A FALTA DE VERGONHA NÃO TEM LIMITES?

A maioria dos médicos nunca primou nem prima pela pontualidade quanto à hora marcada para atenderem os doentes.
É do dia-a-dia de qualquer paciente chegar ao consultório, ao centro de saúde ou ao hospital e ouvir a indicação o(a) sr(a). dr(a). ainda não chegou ou o sr(a). dr(a). está quase a chegar ou, ainda, o(a) sr(a). dr(a). está um bocadinho atrasado(a).

É raro que, entre os médicos atrasados crónicos, os que, quando finalmente atendem o doente, justificam o seu atraso e disso peçam desculpa.
Poucos doentes refilam, tanta é a habituação.
Médicos e doentes aceitam pacífica e tacitamente que o incumprimento de horários combinados por parte do médico faz parte das condições implícitas do contrato de uma consulta.
Obviamente que parte, uma parte, destes atrasos se justifica ou por uma dificuldade de deslocação ou porque uma consulta ou intervenção durou mais que o previsto, o que, no entanto, não devia eximir à obrigatoriedade de comunicação prévia ao doente ou de uma justificação prestada perante quem se obrigou a esperar.
Esta prática continuada e adquirida faz parte das carências de civismo na nossa sociedade.
Sendo um abuso de poder na medida em que a liberdade que o médico tem de se atrasar sistematicamente por inércia social quanto ao uso do direito de reprovação é incomensuravelmente maior que a liberdade que o doente (não) tem de sair porta fora e, tratando-se de uma continuação de tratamento, submeter o prevaricador ao efeito da concorrência.
Disto, julgo, devia tratar a Ordem dos Médicos, formando os médicos nos deveres elementares da deontologia social aplicada a cidadãos bem educados.
Mas parece não ser essa a prioridade da Ordem, mas antes o pugnar para que aos doentes que falhem consulta sem aviso prévio, lhes seja cobrado 20% do valor da consulta (omisso, é claro, quanto a penalizações do médico em caso de não comparência não avisada ou nos casos de atrasos).
É o que se pode chamar de meta da impunidade profissional sem riscos.
E muita falta de vergonha.
J.T.
É do dia-a-dia de qualquer paciente chegar ao consultório, ao centro de saúde ou ao hospital e ouvir a indicação o(a) sr(a). dr(a). ainda não chegou ou o sr(a). dr(a). está quase a chegar ou, ainda, o(a) sr(a). dr(a). está um bocadinho atrasado(a).

É raro que, entre os médicos atrasados crónicos, os que, quando finalmente atendem o doente, justificam o seu atraso e disso peçam desculpa.

Poucos doentes refilam, tanta é a habituação.
Médicos e doentes aceitam pacífica e tacitamente que o incumprimento de horários combinados por parte do médico faz parte das condições implícitas do contrato de uma consulta.
Obviamente que parte, uma parte, destes atrasos se justifica ou por uma dificuldade de deslocação ou porque uma consulta ou intervenção durou mais que o previsto, o que, no entanto, não devia eximir à obrigatoriedade de comunicação prévia ao doente ou de uma justificação prestada perante quem se obrigou a esperar.
Esta prática continuada e adquirida faz parte das carências de civismo na nossa sociedade.

Sendo um abuso de poder na medida em que a liberdade que o médico tem de se atrasar sistematicamente por inércia social quanto ao uso do direito de reprovação é incomensuravelmente maior que a liberdade que o doente (não) tem de sair porta fora e, tratando-se de uma continuação de tratamento, submeter o prevaricador ao efeito da concorrência.
Disto, julgo, devia tratar a Ordem dos Médicos, formando os médicos nos deveres elementares da deontologia social aplicada a cidadãos bem educados.
Mas parece não ser essa a prioridade da Ordem, mas antes o pugnar para que aos doentes que falhem consulta sem aviso prévio, lhes seja cobrado 20% do valor da consulta (omisso, é claro, quanto a penalizações do médico em caso de não comparência não avisada ou nos casos de atrasos).
É o que se pode chamar de meta da impunidade profissional sem riscos.
E muita falta de vergonha.
J.T.
Etiquetas: Centro de Saúde, Médicos, Ponte de Sor, Saúde, SNS