quinta-feira, 31 de março de 2005

GOVERNADOR CIVIL DE PORTALEGRE, É:



O Governador Civil de Portalegre, Jaime da Conceição Cordas Estorninho.
Jaime Estorninho, 62 anos, que assim assume a representação do Governo no Distrito, depois de uma carreira política ligada às autarquias e associações de municípios.
Natural de Portalegre, Estorninho foi presidente da Câmara de Gavião entre 1979 e 1993, presidente da Associação de Municípios do Médio Tejo e presidente da Assembleia Distrital de Portalegre. Foi ainda administrador-delegado da Associação de Municípios do Norte-Alentejano e coordenador da Acção Integrada do Norte-Alentejano.


N.r.: Um boy reformado.


Palavras para quê?

ISTO VAI CÁ UMA SECA...



Mais de metade do território nacional (52 por cento) continua a viver uma situação de «seca extrema ou severa», apesar da chuva que caiu nos últimos dias em Portugal, indicou o Instituto da Água.

Relativamente ao último relatório da instituição a 15 de Março, a percentagem de território que se encontrava em «seca extrema» baixou de 46 para 24 por cento, ao passo que o território em «seca severa» é agora de 28 por cento contra 42 há duas semanas.

Ainda de acordo com o INAG, 22 por cento do território está numa situação de «seca moderada», enquanto que os restantes 26 estão com «seca fraca».

Na origem da melhoria da situação em termos de seca, que era «extrema» e «severa» em 88 por cento de Portugal há 15 dias, está a precipitação que caiu nas últimas duas semanas.

Ainda de acordo com o Instituto, em algumas partes do Norte e Interior Centro esta foi superior aos valores normais, mas no Alentejo e no Algarve foi 50 por cento inferior ao normal.


Leia aqui o relatório do INAG de 30 de Março de 2005 sobre a seca.

DAS MULHERES OU APENAS DE ALGUMAS MULHERES


A ausência ou presença de mulheres nos governos e na política provoca ciclicamente um debate que reflecte uma já longa história da intervenção no espaço público em função do género. É um debate cheio de armadilhas pelo que ganha com a distanciação histórica, agora que os "estudos femininos" começam a ter um cada vez maior peso na academia.
A recente publicação de um Dicionário no Feminino (Séculos XIX-XX), pelos Livros Horizonte, deveria retratar a evolução do papel das mulheres na vida pública, entendida em sentido lato, no publicismo, na escrita, no associativismo e na política, em geral, ou como feministas, mulheres preocupadas com os problemas das mulheres e reivindicando uma visão feminina do mundo. Quando comprei o Dicionário, com o seu volume de 900 páginas e 3000 entradas, observadas de passagem na livraria, pareceu-me tudo bem. Gosto de dicionários e enciclopédias, cronologias e bibliografias e sei quanto é raro, em Portugal, as pessoas dedicarem-se a um trabalho que é, muitas vezes e em primeiro lugar, trabalho para os outros. Era com grande contentamento que via sair um dicionário desta dimensão, não só porque facilita o trabalho de investigação, a outros e a mim, que lido com literalmente milhares de nomes quase sem identificação, como também porque sei o esforço que é preciso para fazer uma obra destas e o seu interesse científico e cívico.
Depois comecei a folhear o dicionário e a procurar determinadas entradas que me pareciam óbvias. Comecei por Irene Lisboa. Nada. Uma a seguir à outra, todas óbvias, e nada. Seria talvez da ordem alfabética a partir do primeiro nome, uma bizarria contra a qual eu pensava que as dificuldades de consulta ao Dicionário Bibliográfico do Inocêncio deveriam ter vacinado todos os organizadores de dicionários. Descobri depois que as razões de tal ordenação, que dificulta e muito a consulta, são ideológicas, ou seja destinam-se a "recuperar a identidade feminina não a fazendo depender do apelido". Tenho muita dificuldade em saber se há mais sexismo em chamar-se Maria da Anunciação ou em usar um apelido suspeito de pertencer ao marido. Aliás o Dicionário lida mal com os maridos, variando na sua identificação ou não por critérios que dificilmente se compreendem, do mesmo modo que ilude as uniões de facto mesmo quando são públicas e se alude aos filhos que delas resultaram. Por exemplo, para militantes comunistas, Virgínia Moura aparece como casada com Lobão Vital, enquanto se omite que Alda Nogueira viveu com Sérgio Vilarigues, a cujo filho se alude. Num e noutro caso, o conhecimento do companheiro é relevante.
Seja como for, não se justifica complicar a consulta de um dicionário, muito mais agora que, com as tecnologias informáticas ao dispor, é completamente injustificado que não haja pelo menos uma dupla remissão entre o primeiro e o último nome. Sabia lá se uma Correia, que eu conhecia como Antónia, era Maria Antónia ou Ana Maria Antónia, ou Joana Antónia. Ficava sempre com a sensação de que deveria lá estar, eu é que não encontrava o nome certo. O problema é que não estava, nem ela, nem muitas mulheres com um papel importante no século XX português.
No endereço na rede do projecto (http://www.fcsh.unl.pt/facesdeeva), encontrei a lista das cerca de três mil entradas, o que me permitiu começar a fazer procuras sem receio de me enganar e assim confirmar omissão sobre omissão injustificada, sem ter que ler o dicionário de fio a pavio para encontrar um nome. A análise desta lista revela a principal debilidade do Dicionário, o carácter desconexo da lista de entradas, fazendo coexistir o extremo detalhe com critérios erráticos de inclusão e exclusão.
A questão está pois na concepção do dicionário, numa metodologia desequilibrada quanto à inclusão dos nomes e, por fim, na ausência, na esmagadora maioria das entradas, de qualquer trabalho suplementar de investigação que torne útil o dicionário como dicionário. Este organiza a informação do que já se sabe, tem entradas desenvolvidas para as mulheres mais conhecidas, algumas novas entradas, cuja qualidade não está em causa na sua maioria, mas quanto às mulheres menos conhecidas é pouco mais do que uma listagem, sem que nada o justifique. Na minha casa, numa hora e com meia dúzia de livros acessíveis a todos, só com base em índices onomásticos, poderia facilmente acrescentar muita informação àquilo que seis dezenas de investigadores não conseguiram encontrar.
Lendo-se o prefácio e as notas metodológicas, excessivamente defensivas, vê-se que os responsáveis têm consciência de que o Dicionário está longe merecer o título e percebe-se por que razão se chegou a este resultado. Uma coisa fundamental num dicionário é o critério inicial de inclusão de nomes. Por exemplo: incluir todas as mulheres que escreveram em revistas ou publicaram livros, ou todas as mulheres com funções políticas (deputadas, procuradoras à Câmara Corporativa, membros de direcções partidárias), por aí adiante. Fazem-se listas completas - um dicionário desta envergadura tem que trabalhar com listas completas - e depois acrescentam-se outras listas com outros critérios. Este critério pode ser mitigado pela relevância, tendo em conta os limites da edição em papel, e ser complementado por uma base de dados em linha. Não foi esse o critério seguido e o resultado parece inacabado ou apenas principiado.
Este Dicionário vive acima de tudo de alguns trabalhos anteriormente publicados e que lhe facilitaram a vida. É o caso do estudo de Ivone Leal sobre as revistas femininas, uma das contribuições básicas para as listagens de colaborações na imprensa. Depois vive de algumas listas de membros (como da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas), assinaturas em abaixo-assinados, listas de correspondência, que fornecem milhares de entradas e que são, sem dúvida, a matéria-prima, mas apenas a matéria-prima. Essas listas não são tratadas: por exemplo, quem fez a entrada de Stella Correia Ribeiro não sabia que este era o nome de Stella Piteira Santos, ou, no caso de Maria Clementina Ventura, nunca recorreu ao arquivo da PIDE para saber quem era. Ambas aparecem como meros nomes numa lista e nada mais se procurou saber. Se era para ficar assim. não valia a pena editar em livro, bastava a listagem electrónica e adiar a sua publicação até haver mais substância
Na área que conheço melhor, a da política oposicionista, o Dicionário é pouco útil apesar do seu título genérico e enganador, e a intenção expressa de retratar o "emergir das mulheres na vida da sociedade". Lá vem uma lista detalhada de entradas sobre congregações religiosas, organizações republicanas e maçónicas, mas muito pouco sobre organizações políticas de mulheres depois de 1926. Onde está o Movimento Democrático das Mulheres e os seus percursores? Onde está a Associação Feminina Portuguesa para a Paz, cujas listas são usadas, mas que não tem entrada autónoma como organização? Onde está a Obra das Mães para a Educação Nacional, ou o Movimento Nacional Feminino?
A maçonaria está particularmente representada, em contraste com a decisiva área do comunismo e das organizações "unitárias" a que, no fundo, pertencia o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas na década de 40. Pensei ao princípio que isso se devia a uma exclusão total, mas a presença de nomes dispersos e desgarrados na sua importância - Alda Nogueira, Virgínia Moura, Nina Perdigão, Irene Castro, Catarina Eufémia - contrasta com a completa ausência de Luísa Paulo, Aida Paulo, as irmãs Ferreira, Maria Machado, Helena Magro, Maria Luísa Costa Dias, Cecília Areosa Feio, Carolina Loff, Cândida Ventura, Fernanda Paiva Tomás, Dalila Rocha, Manuela Câncio, por aí adiante. A relevância de algumas destas mulheres está em terem sido dirigentes políticas quando mais nenhuma mulher fora do regime o era: Loff despachou com Manuilsky e Dimitrov, ou seja o topo da Internacional Comunista, abaixo de Staline; Machado era uma activa militante esperantista, Georgete e Sofia Ferreira dirigiram áreas de trabalho no PCP, Cândida Ventura foi um mito da clandestinidade nos anos 50, sobre a qual se escreveram poemas, tendo como autores, entre outros, Mário Dionísio. Várias destas mulheres escreveram livros onde a condição feminina está bem presente, mas não estão representadas num Dicionário que faz entradas para uma ignota colaboradora do Almanaque das Damas e bem. O que está mal não são essas entradas - são as omissões.
As publicações da oposição, em particular as comunistas, mas não só, são totalmente ignoradas. Como é possível fazer uma história das mulheres portuguesas no século XX esquecendo publicações como as 3 Páginas para as Camaradas das Casas do Partido e a Voz das Camaradas, documentos únicos não só para a história política como também para o estudo da mentalidade? Essas publicações eram escritas por mulheres e para as mulheres, e funcionárias do PCP como Cândida Ventura, Alda Nogueira, Fernanda Paiva Tomás tiveram aí um papel importante. Nem sequer hoje se coloca o problema do acesso, visto que o arquivo da PIDE/DGS as contém, como aliás muita outra informação que parece ter sido negligenciada. Uma mulher que aderisse ao Conselho Nacional das Mulheres, na década de 40, tinha muitas probabilidades de ser fichada na PIDE, como aliás acontecera com os nomes da Associação Feminina Portuguesa para a Paz.
Para um amador de dicionários, custa reconhecer este resultado insuficiente, tanto mais que havia condições excepcionais para se ir muito mais longe. Apoiado por tudo o que é instituição, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Assembleia da República, a Fundação para a Ciência e Tecnologia, o Instituto Camões e a Comissão Para a Igualdade e os Direitos das Mulheres, foi preparado por uma enorme equipa universitária com mais de 60 pessoas. Seria injusto ignorar que muito do que lá está tem relevância e interesse. O problema é o que não está lá e nenhum critério justifica que não esteja. O problema não é com muitas das entradas é com o dicionário em si. Por isso, o Dicionário é em parte uma oportunidade perdida, e como estas oportunidades não abundam, é pena que esta se tenha desperdiçado.


José Pacheco Pereira

"POBRE PAÍS O NOSSO..."

Mais uma medida fracturante, ter que pagar (ao Estado) para poder pagar impostos...
Manuel

O AUTARCA MODELO...

quarta-feira, 30 de março de 2005

VINCENT VAN GOGH (1853 - 1890)

NOITE ESTRELADA - 1889
THE MUSEUM OF MODERN ART (NOVA YORK)
Trata-se de uma das obras mais conhecidas do artista.
A crítica tem especulado bastante a respeito de seu significado religioso.
O minúsculo povoado contrasta com a imensidão
de um céu turbulento e a silhueta do cipreste seria um sinal da morte.


Van Gogh é considerado um dos principais representantes da pintura mundial. Nasceu na Holanda, no dia 30 de Março de 1853.
Vamos conhecer um pouco das obras e da vida desse grande pintor holandês que viveu uma vida tão breve quanto trágica.
Rebelde, inclinado à solidão, até mesmo insociável, Van Gogh é um desajustado no seu lar, na sua terra e na sociedade.
Desde jovem, tem dificuldade em se adequar aos padrões e passa por diversos trabalhos, até que descobre sua verdadeira aptidão, a pintura. É ajudado por seu irmão mais novo Theodore, a quem chama carinhosamente de Theo. Foi o seu amparo afectivo, emocional e económico.

Em 1876, vive as suas primeiras crises nervosas e tem na religião um refúgio. Resolve ser pastor. Mas nem assim ele se aquieta. Pregava pouco e preocupava-se demais com os doentes e crianças.

Quando resolve pintar, Theo ajuda-o, pois neste período é um dos dirigentes da Galeria Goupil. Theo está em Paris, o centro artístico. Com o dinheiro que ele envia, Van Gogh estuda anatomia e perspectiva. Resolve pintar a sua terra e os homens simples. Não deseja fazer uma pintura clássica, pintar "gente que não trabalha". E diz:

"Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida".

Vida para ele são paisagens e gente, isto é, camponeses e mineiros, campo e trigais.

Em 1885/86, Van Gogh está em Antuérpia, onde ele se apaixona definitivamente pela cor:

"O pintor do futuro será um colorista como nunca foi possível antes".

Era um excepcional artista que foi buscar lá fora, na própria natureza, o colorido, as formas revoltas, as árvores farfalhentas, as casas solitárias, os rostos sofridos, os corpos alquebrados, os céus estrelados, o amarelo dos girassóis e dos trigais, tudo com um brilho muito exagerado para ter mais expressão. Ele dizia:

"Procuro com o vermelho e o verde exprimir as mais terríveis paixões humanas. Quero pintar o retrato das pessoas como eu as sinto e não como eu as vejo".

Em 1888 (Arles) pinta ao ar livre. Quando chega o verão e o sol, Van Gogh liberta as cores:

"Eu quero a luz que vem de dentro, quero que as cores representem as emoções".


A seu convite, Gauguin chega em Outubro, para trabalharem juntos. Seguem-se dois meses de trabalho duro é fértil para ambos. Mas a diferença de temperamento e de atitude diante da vida acaba explodindo numa inevitável desavença.

Van Gogh tem crises de humor, discute, agride o amigo, sofre de mania de perseguição e numa das crises tenta ferir Gauguin com uma navalha. Perde a luta, é levado para a cama em lágrimas e com descontrole muscular. Arrependido, corta, de propósito, um pedaço da orelha e manda num envelope à mulher que motivou a briga.
Os eus últimos quadros já mostram deformações mais fortes, pois van Gogh prefere pintar a sua própria realidade. Os trigais são turbulentos e inquietos, os ciprestes tão trémulos, angustiantes, cheios de tensão, as oliveiras tornam-se exaltadas e torcidas.
No dia 27 de Julho de 1890 sai para o campo de trigo com um revólver na mão. É domingo, o grão está dourado, o céu incrivelmente azul. Corvos muitos pretos gritam e fogem em revoada. Dias antes ele pintou esse quadro. No meio do campo dá um tiro no peito.


Vincent Van Gogh com sua pintura contribuiu para a pintura moderna com a vitória da cor sobre o desenho, libertando a cor.
Foi o precursor do Expressionismo.
Bibliografia: Os Grandes Artistas; van Gogh; Nova Cultural
Galateia de Pompeia

POEMA PARA GALILEO


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.



Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!



Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.



Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.



Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.



Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.



Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.



Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos
.

António Gedeão

terça-feira, 29 de março de 2005

OS BLOGS DO ALENTEJO REUNIDOS NUM SÓ BLOG



Alentejo Metablogue é um projecto lançado pelo ALANDRO AL, o qual pretende reunir todos os blogs do Alentejo num só blog.



O PONTE DO SOR , está desde já com este projecto de todo o ALENTEJO.


ONDE ESTÁ JOANA CIPRIANO?


Até poderíamos acreditar nisto, não estivéssemos habituados a ouvir as palavras "tentativa de suicídio" para encobrir as torturas praticadas pela PIDE ou a ter de nos resignar a conclusões de inquéritos "internos", sempre que se trata de situações embaraçosas, como a que sucedeu, há semanas, com a morte de um rapaz na esquadra de Lagos, onde, mais uma vez, a polícia declarou tratar-se de um "suicídio"


Apresunção da inocência é, como se sabe, uma das regras fundamentais do Estado de direito. O caso do desaparecimento da criança algarvia suscita reflexão. A 12 de Setembro, Joana Cipriano, de oito anos, saiu de casa, a fim de comprar duas latas de atum e um pacote de leite. Nunca mais foi vista. Pertencendo a uma família pobre, os vizinhos logo sugeriram que a mãe a teria espancado, por ela ter roubado, nos trocos, dois euros.
Numa primeira fase, a Polícia Judiciária de Portimão admitiu ser possível que a mãe a tivesse vendido a um casal alemão, pelo que, ao contrário do que deveria ter feito, não pesquisou os locais onde a criança vivia, só os tendo revistado, e mal, dez dias depois. A 23, a mãe da criança, Leonor Cipriano, era presa, tendo sido conduzida, no dia seguinte, para a cadeia de Odemira, onde ficou em prisão preventiva.


Para quem não saiba, isto significa que o juiz considerou, não que ela era culpada, mas que poderia vir a prejudicar as investigações policiais. A lei prescreve que este tipo de prisão não pode durar, numa primeira fase, mais do que seis meses, pelo que, a 18 do corrente mês, a juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Portimão, depois de ter voltado a interrogar Leonor Cipriano, decidiu mantê-la presa, com base em que existia a possibilidade de fuga, de perturbação do inquérito, de alarme social e, novidade, de que tinham surgido alguns indícios.
Desde o início que as investigações correram mal. Abandonada a tese da venda da criança, a PJ aventou a hipótese de o corpo da vítima ter sido triturado numa "sucateira", propriedade da mãe do padrasto de Joana, e, a 12 de Dezembro, que o mesmo pudesse ter sido retalhado e, depois, dado a comer a uns porcos. Estas hipóteses foram entretanto abandonadas. Sem nada para mostrar, a tensão entre o procurador do Ministério Público de Portimão e a PJ crescia. Dentro desta, aliás, já tinha deflagrado uma guerra, entre os inspectores de Faro - os quais, possivelmente por se sentirem incompetentes para lidar com o caso, tinham requisitado elementos especiais à Direcção-Geral de Banditismo de Lisboa - e o pessoal do Departamento de Investigação Criminal de Portimão. Num ponto estavam todos de acordo: os indícios recolhidos pelos laboratórios da polícia científica não permitiriam sustentar, em tribunal, a hipótese de homicídio.


Mas eis que surge uma reviravolta. Pelos vistos, aguarda-se a conclusão de exames periciais à roupa interior de Joana (na qual terão sido encontrados vestígios de sangue e de sémen) e à saliva de elementos pertencentes à família do padrasto da criança, numa tentativa, presume-me, para determinar o ADN. As questões surgem, em catadupa. Se a polícia tinha estes elementos, qual a razão por que não foram analisados? Se só agora o vão ser, terão validade? Por que motivo só em vésperas do fim da prisão preventiva foi a juíza informada do facto?
Casos extremos, como este, são interessantes, porque revelam, na sua nudez, o problema da formulação da culpa. Há dias, o Expresso e o Correio da Manhã publicavam, em primeira página, uma foto da presa desfigurada. Segundo a própria, teria sido espancada pela polícia, a fim de assinar uma confissão.
Um porta-voz da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária veio, de imediato, à televisão, afirmar ser tudo mentira. Segundo a sua versão, Leonor Cipriano ter-se-ia tentado suicidar, quando, durante um interrogatório, fora, sozinha, à casa de banho, procurando, no regresso, saltar para o vão que unia os andares. Até poderíamos acreditar nisto, não estivéssemos habituados a ouvir as palavras "tentativa de suicídio" para encobrir as torturas praticadas pela PIDE ou a ter de nos resignar a conclusões de inquéritos "internos", sempre que se trata de situações embaraçosas, como a que sucedeu, há semanas, com a morte de um rapaz na esquadra de Lagos, onde, mais uma vez, a polícia declarou tratar-se de um "suicídio".
No caso de Joana Cipriano, suspeito que não há quaisquer provas físicas que demonstrem quem é o culpado, o que levará os responsáveis pela investigação a dar à confissão um valor que não se lhe pode atribuir. Sob coacção, qualquer ser assina o que lhe colocarem à frente. Quem esteja habituado a ver filmes anglo-saxónicos, certamente notou a diferença entre o que se passa nos tribunais americanos e ingleses e nos portugueses. Lá, quase tudo depende da exibição das provas; aqui, a evidência empírica desempenha um papel menor.
Um estudo retrospectivo das perícias de natureza sexual, feitas na Região Norte, no primeiro semestre de 2004, demonstrou que só metade dos casos remetidos para a delegação do Porto haviam sido observados até às primeiras 72 horas depois da ocorrência. A outra metade ultrapassou o limite, o que torna os testes inválidos; ou seja, mesmo quando a evidência está disponível, o Estado português é incapaz de a analisar atempadamente. Como denunciava uma responsável pelo Instituto de Medicina Legal, o quadro de pessoal médico só estaria preenchido em 10 por cento. Os resultados são trágicos. Se eu for violada no Porto, corro o risco de, quando os vestígios do crime forem examinados, já não terem qualquer valor para efeitos de prova.
Uma das minhas séries preferidas intitula-se The Prime Suspect. Produzida pela empresa de televisão Granada, tem na actriz Helen Mirren uma espantosa inspectora da polícia (o script, impecável, é da autoria de Lynda La Plante). Para além dos méritos artísticos do programa, demonstra a forma como, no Reino Unido, a maioria dos crimes são resolvidos, não por confissões, mas exactamente por análises laboratoriais.
Os juízes, os tribunais e as polícias - sobretudo a PSP e a GNR - têm sido alvo de frequentes reparos. O mesmo não sucede quando se trata dos comportamentos populares. Ora, os algarvios que esperaram horas a fio pela carrinha que transportava Leonor Cipriano, estavam ali apenas com um desejo: linchá-la. A responsabilidade pela crise na justiça não reside apenas nas autoridades. Para o povo português, a presunção de inocência é um luxo para consumo de intelectuais.

Maria Filomena Mónica

segunda-feira, 28 de março de 2005

ISALTINO ENSINA CIDADÃOS A SEREM BONS AUTARCAS

O PSD vai organizar o primeiro curso de formação de autarcas, sendo o objectivo «incutir cidadania nas pessoas». Já se encontram inscritas 125 pessoas na iniciativa organizada pelo PSD de Cascais e as portas estão abertas a todos, mesmo os que não são «laranjas». O presidente secção de Cascais, Carlos Carreiras acha que a «incompetência pode causar tantos prejuízos numa autarquia como a corrupção». E acrescenta que «quantos mais cidadãos estiverem envolvidos, mais se consegue evitar o risco de entrar na corrupção ou na incompetência». (...) O curso, que vai decorrer durante quatro sábados nos meses de Abril e Junho, contará com a participação de alguns oradores de relevo. Entre eles, destacam-se os nomes de Manuela Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa, Mota Amaral, António Borges, Isaltino Morais e António Capucho.

in Portugal Diário


Um destes dias ainda vamos ver o dr. Lopes a dar um curso de formação par futuros candidatos a primeiro-ministro, ou o dr. Jardim a palestrar sobre etiqueta e boas maneiras, ou ainda, já agora, António Preto como coordenador de um curso sobre a circulação manual de capitais corados no espaço da União Europeia... Mas, se o Dr. Isaltino "serve", até fizeram um simulacro de referendo que está na moda, para recandidato à Câmara de Oeiras (serve ?, serve mesmo ?) porque é que não há-de servir para palestrar num curso destes ? Afinal o sucesso, a eficácia, são cegos, não é ?... Se calhar são mesmo.

Manuel

POESIA DE RAFAEL ALBERTI



[1902-1999 ]

sexta-feira, 25 de março de 2005

PARABÉNS ECOS DO SOR



O Ecos do Sor, faz hoje 50 anos de serviço em prol do concelho de Ponte de Sor.

O percurso longo do jornal Ecos do Sor, foi feito ao longo deste meio século de publicação, por gente que deu sempre o seu melhor sem receber nada em troca.

O jornal Ecos do Sor, foi sempre através destes e de outros tempos, uma escola de vida, aberta à comunidade onde está inserido.

Não podemos deixar passar esta data, sem deixar de dar as nossas melhores congratulações à equipa que faz o Ecos do Sor.

PARABÉNS ECOS DO SOR

QUE ESTA DATA SE REPITA POR MUITOS ANOS



Zé da Ponte

rtl.RADIO TEMPOS LIVRES OU RTL .RADIO PONTE DE SOR



HOJE VISITEI TODOS OS BLOGS RELACIONADOS COM PONTE DE SOR, MAS UMA COISA ME INTRIGOU...
FALA-SE DE QUASE TUDO E TODOS MAS PAREÇE-ME A MIM Q SE ESTÃO A ESQUECER DE ALGO MUITO IMPORTANTE .
DIGO ISTO PORQUE SE BEM ME LEMBRO EM TEMPOS JÁ TIVEMOS ORGULHO DE OUVIR A NOSSA RÁDIO!!!
MAS HOJE PERGUNTO SIMPLESMENTE ONDE ESTA A NOSSA RÁDIO?
AFINAL O Q SE PASSA EM PONTE DE SOR …
SIM PORQUE DE UM DIA PARA O OUTRO ESQUECEMO-NOS DA RÁDIO TEMPOS LIVRES , MAS DEPOIS FICAMOS NA ESPECTATIVA QUANDO OUVIMOS DIZER QUE JÁ ESTÁ NO AR A NOVA RTL, RÁDIO DE PONTE DE SOR…
OUVIMOS DIZER QUE UM RIO CORRE NA RÁDIO.
PERGUNTO A QUEM ME SOUBER RESPONDER :
O QUE ACONTECEU À RTL?
PORQUE É QUE NÃO NOS PUDEMOS DELICIAR E TER ORGULHO DE DIZER "ESTOU A OUVIR A RTL"?
PENSO QUE MUITA GENTE MERECE SABER PORQUE E QUE DEIXARAM MORRER UMA RÁDIO ASSIM , UMA RÁDIO ONDE PRIMAVA PELA SIMPLICIDADE E PELA SIMPATIA DAS VOZES QUE TODOS OS DIAS FALAVAM CONNOSCO !!!
Joaquim Vale

ALGUMAS COISAS BOAS, OUTRAS INEVITÁVEIS


1.Depois de três meses de interregno na governação do país - uma especialidade portuguesa, de cada vez que muda o governo - a nova maioria está finalmente apta a governar. Começa com a grande notícia e o grande alívio do fim, para todos os efeitos práticos, das regras rígidas do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Luís Campos e Cunha não vai ter de viver as angústias por que passou Manuela Ferreira Leite, nem o descontrolo por que passou Bagão Félix. Se cumprir o prometido, tem o prazo de uma legislatura, nem sequer para suprimir, mas apenas para "estabilizar" (seja isso o que for) o défice das contas públicas. Há quem esteja muito satisfeito com a notícia; eu, sabendo como a casa gasta, temo pelo regresso do laxismo, do desperdício e da inflação. Uma vez mais, ou muito me engano, ou os portugueses irão rapidamente concluir que, afinal, nada é verdadeiramente urgente e nada é tão grave que não possa ser resolvido com a compreensão, o apoio ou os dinheiros de Bruxelas. Cabe ao ministro das Finanças não deixar que a opinião pública conclua que acabou o problema do défice, como que por magia. É preciso recordar que, quando o Estado gasta metade da riqueza produzida no país, o problema não é de Bruxelas, é nosso.

2. A oposição de esquerda, entretanto, deve estar feliz, pois logo à partida parece ter conseguido tudo o que exigia ao Governo PS: revisão do PEC em Bruxelas; referendo urgente sobre a despenalização do aborto; revisão do Código do Trabalho, para tornar ainda mais excepcionais os motivos de despedimento; revisão da lei do arrendamento, antes mesmo da sua saída; aumento das pensões. Aparentemente não falta nada - o que levou Jerónimo de Sousa, em desespero de causas, a reclamar a garantia da sobrevivência do sector têxtil tal como existe, ou seja, fundado na falta de qualificação profissional, salários de segundo mundo, inexistência de inovação tecnológica e de gestão, e, consequentemente, o apoio do Estado, sem outra finalidade à vista que não o adiamento do inevitável.

3. Em 30 anos de democracia, houve apenas dois referendos populares em Portugal, e em ambos os eleitores votaram contra a vontade da maioria parlamentar e partidária do momento: contra a despenalização do aborto e contra a regionalização. Para alguns daqueles que vivem instalados dentro do sistema político, confundindo democracia com partidocracia, estes dois casos de desautorização popular devem servir de lição para o futuro, evitando voltar a correr o risco de receber do povo a resposta que não se quer ouvir. Por isso mesmo, agora eles defendem a tese de que se faça, se imponha, a despenalização do aborto e a regionalização sem esse incómodo de perguntar às pessoas se elas continuam a pensar o mesmo ou se, afortunadamente, já mudaram de ideias.
Incomodada com o facto de José Sócrates ter reafirmado que só os eleitores, que travaram os processos, têm legitimidade política para os destravar, a deputada dos "Verdes" Heloísa Apolónia trouxe a questão ao debate do programa do Governo, lamentando que não baste a vontade maioritária da esquerda parlamentar para despenalizar o aborto até às dez semanas. Diz ela temer que, com o novo referendo, "tudo possa ficar na mesma" e pergunta o que aconteceria se o resultado voltasse a ser um "não". Ó senhora deputada, pois aconteceria essa coisa a que se chama "democracia directa". Não eram os seus antepassados políticos que defendiam isso?

4. Em Bruxelas, e como já sucedera com a tentativa de nomeação do sr. Butiglione para a Comissão, Durão Barroso foi uma vez mais forçado a recuar, desta vez, na proposta Bolkenstein, um projecto de liberalização do mercado de serviços com possibilidade de dumping social incluído. A lição é a mesma de então: apesar do tradicional optimismo com que sempre acha ser capaz de relativizar qualquer questão, e apesar da sua permanente arte do compromisso, Durão Barroso voltou a ser confrontado com uma parte da "velha Europa" que não aceita negociar nem ceder em princípios que lhe são identitários. É a tal história dos "valores", que há quem pratique e há quem apenas apregoe.

5. A morte de três polícias em menos de um mês no concelho da Amadora não aconteceu ali por acaso geográfico. Quem semeia o betão descontroladamente colhe criminalidade e insegurança. Quem planeia (?) e faz erguer cidades desumanizadas, sem jardins, sem passeios, sem espaços públicos, sem escolas decentes, sem acessos correspondentes à dimensão da construção, condena-as previamente a serem guetos sociais onde germina a marginalidade e a lei do salve-se quem puder. Depois, não adianta chamar a polícia nem perguntar onde está o Estado. Está dissolvido no mundo subterrâneo dos negócios autárquicos, do financiamento dos clubes de futebol e das campanhas dos partidos.

6. Costumo ler com grande atenção as notícias sobre criminalidade. De há uns anos para cá, venho notando, às vezes só nas entrelinhas das notícias, o aumento de um fenómeno altamente perturbante: a frequência, cada vez maior, com que são soltos pelos tribunais, antes ou depois dos julgamentos, em recurso, os verdadeiros grandes bandidos: chefes de redes internacionais de droga, lavagem de dinheiro, tráfico de mulheres, emigração clandestina. Muito embora as provas recolhidas pela PJ sejam normalmente mais do que suficientes para a condenação, os arguidos acabam por se ver beneficiados com toda a espécie de expedientes formais processuais, de que não gozam, por hábito, os banais criminosos, e que deitam por terra toda a prova recolhida. No limite até, quando não parece haver nenhum expediente formal invocável, chega a suceder que um prazo inexplicavelmente ultrapassado permita um habeas corpus libertador.
Repito que se trata de mera observação empírica, fundada tão-só na leitura de jornais e, esporadicamente, de revistas de jurisprudência. Até posso estar enganado na minha conclusão relativa à frequência de tais casos. Mas o assunto parece-me suficientemente grave para justificar mais atenção da parte de quem a deve exercer.

Miguel Sousa Tavares

quinta-feira, 24 de março de 2005

AQUI TÃO PERTO...



Todos sabemos que temos um gasoduto a passar as portas da cidade!...


Há uns anos que ouço dizer que vamos ter gás de cidade em Ponte de Sôr !


Mas quando ???
Alguém sabe alguma coisa deste assunto ?


Eles falam falam falam e... ... ...


walk in the bridge

CARTA DE UM HOMEM SÓ [ II ]

Mais uma para o
anedotário (parte II):
merece o Prémio
"Ignóbil da Literatura"



CARTA DE UM HOMEM SÓ [ II ]

TAMBÉM QUERO DAR O MEU RETOQUE


Meu caro Carol Marks, não se trata de copiar a sua ideia, desculpe-me, mas não resisti a publicar o texto á minha maneira...apenas isso.
Um abraço e força pra continuar.

carta publicada na edição nº. 1282 do Jornal Ecos do Sor
n.r.:o itálico é nosso...

A marcha inexorável do tempo leva-nos para o terminus deste mandato. Não pretendo, nem desejo avaliar o mau trabalho desenvolvido, até porque seria sempre injusto e com certeza escaparia como até aqui aos reparos, às críticas, às confrontações que, naturalmente, existem e com certeza justas, feitas pelos nossos agentes da Policia Judiciária.
Tentei, durante estes anos, quase doze, como Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, ser justo para alguns, solidário com os amigos, fraterno só com a “familia”, vivendo intensamente o quotidiano de viagens por esse mundo fora,procurando as melhores transportadoras aéreas, saber encontrar os melhores hoteis para propiciar o desenvolvimento harmonioso e dar melhor qualidade de vida aos meus colegas de gabinete.Tentei, sempre, honrar a nossa bandeira, levar ao mais alto lugar o nosso concelho, prestigiando os seus munícipes porque a honra em os representar sempre foi enormemente bem paga e, agradecido, de forma externa, ficarei para o resto da vida por me terem dado a oportunidade em os enganar.Depositaram em mim muitos dos seus sonhos, do seu ideário, as suas ilusões. Tentei sempre não os defraudar, mas como o tenho consciência correcta das minhas infindáveis limitações de carácter e onde errei tanto, onde falhei mais aínda, onde não fui capaz de os satisfazer nunca. Aceitem as minhas novas promessas. Houve dias que desejei nunca terem acontecido, injustiças por mim feitas contra tanta gente, irreparáveis. Calúnias como nunca imaginei ser possível alguma vez fazer, mas também houve outros de tanta folia que gostaria nunca terem terminado. Certamente, foram poucos, pelo menos para o Nuno, para o Carita e pró Jerónimo, mas tal deriva das actuais limitações e incapacidades financeiras do Município. Tantas histórias de almoços, viagens, bebedeiras, etc. teria para vos contar, quanta amargura guardam e desencanto, aqueles, não todos, que, desgovernando o País, comigo se relacionaram nesses mesmos almoços. Quantas noites sonhei com um concelho ímpar, com uma cidade onde a qualidade de vida seja transversal a todos os meus “amigos” e o prazer enorme em ser-se cidadão desta comunidade onde só entra quem eu quero


Zé Merda

In:http://www.merdasdaponte.blogspot.com

NOVO CÓDIGO DA ESTRADA EM VIGOR NO SÁBADO

Sem obrigação de coletes


Equipamento reflector só será
obrigatório

em Junho e pode ser
amarelo, verde, cor-de-rosa
e laranja



Embora o uso do colete reflector só comece a ser obrigatório em Junho, o novo Código da Estrada entra em vigor depois de amanhã, depois de o modelo ser hoje aprovado pelo Governo.
A garantia foi dada ontem pelo secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, durante uma sessão de esclarecimento em Lisboa.
As propostas de portaria que incidem sobre os 21 aspectos a regulamentar no novo Código da Estrada deverão ser hoje aprovadas pelo Conselho de Ministros e entrar em vigor dentro de 90 dias, ou seja, a 23 de Junho.
Entre as propostas de regulamentação está o modelo de coletes retrorreflectores, que prevê a adopção de duas normas europeias. Os condutores poderão escolher entre o amarelo, verde, laranja e cor-de-rosa.
O uso do colete será obrigatório quando o veículo ficar imobilizado na estrada (avaria ou queda de carga) e a partir do momento em que se colocar o triangulo de sinalização de perigo.
Durante a sessão, em que estavam presentes oficiais da GNR e da PSP, o secretário de Estado pediu às forças de segurança uma atitude pedagógica para ajudar os portugueses a conhecer as novas normas.
Na sua primeira intervenção pública, Ascenso Simões reconhece que "a sinistralidade rodoviária não se revolve com o Código da Estrada", mas sim "com mais meios para as forças de segurança, com dotações orçamentais crescentes e com uma interligação ministerial".
O secretário de Estado estabeleceu uma meta para a actual legislatura: reduzir em 50 por cento o número de mortos nas estradas. Em relação à obrigação de pagar a coima no momento da infracção, Ascenso Simões rejeita a ideia de que isso vá facilitar a corrupção.


O conhecimento que os condutores têm sobre as multas a pagar por determinadas infracções ao Código da Estrada peca por excesso em relação aos valores, segundo uma sondagem feita a 600 automobilistas para a Direcção-Geral de Viação e divulgada ontem durante a mesma sessão.
No caso da taxa de álcool entre 0,5 e 0,8 gramas por litro, metade dos condutores (49,9 por cento) desconhecia o novo valor da coima. Em média, a quantia apontada pelos restantes inquiridos indicava 391 euros, longe dos 250 euros previstos na lei. Valores mais elevados do que os reais foram também apontados no uso do telemóvel, no excesso de velocidade e na falta da cadeirinha, segundo a sondagem realizada no início do mês.
A maioria (60,4 por cento) dos condutores inquiridos concorda que as multas previstas no novo código são mais elevadas. Quanto ao impacto das normas na sinistralidade rodoviária, as opiniões parecem mais divididas. Mais de metade (55 por cento) considera que os acidentes vão manter-se, ao passo que 34,4 por cento afirmam que vai haver diminuição de mortos.

Sofia Rodrigues


Pode ler aqui o que vai mudar com o Novo Código da Estrada.

quarta-feira, 23 de março de 2005

CARTA DE UM HOMEM SÓ

Mais uma para o
anedotário (parte II):
merece o Prémio
"Ignóbil da Literatura"


Carta de um Homem Só

carta publicada na edição nº. 1282 do Jornal Ecos do Sor
n.r.:o itálico é nosso

A marcha inexorável do tempo leva-nos para o terminus deste mandato. Não pretendo, nem desejo avaliar o trabalho desenvolvido, até porque seria sempre injusto e com certeza escaparia aos reparos, às críticas, às confrontações que, naturalmente, existem e com certeza justas, feitas pelos nossos Munícipes. quanta modéstia fervilha na ponta deste meu aparo...
Tentei, durante estes anos, quase doze, como Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, ser justo para alguns, solidário para alguns, fraterno para alguns, vivendo intensamente o quotidiano no jogo de sueca todas as tardes, nos locais onde é necessário caçar votos, procurando as melhores soluções, saber encontrar os melhores caminhos nem sempre os mais legais para propiciar o desenvolvimento harmonioso e dar melhor qualidade de vida aos meus concidadãos.
Tentei, sempre, honrar a nossa bandeira, levar ao mais alto lugar o nosso concelho não nos esqueceremos dos milhares de contos gastos em viagens ao estrageiro que realizei em nome deste propósito, prestigiando os seus munícipes porque a honra em os representar sempre foi enorme tambem nunca escondi o quão pedante sou e, agradecido, de forma externa, ficarei para o resto da vida por me terem dado a oportunidade em os representar mesmo sem qualquer programa eleitoral.
Depositaram em mim muitos dos seus sonhos, do seu ideário, as suas ilusões. Tentei sempre não os defraudar, mas como simples mortal tenho consciência correcta das minhas múltiplas limitações e onde errei, onde falhei, onde não fui capaz de os satisfazer. Aceitem as minhas humildes desculpas. embora o arrependimento seja fruto do pecado...
Houve dias que desejei nunca terem acontecido, injustiças feitas contra a minha pessoa, irreparáveis. Calúnias como nunca imaginei ser possível alguma vez acontecerem, mas também houve outros que gostaria nunca terem terminado. Certamente, foram poucos, pelo menos para muitos dos nossos munícipes, mas tal deriva das minhas limitações e incapacidades.
o quê?! empreitadas, ambiente, investimentos? só pode ser obra da "gente feia, pequena e má", não?...
Tantas histórias teria para vos contar
isso gostaríamos nós de saber, quanta amargura guardo e desencanto para com aqueles, não todos, que, governando o País, comigo se relacionaram. Quantas noites sonhei com um concelho ímpar, com uma cidade onde a qualidade de vida seja transversal a todos e o prazer enorme em ser-se cidadão desta comunidade. é isso que esperamos de um presidente de Câmara, mal de nós se outra coisa fosse...


continua...
Carol Marks

O PORTUGUÊS É UMA LINGUA TRAIÇOEIRA



A Polícia Judiciária e a Polícia de Segurança Pública garantem que não existe qualquer espécie de «intimidação» em relação aos bairros problemáticos dos arredores de Lisboa. A operação desta manhã, no bairro Cova da Moura, é a prova disso mesmo. Os directores nacionais das duas polícias, PJ e PSP, apareceram juntos, esta terça-feira, para apresentar a operação conjunta que resultou na detenção do principal suspeito da morte do agente Irineu Diniz, no passado dia 17 de Fevereiro na Cova da Moura. Santos Cabral, director nacional da PJ, garante que «há ainda algo a esclarecer», já que o crime terá sido cometido em co-autoria. A operação desta manhã contou com a participação de cerca de 180 efectivos da PSP e da PJ, incluindo duas forças do Corpo de Intervenção e do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP. Magina da Silva, comandante do GOE explica que uma parte da operação, que decorreu no Cacém, «foi apenas mais uma igual a muitas outras. Procedemos à abertura da porta do apartamento, onde estavam três suspeitos, dois adultos e um adolescente, que não ofereceram resistência». No bairro da Cova da Moura, 18 buscas domiciliárias levaram à detenção de seis pessoas e à apreensão de uma caçadeira de canos cerrados, uma pistola de guerra e três armas de calibre 6.35.

Portugal Diário



O português é uma lingua traiçoeira. Mau seria se 180 agentes, em simultâneo, armados até aos dentes, se sentissem intimidados ao entrar num qualquer bairro português. Nem no Iraque. O problema não é nem nunca foi esse. O problema é que estas medidas pontuais tomadas fora de horas - porquê só agora ? - não resolvem coisíssima nenhuma. Porque o comum dos mortais continuará intimidado ao circular na área, porque é uma medida conjuntura, e sem nada de perene. Que medidas reais, concretas, vão ser tomadas para repor a normalidade ? Aumentar o policiamento ? patrulhas regulares ? fiscalização efectiva ? É isso que interessa, só isso, e não demonstrações mais ou menos balofas de poder de fogo para impressionar a comunicação social. Por outro lado não deixa de ser pitoresco o destaque dado à posse de armas proíbidas, das quais só falta mesmo dizer o número de série. Para além de a sua publicitação, e tão detalhada, urbi et orbi ser provavelmente um crime platónico de violação de segredo de justiça, parece-me a mim que o enfoque excessivo dado à presença das mesmas é de todo contraproducente. Porque coloca as forças de segurança no papel paradoxal de estarem a fazerem publicidade, gratuíta, irresponsável e infantil, aos circuitos clandestinos de tráfico de armas. Até ao fim de semana provavelmente muito membro de gangs da Amadora e arredores conheceria as GLock só dos filmes... hoje sabe que os colegas as obtiveram, e não vão descansar enquanto não obtiverem também a sua...



Manuel

PARTIDO APRESENTA DISCURSO POLÍTICO DE DUPLO SENTIDO


O nosso partido cumpre o que promete.
Só os néscios podem crer que
Não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
A honestidade e a transparência são fundamentais
Para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
As máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
A justiça social será o alvo de nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
Se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
Nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
Os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.


(Agora, leia o mesmo discurso linha por linha, de baixo para cima!)

Galateia de Pompeia

terça-feira, 22 de março de 2005

CARTA EUROPEIA DA ÁGUA



Proclamada pelo Conselho da Europa em Maio de 1968, a Carta Europeia da Água integra 12 princípios básicos para a gestão e salvaguarda deste recurso natural tão valioso:

I - Não há vida sem água. A água é um bem precioso indispensável a todas as actividades humanas.

II - Os recursos hídricos não são inesgotáveis. É necessário preservá-los, controlá-los e, se possível, aumentá-los.

III - Alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do homem e dos outros seres vivos que dela dependem.

IV - A qualidade da água deve ser mantida em níveis adaptados às utilizações e, em especial, satisfazer as exigências da saúde pública.

V - Quando a água, após ser utilizada, volta ao meio natural, não deve comprometer as utilizações que dela serão feitas posteriormente.

VI - A manutenção de uma cobertura vegetal apropriada, de preferência florestal, é essencial para a conservação dos recursos hídricos.

VII - Os recursos hídricos devem ser objecto de um inventário.

VIII - A eficiente gestão da água deve ser objecto de planos definidos pelas autoridades competentes.

IX - A salvaguarda da água implica um esforço muito grande de investigação científica, de formação técnica de especialistas e de informação pública.

X - A água é um património comum cujo valor deve ser reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado.

XI - A gestão dos recursos hídricos deve inserir-se no âmbito da bacia hidrográfica natural e não no das fronteiras administrativas e políticas.

XII - A água não tem fronteiras. É um bem comum que impõe uma cooperação internacional.




Enviado por:walk in the bridge

SECA...



Grande parte do território português vive em situação de «seca extrema», segundo o relatório quinzenal de acompanhamento da seca do INAG (Instituto da Água). Cerca de 60 % do território Nacional figura em situação preocupante no mapa da seca. Pode ler aqui o relatório do INAG sobre a seca.
walk in the bridge

A ÁGUA E OS SERES VIVOS






Surgida no decurso da diferenciação da Terra, em fase inicial da sua história, a água começou por preencher as áreas mais deprimidas do planeta, originando bacias isoladas, que foram crescendo, quer em extensão quer em profundidade, acabando por coalescer, formando assim os primeiros oceanos.


Foi nestas águas, de início muito quentes, contendo substâncias capturadas da atmosfera de então e ricas em sais dissolvidos das rochas já existentes, que surgiram certos agregados de moléculas que se foram tornando complexas a ponto de exercerem actividades cada vez mais próximas daquelas que atribuímos aos seres mais rudimentares. Foi neste meio e no decurso de milhões e milhões de anos que se foram desvanecendo as diferenças que separam os seres vivos do mundo orgânico abiótico.


A água é um componente abundante na Terra, planeta onde se encontra nos seus três estados físicos, e comum no espaço exterior. Há água sob a forma de gelo em alguns corpos planetários do Sistema Solar, na maioria dos cometas e, ainda, no espaço interstelar, onde moléculas de H2O têm sido identificadas.


No que se refere ao nosso planeta a água é ainda conhecida ao nível da litosfera em todos os ambientes geológicos. Com efeito, a água entra na composição do magma, determinando-lhe o quimismo e as condições de arrefecimento e de consolidação das rochas dele derivadas. A água preside à maioria dos processos metamórficos, regulando as condições termodinâmicas das transformações e servindo de veículo nas migrações das substâncias minerais de uns locais para outros. Finalmente, no ambiente sedimentar a água tem um papel preponderante, não só na fase de alteração das rochas (dissolvendo, hidratando e hidrolisando) como nas de erosão, transporte e sedimentação.


A água é também um componente essencial na constituição dos seres vivos, onde assegura a maior parte das funções inerentes ao seu metabolismo e, daí, também a sua imprescindibilidade.


Todo o dramatismo de expressões como desertificação, seca, desitratação, sede, pressupõem a carência deste enorme bem, tantas vezes mal avaliado.


A Hidrogeologia é uma disciplina da Geologia virada à prospecção, estudo, captação e gestão correcta das águas subterrâneas. Como é sabido, as águas pluviais infiltram-se parcialmente no solo e concentram-se em determinados níveis, mais ou menos profundos – os aquíferos. A pressão demográfica e as exigências da civilização moderna dependem muitas vezes destes reservatórios. Porém, o seu aproveitamente pressupõe regras bem estabelecidas, sob pena de destruição da sua capacidade de renovação ou da sua qualidade como água potável.

António Marcos Galopim de Carvalho

"ACÇÃO SOCIALISTA" - EDIÇÃO ESPECIAL

É o que parece a edição desta terça-feira do DN. António Ribeiro Ferreira, babado, até acha que Sócrates nem é de esquerda e que "entrou a matar no debate do programa do Governo e deixou a esquerda estatista, conservadora e retrógrada em verdadeiro estado de choque ao afirmar que o mercado e a concorrência são duas prioridades absolutas da política económica". Quanto a Luis Delgado, fulminado, diz que "este PM poderia muito bem estar no centro-direita, porque a maioria das medidas que agora explicitou são tipicamente desse espectro político e, mais, de um pragmatismo que tradicionalmente distingue a esquerda da direita." Infelizmente, não me parece que algum tenha razão. Mas percebo-os. Santanistas ou portistas empedernidos ainda há bem pouco, comissários, por feitio e vocação, reveêm-se na eficácia, na superficialidade, na "simplicidade", nas generalidades debitadas. Sócrates é na prática o que o Dr. Lopes seria na teoria - o sabonete perfeito. Num ponto Delgado tem razão - "nenhum partido, tirando o que sectorialmente pode advir de um debate mais concreto, conseguiu atrapalhar Sócrates". Está na altura de aprender a fazer verdadeira oposição.

Manuel

ONDE É QUE NÓS JÁ VIMOS IGUAL?

O executivo da CM
e a relação
com os funcionários
«Um dos maiores erros da maioria deste executivo municipal reside na relação conflituosa que estabeleceu com os funcionários da autarquia.
A entrada numa organização de uma nova equipa de gestores traz sempre consigo a ameaça de um "terramoto" do ponto de vista dos funcionários: quem será mantido na chefia, como será o novo chefe, quem será deslocado para novas funções, e quais serão essas novas funções?...



Diz-nos a experiência que uma nova administração implica mudanças. Ora mudanças nos métodos de trabalho são sempre preocupantes, quando não “ameaçadoras” para os funcionários.
De qualquer forma, passado o ímpeto inicial, os novos ocupantes descobrem como os funcionários são necessários, e inicia-se, então, a fase de reajuste, negociação e normalização.


É assim que habitualmente acontece.
Porém, tudo indica, não foi isto o que se passou na CM. O clima de desconfiança mútua inicial, ao invés de ceder, agravou-se. Espalhou-se sobre os funcionários uma desconfiança generalizada quanto à sua lealdade. A nova equipa fechou-se sobre si própria e, numa atitude a roçar a esquizofrenia, iniciou um processo de segregação e afastamentos selectivos, logo percebido pelos restantes funcionários. Daí aos processos intimidatórios foi um pequeno passo, seguindo-se os inquéritos em catadupa e alguns processos disciplinares.

Uma das atitudes que terá levado a este comportamento, impeditivo de um relacionamento honesto e produtivo dever-se-á à presunção e falta de humildade dum executivo com vergonha de fazer perguntas ou dizer "não sei".
Ora não é apenas porque se foi eleito, ou porque se é chefe, que temos obrigação de saber tudo.
Muitos dirigentes, no entanto, sentem que, se fizerem uma pergunta banal, estão a perder autoridade, a comprometer a sua imagem de chefe e de líder. Por isso, acabam por não perguntar, e em consequência, não saber.
Este executivo, provavelmente, ainda não percebeu que só há um tipo de pergunta idiota: aquela que precisava ser feita e não foi.

Perguntar, pedir explicações, e se não percebeu perguntar novamente é um comportamento, desejável e responsável, compreendido pela generalidade dos funcionários. É a atitude humilde e honesta de reconhecer que não se sabe mas que se quer saber, que é, normalmente, bem recebida. Pior é fingir que se conhece a matéria, diante de quem domina melhor os assuntos. Rapidamente os funcionários, na sua generalidade, compreendem que não apenas os novos ocupantes não sabiam, como perceberam uma inesperada fragilidade, não por desconhecer, mas por tentar esconder a sua ignorância.

Outro dos argumentos que pode ter sustentado uma posição hostil pode resumir-se nesta frase: "Não há problema em “vergar” os funcionários, e, se for preciso, até criticá-los e humilhá-los em público, porque eles não podem reagir às críticas".
É verdade, mas não é toda a verdade. Qualquer dirigente com um mínimo de competência e habilidade sabe que qualquer funcionário experiente responderia: "É certo que eu não posso reagir de forma pública, mas eu tenho as minhas formas de reagir".

Ora qualquer destes comportamentos da administração não pode ser mais pernicioso.
A experiência ensina que não compensa hostilizar o corpo de funcionários. Na grande maioria dos casos não há mesmo razão para tal. Os funcionários, em regra, têm brio profissional e nada os move contra uma nova equipa, desejando e ambicionando mesmo integrá-la. Não podem tomar a iniciativa porque correm o risco de serem mal entendidos. Aguardam apenas a oportunidade certa para mostrar sua utilidade e os seus conhecimentos.
Não é, pois, difícil para quem está no poder construir uma boa relação com os funcionários. É o que eles esperam e desejam, e é o que qualquer dirigente necessita.


Porquê então este aparente divórcio?

Uma das razões relaciona-se com todos aqueles problemas que com tanta facilidade foram criticados durante a campanha, mas que agora são da nova equipa e vão persegui-la durante todo o mandato, enquanto não forem resolvidos.
Por isso, não são casuais ou episódicas as acusações que se ouvem de que “isto está muito pior do que antes”, mesmo daqueles funcionários assumidamente apoiantes da actual maioria.

Por outro lado, esperam os munícipes, mas também os funcionários, que sejam programadas as medidas e acções, dadas orientações e os meios para que se possam resolver esses problemas e cumprir as promessas anunciadas.
Mas o que assistem é a medidas avulsas, muitas vezes desconexas e contraditórias, reveladoras de profunda ignorância nos procedimentos e na eficácia da gestão. O que vêem é uma organização cada vez mais apetrechada de meios humanos, e, simultaneamente, cada vez mais inoperante e desorientada, incapaz de responder às solicitações e, por isso, desmotivada e insatisfeita.

Por isso se fez uma reestruturação dos serviços! Afirmarão os incautos.

Mas esta reestruturação não será eficaz.
Nas actuais condições uma reestruturação apressada e não participada (elaborada no mês de Agosto?!...) é um equivoco que satisfará apenas algumas situações pontuais, mas agravará ainda mais o funcionamento da generalidade organização.
E não será preciso esperar muito para o comprovar."
»
N.R.:Este texto foi publicado no blog Mais Évora, mas como a escola dos Presidentes de Évora e Ponte de Sor é a mesma, resolvemos publicar o referido texto.

segunda-feira, 21 de março de 2005

QUE COR Ó TELHADO DE MISÉRIA



Que cor ó telhados de miséria
onde nasci
de tanta pequenez de tão humildes ovos
de nenhum querer
a que horas nasceram as estrelas que
um dia foram
a que horas nasci?

Não vim embarcado não me encontrei
na rua
não nos vimos
não nos beijamos
nunca parti


Não sei que idade tenho


Quando havia antes um antigamente
havia uma esperança
agora no próprio coração da ilusão
onde a água limpa as pedras das ruínas
entre destroços límpidos
deito-me sobre a minha sombra e durmo
e durmo


Quando havia antes um amanhecer
à beira do abismo
agora no próprio coração do coração
durmo estrangulando um monstro inerme
um palhaço de palha seca e pálido
quando havia antes um caminho


Não houve nunca amigos nem, pureza
Nem carinhos de mãe salvam a noite
É preciso ir mais longe na incerteza
É preciso no silêncio não escutar


A manhã que eu procuro não foi sonhada
Uma árvore me ignora na raiz
Perfeitamente desesperado é o meu sonho
Os pássaros insultam-me na cama
Só com doidos com doidos amaria
perfeitamente presente na frescura
do mar


Uma casa para eu ter a humildade de ser espaço
a líquida frescura duma jarra
um passo leve e certo em cada sombra
um ninho em cada ouvido
de doces abelhas cegas


Uma casa uma caixa de música e sossego
Um violão adormecido na doçura
Um mar longínquo à volta atrás do campo
Uma inundação de verdura e espessa paz
Uma repetida e vasta constelação de grilos
e os galos álacres do silêncio


Um mar de espuma e alegria obscura
um mar de espuma e alegria clara
entre o verde e a brisa


Na brancura dos quartos
a inocência poderá sonhar desnuda
os insetos poderão entrar
juntamente com as plantas e as aves
Uma longa asa passará
O mundo e o silêncio a mesma ave
e o mar
o mudo leão longínquo e fresco
faiscará entre o ver e as lâminas solares

António Ramos Rosa

domingo, 20 de março de 2005

O CHOQUE TECNOLÓGICO DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR


http://www.cm-pontedesor.pt

Online em Breve
[ dias, meses, anos... ]

AI... AI... [ o fim ]


"És o “homem médio”, o “homem comum”. Repara bem no significado destas palavras: “médio” e “comum”.
Não fujas. Tem ânimo e contempla-te. “Que direito tem este tipo de dizer-me o que quer que seja?” Leio esta pergunta nos teus olhos-amedrontados. Ouço-a na sua impertinência, Zé Ninguém.(...)

Dizes: “Antes de confiar em ti, gostaria de saber qual a tua filosofia da vida.” Quando souberes a minha filosofia da vida vais a correr ao presidente da Câmara(...)
Observo estritamente o cumprimento das leis quando fazem sentido, e luto contra elas quando obsoletas ou absurdas. (Não corras já para o presidente da Câmara, Zé Ninguém, porque se ele for um homem decente faz o mesmo.(...)

Sentias-te livre – liberto da cooperação e da responsabilidade. E é por isso, Zé Ninguém, que és o que és, e é por isso que o mundo é o que é.
Fazes uma idéia, Zé Ninguém, de como se sentiria uma águia que estivesse a chocar ovos de galinha? De começo a águia julga que está a chocar apenas pequenas águias que virão a tomar volume idêntico ao seu. Mas o que acaba por sair são sempre frangos. Desesperada, a águia espera que os frangos ainda possam vir a ser águias. O tempo passa e o que finalmente surge são galinhas cacarejantes. Então, nasce na águia a tentação de comer frangos e galinhas de uma assentada, e apenas uma pequena réstia de esperança a impede de o fazer. A esperança de que um dia surja do bando de frangos uma pequena águia capaz de sondar a distância a partir dos píncaros, de detectar novos mundos, novas formas. de pensar e viver. E só esta esperança impede a triste e solitária águia de devorar os frangos e galinhas, que nem sequer se dão conta de que uma águia os sustenta e acolhe, que vivem num íngreme rochedo, bem acima dos vales perdidos. Nunca olharam para a distância como a águia solitária. Limitaram-se a engorgitar dia após dia o que a águia lhes trazia de alimento. Deixaram-se aquecer debaixo das suas asas poderosas sempre que chovia ou trovejava, enquanto ela suportava a tempestade sem qualquer proteção. Ou chegaram a atirar-lhe pedras pelas costas, nos piores dias. Quando deu por isso, o primeiro impulso foi desfazê-los, mas, pensando melhor, encheu-se de compaixão. Esperava ainda que algum dia haveria de surgir dos muitos frangos míopes e cacarejantes uma pequena águia capaz de a acompanhar.
Até hoje, a águia ainda não desistiu. De modo que ,continua a criar frangos. Tu não queres ser águia, Zé Ninguém, e é por isso que és comido pelos abutres. Tens medo das águias, e é por isso que vives em grandes bandos e és comido em grandes bandos. Porque algumas das tuas galinhas chocaram os ovos de abutre e os abutres foram então os teus chefes contra as águias, as águias que desejariam ter-te levado mais longe, mais alto. Abutres que te ensinaram a comer cadáveres e a contentar-te com alguns grãos de trigo, a berrar: “Viva, Viva, Abutre!”. E apesar das tuas privações e da tua condenação aos milhares, continuas a ter medo das águias que protegem os teus frangos.
Construíste sobre a areia a tua casa, a tua vida, a tua cultura e a tua civilização, a tua ciência e técnica, o teu amor e a tua educação de crianças. Não o sabes, Zé Ninguém, nem queres sabê-lo, e abates o grande homem que intente dizer-te. Na tua agonia, são sempre as mesmas questões que te afligem: (...)

E assim, na quietude do cair da tarde, quando me sento na erva em frente de minha casa, depois de um dia de trabalho, com a minha mulher é os meus filhos, ouço no pulsar da natureza à minha volta a melodia do futuro: ‘Humanidade inteira, eu te abençôo e abraço.’ E desejaria então que a vida aprendesse a defender os seus direitos, que fosse possível modificar os espíritos duros e os medrosos, que só fazem troar os canhões porque a vida os desapontou. E quando o meu - filho instalado no meu colo me pergunta: ‘Pai, o sol desapareceu, para onde foi, achas que volta depressa?’, respondo-lhe: ‘Sim, filho, há-de voltar amanhã para nos aquecer."

Cheguei ao fim da minha conversa contigo, Zé Ninguém. Muitas coisas mais haveria, no entanto, a dizer-te. Mas se me leste com atenção e honestamente descobrir-te-ás agindo como Zé Ninguém mesmo em situações que te não referi, pois que todas as tuas ações e pensamentos têm sempre o mesmo tom. "

Escuta, Zé Ninguém!
Wilhelm Reich


Ó respeitáveis enganadores que troçais de mim!

Donde brota a vossa política,

Enquanto o mundo for governado por vós?

Das punhaladas e do assassínio!

Charles de Coster (em Ulenspiegel)

Terminei a citação de um livro que gosto....pensei em partilhar.
Aqui está claro a preferência do Estado sobre a justiça, a mentira sobre a verdade, a guerra sobre a vida.
Escuta, Zé Ninguém! representa uma resposta silenciosa à intriga e à difamação.


Se ainda existisse o jornalista que relatava os acontecimentos teria terminado a descrição “ e esta, heim!”

Galateia de Pompeia

ATÉ O JORGE SAMPAIO, VIU O "ESTADO A QUE ISTO CHEGOU"...

TRÊS DIAS A CHAMAR
A ATENÇÃO PARA
O ABANDONO
DO ALENTEJO




O Presidente da República começou por falar da seca, em Ponte de Sôr. Em Nisa,criticou a ausência de prevenção aos fogos e a regionalização, no Crato, abordou a terceira idade

O alto, o centro e sul alentejanos revelam problemas estruturais idênticos e idênticas potencialidades. Foi basicamente esta a mensagem que Jorge Sampaio procurou transmitir aos alentejanos do norte, chamando a atenção para o peso que uma só região pode representar se forem superados os laivos bairristas que têm marcado a constituição da descentralização administrativa, proposta pelo governo de Durão Barroso.
Avisado para o mais grave problema que aflige o sul do país, Sampaio logo no primeiro dia da presidência aberta a três concelhos do distrito de Portalegre, falou, em Ponte de Sôr, das consequências da seca. Poderia tê-lo feito nos mesmos termos em Mértola, Mourão ou qualquer outro concelho do litoral alentejano. O drama que desta vez afecta todo o país, reveste-se de particular gravidade na região sul.
Mas também teve tempo de realçar a importância de instalar em Ponte de Sôr uma empresa aeronáutica onde se constróem aviões ligeiros e ultra-ligeiros com dois e quatro lugares. Foi o entusiasmo de um português, João Folgado, que, em 1999, conseguiu atrair o interesse da Dyn Aero empresa aeronáutica francesa.
Hoje, uma mão de obra oriunda do mundo rural, habituada às práticas agrícolas, especializou-se no manuseio dos tecidos em fibra de carbono, nas madeiras, colas e resina sintéticas para moldar, é o termo exacto, sofisticados aparelhos que não ultrapassam os 250 quilos de peso e que podem atingir velocidades de 340 quilómetros/hora, transportando 240 quilos de carga útil. O segredo maior está na abertura do município de Ponte de Sôr e na existência de uma mão de obra " muito aplicada e criteriosa" reconhecem os responsáveis franceses.
Mas a par deste exemplo empresarial, baseado nas novas tecnologias, evidenciam-se, no lado oposto, os dolorosos custos da interioridade, as assimetrias que desertificam os campos dos jovens e deixam os mais velhos ao abandono.
Este tema foi uma constante nas mensagens do Presidente da República sempre que ele se deslocou a qualquer concelho do Alentejo, ao longo de quase uma década. Um território composto por 47 municípios, mas que têm metade dos habitantes da cidade de Lisboa.
Foi este paradoxo demográfico que fez com que hoje vivam tantos alentejanos na sua região de origem, com os vivem e trabalham na área metropolitana de Lisboa e Setúbal, que o Presidente chamou vezes sem conta a atenção, apelando aos ficaram nas planícies do sul ou no norte alentejano, para que juntassem as suas vozes, numa só. Mas o desencontro prossegue, à volta das divisões que a descentralização administrativa veio dar corpo, enquanto a regionalização não vier marcar o tempo de um outro debate, num território que está a demonstrar não ter condições estruturais para suportar uma rápida inovação no sector agrícola. A não ser que a tecnologia e os financiamentos sejam espanhóis, holandeses ou belgas.
Em Nisa, Sampaio, lembrou o terrível incêndio do último verão que deixou os ricos montados carbonizados. Maria Gabriela Menino, presidente da Câmara, lembrando que no seu concelho, apesar do desastre ainda " há qualidade de vida". Este argumento não impediu que Sampaio de se insurgir contra o abandono da floresta e falta de prevenção para acautelar pesadelos idênticos. Os pessoas ouvem com atenção e em silêncio. O orador comove-se: " Sinto-me feliz porque julgo que perceberam que não se pode desmorecer". Mas não se pode pensar que gente idosa possa ter forças para retomar a esperança.
O Presidente ainda deu o exemplo, plantando árvores em Nisa no Dia Mundial da Floresta. As crianças gostaram, o povo aplaudio o gesto do mais alto magistrado da nação, que ficou vermelho e de garganta seca devido ao calor que se fez sentir na passada sexta feira.
Em Alter do Chão onde visitou a realização maior do concelho, a sua coudelaria, recebeu o compromisso, vindo do norte, de que ali seria instalada uma fábrica de cortiça. Sinais de esperança, embora ténues.
Foi o momento do Presidente da República lembrar o papel das autarquias "como o grande actor do desenvolvimento regional e local" que chegou primeiro que a descentralização administrativa ou a regionalização.
No último dia, Sampaio, deslocou-se à vila do Crato, onde o aguardavam para um mega almoço, cerca de 800 idosos. Numa tenda montada para o efeito o Presidente dedicou este dia à política social, para lembrar que "ainda existem pessoas sem qualquer rendimento" e que continuam a faltar equipamentos sociais, lares, centros de dia e apoio domiciliário, sobretudo para os chamados grandes dependentes que considerou "um problema social gravíssimo".
Pesem embora as carências enormes que continuam a subsistir na assistência social a idosos, Sampaio, incentivou os presentes, no almoço de confraternização do Dia do Idoso, no Crato, para a prática de "um envelhecimento activo", que possa ser dedicado à família, ao trabalho voluntário ou ao mais diverso tipo de ocupações salutares. " O importante é que a pessoa idosa não se deixe morrer por dentro", concluiu Sampaio, na sua derradeira mensagem, após ter visitado o último concelho que lhe faltava em todo o Alentejo, um percurso que demorou quase uma década a concretizar.

Carlos Dias

sexta-feira, 18 de março de 2005

AI... AI...


Depois de ler isto tudo …. Lembrei-me... Passo a citar:

“Chamam-te”Zé Ninguém”!” Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a Era do Homem Comum. Mas não és tu que o dizes Zé ninguém, são eles, os vice presidentes, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado.
Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e eu que to digo.
Há algumas décadas, tu Zé ninguém, começas-te a penetrar no governo da Terra. O futuro da raça humana depende, a partir de agora, da maneira como pensas e ages.
És livre apenas num sentido: livre da educação que te permitiria conduzires a tua vida como te aprouvesse, acima da autocrítica.
Deixas que os homens do poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.
Mas eu entendo-te. Vezes sem conta te vi nu, psíquica e fisicamente nu, sem máscara, sem voto, sem aquilo que faz de ti “membro do povo”. Nu como um recém nascido ou um general em cuecas. Ouvi então os teus prantos e lamurias, ouvi-te os apelos e esperanças, os teus amores e desditas. Conheço-te e entendo-te. E vou dizer-te quem és Zé ninguém, porque acredito na grandeza do teu futuro, que sem duvida te pertencerá. Por isso mesmo, antes de tudo mais, olha para ti. Vê-te como realmente és. Ouve o que nenhum dos teus chefes ou representantes se atreve a dizer-te: “
(…) continua

Ai … Ai…

Se ainda existisse o jornalista que relatava os acontecimentos teria terminado a descrição “ e esta, heim!”

Galateia de Pompeia