P.

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domingo, 13 de maio de 2012

PORTUGAL MAIO DE 2012



Lamento de um pai de família


Como pode um homem carregado de filhos e sem fortuna alguma ser poeta neste tempo de filhos só de puta ou só de putas sem filhos? 
Neste espernegar de canalhas, como pode ser?
Antes ser gigolô para machos e ou fêmeas, ser perderesta profissional que optou pelo riso enternecido dos virtuosos que se reveêm nele e o decepcionado dos políticos que com ele não fazem chantagem porque não vale a pena. 

Antes ser denunciante de amigos e inimigos para ganhar a estima dos poderosos ou dos partidos políticos que nos chamarão seus génios. 
Antes ser corneador de maridos mansos com as mulheres deles fáceis .
Antes reunir conferências de S. Vicente de Paula para roçar o cu da virtude pelas distracções das sacristias escuras e ter o prazer de acudir com camisolinhas aos pobres entre os quais às vezes aparece um ou uma que dá gosto ver assim tão pobre por se lhe verem os pêlos pelos rasgões da camisa ou algo de mais impressionante para o subconsciente que sempre está nos olhos que docemente se comovem com a miséria. Antes ir para as guerras da civilização cristã ou da outra, matar os inimigos da conta corrente e das fábricas de celofânicas  bombas.  

Antes ser militar.
Ou marafona de circo. 

Ou santo. 
Ou demónio doméstico torcendo as orelhas dos filhos à falta de torcê-las aos filhos da puta. 
Ou gato. 
Ou cão. 
Ou piolho: 
Antes correr os riscos do DDT, das carroças que os municípios têm para os cães suspeitos de raivosos como todos os cães que se vê não lamberem as partes das donas ou mesmo dos donos. 
Antes tudo isso que assistir a tudo, sofrer de tudo e tudo , e ainda por cima ter de aturar o amor paterno e os sorrisos displicentes dos homens de juízo que deram pílulas às esposas , ou as mandaram à parteira secreta e elas quiseram ir . 
Antes morrer.
Mas que adianta morrer?
Quem nos garante que a morte não existe só para os filhos da puta? 

Quem me garante que não lá, assistindo a tudo, e sem sequer poder chamar-lhes filhos da puta, com o devido respeito a essas senhoras que precisamente se distinguem das outras por não terem filhos nem desses nem dos outros?
Mas mesmo isso não consola nada. 

A quantidade, a variedade gastaram a força dos insultos. 
E não se pode passar a vida, esta miséria que me dão e querem dar a meus filhos , a chamar nomes feios a sujeitos mais feios do que os nomes . 
Como pode um homem sequer estar vivo no meio disto, e sem saberem primeiro quem, para não se inquietarem com o problema de terem morto por engano um irmão , desfalcando assim a família humana de algum ornamento que a tornava menos humana e mais puta.

Jorge Sena

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

BURRICES BUGALHEIRA & APANIGUADOS


Clique nas imagens para
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"Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio"


Foi "com tranquilidade mas com convicção" que o ministro das Finanças assegurou ao Parlamento, onde estava a ser ouvido sobre o controverso Documento de Estratégia Orçamental: "Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio" (poderia ter usado mais sinónimos, mas ficou-se sensatamente por aqui). 
A solene declaração de Vítor Gaspar foi suscitada pela intervenção do deputado do PCP Honório Novo, que o acusara daquelas coisas feias todas por o documento entregue em Bruxelas ter chegado à AR sem o Anexo II, com previsões sobre o desemprego nos próximos anos. Fosse Vítor Gaspar teólogo, e não economista, e Honório Novo filósofo, e não engenheiro, e a Assembleia teria ontem assistido a um estimulante debate acerca das singularidades do conceito de "verdade". 
Não mentir, não enganar, não ludibriar implicará falar verdade? E omitir?, terá omitir, além de semelhanças fonéticas, afinidades semânticas com mentir? 
Será a verdade "toda a verdade e nada mais que a verdade" ou uma parte da verdade já é verdade que baste? 
Seria um diálogo de surdos, tão instrutivo como o diálogo que também houvesse sobre o conceito de "ajuda" aplicado ao chamado memorando da "troika". 
Poderiam ser ambos enviados para Bruxelas como Anexo III, mas Bruxelas ligar-lhes-ia tanto quanto a realidade liga aos números do desemprego do Anexo II. 

M.A.P.

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terça-feira, 8 de maio de 2012

VIGARICES DA ELECTRICIDADE

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COMUNISTA?


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segunda-feira, 7 de maio de 2012

BRANCO INCANDESCENTE


Havia os dias em que eu acordava com as vozes das mulheres na tapada. Começavam a trabalhar bastante cedo porque o calor era por demais. A partir de meio da manhã, já custava aguentá-lo; a partir da tarde, já ninguém podia com ele. As mulheres eram a minha mãe, a minha avó e, talvez, alguma vizinha a quem a minha mãe tivesse pedido para ajudar. A essa hora, a luz do sol já se espalhava por tudo: pelos torrões de terra, grossos, secos, pelas folhas finas das oliveiras ou pelo toque dos sinos na torre da igreja, a marcar as horas com pancadas solenes. As vozes das mulheres, feitas de manhã, misturavam-se com tudo isto.

Quando eu chegava ao quintal e me inclinava sobre o muro da tapada, via-as a caiarem as traseiras da nossa casa. Usavam lenços na cabeça que as tapavam até ao pescoço e, sobre eles, chapéus de palha. Por cima da roupa, usavam batas; por baixo das saias, usavam calças. Molhavam os pincéis grossos na cal e raspavam-nos ruidosamente nas paredes. Para chegarem às partes mais altas, os rebordos dos beirais, prendiam pincéis na ponta de canas com vários metros de altura. Eu admirava-me com esse trabalho. A cal escorria pela parede, aguada e branca. A parede cheirava a cal, a pedra fresca. As mulheres estavam sempre bem-dispostas. Nessas manhãs, pareciam-me mais novas.

Na minha rua, havia paredes de casas que tinham tantas camadas de cal sobrepostas, ano após ano, que tinham perdido a origem da sua forma. Eram casas brancas, de superfície ondulada, com as esquinas arredondadas. Eu sabia que as suas paredes eram grossas e que, mesmo debaixo da maior força do calor, eram frescas. Por fora, com as portas apenas no trinco, não era preciso fechá-las à chave, pareciam grutas brancas, fortes e limpas. Mesmo quando as viúvas morriam e não havia ninguém para caiar essas casas durante anos, as paredes mantinham o asseio. Então, eu e as crianças da minha idade, arrancávamos lascas de cal com as unhas e, às escondidas, gostávamos de comer as mais fininhas.

Havia também os dias em que eu acordava mais cedo e assistia à maneira como as mulheres tiravam grandes pedras de cal de uma saca e as deixavam cair num bidão meio cheio de água. As pedras de cal faziam a água ferver. Era esse o fenómeno, parecido com um milagre, a que eu queria assistir. Depois, seguravam um pau com as duas mãos e mexiam essa água grossa, branca, que rebentava bolhas lentas, acompanhadas por barulhos líquidos, como um animal cansado.

Nesses dias, almoçávamos ensopado de borrego no quintal, à sombra dos pessegueiros. As mulheres falavam de qualquer assunto que as fazia sorrir, as suas vozes misturavam-se com o tempo. Eu ouvia-as, prestava atenção a cada frase, aquilo que diziam dissolvia-se em claridade, mas também reparava nas gotinhas de cal que lhes tinham secado na pele do rosto, a pouca distância dos olhos. Cal sobre a pele. Havia nitidez nas cores, a luz era toda verdadeira e, como o sol reflectido na cal, as mulheres encandeavam

José Luís Peixoto(texto)
Sharking (foto)

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