quinta-feira, 31 de maio de 2007

EDUCAÇÃO SEXUAL PARA CRIANÇAS

O programa Sociedade Civil da RTP 2, apresenta amanhã em emissão especial, no Dia Mundial da Criança, às 20h30 o filme Então é Assim, um bom apoio para a formação dos seus filhos

Então é assim é uma co-produção dinamarquesa-canadiana, um filme de animação para crianças, que ensina tudo o que os mais novos precisam de saber sobre como se fazem bebés.


Veja este filme com os seus filhos.
1ª parte




2ª parte

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COITADO DO Sr. ZÉ AQUELE QUE DIZ QUE É ENGENHEIRO

ou a outra face do choque tecnológico, e da educação para as estatísticas


Manuel

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SE A PROMESSA FOR COMO ESTA:

PODEM ESPERAR DEITADOS

«Sócrates promete computadores portáteis e acesso ADSL a alunos e professores


No discurso de abertura do Debate Mensal na Assembleia da República, o primeiro-ministro, José Sócrates, prometeu computadores portáteis e acesso à ligação ADSL para alunos e professores de forma facilitada e a preços mais baixos do que os praticados no mercado.

Estado e operadores privados de telecomunicações associam-se de uma forma inovadora, adiantou José Sócrates enumerando também que os alunos beneficiados estarão divididos em três escalões. No mais beneficiado os alunos terão acesso a um computador portátil e acesso a ligação à Internet por apenas 5 euros.

Sócrates estima que, com esta medida, nos próximos três anos, serão atingidos 240 mil estudantes, que serão divididos em três escalões distintos.

O primeiro escalão abrange estudantes beneficiários de acção social escolar, aos quais será fornecido um computador portátil sem qualquer pagamento inicial - e a utilização da banda larga custará cinco euros por mês.

De acordo com Sócrates, no segundo escalão - referente aos alunos que não têm acção social escolar, mas têm agregados familiares com baixos rendimentos - o computador será fornecido sem necessidade de qualquer pagamento inicial, sendo a ligação à banda larga de 15 euros por mês, durante três anos.

Os restantes alunos - acrescentou o chefe do Governo - terão acesso a um computador portátil, pelo valor de 150 euros, e pagarão pela Internet de banda larga, durante três anos, menos cinco euros em relação aos preços de mercado. As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro pretendem também ter como alvo o sector dos professores dos ensinos Básico e Secundário, que, com um pagamento inicial de 150 euros, terão acesso a um computador portátil.

Estes professores terão também acesso à Internet em banda larga, com uma mensalidade que o Estado garante que será de cinco euros inferior aos preços praticados no mercado, declarou o primeiro-ministro.

O terceiro grupo social que o Governo pretende atingir com este programa é o dos trabalhadores que se encontram envolvidos em acções de formação.

Todas as pessoas que se inscrevam no programa Novas Oportunidades terão acesso a um computador portátil com um pagamento inicial de 150 euros. Beneficiarão também do acesso à Internet em banda larga com uma mensalidade de 15 euros válida por ano, especificou o chefe do Governo.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro pronunciou-se também sobre a forma como este programa será financiado.

Este programa será fundamentalmente financiado com as contrapartidas que o Estado contratualizou com os operadores do licenciamento das comunicações móveis, esclareceu.


O acesso a estas tecnologias, que são também uma garantia de
competitividade do país, é ainda alargado a todos os portugueses que se inscrevam no plano Novas Oportunidades.

Lusa»

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A NOVA DEMOCRACIA DAS BANANAS

Há várias coisas em comum no actual PS: consegue fazer milagres.
Tem o condão de transformar uma trapalhada num furacão.
O PS é uma empregada doméstica que foi contratada para limpar a sala de pó e, quando sai de casa, ela transformou-se numa lixeira.
As declarações do ministro Lino tornaram-se uma bola de neve: a continuarem a desculpá-lo qualquer dia os dirigentes socialistas acabavam a correria na Antárctida.

O caso Charrua é um caso ainda mais grave.

Porque não é anedótico.
A directora da DREN, perante o silêncio da ministra da Educação, tornou a delação um decreto-lei.
A coberto da democracia tornou-se o sector público uma ditadura típica da república das bananas.
Claro que, no actual PS, depois desta tolice terceiro-mundista, em vez de os responsáveis terem bom senso tentaram remediar o erro com mais milagres da multiplicação do dislate.
Se fosse um personagem da Disney, a directora da DREN seria o Urtigão, que com a sua espingarda disparava sobre tudo o que movia.
Depois da sua atitude, em que disparou sobre a democracia e a deixou ferida, correram em seu auxílio os enfermeiros do PS.
Pior a cura do que a doença. E, como se os dislates não fossem suficientes, um excelso deputado do PS veio dizer que o cargo de Charrua era de confiança política, do PS, perdão, do Governo, perdão, da política educativa do país. Isto é: o país é o PS e, se alguém não cumpre a voz do dono, rua.
A nova democracia das bananas está assim explicada.
No Parlamento, vulgo a casa do povo.


F.S.

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A MORTE DE GALILEU (1ª parte)

Hey, teacher, leave the kids alone!

Felizmente ainda há neste país estabelecimentos de ensino (privados) com horários feitos por pessoas e para pessoas, entendendo-se por pessoa, obviamente, um ser vivo com alguma massa cinzenta. Aulas das 8H30 às 13H30 é, claramente, o único horário escolar capaz de rentabilizar os saberes e de combater o insucesso escolar, porque não só dá tempo a todos de assimilar as matérias leccionadas, sem se dispersarem por uma infinidade de disciplinas absolutamente inúteis e desgastantes, como também permite manter um ritmo mais intenso de aprendizagem. Com efeito, a tarde livre permite, aos bons alunos, progredir ainda mais, desbravar novos caminhos, sem estar vinculado ao ritmo da sala de aula; e, aos menos bons, dá-lhes tempo para recuperar e assimilar as matérias dadas.

Se, nas nossas escolas (irracionais) públicas, os horários dos nossos alunos fossem idênticos, seria lógico que a escola se organizasse de forma a oferecer aos seus alunos, da parte da tarde, toda uma série de actividades extracurriculares: umas, destinadas aos alunos com mais dificuldades, no sentido de os recuperar e de lhes dar apoio (salas de estudo, aulas de apoio, centros de explicação, etc.); outras, de carácter formativo e educativo, dirigidas a toda a comunidade educativa (cursos de aperfeiçoamento de línguas, grupos de teatro, de poesia, musicais, experimentais, a rádio-escola, o jornal, o desporto escolar, etc.).

Acontece que isto é absolutamente impossível de implementar na escola (irracional) pública onde os alunos entram às 8H30 e saem às 17H30, com horários com mais de 40 horas de aulas.

Aulas de apoio? Salas de estudo? Centros de explicação? Com que alunos e a que horas?

Há pessoas que ainda não perceberam que tanto se morre de fome como de fartura. E que é tão estúpido obrigar uma pessoa a comer até vomitar como obrigar um aluno a continuar a digerir matérias depois de ter papado 8 horas seguidas de aulas (É óbvio que há alunos verdadeiramente extraordinários e com uma resistência a toda a prova que aguentam cargas elevadíssimas. Só que a escolaridade obrigatória impõe uma escola para todos e não apenas para uma elite de super-homens).

Na situação actual (alunos com mais de 40 horas lectivas por semana), um furo no seu horário, desde que seja episódico, é uma bênção dos céus. Hoje, uma das principais causas do insucesso escolar é precisamente a sobrecarga lectiva dos horários dos alunos. É, aliás, por essa razão que as aulas de apoio educativo aos alunos com mais dificuldades se têm revelado completamente inúteis. Com efeito, alunos com 40 horas lectivas por semana não têm tempo, nem disposição mental, para mais nada.

Ora, o facto de os alunos passarem agora a ser obrigados a permanecer enclausurados dentro de uma sala de aula, sem que exista qualquer motivo justificativo para tal, vai ser mais um factor a potenciar a sua indisciplina e rebeldia. Necessariamente.

Nunca como hoje a célebre canção dos Pink Floyd foi tão actual: «Hey, teacher, leave the kids alone!». E o que é triste é que é precisamente a geração que imortalizou esta canção que agora nos governa. A tal geração rasca que concluiu os seus cursos graças às passagens administrativas do pós-25 de Abril e que, certamente, por isso não tem agora a preparação suficiente para nos governar.

(continua)

REXISTIR

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quarta-feira, 30 de maio de 2007

este blogue está em greve

mas garante os serviços mínimos

porque não se pode dar

descanso à corja!

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terça-feira, 29 de maio de 2007

GREVE GERAL


Proíbe divulgação de listagem de grevistas
A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) decidiu na segunda-feira "proibir qualquer tratamento autónomo de dados pessoais, relativos aos trabalhadores aderentes a greves, por considerar ser um procedimento discriminatório".

A CNPD decidiu ontem proibir qualquer tratamento autónomo de dados pessoais, relativos aos trabalhadores aderentes a greves, por considerar ser um procedimento discriminatório. Na sua Deliberação nº 225/ 2007, a CNPD considerou que para efeitos de processamento dos necessários descontos na retribuição, os dados relativos às ausências do trabalhador por motivos de greve devem ser tratados, como até agora, de forma conjunta com os dados respeitantes a outras eventuais ausências reflectidas nos mapas de assiduidade.





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ASSIM VAI A EDUCAÇÃO...

Peço aos pacientes e benevolentes leitores que atentem nesta notícia extraordinária:
«Valeu tudo: tratar um sujeito como predicado, usar um "ç" em vez de dois "s", inventar palavras. O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação deu ordens para que nas primeiras partes das provas de aferição de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos, os erros de construção gráfica, grafia ou de uso de convenções gráficas não fossem considerados. E valeu tudo menos saber escrever em português. Isso não deu pontos
Se era preciso um argumento para repensar totalmente o ensino do Português, não sei se vale a pena procurar mais. Mas uma pessoa fica cansada de dar exemplos. A corporação está bem defendida nos corredores do Ministério. Mas leiam, leiam.


Francisco José Viegas

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THE POLICE

A digressão mundial que assinala o regresso dos britânicos The Police passará por Portugal a 25 de Setembro, no Estádio Nacional.

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COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS

A grande maioria das vítimas de fogos florestais, ao contrário do que se julga, são populares e não propriamente os bombeiros. Essa situação advém da imprudência e desconhecimento do cidadão comum em relação ao fogo. Por isso mesmo, tenho defendido que, embora as populações sejam fundamentais no alerta (até porque, infelizmente, os sistemas de vigilância oficial deixam muito a desejar, é preferível retirá-las do chamado teatro das operações. Quanto muito poder-se-á usá-las, mas fora do perímetro mais próximo da frente de fogo. Aproximar ou manter populares junto da frente de fogo tem efeitos pouco relevantes, com a agravante de constituir um risco elevado para a sua segurança.

Por isso mesmo, a promessa do Governo em dotar mil juntas de freguesia com kits de primeira intervenção aos fogos - cada um custando oito mil euros cada, pelo que o investimento se elevará aos 8 milhões de euros - constitui uma medida perigosa, sem efeitos práticos (diria mesmo folclórica) e esbanjadora de recursos financeiros. primeiro, porque incentiva os populares a irem para a frente de fogo, sem qualquer preparação e com a perigosa confiança de terem os kits. Depois, terá efeitos irrelevantes porque não existindo disponibilidade de pessoal na esmagadora maioria das juntas de freguesia, não sei como se fará a logística da coisa. Será que os primeiros voluntariosos a chegarem à junta de freguesia levam o kit para o fogo? Por fim, gastar oito milhões de euros nesta coisa - que me parece mais negócio de venda de kits - é um desperdício, pois com esse dinheiro poder-se-ia equipar e formar mais equipas de sapadores florestais. Esses sim, úteis.


Pedro Vieira

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EU, ACIMA ASSINADO...

Eu, acima assinado, declaro por minha honra que jamais produzi, nomeadamente por escrito, qualquer referência que possa ser considerada desprestigiosa relativamente às habilitações académicas de Sua Excelência o Primeiro-Ministro de Portugal. Espero, assim, ficar a coberto de qualquer acção judicial (sendo certo que, para suspensão de funções e processos disciplinares, já se faz tarde para mim).

Mais declaro que, admitindo embora que vi alguns programas de O Gato Fedorento, me apercebi a tempo da sua aleivosia e, por conseguinte, passei a ver apenas (embora com os inerentes riscos para a minha sanidade intelectual) programas como Morangos com açúcar, a telenovela da freirinha ou Big brother, 19.ª edição.

Declaro ainda que me recuso a descobrir qualquer intenção desrespeitosa para Sua Excelência na declaração do ministro das Obras Públicas de que é engenheiro, mas engenheiro mesmo, da Ordem.

Declaro por fim que, ao contrário de tantas vozes inflamadas que já se ergueram contra a directora regional de Educação do Norte apenas porque, patrioticamente, entendeu que o bom nome do primeiro-ministro de Portugal deve ser defendido até à última barricada, acho bem que o seu funcionário seja responsabilizado por ter um sentido de humor não politicamente correcto. E incito todos a denunciar mais concidadãos que, anteriormente, tenham beliscado o bom nome da Excelência em questão.

Pela minha parte, denuncio desde já o cidadão Alberto João Jardim. Embora sejam sem conta os insultos com que ele amiúde atinge o primeiro-ministro de Portugal (a Madeira incluída), infelizmente só me lembro de um dos últimos fascista. Mas creio que será o suficiente para que o Ministério Público aja de imediato, pois parece-me que a imunidade de que gozam os presidentes das Regiões Autónomas, se os livra de suspensão de funções e de processos disciplinares, não deve ser suficiente para os livrar de um processo judicial pelo crime de difamação (aliás, calúnia, espero).

Se um professor diz uma graçola e é o que se vê e o presidente da RA da Madeira insulta a torto e a direito e é o que não se vê, sou forçado a chegar à triste conclusão de que as únicas pessoas que neste país ainda se preocupam com o bom nome das altas figuras de Estado sou eu e é a directora regional de Educação do Norte.


Sérgio Andrade

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segunda-feira, 28 de maio de 2007

"CULTURA" DA CÂMARA MUNICIPAL PINTO & APANIGUADOS...

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J.

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UM TUAREG RESPONDE AO MINISTRO





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ENFIM, SÓ

A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.

Onde estão os políticos socialistas?

Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?

Uns saneados, outros afastados.
Uns reformaram-se da política, outros foram encostados.
Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão.
Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro.
Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo.

Manuel Alegre resiste, mas já não conta.
Medeiros Ferreira ensina e escreve.
Jaime Gama preside sem poderes.
João Cravinho emigrou.
Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe.
António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.
Almeida Santos justifica tudo.
Freitas do Amaral reformou-se.
Alberto Martins apagou-se.
Mário Soares ocupa-se da globalização.
Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores.
João Soares espera.
Helena Roseta foi à sua vida independente.
Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância.
O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado.
Os sindicalistas quase não existem.

O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice.

O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista.

Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos.
Sem hesitar, apanhou a onda.

Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito.
As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento.
Mas nada de essencial está em causa.
Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente.
As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro.
É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais.
Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente.
Mas tratava-se, politicamente, de questão menor.
Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo.
Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se.
Autoritário.
Crispado.
Despótico.
Irritado.
Enervado.
Detesta ser contrariado.
Não admite perguntas que não estavam previstas.
Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.
Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.
Tem os seus sermões preparados todos os dias.
Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação.
O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado.
O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão.
A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa.
A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação.
As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.

Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si.
Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa.
Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado.
Nomeia e saneia a bel-prazer.
Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos.
É possível.
Mas não é boa notícia.
É sinal da impotência da oposição.
De incompetência da sociedade.
De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.


António Barreto
In:PÚBLICO

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sábado, 26 de maio de 2007

OS ÍNVIOS CAMINHOS "SOCIALISTAS"

Que tem resultado da acção reformadora deste Governo? Uma série infindável de decisões brutais, que conduziram ao regresso do flagelo da emigração e do consequente despovoamento de numerosas zonas do território nacional. Não é reformar; é deformar.

O desemprego atingiu níveis assustadores, os impostos directos e indirectos penalizam os mais desfavorecidos. O sistema de saúde está a ser dizimado através da política de um ministro, Correia de Campos, que, entre outras sinistras qualificações, vai figurar como o liquidador da Casa da Imprensa (uma das mais nobres instituições mutualistas da Europa), e de ter atirado para o desespero velhos jornalistas sem meios nem apoio, e para a miséria viúvas de profissionais do jornalismo. Este senhor é, aliás, responsável por decisões anti-sociais de que não há memória, mesmo nas épocas mais turvas da história portuguesa.

Por outro lado, a ofensiva contra a liberdade de informação não se queda nas maviosas frases do sr. dr. Augusto Santos Silva. Vai mais além, e procede de um astucioso propósito de totalização do poder. Não há nada de precipitado nesta afirmação. Os factos e os episódios demonstram que as atitudes políticas deste Governo comportam algo de absolutismo, apesar da sustentação apressurada de alguns turiferários – cada vez em menor número.

A prática deste Governo põe em causa a própria ideia de socialismo, tal como deve ser entendida e interpretada. Os apóstolos do neocapitalismo globalizado e a Direita pura e dura manifestam grande regozijo em terem como adversário esta "Esquerda" que se limita a copiá-los e aos seus desideratos, adoptando modelos sociais tão repelentes quanto absurdos. A incomodidade já demonstrada entre militantes socialistas leva-nos a considerar que as coisas não vão bem no PS. A clique dirigente (porque de clique ser trata), assenhoreada do poder, tem-se conduzido através de uma camuflagem ideológica enganosa, mas já não consegue disfarçar as verdadeiras intenções e os ínvios caminhos por que persegue objectivos inquietantes.

A circunstância de Sócrates ter obtido maioria absoluta não pode amparar esta ofensiva tenebrosa, que está a dar cabo não só do tecido produtivo como das particulares idiossincrasias dos portugueses. As doenças do foro psiquiátrico aumentaram, os divórcios cresceram de número, as famílias estão a ser dizimadas, são milhares os licenciados sem colocação, sem destino e sem futuro. Setenta mil desempregados vão para Espanha fazer o que é preciso para a sobrevivência mais rudimentar. A insegurança aumenta nas ruas, a violência intensifica-se nos assaltos à mão armada, resultados da exclusão social e da inexistência de uma doutrina de integração e de amparo humanístico. Destes fenómenos se alimenta a extrema-direita. A extrema-direita sabe que recruta simpatizantes e militantes muito activos entre os indivíduos despossuídos, no meio daqueles que reinventaram a totalidade do seu mundo no vazio sem fundo para onde foram atirados.

Não. Sócrates e o seu Executivo não servem. Tal como o fez António Guterres, seu prócere e amigo, arruinou as esperanças nele depositadas. A mentira tornou-se num procedimento particularmente requintado, a ética republicana foi atirada às urtigas e a moral individual espezinhada em nome da maximização dos benefícios do capital. Há qualquer coisa de repugnante neste contínuo governamental. E de extraordinário na capitulação de pessoas que vieram de honradas lutas e de nobres convicções. Não gosto do que vejo. Sinto-me indignado com o estado em que o País se encontra. E não gosto nada de ter de escrever o que escrevo.

A inaudita barbárie humana a que havíamos chegado criou, em muitíssima gente, a ideia de que o Partido Socialista poderia dar-lhe uma volta pela Esquerda. Não se desejava a homogeneidade de uma prática que sugerisse outra espécie de totalitarismo. Talvez tudo isto não passasse de utopia, num mundo em que a finança (não a economia, a finança) ia dominando, até, as próprias consciências. Ora, a verdade é que uma vez ainda, uma e outra vez, o PS no Governo traiu as expectativas e liquidou as nossas modestas ambições.

Esperávamos uma convivência e uma integração pacífica dos outros connosco e de nós com todos. Em condições de estigmatização, discriminação, exploração e marginalização de milhares e milhares de homens e mulheres, portugueses e estrangeiros, brancos, pretos, amarelos e castanhos, embalámos a ideia de que este Governo (como, antes, o de Guterres) conduziria Portugal para um relativo bem-estar económico, social e cultural. Os malefícios estão à vista. Guterres fugiu, espavorido, e escancarou as portas a uma Direita que se empenhou em leviandades e em criancices. O brinquedo chamava-se Portugal. Sampaio tem largas responsabilidades neste hiato. Sócrates promete e não cumpre, falta à palavra dada e enfia-se num mutismo arrogante, como se todos nós fôssemos matóides desprezíveis.

Gerindo este capitalismo de uma forma inábil, porém dura e ríspida (por isso vai pagar caro, e nós também), e afirmando-se e reafirmando-se "adepto da sociedade aberta", entendeu que a melhor solução era soltar a correia e deixar o mercado à solta. O engano, em política, paga impostos elevadíssimos. E o próprio Papa João Paulo II, em encíclica, advertiu que há algo melhor do que o capitalismo, e que a resposta deve ser encontrada na própria humanidade do divino e no divino que contém toda a humanidade.

Não sinto rebuço nenhum em reconhecer que a minha geração foi derrotada. E traída. O que não implica que estejamos obrigados a submeter-nos a tudo quando os vencedores do momento nos queiram impingir. A omnipotência deste Governo não é eterna. Acaso não conseguirá uma segunda vitória. O drama é que a alternativa será, certamente, pior.

Que fazer?


APOSTILA 1 – O caso do professor Fernando Charrua, objecto de processo disciplinar, por ter motejado José Sócrates, brada aos céus socialistas! Assim como irrita qualquer pessoa de bem o silêncio do próprio Sócrates e do Chefe de Estado. Coniventes com a sanção? Não há outro modo de qualificar comportamentos desta índole.

APOSTILA 2 – E que tal o extraordinário caso da Delphi, que deixou o ministro Pinho encalacrado, devido ao facto de o secretário de Estado ter corrigido as suas lacunas informativas? O ministro é useiro e vezeiro no dislate, coitado!


B.B.

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sexta-feira, 25 de maio de 2007

SAÚDE SÓ PARA ALGUNS?

Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito?
Ora, isso deve ficar por uma pipa de massa!
Não, não se trata de um spot jocoso do Gato Fedorento.
É a pura e dura realidade.

O ministro da Saúde encomendou a um grupo de peritos um estudo sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e a primeira sugestão foi a possibilidade de acabar com a isenção das taxas moderadoras às crianças com menos de 12 anos.
Se mesmo assim o SNS não se tornar
sustentável, cortam-se as isenções aos pacientes crónicos, aos doentes oncológicos, aos hemofílicos e diabéticos. E assim sucessivamente, até à taxa compulsiva por cima dos impostos.

Não deixa de ser curiosa a obsessão dos decisores políticos pela sustentabilidade de sectores como a saúde e as pensões de reforma. Primeiro, porque não os vemos assim tão preocupados com a sustentabilidade da tropa, do aparelho de Estado, das campanhas eleitorais, da propaganda e demais subvenções partidárias e de outros destinos sem retorno dos impostos dos contribuintes. Depois, porque estes sectores, cuja sustentabilidade tanto preocupa os decisores políticos, são sustentáveis por natureza e definição e, para o confirmar, basta ver o apetite que despertam ao investimento privado.

A decisão em casos destes é em geral remetida para invisíveis comissões de peritos.
Como quem diz que o ministro, por ele, até punha a saúde de acordo com a Constituição da República, tendencialmente gratuita.
Mas os peritos não deixam.
A isto chama-se sacudir a água do capote, porque a decisão é sempre política e é ao poder político que cabe.
Não há decisores tecnocratas, como lhes chamava Jorge Coelho, se os decisores políticos não quiserem.
A questão é que, neste caso, querem.


João P. Guerra

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DIRECÇÃO GERAL DAS CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS:

Mais um boy director com excesso de zelo e de subserviência

Não tenciono participar na Greve Geral agendada para o próximo dia 30, mas faço-o por opção pessoal e no pleno uso da minha liberdade e, por isso mesmo, não posso considerar aceitável que alguém que tenha posição diversa da minha não fazer uso da mesma liberdade e aderir à greve.
Quando o ministro das Finanças emitiu um despacho que visava proceder a um levantamento rigoroso dos dados estatísticos relativo à adesão à greve critiquei as posições da CGTP que acusavam o ministro de pretender fazer pressão sobre os funcionários.

Só que há dirigentes muito zelosos que não perdem a oportunidade darem provas da sua subserviência, talvez para caírem nas graças do poder e assim poderem manter estatutos que a competência pessoal não justifica. Um destes casos está a ocorrer na DGCI onde muitos funcionários que pretendem aderir à greve receiam represálias depois de terem tido conhecimento que o director de serviços de gestão recursos humanos determinou o levantamento dos dados pessoais dos funcionários que aderirem à greve.

Num mail com o título “Procedimento de apuramento de dados de adesão de greves na Função Pública “dirigido aos subdirectores-gerais e secretariado da DGCI, com conhecimento ao dr. Paulo Macedo a DSGRH determina que:

«Na sequência do despacho do Sr. Director-Geral de 16.5.07, proferido sobre a Nota elaborada pelo Dr. Luís Maia sobre o assunto em referência, já enviada, torna-se necessário alterar os mecanismos de comunicação aí previstos. Nesse sentido foi desenvolvida uma aplicação informática nesta DSGRH por forma a tornar mais célere a recolha, tratamento e comunicação à DGAP da informação necessária.»


Até aqui tudo bem, só que para o levantamento dos dados a DSGRH criou dois mapas:


clique na imagem para ler melhor


Isto é, os responsáveis pela gestão dos recursos humanos decidiram fazer algo que nunca foi feito na Administração Pública no pós 25 de Abril, recolher os dados pessoais dos grevistas. Mais um pouco e ainda perguntavam o tipo de sangue.

Se este procedimento se mantiver terei que reequacionar a minha opção face à greve, podem tirar-me todos e mais alguns direitos e cortarem-me no que ganho, mas nunca admitirei a qualquer Teixeira, Macedo, Figueiredo ou Laudelino que me restrinja a liberdade ou que me ameace de forma mais ou menos subtil se adiro a uma greve. Para já o ministério das Finanças e o seu ministro passam a contar com "tolerância zero" neste espaço, a partir de agora começaremos a chamar as bestas pelos seus nomes, chega de idiotice, de prepotência e de incompetência esclarecida.

PS: Piores do que os boys do PSD ou do PS são os boys do PSD reconvertidos ou arvorados em boys do PS!

PS2 aditado: Constato que o ministério das Finanças já defendeu este procedimento:

«Para as Finanças não existe qualquer violação ao direito à greve, "já que não há qualquer identificação do trabalhador, previamente ao exercício efectivo da greve", diz o esclarecimento ao DN, sendo a posterior identificação "absolutamente legal para efeitos de processamento de vencimentos" .» [
Diário de Notícias]

O ministério das Finanças está a mentir, o levantamento dos nomes é feito depois de os funcionários terem aderido à greve (seria um pouco exagerado pedir os nomes antes...) mas a divulgação do procedimento é muito anterior, funcionando claramente como ameaça sobre os funcionários. A desculpa de que serve para corrigir os vencimentos é tão idiota como quem a deu, a ser verdade isso significaria que no passado os dias de greve não eram descontados, o que é mentir. O processamento do vencimento é feito a partir do registo do ponto e as correcções são processadas de acordo com o tipo de justificação apresentada, esse tratamento é posterior e é feito mensalmente, aliás, a tramitação dos mapas com os nomes dos grevistas nada tem que ver com a tramitação do processamento dos vencimentos.

Em suma, o ministério não só assume a actuação do dr. Macedo, fazendo o que nenhum governo anterior tinha feito, como não tem a coragem de assumir tentando iludir os cidadãos recorrendo à mentira, fazendo-nos de parvos.

Lamentavelmente temos gente num Governo supostamente de esquerda que poderiam transitar directamente para um governo de extrema-direita sem que ninguém os estranhasse na nova equipa.

PS3 aditado: Coitado do António Costa, com amigos como a directoras dos processos disciplinares, o ministro das Finanças e o dr. Macedo nem precisa de inimigos. Com o PS a fazer palermices a este ritmo nem para presidente de uma junta de freguesia teria hipóteses!

Jumento

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quinta-feira, 24 de maio de 2007

POBRE PÁTRIA A NOSSA...



Até aqui, Portugal era Lisboa e o resto paisagem. Agora sabemos que também há o deserto. Parece-nos que o verdadeiro deserto é o constituído pelo vazio de ideias de Mário Lino.

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou hoje, no final de um almoço promovido pela Ordem dos Economistas sobre a Ota, que a Margem Sul é um deserto e por isso seria uma obra faraónica fazer aí o futuro aeroporto de Lisboa.

Na Margem Sul não há cidades, não há gente, não há hospitais, nem hotéis nem comércio, discursou o governante, acrescentando que, de acordo com um estudo recente, seria necessário deslocar milhões de pessoas para essa zona para justificar a construção do novo aeroporto.

Público


R.V.

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CONTAR ANEDOTAS



Antero

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

SE A MODA PEGA... [parte IV]

Abaixo segue a história da Guidinha, do Nandinho e do Santinho.

Guidinha é a chefe do Nandinho, português de gema, e que tem a verbe fácil, e não terá, dizem, papas na língua.
Certo dia, depois do almoço Nandinho ter-se-à referido - suprema heresia - ao Ayatollah Supremo, Muhamar Ali S. , como, pasme-se, esse filho da mãe (um crime hediondo, já se vê).


Guidinha ouviu ?
Não, não ouviu.
Alguém se sentiu ofendido com a linguagem, aliás bem ao nível - diz quem sabe - da que Ali S., o Grande, usa em privado ?
Pois, parece que
também não.
Nada que demovesse a Guidinha, que logo descortinou quem em nome da lealdade devida aos designados pelos
Poderes Supremos, leia-se - para ser outro a levar porrada e não ele - não tinha outro remédio senão o de assinar uma declaração a dizer que sim, que o Nandinho tinha dito que Ali S., o Grande, Muhamar Ali S., o Profeta, era um banal, vulgar, filho da mãe.

A Guidinha, essa, deu-se por satisfeita - o Santinho, que durante 20 longos anos almoçou e foi colega do Huginho, foi-lhe
leal a ela, aos Poderes Supremos e ao Grande E. Nandinho já era.


Moral da história
- Eu não sei se a Guidinha é também ela uma filha da mãe, ou o que quer que o Nandinho tenha chamado ao Grande, ao Supremo, Ali S.. O que sei, tenho a certeza, é que se eu fosse (salvo seja) Ali S., o Grande, Muhamar Ali S., o Profeta, ou a mãe da Guidinha, bem que preferia levar com o epíteto que o Nandinho terá lançado, do que com a dúvida, terrível, e a suspeição, de que tinha sido eu a educar
assim filhinha como a Guidinha.


P.S. qualquer semelhança com os eventos glosados aqui é fruto das circunstâncias e pura coincidência.
Aliás os eventos descritos acima passaram-se algures num triângulo imaginário, com vértices na Venezula, de Chavez, no Irão de Khamenei, e da Coreia de Norte, do Kim.


Manuel

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SE A MODA PEGA... [parte III]

Enquanto o Ministério da Educação continua a achar que na DREN
não se passou nada de anormal e inusitado, já, no blog onde escreve o companheiro da Ministra da Educação, Pedro Adão e Silva, um ferrista que se a si próprio se vê como uma das mentes brilhantes que ululará no PS pós-Socrático, resolveu imitar Goebels, na tentativa de contextualizar, e relativizar, o caso.

Começando pelo fim, numa prosa intitulada 'Morder o Isco', Pedro Adão e Silva 'reduz' a questão
a uma alegada armadilha, uma 'esparrela fácil' (sic) na qual a Torquemada de saias, directora regional, da DREN terá caído, por 'excesso de zelo e falta de inteligência' (sic). Para Adão e Silva o que tivemos na DREN foi mais uma cabala - a directora-regional terá sido 'provocada, provavelmente a sua liderança afrontada de modo sistemático'. Depois, "a história do Professor destacado na DREN que foi suspenso e recambiado para a escola de origem (onde, parece, não estava há dezanove anos – o que não deixa de servir para nos questionarmos sobre o fenómeno dos professores destacados para os serviços centrais e regionais do Ministério da Educação) tem todo o ar de estar mal contada. Basta saber que muitas das direcções regionais dos Ministérios são lugares de poder partidário por excelência, para perceber que o que esta história esconde é provavelmente uma luta entre novos e velhos poderes nos serviços. A este propósito, não é nada irrelevante que o professor em causa tenha sido até há pouco deputado pelo PSD" (sic).

Ora, nestes nacos de proza está todo um programa, todo um retrato daquilo que vai quer na cabecinha de Pedro Adão e Silva, quer na de uma boa parte do 'povo de esquerda' que nos pastoreia.

É que há de facto, e por estes dias, uma diferença de fundo, estrutural, entre a 'esquerda'/PS e a 'direita'/PSD em Portugal, uma diferença que vai muito para além de questões ideológicas. É que se no PSD há tentativas periódicas de 'mexicanização' do poder, mas onde ecumenicamente acaba por haver lugar para todos, de todas a cores, e mais alguns, já no PS o que há, nos últimos anos, e na pior tradição jacobina da Esquerda, é uma tentação 'afonso costista', de fatwas eugénicas e sistemáticas, contra, não só quem não é do PS, mas sobretudo contra quem não pensa da mesma forma que o (chefe do) PS. ("Quem não é do PS, leva!")

Tivesse Pedro Adão e Silva um módico de princípios, um módico de honestidade intelectual, não padecesse também Pedro Adão e Silva do mesmíssimo 'excesso de zelo e falta de inteligência' (sic) de que acusou a responsável da DREN de padecer e a conclusão que teria imperiosamente de tirar era uma e só uma - o professor da DREN não foi acusado por rigorosamente nenhuma das razões que Adão e Silva aventou, foi acusado por ter proferido um comentário sobre a licenciatura faxeada de Sócrates. São estes os factos, inilúdiveis, confirmados aliás pela tal Torquemada de saias, a qual, abone-se, não se escuda em quaisquer eufemismo ou subterrefúgio. Tudo o resto é assessório e só serve para esconder o essencial - um cidadão português foi perseguido por puro delito... de opinião.

Pedro Adão e Silva bem pode dizer que é de 'esquerda', não pode é dizer é que é, ou que sabe o que é, um democrata! Soubesse-o, e certamente saberia que, numa democracia, em qualquer democracia, mesmo de 'esquerda', somos, temos que ser, iguais, perante a Lei, perante a sociedade, perante o Estado, quer sejamos, ou tenhamos sido, deputados do partido A, B, ou C. Soubesse-o e não faria a figura pindérica que fez.

Em bom rigor, nada distingue Pedro Adão e Silva, o silencioso Ministério da Educação, a mole de dirigentes e deputados do PS que apareceram a contextualizar a questão e a falar no 'respeitinho' devido ao 'Grande Engenheiro' (faxeado), a própria Margarida Moreira - a Torquemada de saias da DREN, de alguém que há cerca de dois milénios 'conquistou', na horizontal e na vertical, o seu 'lugar' na história - Fulvia Flacca Bambula - uma 'senhora', e 'política', romana cujo maior feito, foi o de mandar cortar a língua a Cícero, depois deste assassinado, para depois a retalhar, à língua, com ganchos dourados do cabelo.


Manuel

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terça-feira, 22 de maio de 2007

QUEM SERÃO OS LADRÕES?

MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO DA GREVE ROUBADOS


Na cidade de Ponte de Sor desconhecidos roubaram as faixas e pendões que anunciavam a greve geral, convocada pela CGTP-IN para o dia 30 de Maio.
Os cartazes foram colocados por activistas sindicais após a recepção à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no dia 16 de Maio, que se deslocou a Ponte de Sor para fazer o lançamento da primeira pedra da Escola Básica Integrada, sendo que foram retirados nesse mesmo dia.
Os materiais roubados estavam afixados na Avenida da Liberdade, frente ao Tribunal, ao Edifício e no Parque de Máquinas da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
Perante esta situação, a União
de Sindicatos do Norte Alentejano vai apresentar uma queixa contra desconhecidos na GNR de Ponte de Sor e recolocar todos os materiais que foram retirados, uma vez que entendem que os trabalhadores e a população de Ponte de Sor também merecerem ser informados da realização e das razões da greve geral.


In:Jornal Fonte Nova
última página

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O VEREADOR DA EDUCAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR É UMA ...

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PORTUGAL PARECE UM ICEBERGUE

Tudo o que choca com a sua inércia vai ao fundo.
Tudo o que tenta movê-lo, acaba como o Titanic.
A classe política, na sua maioria, fabrica o gelo que governa o icebergue nacional mas o pior dos nossos pecados é que os portugueses parecem contentes por viver neste pólo feito a preto e branco.

Sem cor.

Portugal é, neste momento, um país paralisado pelo medo.

No consulado de Sócrates, isso é visível pelo chocante caso da perseguição na DREN.

Deixou de haver o lugar para o humor.
Os boys parecem rottweitters que não obedecem ao apelo ao bom senso.
Não reconhecem valores como a liberdade de expressão.
A mordaça ao humor é um sinal de uma liderança sem capacidade de conviver com a diferença.
O problema é que os portugueses, neste país onde a elite política promove a tristeza como ideologia de vida, estão a afogar-se comodamente na sua pobreza.
Económica e espiritual.


O país de Sócrates é o dos licenciados que deixaram de ter um porto seguro no Estado e não vislumbram qualquer horizonte que ilumine o seu futuro.
Vivem seduzidos pelo ilusionismo do que não existe e correm atrás de uma licenciatura que não lhes serve para nada.
Como se isso não bastasse estão endividados em termos emocionais: não querem ter mais tempo para estar com a família e acreditam que a falta de convívio com as suas crianças se compra com um telemóvel colorido ou com uma Xbox.
País triste, vive ainda ao ritmo do fado. E dizem-lhe que a isto se chama inovação tecnológica.


F.S.

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segunda-feira, 21 de maio de 2007

POBRE PÁTRIA A NOSSA ENTREGUE A TAL GENTE... [parte II]

Desemprego Real da Economia Portuguesa

10,89%



Ao Desemprego Oficial - determinado pelo INE - e de acordo com as metodologias internacionais de apuramento da taxa de desemprego, devemos somar as seguintes rubricas que o INE deixa de fora.

Assim e para o primeiro trimestre de 2007 temos :


Desempregados Oficiais INE - 469,9 mil

Sub-Emprego Visível - 66,1 mil

Inactivos Desencorajados - 32,5 mil
Inactivos
Marginalmente ligados ao Trabalho - Como os Inactivos Disponiveis incluem o sub grupo, inactivos desencorajados temos que os subtrair - Logo ficamos com 75,3 - 32,5 = 42,8.


Assim o número de desempregados reais da economia portuguesa atinge os 611 mil portugueses, o que perfaz a taxa de 10,98 %.

Recordemos que no último trimestre de 2004, a taxa real era de 9,50%.

Notas Metodologicas :

O desemprego oficial é aquele que resulta do somatório dos indíviduos com mais de 15 anos e que na semana anterior ao inquérito realizado pelo INE, se encontrem simultaneamente nas seguintes condições (portanto, se não cumprir uma das condições já não é considerado oficialmente desempregado):
(1) Não ter trabalho remunerado ou qualquer outro (portanto, se tiver outro, mesmo não remunerado, não é considerado oficialmente como desempregado);

(2) Estar disponível para trabalhar num trabalho remunerado ou não (portanto, se não estiver disponível para realizar um trabalhão não remunerado já não é considerado oficialmente como desempregado);

(3) Ter procurado trabalho, isto é, que tenha feito diligências ao longo das últimas 4 semanas para encontrar um emprego remunerado ou não.
O desemprego real, é aquele que para além do acima mencionado, soma os “Inactivos Disponíveis” são pessoas desempregadas, que desejam trabalhar e que estão disponíveis, mas que não fizeram diligências para arranjar emprego nas últimas 4 semanas anteriores ao inquérito;
os “Inactivos Desencorajados” são aqueles que, estando disponíveis para trabalhar, não procuraram emprego há mais de 4 semanas anteriores ao inquérito com os seguintes motivos: não têm instrução suficiente, não sabem como procurar, não valer a pena procurar, não haver empregos disponíveis e, o “subemprego visível” inclui os empregados com duração habitual de trabalho inferior à duração normal do posto de trabalho (trabalham menos de 15 horas por semana) mas que declararam desejar trabalhar mais horas (se o não declararam são já considerados empregados em part-time).


A.D.

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SE A MODA PEGA... [parte II]

Pequena carta a José Sócrates

Senhor primeiro-ministro eu não conheço o caso senão pelas páginas dos jornais mas sei que Fernando Charrua é um professor de Inglês requisitado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e agora suspenso por ter gracejado sobre o processo da sua licenciatura. Mais de meio país, seguramente, fez comentários sobre o assunto - graçolas, piadas, anedotas, coisas soezes ou apenas risíveis e imbecis. O senhor sabe. É natural, somos portugueses e conhecemos a injustiça do humor de Gil Vicente, mesmo que o assunto seja tão irritante e tão menor como esse. O tema não é tabu e o senhor mesmo foi à televisão por causa dele.

A responsável pela DREN, avisada por alguém (que achou por bem denunciar o caso, sabe-se lá porquê) achou que o comentário do professor era um insulto ao primeiro-ministro e resolveu suspendê-lo de funções e instaurar-lhe um processo disciplinar, com participação - creio - ao Ministério Público. O que apurará o processo não se sabe ainda, mas prevejo um grande debate sobre o que é e não é insulto e sobre os deveres dos funcionários públicos. A coisa promete. Como em muitas situações semelhantes, vamos ter mais anedotas sobre o assunto. Ele merece.


De acordo com a directora regional de Educação - é, portanto, a posição oficial do Ministério da Educação -, o Sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal e os funcionários públicos devem-lhe respeito. Ora, nem que não fosse primeiro-ministro. Em declarações ao jornal Público, Margarida Moreira acrescentou que a sua decisão (a de suspender o professor, a de instaurar-lhe um processo disciplinar e a de participar ao Ministério Público) se deve ao facto de poder haver perturbação do funcionamento do serviço.

Dado que o processo se encontra em fase de segredo, uma figura jurídica que serve para tudo, não sabemos que insulto lhe terá Fernando Charrua dirigido, a si, senhor primeiro-ministro, que pudesse perturbar tão gravemente o serviço. Imagino que o senhor também não saiba. Mas, andando na política há tantos anos, suponho que nenhum insulto lhe deva ser estranho. Basta aparecer na televisão, ter um nome e ocupar um cargo. O senhor sabe como essas coisas se passam. De tudo fazemos uma anedota. O mundo é cruel.

Há, evidentemente, a hipótese de a notícia não ser totalmente verdadeira. Mas não vejo como a directora da DREN confirmou-a e o ministério da Educação não a desmentiu até hoje. Se o processo disciplinar ao professor continuar a correr neste segredo, aumentarão os rumores e as suspeitas. A principal delas, mesmo sendo injusta, é a de que o senhor autoriza o Ministério da Educação, através da DREN, a fomentar o autoritarismo, o culto da personalidade ou a perseguição política a funcionários públicos que contem anedotas sobre José Sócrates.

Seja como for, acho que a directora da DREN se excedeu. Foi mais papista do que o papa e causou-lhe, a si, um problema o de poder passar a haver despedimentos por delito de opinião, o que é muito grave. O senhor dirá que não se trata de um despedimento mas, na pobre linguagem da pequena política, já se sabe que não basta ser - é também necessário parecer. Ora, isto parece, exactamente, delito de opinião. Argumentarão alguns que o comentário foi feito nas horas de serviço e nas instalações da DREN; teria sido assim tão grave que as paredes da DREN coraram de vergonha?

Sei que o senhor primeiro-ministro não concorda com este tipo de perseguições. Não deixe que isso aconteça no seu, e meu, país. De contrário, o senhor será responsável pelo reaparecimento de milhares de pequenos ditadores e papistas, um pouco por todo o lado. Eles detestam-no a si porque o senhor é de uma nova geração de políticos que nasceu para a política já em liberdade; mas aproveitarão a boleia que este caso pode dar-lhes para satisfazer a pequena tentação portuguesa da intolerância.


Francisco José Viegas

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domingo, 20 de maio de 2007

VÃO À MERDA MEUS SENHORES...

MARIONETAS DA LIBERDADE

Ao longo dos últimos tempos temos assistido a alguns processos disciplinares a diversos funcionários da administração pública por delitos de ter dito.

Sob a capa da falta de respeito, os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O Sr. Primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal.

Até um simples comentário, uma anedota, pode ser considerado um insulto feito no interior da DREN, durante o horário de trabalho. E considerado como uma situação extremamente grave e inaceitável.
Estes foram os argumentos utilizados pela Directora Regional da DREN para instaurar um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua e decretar a sua suspensão.

Grande besta essa Senhora e o governo que não a demite imediatamente por ter tomado tal atitude.

Não estou no interior da DREN, nem no meu horário de trabalho, mas estou a insultá-la.

Não sou um funcionário público, tantas vezes utilizados como bodes expiatórios para os males do país, mas que pelos vistos têm de estar acima de muitas coisas.

Isto é, não podem contar uma anedota se esta tiver a ver com a falsa licenciatura de um Primeiro-ministro trafulha que gosta de ser chamado de Engenheiro.

Têm de se manter dóceis e calados perante as prepotências de Direcções Regionais, lambe botas e pidescos.

Numa sociedade verdadeiramente livre, estes abusos seriam imediatamente sancionados em nome dos alicerces em que se sustentariam.

Assim, fica o gritante silêncio das televisões e dos nossos inteligentes e cultos comentadores.

Quanto a mim não vou aceitar calado este tipo de abusos, em nome de um amanhã em que quero poder ouvir vozes que digam aquilo com que concordo e aquilo com que não .

Por isso insulto hoje e continuarei a insultar todos os vendidos, bufos, mesquinhos e nojentos que queiram amordaçar a voz deste povo, sejam eles Engenheiros, Generais, Ministros, Presidentes ou meros Directores Regionais.

Vão à merda meus Senhores.

K.

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BLOGOSFERA FUTURA

Dez Prolegómenos editáveis,

em forma de conselhos,


para toda a


Blogosfera Futura


1) A Blogosfera é um espaço virtualmente virgem, não-poluente, e imediatamente acessível, no presente, ou futuro próximo, a qualquer habitante da Aldeia Global.

2) As informações veiculadas na Blogosfera devem tender para assegurar o máximo de dados, alertas e felicidade aos seus usuários.

3) Qualquer recurso inserido na Blogosfera faz imediatamente parte do Património Comum do habitante da Aldeia Global, e, como tal, deve ser o mais amplamente difundido, e referenciado.

4) A Blogosfera rege-se pelo aforismo de "Máxima informação=Máxima protecção".

5) A Blogosfera deve formar, informar e divertir.

6) Está a Blogosfera, por princípios genéticos, imunizada contra quaisquer tipos de poluição, que nos tornaram o Mundo insuportável, nomeadamente, filtragem de informações, servilismo a grupos, políticos, económicos, de pressão, ou simplesmente destinados a manipular, ou intoxicar, a opinião própria de qualquer aldeão global.

7) O seu único vector condutor chama-se "Liberdade de Expressão", e está tipificado e exemplificado em todos os mais altos momentos em que ela se exerceu, na História Pública da Humanidade.

8) Em cada Cultura e Regime, reserva-se a Blogosfera o direito de exercer o dever de informar os outros, sempre que se tenham esgotado, ou se suspeite de que se vão esgotar, os meios tradicionais de transmissão da Verdade, e só da Verdade.

9) A propriedade da Blogosfera é das gerações presentes, assim como a responsabilidade de assegurar o seu máximo usufruto por todas as gerações seguintes.

10) Os princípios atrás expostos são propriedade intelectual de todos os seus leitores, que devem ter, em cada instante, o direito de os invocar e o dever de os fazer chegar ao maior número de Concidadãos Globais, podendo, em qualquer instante, ser reescritos, no sentido da economia e da Perfeição, e inseridos, então, na Declaração Global dos Direitos do Universo.

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